O que é Plantar a Lua? Conheça o ritual ancestral de menstruação!

O ritual Plantar a Lua é um momento de renovação e mudança de ciclo. Ligado às fases da lua, o ritual deve ser feito no período de lunação ou menstruação. A mulher se conecta com seu sangue e pode despejá-lo na terra para nutrir a natureza com os mesmos alimentos que nutriram seu corpo.

Isso gera intensa conexão com a deusa interior e exterior, além disso, os processos que se passaram no último período são curados, abrindo espaço para novas experiências. Por isso, durante o ritual é recomendado fazer preces a uma deusa específica ou a diferentes deusas.

Ao longo do tempo, infelizmente, a mulher perdeu conexão com o seu sangue, com isso se afastou da própria essência. A boa notícia é que atualmente o ritual vem sendo disseminado com muita força. A seguir, conheça o ritual ancestral de menstruação!

Plantar a Lua está ligado à essência da mulher, isso porque quando não existiam absorventes, o sangue escorria pelas pernas livremente e voltavam para a terra. As mulheres perceberam a importância desse ciclo e, por isso, a menstruação é considerada um período ritualístico.

É importante ressaltar que a mulher sangra de acordo com o período lunar e não conforme o mês, por esse motivo, o termo correto é lunação ao invés de menstruação. Antes do cristianismo, a lunação era considerada sagrada por muitas mulheres, inclusive, o povo Maori pintava qualquer coisa de vermelho em referência ao sangue feminino.

Além disso, a tribo Lakota acreditava que o sangue menstrual era capaz de enfraquecer as forças dos guerreiros. Porém, com o tempo, valores deturpados foram criados em torno do sangue feminino. Assim, a mulher começou a perder sua conexão com a natureza interna e externa.

Atualmente, o ritual para plantar a lua tem sido praticado por muitas mulheres que se incomodavam em deixar seu sangue ir para o ralo ou dispensá-lo por meio de absorventes. Além disso, informações sobre o ritual têm sido cada vez mais disseminadas, assim, as mulheres podem voltar a estabelecer conexão com sua força interior. A seguir, conheça melhor a história e a ancestralidade do ritual Plantar a Lua.

Na era do Paleolítico, plantar a lua era muito comum, as mulheres se reuniam em períodos menstruais para realizar esse ritual. Os seus ciclos eram regulados e coincidiam para que elas ficassem juntas no que chamavam de tenda vermelha. Na tenda, as mulheres ficavam de cócoras e deixavam seu sangue escorrer para a terra.

Assim, de forma simbólica e poderosa, era feita a renovação das energias presentes no último ciclo. Além disso, no período menstrual, as mulheres aproveitavam para se conectar com a Deusa, pedindo por um novo ciclo abundante e próspero.

Durante os rituais, as mulheres compartilhavam seus conhecimentos, cantavam, dançavam, dentre outras atividades conectadas ao divino. Isso era possível, pois, nessa época, as mulheres não eram consideradas inferiores ao homem, mas, sim, Deusas, já que acreditavam que elas davam a luz sem a necessidade de um Homem.

Outra teoria é que o ritual começou a ser praticado na América do Norte. Mulheres indígenas do México e do Peru plantavam a lua para se conectar espiritualmente e para nutrir a terra. Além do mais, eram realizados ritos de passagem quando meninas tinham sua primeira menstruação.

A profecia das Índias Lakotas conta que quando as mulheres devolviam o sangue para a terra, o solo era fértil, por isso, o alimento era abundante. Porém, quando essa prática cessou, os homens começaram a caçar e matar animais.

Por isso, plantar a lua está intimamente ligado ao sagrado e à não violência. Com o passar do tempo, as mulheres começaram a usar panos para absorver o sangue, mas a menstruação ainda retornava à terra ao lavar os panos.

Mais tarde, o sangue passou a ser visto como algo nojento e sujo, por isso, perdeu-se a conexão com os rituais ancestrais de plantar a lua. Assim, absorventes descartáveis foram criados para “garantir” mais higiene, porém, como consequência, a mulher perdeu a conexão com a sua própria natureza.

Em Gênesis, quando Eva come a maçã, a mulher é amaldiçoada para sofrer as dores do parto todos os meses. Dessa forma, o sangue passou a ser visto como algo negativo e sujo. Mesmo que exista muita informação acessível, esse tabu ainda existe na atualidade.

Algumas meninas, influenciadas por suas famílias e pelo meio a sua volta, ainda podem crescer acreditando que o sangue é sujo e, com isso, perder a conexão com sua lunação e com a própria essência.

