Saiba tudo sobre a terapia comportamental!
Nos novos moldes da psicologia, existem diversas formas de atendimento, indicados para problemas específicos, e uma delas é a terapia comportamental, que tem várias formas de ressignificar alguns comportamentos que podem ser entendidos como nocivos, seja para os próprios pacientes ou para as pessoas ao redor.
De modo geral, é uma criação de novos hábitos e ressignificado de hábitos antigos, criando novos padrões de comportamento, fazendo com que toda a convivência com o paciente seja o mais saudável possível. Ela não é tão rápida assim, mas como é uma construção constante, seus benefícios são notórios e reais.
Entendendo mais sobre a terapia comportamental
A terapia comportamental é uma modalidade de tratamento usado para tratar uma serie de comportamentos nocivos e distúrbios cada vez mais frequentes entre jovens e adultos. Mass, para entender melhor sobre essa modalidade, é necessário levar em consideração uma série de coisas, já que esse tipo de tratamento não nasce do nada, mas foi a evolução de outros.
Confira agora um pouco mais sobre esse tratamento tão comum e como ele beneficia seus pacientes de forma efetiva!
■O que é e como funciona a terapia comportamental?
De modo geral, a terapia comportamental é uma abordagem que permite a mudança de comportamentos chamados de disfuncionais dentro da psicologia. A ideia é simples, mas sua execução é um pouco mais complexa, já que a ideia não é fingir que esses hábitos nunca existiram, mas sim adequar e criar formas saudáveis de lidar com eles.
A terapia comportamental trabalha muito alinhada com o fato de que os comportamentos já estão manifestos e que não podem ser ignorados. Ou seja, deve-se voltar à origem daquele comportamento para entender o real problema. Esses comportamentos são encarados como um sintoma por algo maior que, normalmente, se manifesta de diversas formas.
■Origem e história da terapia comportamental
A origem desse tipo de terapia se dá no chamado Behaviorismo (originado do termo em inglês, behavior, que significa comportamento). Essa casa científica da psicologia diz que os indivíduos constroem seus padrões e estímulos de acordo com o ambiente que os cerca.
Dessa forma, a terapia comportamental passa por todo esse entendimento individual do paciente de perceber o ambiente em que foi socializado e, dessa forma, encontrar coisas que possam explicar esses comportamentos e a origem deles. Com essa origem em mãos, o tratamento fica bem mais fácil.
■Princípios gerais da terapia comportamental
Como a terapia comportamental é praticamente toda pautada no Behaviorismo, a ideia central da linha de tratamento é voltar na origem dos comportamentos, analisando todo o contexto vivido por cada indivíduo e como esses padrões ‘herdados’ se correlacionam com tudo que ele apresenta no presente.
Por exemplo, o paciente chega com problemas de comprometimento em suas relações amorosas. O profissional vai analisar todo o contato que essa pessoa teve com o afeto romântico, desde sua infância. Talvez seja um padrão que ela repete, um exemplo que viu dos pais ou pessoas próximas. E, encontrando a causa, começam a trabalhar na mudança dos hábitos.
■Benefícios da psicoterapia comportamental
A terapia comportamental tem uma série de benefícios, principalmente porque tem um efeito direto em como a pessoa entende e percebe o mundo. Essa mudança do paciente pode ser vista em um tempo relativamente curto e isso faz com que tudo ao seu redor seja alterado, claro, de maneira positiva.
Além disso, esse estímulo de mudança faz com que a pessoa tenha ânimo para fazer uma série de modificações necessárias que a pessoa estava postergando, porque mudar realmente pode ser um processo complicado para algumas pessoas. É um ‘looping’ muito positivo para os pacientes de modo geral.
■Quando e para quem a terapia comportamental é indicada?
A terapia comportamental pode ser indicada para uma série de casos, mas é importante dizer que o psicólogo ou psiquiatra é quem vai dizer se seu caso é passível desse tipo de tratamento. Normalmente, esse tipo de terapia é indicado para quem tem transtornos comportamentais.
Suas indicações abrangem fobias e transtorno obsessivo-compulsivo, o famoso TOC. Além disso, ela trabalha com comportamentos disfuncionais, como a depressão, ansiedade e a síndrome do pânico. De modo geral, todos esses transtornos podem estar correlacionados, sendo bem comum que um paciente possua mais de um deles.
Estudos e evolução da terapia comportamental
Como se trata do desmembramento de um processo já conhecido e difundido da psicologia, a terapia comportamental passou por várias etapas para chegar no tratamento que conhecemos e praticamos hoje. Ela usa-se de uma série de teorias e linhas de pensamento ímpares para que o resultado seja esse.
