Característica dos filhos de cada Orixá: Ogum, Oxossi, Xangô e mais!

Os orixás são entidades amplamente conhecidas no Brasil, pois a cultura afro-brasileira é difundida por todo o país. Essas entidades representam forças da natureza, mas também carregam características extremamente humanas. Dentre elas, temos a alegria, a facilidade de comunicação, o senso de justiça e de maternidade, a impulsividade, a agressividade e muitas outras.

Já que os orixás dão um pouco de sua energia e proteção aos humanos, muitas pessoas ficam curiosas para saber de qual deles é filho, quem exerce influência sobre sua personalidade e cuida de si com mais carinho.

Pensando nisso, nesse artigo, explicamos o que são os orixás, como são suas histórias e quais as suas relações com o Candomblé e a Umbanda. Aprenda sobre as características dos filhos deles e saiba como descobrir de quem você é filho!

Os orixás são entidades da mitologia africana iorubá. São divindades que representam as forças da natureza, através das quais se fazem presentes e ordenam o mundo dos vivos. Segundo outras fontes, são antepassados míticos ou espíritos de pessoas que já passaram pela terra, mas que evoluíram e ascenderam espiritualmente, tornando-se entidades importantes.

Por isso, eles não são perfeitos e, na mitologia do Candomblé e da Umbanda, que contam as histórias do orixás, vemos que eles se parecem muito com os humanos, em suas qualidades e falhas.

Segundo a Umbanda, os orixás são entidades que carregam as energias da natureza em si e que são aliados das pessoas, buscando as auxiliar em sua evolução espiritual. Porém, na Umbanda, ao contrário do que é considerado no Candomblé, os orixás são entidades, não pessoas ancestrais. São forças da natureza e, por isso, são poderosas demais para que incorporem em um humano.

Dessa forma, eles não incorporam, ou raramente o fazem, mas enviam seus auxiliares, que são as entidades conhecidas como os Caboclos, os Pretos-Velhos, os Baianos, as Pombagiras e assim por diante. Portanto, são essas entidades que trazem as mensagens dos orixás e, assim, aconselham as pessoas que os procuram.

Segundo o Candomblé, os orixás são as entidades que representam as energias da natureza. Como exemplo, temos Yansã, que rege as tempestades e os raios, Oxóssi, que é o senhor das matas, e Oxum, senhora das cachoeiras. São eles que governam o mundo em nome de Olorum, o orixá supremo, que representam os poderes primordiais e que são ligados a antepassados míticos.

Esses orixás se apresentam nos cultos através de incorporações nos médiuns do terreiro e possuem muitas particularidades, como gestos, acessórios, cores, danças, personalidades e habilidades distintas.

O nome do orixá supremo pode variar de acordo com a nação ou etnia de origem, pois existem várias. Para Ketu (ou Nagô), ele se chama Olorum; para Banto (ou Angola/Congo), se chama Nzambi e, para Jeje (ou Daomé), se chama Mawu.

Os orixás são provenientes da mitologia dos iorubás, uma das maiores etnias do continente africano. Ela é originária da Nigéria, mas também pode ser encontrada em Benim, Gana, Togo e Costa do Marfim. De acordo com a mitologia, o orixá Olodumaré, ou Olorum, é o deus supremo que criou o mundo e os outros orixás, para que estes governassem e fossem seus intermediários no contato com os humanos.

Olodumaré criou os demais orixás, de modo que eles representassem os elementos da natureza, sendo ele mesmo a junção de todas essas energias. No entanto, segundo outras fontes, os orixás não seriam forças da natureza, mas antepassados míticos, espíritos de pessoas que já viveram na terra e que, por sua evolução, tornaram-se ascencionados, assumindo o título de orixás.

Durante o período da escravidão no Brasil, um grande número de iorubás foram trazidos para o país e trouxeram consigo suas crenças religiosas natais, sendo o Candomblé o resultado disso. Ao contrário do que se acredita, esta não é uma religião africana, mas uma união de crenças de diversos povos africanos que foram escravizados no país. Portanto, ela é uma religião brasileira de raízes africanas.

Dessa maneira, as pessoas escravizadas conseguiram manter uma crença que as ligava às suas raízes. Mas o exercício religioso que não fosse cristão era condenado com violência, de maneira que o culto aos orixás teve de ser disfarçado, colocado sob o véu dos santos católicos, o que criou o sincretismo tão citado na Umbanda. Isso permitiu que o culto pudesse continuar sem represálias das autoridades.

