Considerações gerais sobre diferentes tipos de fobias
Sentir medo é uma reação natural de todos os seres humanos, porém alguns sentem de forma exagerada e irracional, resultando em consequências físicas e emocionais. Logo, essa condição é chamada de fobia, um tipo de transtorno de ansiedade que faz com que a pessoa acredite que uma situação ou objeto trará algum perigo.
Dependendo do grau e do tipo da fobia, traz muitas limitações à vida da pessoa, afetando os relacionamentos profissionais, sociais e familiares. Além disso, o indivíduo passa a evitar certas atividades e ocasiões que desencadeiam crises de ansiedade e pânico.
Existem diversas fobias específicas e, quando identificadas por um profissional, é possível tratar por meio da psicoterapia e também com auxílio de medicação. No entanto, é muito importante que a fobia seja diagnosticada o quanto antes, para que a pessoa volte a sentir bem-estar e ter qualidade de vida. Leia o nosso artigo completo para saber mais!
Entenda mais sobre fobia
O medo, quando é desproporcional a um determinado acontecimento que não oferece riscos, é chamado fobia, um transtorno emocional que pode alterar o dia a dia de uma pessoa. A seguir, entenda mais sobre a fobia, como esse problema surge e a diferença entre o medo e a fobia. Continue a leitura para saber mais!
■O que é uma fobia?
A fobia é o medo sobre algo ou uma situação que não é real, mas que o fóbico acredita que pode afetá-lo de alguma forma. Logo, é considerada um transtorno de ansiedade, já que o problema tende a afetar o comportamento, provocando aumento dos batimentos cardíacos, suor, tensão muscular e pânico.
Pessoas fóbicas, quando expostas a algo que temem, costumam ter crises ou evitam ao máximo viver aquele momento novamente. Por isso, a fobia, quando não tratada, costuma afetar a autoestima, os relacionamentos, a carreira e a rotina do indivíduo.
■Como surgem as fobias?
Muitas vezes, as fobias são desencadeadas por eventos traumáticos, principalmente durante a infância e a adolescência, como medo de animais, altura e lugares fechados. Contudo, algumas são mais complexas, afetando a interação com outras pessoas devido à baixa autoestima ou ao medo de julgamentos.
Além disso, as fobias podem se desenvolver em decorrência de acontecimentos relacionados a situações ou objetos e da alteração do funcionamento cerebral e ambiental. Pessoas com o diagnóstico de depressão e síndrome do pânico têm mais propensão a ter diferentes tipos de fobia.
■Qual a diferença entre a fobia e o medo?
A fobia e o medo, apesar de serem palavras similares, possuem significados diferentes. O medo é um instinto natural de todo o ser humano quando está em uma situação de perigo e busca pela sua sobrevivência. Já a fobia é um transtorno emocional e faz com que a pessoa reaja de forma exagerada, mesmo sabendo que não poderá ser afetada.
Os três tipos principais de fobias
Há inúmeros tipos de fobias catalogadas, e, dentre elas, as principais são: as específicas, a fobia social e a agorafobia. Neste tópico, você vai conhecer de forma aprofundada como cada uma delas funciona e pode impactar a vida de uma pessoa fóbica. Leia abaixo!
■Específicas
As fobias específicas são aquelas em que o indivíduo sente um medo irracional por um objeto ou uma situação em particular. Pessoas que sofrem com uma determinada fobia têm a consciência de que não estão em perigo. No entanto, só de imaginarem a situação, já sentem temor intenso, ocasionando crises severas de ansiedade.
■Fobia social
A fobia social, ou transtorno de ansiedade social, é o medo de não ser bem aceito por outras pessoas, de receber críticas por seu desempenho ou de ser humilhado. A pessoa que sofre deste problema sente muita dificuldade em falar em público ou simplesmente em fazer parte de um círculo social, sem que pense que está sendo julgada a todo o momento.
As causas dessa condição incapacitante podem estar associadas a situações vividas na infância ou na adolescência, como bullying, agressão física ou uma criação tóxica. Isto é, a pessoa cresce em um ambiente hostil e de muita cobrança. Desse modo, o indivíduo passa a ter complexo de inferioridade e baixa autoestima.
■Agorafobia
O termo agorafobia é usado para definir uma pessoa com medo excessivo de ir a lugares abertos ou fechados, como shows ou um transporte coletivo. Essas e outras situações similares causam um alto nível de estresse e ansiedade, pois o fóbico não consegue encontrar uma saída e sente que está constantemente em perigo.
Sendo assim, esse problema afeta diretamente a vida e a rotina da pessoa, tornando-a dependente dos demais para conseguir realizar suas atividades. Ou seja, o agorafóbico precisa estar sempre acompanhado para sair de casa e se sentir seguro em um ambiente.
As fobias mais comuns
Algumas fobias específicas podem ser estranhas para quem não sofre desse transtorno. Porém ir ao médico, entrar em elevadores ou passar por uma ponte pode ser um verdadeiro terror para muitas pessoas. A seguir, conheça as fobias mais comuns: acrofobia, amaxofobia, tripofobia e muito mais!
