Ho'oponopono e o amor próprio: oração, autoestima, limpeza de memórias, e mais!

O Ho’oponopono é uma poderosa técnica para a limpeza de crenças disfuncionais, que pode ser usada por praticantes de qualquer religião. Apesar de ser uma antiga filosofia havaiana, sua repercussão alcançou patamares inesperados e hoje conta com praticantes em todo o globo.

Reconhecidamente útil para o desabrochar do amor próprio, o Ho’oponopono é extremamente simples. Claro, não deixa de ser uma técnica que requer concentração e intenção direcionada, mas com pouquíssimo treino, você pode conseguir ótimos resultados.

Veja, então, o que é o Ho’oponopono, sua relação com o amor próprio, memórias afetivas, autoconhecimento e o Sagrado. Entenda também como usar a técnica detalhadamente, para cada situação, e colha seus benefícios.

O Ho’oponopono é uma técnica ou filosofia – a depender de como você escolha usar – que teve origem no Havaí. Sua versão mais tradicional, que envolve a filosofia local, foi passada por gerações. Porém, foi somente depois de 1940 que suas bases foram documentadas e adaptadas por Kahuna Morrnah Nalamaku Simeona.

Seu significado é baseado no idioma local, onde Ho’o significa causa e ponopono significa corrigir, arrumar, tornar perfeito. Ou seja, é uma técnica que busca o crescimento pessoal e deve ser aplicada pela própria pessoa, em benefício próprio. Nada impede, no entanto, que ela seja feita em grupo, desde que seja com a devida orientação e cuidado. Entenda melhor a seguir!

O eixo do Ho’oponopono é o autoconhecimento, processamento das emoções e, principalmente, o perdão – seja consigo ou com os outros. Ela envolve alguns passos simples, que te levam a pensar sobre uma situação específica, te levando mais próximo da cura de feridas emocionais.

A filosofia Ho’oponopono trata do aceitar, perdoar e cuidar de si. Além disso, ajuda a desenvolver a independência emocional e a responsabilidade para com suas emoções e ações. Ela é usada para a cura de memórias afetivas, no processo de constelações familiares, no autoconhecimento e ligação com o Sagrado.

As memórias afetivas, mesmo que escondidas no fundo das gavetas da sua mente, têm uma grande importância em sua vida. Além de influenciarem no seu humor, podendo desencadear gatilhos emocionais, também atuam sobre seu comportamento e afetos. Por exemplo, quando você se incomoda muito com alguma coisa banal, isso pode estar relacionado com as memórias afetivas.

Para evitar ou corrigir gatilhos emocionais negativos, reações viscerais ou até mesmo bloqueios, use o Ho’oponopono. Ele pode ser uma excelente ferramenta para auxiliar uma terapia guiada por um psicólogo de confiança. Em casos mais superficiais pode inclusive ser usada sozinha, trazendo à tona e processando essas memórias afetivas.

As constelações familiares são utilizadas como práticas de cura das memórias afetivas em conjunto com a família. O Ho’oponopono, integrado a essa dinâmica, ajuda a fazer a cura mais rapidamente, trazendo à tona e processando situações, emoções, bloqueios e outros aspectos relacionados durante a terapia.

A ideia das constelações familiares é realinhar, desbloquear e integrar novamente o sistema formado por pessoas. No Ho’oponopono o objetivo é semelhante, de forma que a junção irá reforçar os resultados. Com essa potencialização, o resgate do amor próprio acontece mais rapidamente.

Durante o processo do Ho’oponopono você precisa se concentrar na questão que precisa ser resolvida e pensar sobre ela. Isso leva a uma análise de todos os fatores que causaram uma situação incômoda ou até mesmo problemática. Consequentemente, há maiores chances de refletir sobre seus pensamentos, sentimentos e atitudes.

Dessa forma, o Ho’oponopono promove o autoconhecimento, levando a uma introspecção mais profunda. Naturalmente, ela vai levar a questões mais íntimas acerca do próprio Eu, fazendo com que você se conheça cada dia mais, de forma a medir melhor suas palavras, ações e controlar os próprios pensamentos.

Para os havaianos, o Ho’oponopono é muito mais do que uma técnica, como é usada hoje em dia. Ela é uma forma de conexão com o Divino, com o Sagrado. É a confiança no Universo, Deus, na Natureza, seja qual for o nome que você dê à sua noção de deidade. Originalmente, é uma filosofia que trata da mais pura fé.

Quando você sente de verdade, prestando atenção e processando o que está te afligindo, passa a perdoar quem te magoou, bem como a si. A partir de então, expressa mais amor e gratidão ao Sagrado, se reconectando com o que é essencial.