Apesar de ambas as religiões serem de matriz afro-brasileira, cada uma tem suas particularidades, de forma que, em alguns aspectos, elas tomam direções distintas. Uma delas é a questão de suas divindades, os orixás. Na mitologia iorubá, que influenciou ambas, existem centenas de orixás, mas o número nas religiões afro-brasileiras é bem menor.

Na Umbanda, são cultuados apenas 9 orixás, sendo eles Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Iemanjá, Oxum, Iansã, Nanã Buruquê e Obaluaê. Já o Candomblé possui um número muito maior de divindades. Este varia de terreiro para terreiro, podendo chegar a até 72 orixás, mas os principais nomes são Oxalá, Ibeji, Nanã, Iemanjá, Obá, Logun-Edé, Yansã, Oxum, Xangô, Ewá, Oxumaré, Obaluaê, Ossain, Oxóssi, Exu e Ogum.

Os orixás, além de serem energias da natureza, carregam muitos traços humanos, como personalidades intempestivas ou serenas, agressivas ou diplomáticas, comunicativas ou introvertidas. Esses traços são transmitidos para seus filhos, forjando também suas personalidades. A seguir, descubra quais são as principais características trazidas pelos influenciados de orixás cultuados na Umbanda e no Candomblé!

Os filhos de Exu são alegres, otimistas, extrovertidos, espertos, ambiciosos e sempre estão atentos a tudo ao seu redor. São diplomáticos, ao mesmo tempo em que têm uma facilidade imensa de entrar e sair de confusões. São sociáveis e conquistam muitos amigos por onde passam, assim como desafetos.

Eles têm lábia e charme, de modo que conseguem tudo o que querem. Sua vida sexual costuma ser agitada e sem pudores. No geral, são o tipo que age primeiro e pensa depois. Assim como Exu, eles armam uma confusão, saem ilesos e ainda se divertem com as consequências.

São contraditórios, cheios de artimanhas, muito prestativos e intensos, carregando carisma e paixão pela vida. Os filhos de Exu são grandes provocadores, para o bem e para o mal.

Aqueles que são filhos de Ogum gostam de constantes mudanças e de novidades, pois são conquistadores e não lhes agrada a rotina de uma vida comum. São também coerentes, ainda que curiosos, e resistem bem às dificuldades da vida.

São corajosos e donos de grande concentração, além de serem abertos e novas ideias com a condição de que elas sejam coerentes e precisas. São extremamente determinados, com um instinto de competição realçado, e não perdoam facilmente aqueles que os magoam. Além disso, não são muito exigentes com comida ou moda.

Sua sinceridade, por vezes, pode ultrapassar o bom senso e se tornar grosseria, quando eles querem impor suas vontades e opiniões. Os filhos de Ogum têm temperamento impulsivo e dificilmente conseguem alcançar um equilíbrio nesse quesito.

Os filhos de Oxóssi possuem aparência tranquila e calma, e não têm costume de externar o que pensam. Podem parecer arrogantes e prepotentes (e, algumas vezes, realmente agem dessa forma). Eles são extremamente inteligentes, cautelosos e desconfiados. Por isso, escolhem bem suas amizades.

Podem se magoar com pequenas coisas, ouvem conselhos e respeitam a opinião das pessoas, embora, no final, sempre fazem aquilo que desejam. Por serem introvertidos e discretos, têm facilidade de se isolar e de observar tudo o que acontece ao redor. Os filhos de Oxóssi são vaidosos e, mesmo que esse não seja seu objetivo, sua presença sempre é notada.

Quem é filho de Ossain costuma ser muito reservado, engraçado e de riso fácil, alegre e obstinado. Mas pode se tornar violento e perigoso, quando insatisfeito.

Os filhos desse Orixá sabem como conquistar as pessoas, adoram aventuras amorosas e, quando amam, são pacientes e muito entregues. Eles são trabalhadores ferrenhos, que estão em busca de estabilidade e independência. Gostam de momentos sozinhos, mas também apreciam as festas agitadas. São meticulosos e seguem em seu próprio ritmo.

Eles adoecem facilmente e se recuperam com a mesma rapidez. São misteriosos e não gostam de dividir sua intimidade com qualquer um, não querendo se envolver nas questões de terceiros. São equilibrados e gostam de harmonia consigo e com o mundo. Têm facilidade em trabalhos individuais, sendo detalhistas, caprichosos e perfeccionistas.