■Acrofobia
A acrofobia representa o medo de altura de forma irracional e desmedida. Logo, a pessoa evita passar por pontes, aproximar-se da varanda de um prédio ou subir escadas, por exemplo. Quando o acrofóbico é exposto a lugares altos, os sintomas mais comuns são: aumento da frequência cardíaca, suor, vertigem e tremor.
Esta fobia pode se desenvolver por diversos fatores: acidentes que envolvem queda, seja da própria pessoa ou de alguém próximo, superproteção dos pais durante a infância ou até uma reação instintiva para sobreviver.
■Claustrofobia
Claustrofobia é caracterizada pelo medo de lugares fechados. O claustrofóbico acredita que o local está diminuindo o seu tamanho, ocasionando em falta de ar, arritmia cardíaca, suor frio e sintomas mais graves de pânico, como desmaio e confusão mental.
Elevadores, transporte público muito cheio ou cômodos estreitos e pequenos são alguns dos locais que causam desconforto em quem sofre dessa fobia. A causa da claustrofobia, muitas vezes, está relacionada a traumas da infância, caso a criança tenha ficado presa num local fechado por muito tempo, por exemplo.
■Zoofobia
Os animais, sejam eles de grande porte ou não, causam um grande temor aos zoofóbicos. Isso porque este transtorno psicológico simboliza o medo irracional de que mesmo os bichinhos mais inofensivos podem fazer mal ou trazer riscos à vida.
No entanto, sentir medo de certos tipos de animais, como cobras, escorpiões e aranhas é compreensível, uma vez que eles podem ser letais aos humanos. Por isso, esse transtorno psicológico precisa ser analisado caso a caso e investigar se ocorreu algum trauma que justifique o medo por todos os tipos de animais.
■Hemofobia
Hemofóbico ou hematofóbico é o nome dado a pessoas que sentem medo de ver ou ter contato com sangue. O hematofóbico, geralmente, apresenta sintomas como náusea, arrepio, tontura, desmaio e falta de ar. A patologia pode ser causada por diversos fatores: desde acidentes domésticos até uma simples vacinação.
Dependendo do grau desse transtorno, o indivíduo tende a desenvolver outras fobias relacionadas a seringas, facas ou qualquer outro objeto cortante. O problema, quando não tratado, afeta diretamente a qualidade de vida. Logo, ele tende a se tornar um fator limitante, fazendo com que a pessoa evite fazer exames ou algum outro procedimento médico.
■Nosocomefobia
Ir a um hospital causa temor em qualquer pessoa, porém, quando se torna um medo irracional e incapacitante, é denominado de nosocomefobia. Quando é necessário procurar ajuda médica ou visitar um paciente, a pessoa que sofre essa fobia costuma ter crises de ansiedade e pânico.
Esse distúrbio psicológico também costuma vir acompanhado de outras fobias associadas ao ambiente hospitalar, como medo de ver sangue, agulhas, médicos, germes e morte.
Há inúmeras razões para que uma pessoa desenvolva essa fobia. Por exemplo, o medo de receber um diagnóstico ruim ou a perda de controle sobre si mesmo para os médicos. Além disso, o indivíduo acredita que irá contrair outra doença ou até que não sairá de lá com vida.
■Cronofobia
A passagem do tempo, para algumas pessoas, gera temor devido às incertezas e o medo do desconhecido. Essa condição é denominada cronofobia, um transtorno de ansiedade que provoca reações físicas e emocionais, como palpitações, dor de cabeça, dificuldade para respirar, transpiração excessiva e pensamentos de morte.
O medo do tempo passar pode ter ou não uma causa específica. Entretanto, essa patologia pode ser associada ao receio que situações ruins se repitam ou que a passagem do tempo traga danos ao corpo e à mente. Fatores genéticos também contribuem para o surgimento da doença, caso a pessoa tenha alguma disfunção hormonal e cerebral.
■Aracnofobia
O medo de aranhas é uma das fobias específicas mais comuns, sejam elas grandes ou pequenas, venenosas ou não. O aracnofóbico, geralmente, enxerga o aracnídeo muito maior do que realmente é, levando a um aumento dos batimentos cardíacos, suor excessivo, arrepios, náusea, descontrole emocional, entre outros sintomas de ansiedade.
O desenvolvimento desse transtorno pode ocorrer ainda na infância, diante de alguma situação em que a criança foi picada ou por ela ser ensinada que a aranha causa doenças e infecções. No entanto, a aracnofobia pode ser desencadeada a nível inconsciente devido a relatos de outras pessoas ou a uma reação instintiva.
■Amaxofobia
A amaxofobia é um transtorno de ansiedade que consiste no medo exagerado de dirigir. Dependendo do grau da fobia, entrar no automóvel apenas como passageiro é o suficiente para ter crises de pânico e ansiedade. Esse distúrbio pode ser considerado uma fobia social, pois muda completamente a rotina da pessoa.