Em alguns tipos de tratamentos, ela pode usar até mesmo a linha freudiana, que fala sobre a influência dos pais, principalmente da mãe, nos problemas psicossociais que apresentamos ao longo da vida. A mãe é nossa primeira base e, dessa forma, muito do que entendemos como mundo, passa por ela e é ensinado por ela.
Confira os principais tratamentos e como eles são receitados e inseridos na realidade de cada paciente!
■Terapias de modificação do comportamento e terapias comportamentais
As terapias comportamentais, desde de seu nascimento, foram adquirindo linhas de pensamentos empíricas, sendo bem sólida, já que todos os métodos foram testados ao longo de toda sua história. Sua base mais forte surge nos Estados Unidos e grande parte de seus estudos está lá.
Aos poucos, ela começou a ser difundida ao redor do mundo e, por conta de seus benefícios, ela passou a ser uma grande aliada no combate de uma série de doenças e distúrbios. A de modificação de comportamento segue a mesma linha, já que é pautada em mudar comportamentos nocivos.
■Terapias cognitivas e cognitivo-comportamentais (TCC)
A terapia cognitiva comportamental, conhecida como TCC, tem suas bases bem parecidas com a terapia comportamental, de forma geral, principalmente porque surgem do mesmo lugar, são desmembramentos diferentes do behaviorismo, o que explica toda a construção da ciência.
Porém, a TCC tem como objetivo alinhar peças cognitivas dentro do comportamento do paciente, não apenas ações disfuncionais. Muitas vezes, as ações disfuncionais se dão por alguma defasagem cognitiva, que, a TCC busca entender e trabalhar da melhor forma, porque, dessa forma, não se trata somente de comportamento, mas é algo mais profundo.
■Terapias comportamentais contextuais
A terapia comportamental contextual tem uma pegada um pouco diferente, já que sua análise de contextos é um pouco mais específica do que a análise de contextos da terapia comportamental normalmente praticada. Normalmente, trata momentos específicos, sendo mais focada.
Ainda dentro do behaviorismo, a ideia aqui é analisar o meio para entender melhor os comportamento disfuncionais que o paciente apresenta. Porém, essa análise não será de toda a vida da pessoa, mas sim de um momento, um trauma, um abuso, um grande marco brutal. Dessa forma, ela se dedica a entender como esse trauma está se manifestando nos comportamentos subsequentes.
■História das terapias comportamentais no Brasil
A terapia comportamental no Brasil tem uma história bem recente, tendo seu início estimado na década de 1970, onde dois profissionais trouxeram alguns estudos para cá, na cidade de São Paulo. Porém, embora eles estivessem muito interessados e até tenham despertado algum interesse dos colegas, o projeto ficou em 'stand by' por quase duas décadas.
No final da década de 1980 e já no início da década de 1990, um grupo maior de profissionais de psicologia resolveram aplicar seus esforços para entender a técnica e, para a surpresa, no ano de 1985, surge dois grandes institutos para esse tipo de tratamento.
O de Campinas é voltado fundamentalmente em estudar e atender pacientes com stress. Já o da grande São Paulo é voltado para o tratamento da famosa ansiedade. Dessa forma, em pouco tempo, os estudos se ampliaram muito no país.
Técnicas da terapia comportamental
Diferente do que possa parecer, a terapia comportamental tem inúmeros membros e formas de ser executada, já que cada paciente tem suas demandas primárias que devem ser respeitadas. E, embora os resultados buscados sejam praticamente os mesmo, a resposta do paciente é o fator mais importante a ser levado em consideração.
Confira agora as principais técnicas e como os profissionais aplicam em seus pacientes!
■Condicionamento clássico
O chamado condicionamento clássico é uma base muito importante dentro da terapia comportamental, já que ele é a mudança de hábitos propriamente dita. É uma reformulação de comportamento primordial em quase todos os tipos de tratamentos aplicados.
Nesse tipo de terapia, o profissional analisa os estímulos neutros do paciente e, com eles, começa a empilha-los de forma positiva para que o paciente comece a sentir algo com por eles. Dessa forma, o paciente passa a ressignificar coisas que, em outro momento, passariam despercebidas. É uma forma bem importante de fazer novos hábitos saudáveis.
■Terapia da Aversão
A terapia de aversão pode ser uma modalidade muito interessante, já que ela busca tratar pacientes bem específicos, como alcoólatras ou dependentes químicos. Seu princípio é simples, ainda que a aplicabilidade seja complexa: fazer com que o paciente sinta aversão aos vícios que tem.