Muitas mulheres, principalmente na adolescência, tiveram que esconder seu sangue. Por isso, os períodos menstruais eram sempre indesejados. Romper essa visão é como criar outro relacionamento com o sangue.

Além do mais, atualmente terapeutas tântricos defendem que a menstruação pode ser muito poderosa para alcançar estados elevados de consciência durante o sexo. Tanto para o homem quanto para a mulher.

As culturas ancestrais consideram que o útero deu origem a tudo que existe, por isso, o sangue é visto como algo mágico. Dessa forma, simbolicamente, está ligado aos ciclos da lua, ou seja, à fases e transformações. Por isso, é uma etapa importante para se conectar consigo mesmo e renovar as energias.

Dessa forma, acompanhar o próprio ciclo cria união consciente da mulher com seus processos criativos e produtivos. Além disso, é importante pensar que a terra será nutrida com a mesma energia que alimentou seu corpo, sendo que isso cria contato com o divino e com a Deusa.

As mulheres trazem consigo a energia cíclica, dessa forma, estar cada vez mais em contato com essa força, auxilia o processo de autoconhecimento. Além do mais, plantar a lua ajuda a acessar memórias e poder pessoal, isso porque tem relação com o chakra sexual ou chakra raiz.

O ritual Plantar a Lua é considerado um estágio de cura individual e coletiva, relacionado à renovação e renascimento. Ligado aos ciclos lunares, o ritual oferece a experiência de entrar em contato com o que aconteceu no último período de lunação.

Assim, a mulher pode encontrar compreensão e renovar suas energias, atraindo vibrações positivas para o ciclo que se inicia. Começar a plantar a lua dá novo significado à menstruação, afastando ideias de que “o sangue é sujo”.

Dessa forma, a mulher passa a criar íntima ligação com a própria essência, auxiliando em seu processo de autoconhecimento. É importante fazer o ritual durante o período de lunação ou menstruação. Além disso, você pode montar um altar à sua maneira, com cristais, incensos, rosas, velas, entre outros elementos.

O mais importante é que você deixe sua imaginação fluir, desse modo, pode ter certeza que o ritual será feito da melhor forma possível. Além do mais, algumas ervas são indicadas para compor o altar e fazer incensos, como a arruda e a lavanda, responsáveis por equilibrar as energias, revitalizar e atrair paz de espírito.

Plantar a lua é mais fácil do que você imagina, os únicos passos são colher o sangue e devolvê-lo à terra. Se você planeja começar a plantar a sua lua, descubra a seguir as informações mais importantes para realizar o ritual.

Para plantar a lua, é ideal que o ritual seja realizado no período menstrual, ou melhor, lunação. Mas não existem regras acerca dessa prática, na verdade, é ideal que cada mulher faça da sua maneira, conectando-se com a própria essência.

Nessa lógica, existem pessoas que plantam a lua todos os dias do período menstrual, enquanto outras fazem o ritual apenas no último dia, entre outras possibilidades. Dessa forma, é um convite para se deixar levar pela intuição e sensibilidade.

Além disso, antes do ritual podem ser feitas práticas meditativas, mas só se fizer sentido para você. Outro ponto é que ao plantar a lua a intuição tende a aumentar, isso porque foi criada uma conexão com a terra, assim, um ciclo se renova. Portanto, o ritual é um instrumento de autoconhecimento e conexão com o divino.

No ritual, você pode optar por preparar um altar com ervas, incensos, velas e cristais. Nessa lógica, uma boa opção é usar a arruda, pois essa planta auxilia na limpeza dos pensamentos, afastando energias negativas e aproximando leveza e bem-estar.

Dessa forma, é útil em momentos de tristeza, pessimismo, como também para afastar mau olhado. Lembre-se que o seu corpo é afetado pelas energias a sua volta, por isso, é recomendado fazer uma limpeza energética com certa periodicidade.

A arruda é ideal para manter o equilíbrio vibracional, abastecer energias vitais, abrir caminhos e proporcionar proteção, por isso, ela pode ser usada como amuleto. Outra opção é a lavanda, conhecida também como alfazema, uma planta muito utilizada para manter o equilíbrio vibracional.

O banho com lavanda é relaxante e revitalizante, por isso, independente da crença, pode ser feito por qualquer pessoa. A alfazema também é eficaz para curar machucados, auxiliar na ansiedade, depressão e estresse.