E esse é exatamente o processo transcorrido no Ho’oponopono. Ou seja, ela trata não somente de processar sentimentos, mas também do deixar ir, da entrega e do acreditar. Ainda melhor, ajuda a se reconectar com sua essência, com o Divino e é claro, a construir o amor próprio.

Por mais que pareça absurdo, muitas pessoas não têm o menor respeito ou amor por si. Elas agem como se fossem a última prioridade no mundo, não se valorizam, falam mal de si para o espelho ou outras pessoas, e não admiram suas conquistas e belezas. Para deixar ainda mais sério o problema, também passam a se criticar, sabotar e odiar algumas características.

É exatamente aí que entra o Ho’oponopono - no tratamento dessas feridas antigas, que são constantemente revisitadas, ganhando ainda mais força. A falta de autoestima está relacionada muito mais ao meio onde se foi criado do que a si mesmo, e é essa falta de compreensão que leva ao desamor. Veja abaixo como o Ho’oponopono pode ajudar a reverter esse comportamento!

A aceitação é o primeiro passo para a mudança, se necessária. É o sentir de verdade, entender o que se passa. Se chegar a esse ponto, já é o primeiro passo do Ho’oponopono que é traduzido como sinto muito.

Perceber suas características verdadeiras, sejam elas bonitas ou não para você, é fundamental. Passa a ser uma forma de facilitar o aceitar-se verdadeiro, mudando o que é necessário e aprimorando sua melhor versão.

Aceitar-se exatamente como é pode fazer toda a diferença na sua vida. Aceitar suas limitações, suas qualidades, seu corpo e seus impulsos. Lembre-se de que aceitar não quer dizer deixar como está, mas sim que você se conhece e se respeita da mesma forma como respeita as características das outras pessoas.

Perdoar é abandonar emoções negativas, como a raiva, ressentimento, mágoas e afins. Isso pode ser feito com alguém que te fez mal, ou até mesmo consigo. Às vezes, não falamos ou fazemos o que deveríamos ter feito, remoendo a situação. Por outras, agimos por impulso ou tomamos decisões que não trazem os resultados esperados.

Ao invés de ficar remoendo essas situações, enchendo o seu corpo de cortisol (hormônio do estresse que causa diversos problemas), você pode perdoar. Fazer não é tão simples quanto falar, certamente, mas é possível. Uma das formas de fazer isso é utilizando a técnica do Ho’oponopono, de forma a reconstruir o amor próprio.

Certamente esse tópico é óbvio, porém é um dos mais negligenciados. Muitas pessoas têm a capacidade de deixar a própria vida para cuidar dos outros. Não que seja uma coisa ruim, pelo contrário – é nobre. Porém, é fundamental olhar para si também, cuidar da própria estrutura física, emocional e espiritual.

Cuidar de si é buscar uma alimentação saudável, sem paranoias e sem exagero, além de praticar atividades físicas e beber muita água. Porém, também vai bem além disso. O autocuidado é alimentado pelo amor próprio, ao mesmo tempo em que o alimenta, devendo abranger também o seu emocional.

Se afaste de quem te drena e dê mais risada. O religar-se com o Sagrado também pode ser uma forma interessante de fazer isso, se for a sua crença. Claro que o Ho'oponopono pode ajudar nesse processo, independente da sua crença.

Você não depende de elogios ou curtidas para se sentir bonito, apreciado ou especial. A sua estima por si não deve estar relacionada com a opinião de outras pessoas, mas sim com a sua admiração das suas qualidades e a aceitação das suas limitações. É a partir do momento em que você atinge esse equilíbrio que alcança a independência emocional.

Essa independência leva ao aumento do amor próprio, já que você não depende da opinião ou aprovação de terceiros para se admirar como é. Além disso, livre da dependência emocional, você se afasta de relacionamentos tóxicos, seja com amigos, familiares ou até mesmo parceiros afetivos. Pratique o Ho'oponopono para aprimorar essa característica.

Assumir que a forma como você está vivendo hoje é sua responsabilidade também é uma forma de cultivar o amor próprio, resultado claro no Ho'oponopono. A partir do momento em que você assume o protagonismo da sua jornada, colocando-se ao centro, você consegue ter uma visão mais abrangente dela.

A organização do seu tempo é sua responsabilidade, assim como seu empenho em tarefas e a sua saúde. Ter uma missão de vida só depende de você, assim como o planejamento para alcançá-la. Em outras palavras, é fácil dizer que o sistema te impede, quando você não luta pelo que quer. Nunca é fácil, mas você deve se orgulhar de aproveitar bem o controle sobre os fatores gerenciáveis da sua vida.