Nesse caso, a técnica é totalmente inversa, já que o profissional pega os estímulos que, outrora, o paciente entendia como prazeroso e trabalha para que ele se torne totalmente desagradável. Dessa forma, beber, fumar ou fazer o uso de qualquer substância seja algo que o paciente não queira fazer, porque sente aversão.
■Inundação
Esse pode ser um processo um pouco diferenciado, já que consiste no paciente fazendo como se fosse um grande mural oral sobre as coisas que o fazem se sentir mal. Ele é incentivado pelo profissional a falar sobre o que está sentindo e como se sente quando o assunto é um ponto sensível. Esse tratamento é usado em muitos casos de fobia.
Dessa forma, com a ajuda desse profissional, o paciente vai expondo seus ‘gatilhos’, que são as partes sensíveis que desencadeiam sentimentos negativos e, dessa forma, vai aprendendo a fazê-los familiares, mas cada um deles no seu tempo. É um processo de naturalização de coisas ruins, sendo muito construtivo para o paciente.
■Dessensibilização sistemática
Sendo uma técnica muito suada com casos de fobias extremas, a dessensibilização sistemática é a exposição do paciente aos medos irracionais, sem que ele possa escapar ou fugir dali. Claro que a situação é válida apenas para medos irracionais, não para coisas que são realmente nocivas, já que expor o paciente ao perigo seria terminantemente antiético.
Com essa forma de tratamento, o paciente começa a entender que aquela situação, que antes era entendida como insuportável, aos poucos, se torna tolerável e menos incômoda. Claro que o intuito não é fazer o paciente gostar ou amar a situação, mas sim que ele entenda que não representa perigo para ele.
■Condicionamento operante
As técnicas da terapia comportamental de condicionamento operante são duas: reforço e punição. E funcionam como fatores determinantes para o entendimento do que é saudável e do que é nocivo.
O funcionamento é simples: para cada atitude saudável, o reforço é usado. Ele serve para que o paciente continue fazendo coisas positivas. Porém, no caso de algo negativo, a punição é usada e, com ela, que normalmente é uma repreensão, são usadas técnicas de modelagem para trabalhar nessa atitude nociva, fazendo com que fiquem cada vez mais espaçadas.
■Gerenciamento de contingência
Sendo uma maneira um tanto inusitada de tratamento, o gerenciamento de contingência é a assinatura de um contrato formal entre o profissional de psicologia ou uma figura de autoridade, como professores ou pais, onde o paciente se compromete com uma série de mudanças e punições que ambos entram de acordo sobre quais serão.
Dessa forma, o tempo em que essas coisas devem acontecer é estabelecido e as regras são claras, sem margem para outras interpretações. Essa é uma metodologia muito interessante de tratamento, já que faz com que o paciente tenha um envolvimento primordial no tratamento de seus próprios comportamentos nocivos e ele estuda como melhorá-los, ainda que tenha supervisão.
■Extinção
A terapia de extinção tem um funcionamento curioso, já que ela trabalha com a falta de gratificação para que hábitos sejam extintos por conta própria. A ideia é que o estimulo não seja mais gratificado como era antes, fazendo com que não se tenha motivo para ser feito, criando, nessa forma, uma mudança.
Por exemplo, uma criança faz algo de errado e as pessoas acham engraçado e riem dela. Ou seja, ela sempre fará para receber as risadas, gratificações. Porém, se as pessoas não derem mais risada, ainda que ela não entenda que aquilo é errado, ela não fará, pois não recebe mais a gratificação e o hábito, aos poucos, será extinto.
■Modelagem de comportamento
Esse tipo de terapia é muito mais proveitoso se feito em grupo, já que a modelagem parte muito mais do espaço de exemplo do que punições ou reforços. Nesse tratamento, o paciente tem convicção de seus hábitos nocivos e, dessa forma, ele está disposto a trabalhá-los até que tornem-se algo saudável.
Logo, ele se cerca de pessoas que têm os hábitos que ele considera ideal e, através da observação e do exemplo, ele entende como executar novos hábitos e como eles podem ser satisfatórios e benéficos em médio e longo prazo. Isso faz com que os novos comportamentos sejam efetivamente enraizados na pessoa, já que ela viu a práxis deles.
■Economias de token
Essa técnica é muito usada para o comportamento de crianças. A ideia é que fichas sejam, literalmente, moedas de troca, que podem ser dinheiro ou qualquer coisa que possa ser trocada por recompensas.