Para fazer o ritual você pode colocar imagens das deusas no seu altar. Como também, acrescentar outros elementos da sua preferência, como flores e velas. Deixe que sua intuição guie o ritual. Uma deusa relacionada ao ritual é a deusa das trevas, representando aquilo que é sombrio, dessa forma, durante a lunação é importante focar em como está o seu interior, buscando compreensões profundas.

O sangue e a mulher se tornam poderosos durante a lunação, assim, é possível haver um processo de cura. Além do mais, existe uma profecia antiga que afirma que quanto mais as mulheres devolvem o sangue para a terra, mais encontram paz, tanto individual como coletiva.

Outras deusas também podem ser reverenciadas no ritual, por isso, se tiver afinidade com alguma figura espiritual, não hesite em utilizá-la durante o ritual. Lembre-se que sua intuição deve guiar toda a prática.

Para plantar a lua, o sangue pode ser coletado de diversas formas, escolha a que for melhor para você. Durante a lunação, você pode optar por usar absorventes de pano, assim, ao lavá-los o sangue deve ser coletado e guardado em uma garrafa. Outra opção são os coletores menstruais que armazenam o sangue.

Além disso, você pode preferir dormir com lençóis e roupas velhas e deixar o sangue fluir livremente. Algumas mulheres optam por esse caminho pois ele proporciona maior liberdade. Além do mais, nos rituais ancestrais, o sangue saía do corpo da mulher diretamente para a terra, sendo outra opção interessante.

Se for armazenar o sangue, é aconselhado não demorar muito, pois, em contato com o ar, ele começa a se decompor. Além do mais, é importante ressaltar que não se deve usar absorventes descartáveis ao plantar a lua, isso porque sua composição prejudica a terra. O sangue deve ser diluído em água, numa proporção de cerca de ⅔ de água para ⅓ de sangue.

Para fazer o ritual de plantar a lua é essencial preparar o ambiente, dessa forma, escolha um local calmo e, de preferência, em contato com a natureza. Se for possível estar em contato com a terra, fique com os pés descalços e sinta a energia do ambiente.

Caso prefira, você pode deixar seu sangue escorrer de forma natural, apenas ficando em posição de cócoras. Para muitas mulheres, principalmente aquelas que moram na cidade, plantar a lua dessa forma é inviável, mas nada impede que o ritual seja realizado.

Você é livre para deixar o espaço como preferir, podendo utilizar de ervas, incensos e cristais durante o processo. Outra opção é colocar uma música ou, quem sabe, tocar e cantar algo. Deixe que sua intuição peça o que é melhor para o ambiente e para o ritual como um todo.

Além disso, você pode optar por plantar a lua em um vasinho de plantas que tenha relação com o momento que está passando. Nessa lógica, arruda é uma boa opção para quem precisa fazer limpeza energética.

Já o gerânio ajuda mulheres que desejam uma gravidez, enquanto que a lavanda traz calma e tranquilidade. A lua pode ser plantada no mesmo vaso em todos os períodos, mas também pode variar de tempos em tempos. Portanto, conecte-se com a sua intuição e deixe ela te guiar.

Se você se sente confortável em destinar seu sangue diretamente na terra, ou seja, ficando em contato com a natureza, tenha essa experiência. Mas se para você essa tarefa é muito difícil ou desconfortável, vá até o jardim ou escolha um vaso na sua casa para depositar o sangue.

Com o ambiente preparado e com o sangue por perto, agradeça, com os joelhos na terra, pela sua vida e pelos aprendizados adquiridos no último ciclo. Caso for colocar o sangue em um vaso, escolha uma ou mais plantas que ressoem com os seus sentimentos e sensações.

Comece a despejar o sangue na terra, lembrando do que aconteceu com você nesse último ciclo e fazendo preces ao próximo. Conecte-se com o momento presente e com a sua intuição, compreendendo o ritual como um período marcante para o início de uma nova fase. No final do processo, você pode meditar, a fim de receber orientações da deusa para o ciclo que está começando.

Se você não menstrua por algum motivo, fique tranquila, pois você pode e deve fazer o ritual acompanhando o ciclo lunar. Durante a lua nova, faça o ritual da mesma forma utilizando um chá, suco ou vinho, simbolizando seu sangue.

Lembre-se que é importante colocar fé, intenção e entrega durante o ritual. Plantar a lua fortalece a essência da mulher e a conexão com a ancestralidade, proporcionando cura individual e coletiva. Agora que você já sabe da importância desse ritual, plante sua lua e se conecte com sua força interior.