Os filhos de Ossain são seguros de si, pois não dão importância à opinião alheia. Por isso, têm uma vida tranquila e reservada.

Os filhos de Obaluaê são perfeccionistas, possuem aparência frágil, talvez de tristeza ou de doença, e têm uma necessidade de se ter amigos ao redor, para fugir da solidão que seu jeito introspectivo carrega. Eles gostam (e precisam) de um tempo sozinhos e são muito generosos, ao mesmo tempo que pessimistas.

Têm grande dificuldade de se entregar no amor e, no trabalho, buscam mais do que o dinheiro: eles querem a satisfação de saber que estão fazendo algo que amam para ajudar aos outros. Já no campo da saúde, costumam ter problemas emocionais, pois seu jeito pessimista e solitário pode levar a esse caminho. Os filhos de Obaluaê são doces, porém reclamões.

Oxumaré e seus filhos têm como característica mais forte o desejo constante por mudanças. De tempos em tempos, eles sentem necessidade de mudar de casa, emprego, cidade e amigos. Eles amam o recomeço e sempre estão se renovando. Além disso, carregam características andróginas, podendo assumir comportamentos e atividades ditas como femininas ou masculinas ao longo de suas vidas.

Também são orgulhosos e gostam de aparecer, andando sempre na corda bamba para não cair na arrogância. São os que se destacam e, por isso, são confiantes, também sendo grandes apreciadores dos luxos materiais. Os filhos de Oxumaré são duais, cuidadosos, facilmente irritáveis, indecisos, impacientes, desdenhosos e sedutores.

Os filhos de Xangô gostam de agradar a todos e têm como objetivo, desde muito cedo, a fortuna e o sucesso profissional, pois são grandes apreciadores das coisas boas da vida. Eles não gostam de serem contrariados e buscam sempre não cometer erros, pois não lidam bem com isso. São volúveis em suas emoções, podendo ser autoritários ou bondosos, severos ou justos.

Os filhos de Xangô são também grandes diplomatas, muito generosos e corteses com todos. Possuem um temperamento impulsivo e rebelde. Eles são orgulhosos, sinceros e pouco criativos, possuindo mais habilidade para aperfeiçoar aquilo que já está pronto.

Aqueles reconhecidos como filhos de Oxum são comunicativos, simpáticos e risonhos. São vaidosos, elegantes e sensuais, gostando de andar sempre bem vestidos. Podem se mostrar como muito bondosos e inofensivos, mas, por trás disso, há uma forte determinação e ambição. Apesar de vaidosos, são discretos e não gostam de escândalos.

Embora muito emotivos e chorões, eles costumam ser tranquilos e serenos. Sabem muito bem como usar as palavras ao seu favor, conseguindo manipular as pessoas através de conversas aparentemente bobas e informais. Os filhos de Oxum possuem uma intuição aguçada e a usam para fugir antes que uma bomba exploda, pois não gostam de confusão ou confrontos.

Os filhos de Logunedé não são muito comuns. Portanto, são difíceis de reconhecer. Mas um de seus traços mais fortes é a sua grande atração pelo mundo das artes, de maneira que algo como teatro, dança, música ou cinema sempre estará entre seu gosto ou profissão de escolha, principalmente aqueles que os coloquem em evidência.

São vaidosos e gostam de tudo o que é belo. Sua aparência jovem e exótica são fortes características. Eles têm imensa facilidade de conseguir o que querem, pois são extremamente charmosos, mas a preguiça e o ciúme podem ser seus piores defeitos. Os filhos de Logunedé são extremamente inteligentes, intuitivos, adaptáveis e educados.

Os conhecidos como filhos de Yansã são destemidos, livres e independentes. Não se importam com a opinião alheia, amam a natureza, assim como viagens e passeios. São audaciosos, gostam de ter o poder em suas mãos, podendo, por vezes, torar-se autoritários. Agem com determinação e não levam desaforo para casa.

Eles são extremamente diretos e objetivos, mas, no campo amoroso, costumam se envolver em confusões sentimentais. São ciumentos e não admitem serem traídos, porém traem, quando sentem que precisam ser livres.

Os filhos de Yansã não aceitam que o contrariem e podem ser agressivos em suas atitudes. Também adoram ser bajulados, apesar de não acreditarem em elogios e agrados falsos.

Os filhos de Obá levam uma vida simples, mas estão sempre em busca de conhecimento, o que os torna muito sábios ainda jovens. Além disso, eles são muito dedicados à vida amorosa, por vezes, tendo problemas ao se entregar demais no relacionamento.