As causas do problema podem se manifestar de diversas formas, como pela perda de um familiar em um acidente de carro e traumas que passam de pais para filhos. Pessoas com ansiedade severa também podem desenvolver a amaxofobia devido à responsabilidade de dirigir. Ou seja, temem pela vida do próximo e, por isso, sentem-se pressionadas.
■Aerofobia
Viajar de avião ou helicóptero costuma gerar ansiedade, porém não é um fator limitante. Pessoas com aerofobia, também conhecida como aviofobia, sentem um medo intenso e irracional de voar. Além disso, este transtorno de ansiedade está associado a outras fobias, como o medo de locais fechados e de altura.
A aerofobia pode surgir devido a situações negativas vividas durante o voo, notícias sobre desastres aéreos ou a incerteza de o avião ser um transporte seguro. Logo, esse distúrbio, quando não tratado, tende a restringir a vida da pessoa, causando a perda de oportunidades profissionais ou de viver momentos de lazer ao lado da família.
■Tripofobia
A tripofobia é caracterizada pela aversão a imagens e objetos com buracos, ou figuras geométricas irregulares. Contudo, o problema não é considerado um transtorno de ansiedade. A pessoa, geralmente, sente repulsa ao ver um favo de mel, uma colmeia, frutas como a romã, poros agrupados na pele, etc.
O tripofóbico, ao se deparar com essas imagens, costuma sentir coceiras, aversão, formigamento e nojo ao tocá-las. Em alguns casos, os sintomas podem se intensificar, aumentando os batimentos cardíacos e causando náuseas e crises de pânico.
O tratamento para os diferentes tipos de fobias
Você sabia que a fobia tem cura? É possível lidar com esse transtorno e ter qualidade de vida. Contudo, o tratamento varia de pessoa para pessoa e, por isso, diagnosticar o problema o quanto antes evita que o caso se agrave e traga maiores complicações ao longo do tempo. A seguir, entenda os métodos para tratar os diferentes tipos de fobias!
■Diagnóstico de fobia
Para diagnosticar a fobia, o paciente passa por uma entrevista minuciosa, em que são analisados o seu perfil psiquiátrico, social e clínico. Além disso, o médico pode utilizar o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais para identificar com precisão e iniciar o tratamento correto.
■O tratamento da fobia
Inicialmente, a psicoterapia é a melhor maneira de tratamento da fobia. A terapia de exposição e a terapia cognitivo-comportamental, geralmente, são as frentes mais eficazes para enfrentar o medo e controlar a ansiedade. A medicação também pode ser usada para ajudar a reduzir os sintomas provocados pela fobia.
Em circunstâncias em que o paciente não responde às práticas iniciais e não consegue dominar suas emoções, além de apresentar algum risco à própria vida, a internação é necessária.
■A terapia cognitivo-comportamental
A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem muito utilizada para encontrar padrões de pensamentos, emoções e comportamentos disfuncionais que trazem prejuízos ao paciente. Com o uso de algumas técnicas, o terapeuta identifica os pontos a serem trabalhados e apresenta outros pontos de vista sobre a mesma situação.
Dessa forma, a TCC é estruturada para haver a colaboração entre terapeuta e paciente. Com treino e paciência, os resultados são satisfatórios, fazendo com que os pensamentos automáticos e as crenças limitantes sejam modificadas, e a pessoa aprenda a lidar com suas próprias questões.
■Os medicamentos
Durante o tratamento da fobia, a medicação pode ser prescrita para inibir os sintomas de ansiedade e evitar crises de pânico. Os medicamentos mais indicados são bloqueadores beta e ansiolíticos, remédios que ajudam a diminuir a adrenalina e acalmar. Contudo, a prescrição desses remédios é feita somente através de um psiquiatra.
■A internação voluntária
A internação voluntária acontece quando o paciente está consciente da sua condição e não consegue enfrentar a fobia sozinho. Além disso, ele entende que a falta de controle está afetando a vida pessoal, profissional e social. Logo, estar em um local onde há profissionais capacitados garante a segurança do indivíduo e a maior eficácia do tratamento.
Caso identifique em si algum dos tipos de fobias, não hesite em procurar ajuda profissional!
As fobias podem ser limitantes e trazer muita dificuldade para o seu portador, desde baixa autoestima e sensação de inferioridade até isolamento e a incapacidade de fazer suas atividades cotidianas. Além disso, pode causar sérios danos fisiológicos, como aumento dos batimentos cardíacos, suor excessivo e crises de pânico.
Por isso, toda a fobia deve ser levada a sério, mesmo aquelas aparentemente inofensivas. Caso contrário, ela tende a se intensificar e desencadear outros distúrbios emocionais, como o transtorno de ansiedade generalizada e a depressão.
Portanto, se você possui ou acha que tem algum tipo de fobia, não tenha vergonha e peça ajuda. Com o avanço das pesquisas e da tecnologia, há muitas técnicas terapêuticas e até medicamentos eficazes para controlar emoções, crenças e comportamentos disfuncionais!