Existem algumas técnicas próprias do Ho’oponopono que podem te ajudar a ter mais autoestima e aproveitar melhor sua vida. Todas elas são enraizadas na tradição havaiana, mas podem ser adaptadas às suas próprias práticas. Entenda melhor cada caso.

Orar é uma forma de se religar com o Sagrado, independente da sua crença ou forma de oração, sendo o Ho'oponopono ideal para isso. Afinal, através da prece você também consegue perceber e trabalhar diversas emoções que não estavam bem definidas ainda, sendo percebidas nesse momento.

Você pode optar por qualquer forma de oração, seja alguma estruturada, como o Pai Nosso e afins, ou aquele tipo de prece que vem do coração e soa como uma conversa. O importante é ser sincero consigo e procurar externar o que sente e o que procura.

A meditação é uma ferramenta importantíssima para quem está buscando desenvolver o amor próprio. Além disso, se for feita antes da prática do Ho’oponopono, ajuda a alcançar melhores resultados de forma mais rápida.

Isso acontece por conta da desaceleração dos pensamentos, que acaba dando lugar a uma linha lógica mais bem definida. Para tanto, você pode optar por uma meditação guiada, ou até mesmo por uma simples respiração consciente durante o dia.

As memórias afetivas carregam ótimas imagens de felicidade, que remetem a aromas, sabores, sons. Assim, despertam gatilhos de positividade e otimismo. Porém, da mesma forma, elas podem também não ser assim tão boas, ativando gatilhos negativos.

Por isso, a limpeza dessas memórias tristes, traumáticas ou negativas, é fundamental na prática do Ho'oponopono. Afinal, elas podem induzir a alguns pensamentos automáticos disfuncionais e até menor estima por si. Quando trabalhadas, fica mais fácil encontrar o caminho da tranquilidade e do amor.

Através do Ho'oponopono, a partir do momento em que você se reconecta, com o Sagrado e consigo, você desacelera os pensamentos e consegue processar memórias afetivas negativas, de forma a tornar mais fácil a elevação da sua autoestima.

Da mesma forma, quando você investe em sua estima e cuida de si, procurando desenvolver uma melhor visão da sua presença, também torna mais fluido o processo anterior. É um ciclo virtuoso que pode te ajudar muito na construção e fortalecimento do amor próprio.

O Ho’oponopono é uma ferramenta essencial para o autoconhecimento, para a melhora da autoestima e eliminação de bloqueios. Também ajuda no relacionamento com o próximo, trazendo diversos benefícios para a saúde mental e até física. Veja como é simples praticar.

Para praticar o Ho'oponopono, comece sentindo de fato a dor, tristeza, ou seja, o que for que está te incomodando. Pense sobre isso, sinta e entenda sua origem. Veja quais são os sentimentos e pensamentos associados a isso e diga: “sinto muito”.

Seja pedindo perdão para outra pessoa, que possa ter sido prejudicada pelas suas ações, ou para si, é importante se desculpar, segundo a filosofia do Ho'oponopono. Não como um ato de culpa, mas sim de redenção, de compreensão e respeito. Diga: “me perdoe”.

Pode parecer complicado dizer mentalmente eu te amo para alguém que te fez mal, ou então para si, quando o sentimento predominante não é esse. Mas o Ho'oponopono entende esse amor como algo universal, relacionado ao perdão e à compreensão da situação. Diga: “eu te amo”.

O Ho'oponopono indica que você agradeça sempre, seja pela lição ou oportunidade de aprendizado, seja pelo perdão recebido ou dado. Dessa forma, agradeça pela vida, pelo relacionamento e pela chance de ser uma pessoa ainda melhor, dizendo: “eu sou grato”. Depois, é só repetir o ciclo por um tempo, repetindo sempre que necessário, como um mantra.

O Ho’oponopono ajuda no desenvolvimento do seu amor próprio através de várias frentes diferentes. Primeiro de tudo, ele ajuda a desenvolver o autoconhecimento, através da busca pela compreensão do que está despertando a memória afetiva negativa ou o bloqueio. Além disso, também ajuda no processo de aceitação das limitações, o que incentiva a autoestima.

Outro fator relevante é o perdão dos próprios erros e dos outros, com maior cuidado consigo e independência emocional, que leva a uma maior autorresponsabilidade. Dessa forma, o Ho’oponopono ajuda a se amar cada dia mais, não de forma cega e narcísica, mas compreensiva, responsável e consciente.