São ciumentos e, apesar de bondosos, podem ser também vingativos. Eles têm tendência a demonstrar reações agressivas contra situações que os incomodem. Possuem temperamento forte e são trabalhadores incansáveis.

Os filhos de Obá podem ser reclamões, mas são concentrados e decididos, com a personalidade de um guerreiro.

Aqueles que são filhos de Ewá se mostram encantadores e conversadores, no sentido estrito da palavra, pois mais falam do que ouvem durante uma conversa. Não gostam de aceitar conselhos e nem de ceder, pois se sentem donos de si e da razão.

Costumam também ser cheios de vigor e intensos, apoiando uma vida agitada. Eles têm tendência a gostar de confusão, que, por vezes, podem acontecer por falarem antes de pensar. Os filhos de Ewá são extremamente carismáticos, indiscretos, alegres e devotados aos seus interesses, sejam eles um amor, um trabalho, família ou amigos.

Os filhos de Iemanjá têm um gosto sofisticado e se vestem de acordo. Eles gostam de conforto e dos luxos que o mundo pode oferecer. São extremamente carinhosos e maternais, gostando de aconselhar os seus próximos.

Além disso, são receptivos e bondosos, porém ciumentos com pessoas queridas e com suas coisas. Gostam de testar as pessoas e tentam consertar as vidas dos outros de acordo com o que consideram certo.

Eles são pessoas que vivem o hoje, sem fazer muitos planos para o futuro. Têm tendência a demorar para se abrir e podem até perdoar uma falha, porém dificilmente a esquecem. Por isso, os filhos de Yemanjá podem ser rancorosos e até manipuladores, usando chantagens emocionais para conseguirem o que querem.

Os que se reconhecem como filhos de Nanã tendem a ser pessoas muito calmas e tão lentas que chegam a irritar àqueles ao seu redor. São muito bondosas, gentis e donas de dignidade. Ao realizarem uma atividade, o fazem com muito cuidado, como se tivessem todo o tempo do mundo em suas mãos. Têm grande afeição por crianças e as educam com doçura e mansidão, como se fossem avós.

Em modo de agir e aparência, podem parecer ter mais idade, também desenvolvendo mais precocemente problemas de saúde, como reumatismo. Têm tendência a viver nostalgicamente, sempre acreditando que o passado era mais feliz. Os filhos de Nanã também podem ser teimosos e ranzinzas, do tipo que guarda rancor por muito tempo, mas agem com segurança e equilíbrio.

Os filhos de Oxalá são calmos, confiáveis, reservados, pensativos e, por vezes, teimosos. Eles não perdem o controle de si, ao se confrontarem com problemas, e são criativos, porém lentos e um pouco reclamões. Eles não gostam de perder o poder com o qual estão acostumados, não admitindo estar errados, e odeiam receber ordens.

Filhos desse orixá possuem facilidade em expressar suas ideias, gostando muito de debates, porém não aceitam bem opiniões que divergem das suas próprias. Também possuem grande força moral, sendo extremamente fieis no amor e na amizade. Eles são alegres, gostam muito da vida e são idealistas, defendendo os injustiçados, fracos e oprimidos.

As religiões afro são amplamente difundidas na cultura brasileira e, por isso, mesmo que a pessoa não seja adepta da religião, ela conhece um pouco da mesma e se pergunta de qual orixá seria filha. Bom, a resposta para isso pode ser dada de diversas maneiras, a depender do seu nível de comprometimento e interesse.

Para alguns, é possível descobrir essa informação através do seu signo ou do dia da semana em que nasceu, pois os orixás também regem essas áreas e os signos que se aproximam das datas que os celebram.

É possível também descobrir através da numerologia dos orixás, conhecida como Odus. Os Odus agem como os signos de um horóscopo dos orixás, em que, para descobrir o seu, basta somar todos os números da sua data de nascimento. Caso o número seja maior que 16, ele deverá ser reduzido a um número único, que indicará qual é o seu orixá.

Entretanto, a maneira mais indicada de descobrir de qual orixá se é filho é indo diretamente a um terreiro, seja ele de Candomblé ou de Umbanda. No primeiro caso, a informação será dada através do jogo de búzios e, no segundo, ela será dita assim que as entidades forem avisadas de que você está pronto para receber esse conhecimento.

Ao buscar essa informação, é preciso ter consciência de que saber de qual orixá se é filho não é algo que deve ser considerado banal. Deve ser feito com respeito pela religião e por suas entidades.