A criança começa com um número x de moedas e, com suas atitudes ruins já bem sinalizadas, as crianças vão perdendo ou ganhando moedas quando apresentam um bom comportamento. Isso faz com que a criança entenda que suas atitudes negativas têm uma influência negativa nas coisas que elas querem e, dessa forma, pensem melhor sobre seus atos.
Outras informações sobre a terapia comportamental
Antes de procurar por esse tipo de comportamento, é importante saber como ele pode funcionar para você, já que cada caso precisa de um tipo de tratamento e, mesmo que seja aplicado por um profissional, é importante que você entenda como ele será feito no seu caso.
Confira agora as principais informações sobre terapia comportamental e como elas são aplicáveis em cada caso!
■Qual abordagem da psicoterapia comportamental escolher?
Cada caso é um caso. Se você estiver passando com um terapeuta certificado, ele será o responsável por conversar com você para que, juntos, escolham o melhor tratamento que deve ser feito. Normalmente, ele vai fazer uma avaliação primária bem detalhada e, só assim, vai conversar sobre as alternativas plausíveis para o seu caso.
Porém, caso você deseje aplicar algum tipo de terapia comportamental em algum filho, irmão ou amigo, é importante que você deixe bem claro tudo desde o começo, porque a clareza do processo é o que faz com que ele seja saudável para ambas as partes. E, o mais importante, respeite o tempo de cada pessoa.
■Eficácia da terapia comportamental
A terapia comportamental é eficaz e há anos de estudos que comprovam isso, principalmente por sua polivalência, já que ela age em diversos quadros, de diferentes intensidades e situações. Mas a eficácia exata é algo de caso a caso.
Quando falamos sobre eficácia, estamos falando sobre tempo. E o tempo é relativo de pessoa para pessoa. O seu tratamento pode ser feito em poucos meses ou demorar anos, isso depende do seu quadro e dos meios que você dispõe para executar essa mudança interna. O importante é ter em mente que, com determinação, as mudanças serão cada vez maiores e proveitosas.
■Qual o papel do terapeuta comportamental?
O papel do terapeuta é fundamental em grande parte dos casos, pois ele possui a receita exata para lidar com cada situação que pode surgir ao longo do processo. Ele vai recalculando a rota depois de cada passo positivo e negativo, fazendo com que o tratamento seja único e pessoal para cada paciente.
Seu papel na imparcialidade também é bem importante, já que, várias vezes, o ambiente em que vivemos é o que nos deixa doentes e, com uma pessoa, totalmente nova, com os conhecimentos certos, essa mudança de hábitos tende a ser maior, mais rápida e realmente inovadora.
■Como fazer uma sessão de psicoterapia comportamental?
Uma sessão de terapia comportamental, para adultos, é muito baseada na conversa e nos limites do paciente. O terapeuta busca entender a origem dos hábitos ruins e, junto com o paciente, ir detalhando como eles devem ser trabalhados e melhorados.
No ambiente médico-paciente, a pessoa analisada não deve receber qualquer julgamento preconceituoso em hipótese nenhuma. O profissional vai, aos poucos, mostrando como os hábitos nocivos estão influenciando de forma negativa sua vida e como a mudança deles é o ideal a ser feito.
Com crianças, a sessão ganha uma cara lúdica e a criança é estimulada de outras formas a modificar alguns comportamentos.
■Pontos negativos da terapia comportamental
Dizer que a terapia comportamental tem pontos negativos é muito forte, já que o que pode acontecer é ela não ser suficiente para o problema que você apresenta. Mas, nesse caso, existem outras formas de tratamentos que abrangem muito mais distúrbios e disfunções. É válido dizer também que, alguns casos, exigem que os profissionais mesclem mais de um tratamento.
Por isso, é importante ter o acompanhamento de um bom profissional, porque a avaliação primária do caso vai dar o embasamento para o tratamento correto para cada disfunção, o que faz com que um tratamento ineficaz possa ser aplicado sem motivo.
Aproveite todos os benefícios da terapia comportamental!
A terapia comportamental traz inúmeros benefícios para os pacientes e, se seu caso for passível desse tipo de tratamento, você vai colher muitos frutos desse tipo de mudança, porque ela promove mudanças internas e profundas. Converse com seu terapeuta e veja se seu caso pode ser alvo da terapia comportamental.
É válido dizer também que as técnicas usadas nesse tipo de terapia podem ser usadas no dia a dia, fazendo com que suas mudanças venham de você mesmo, através das técnicas já conhecidas. De qualquer forma, os benefícios são inúmeros, as mudanças visíveis e benéficas e você consegue não só mudar de vida, mas mudar todo o seu entorno. Isso é incrível!