O que é estresse
O estresse é uma resposta do corpo as tensões vivenciadas e a outros estímulos que geram certa desregulação do organismo. A depender de fatores como causas, forma como se manifesta, intensidade e duração, pode chegar a caracterizar um quadro clínico do âmbito dos transtornos mentais.
Em condições normais, ele não é necessariamente algo ruim. Se essa resposta existe em nós, é porque ela é necessária de alguma forma. Mas, mesmo quando vivenciamos um estresse pontual e dentro do que se considera normal, ele incomoda bastante a nós e às pessoas ao redor. Por isso, é importante trabalhar para reduzi-lo na medida do possível.
Também chamado de estresse, ele costuma se manifestar fisicamente através de um conjunto de sintomas. Neste artigo, você vai conhecer melhor as possíveis manifestações dessa condição, além de várias outras informações a respeito do estresse - inclusive sobre como evitá-lo e como lidar com ele.
Significado de estresse
Embora a ideia seja fácil de compreender, é difícil definir de forma precisa o que seria o estresse. É um daqueles casos em que todo mundo sabe do que se trata, mas pouca gente sabe explicar.
Mesmo entre estudiosos, podem existir divergências no conceito, mas existe uma essência comum a todas as definições. Confira a seguir um pouco mais sobre o que é o estresse e como ele se manifesta.
■Definição do termo “stress”
A palavra "estresse" é a versão em português de "stress", em inglês, palavra que pegamos emprestada e que também é comumente usada em nosso idioma. Existe a hipótese de que essa palavra surgiu como uma abreviação de "distress", palavra do inglês que é referente a respostas emocionais e físicas diante de uma situação geradora de ansiedade ou angústia.
As origens etimológicas da palavra "stress" são um pocuo incertas, mas é fato que ela tem relação com algumas palavras em latim, como "strictus", que teria o sentido de "apertado"ou "comprimido". Também é relacionado nos dicionários à palavra "estricção", que seria o ato de comprimir.
Desde sua origem, portanto, a palavra denota tensão, e descreve bem o que está por trás das possíveis causas da condição e das manifestações corporais que vêm com ela. Segundo o dicionário Michaelis, o estresse é um "estado físico e psicológico provocado por agressões que excitam e perturbam emocionalmente o indivíduo, levando o organismo a um nível de tensão e desequilíbrio".
■Pessoas estressadas
Pessoas que estão vivenciando uma situação estressante ou que sofrem de forma recorrente com o estresse podem ser muito incompreendidas por aqueles ao seu redor. Essa condição tem um impacto direto sobre o humor, afinal costuma gerar muita irritabilidade.
Quem está estressado pode ser taxado como chato, rude ou agressivo. Isso agrava ainda mais o quadro, pois os julgamentos e as cobranças dos outros são também elementos estressores.
Por isso, se você nota que alguém pode estar sofrendo de estresse, é importante ter uma postura compreensiva e acolhedora - até porque nunca sabemos exatamente pelo que o outro está passando.
E, se for você quem está sofrendo com essa condição, concentre-se em desenvolver estratégias de canalizar e manejar suas emoções e evitar reagir aos outros de forma impulsiva. Se houver espaço, dialogue com quem está no seu convívio e exponha a situação, para que as pessoas adotem uma postura mais compreensiva com você.
■Estresse positivo
Sempre que vemos alguém falando em estresse, existe uma conotação negativa na palavra. Mas, acredite ou não, existe estresse positivo. Considerando o estresse como uma resposta de tensão e agitação, isso também pode se aplicar a sensações como a euforia.
Sabe aquele frio na barriga antes de ver uma pessoa por quem você acabou de se apaixonar? Isso faz parte de uma resposta de tensão do seu corpo, mas, como se trata de um motivo mais positivo, essa tensão é nomeada como "eustresse" ou "eustress".
O eustresse pode existir em várias outras situações, como o nascimento de um filho ou a aprovação em um concurso. Apesar do contexto positivo, ele também representa para o organismo uma sobrecarga de emoções, e pode causar certo sofrimento. Afinal, as as respostas físicas são muito semelhantes as de um estresse "negativo", como o coração disparado.
Em oposição ao eustresse, temos o distresse, que vem do inglês distress (palavra que também pode ser usada no português) e representa o que costumamos chamar de estresse. Enquanto o eustresse está ligado a uma satisfação, o distresse está ligado a uma ameaça (que pode ou não ser real). Neste artigo, vamos focar principalmente no segundo tipo.
■Nível de estresse
Segundo uma teoria que começou a ser desenvolvida pelo endocrinologista Hans Selye e foi incrementada pela psicóloga Marilda Lipp, existem quatro níveis ou fases do estresse.
1. Alerta: esta é a fase em que se iniciam as reações bioquímicas no corpo. Ela começa diante da apresentação da possível ameaça ou situação geradora de tensão, e resulta na famosa resposta de luta ou fuga (fight or flight). A taquicardia, a sudorese e a tensão muscular são comuns nessa fase.
2. Resistência: quando a situação geradora da fase de alerta persiste, o organismo passa para a fase de resistência, que é uma tentativa de adaptação à situação. Os sintomas da fase anterior tendem a diminuir, mas o indivíduo pode sentir desgaste e ter dificuldades em relação à memória.
3. Quase-exaustão: é quando o organismo já está enfraquecido e volta a apresentar dificuldade para lidar com a situação. Problemas de pele e problemas cardiovasculares, por exemplo, podem aparecer em pessoas mais propensas durante essa fase.
4. Exaustão: o nível de exaustão é o pior. Transtornos psíquicos e doenças físicas tendem a aparecer com mais frequência e com mais força nessa fase, quando o indivíduo já está totalmente desgastado pelo estresse. Pessoas com tendência à gastrite, por exemplo, podem notar uma piora e chegar a apresentar úlceras nessa fase.
■Estresse no trabalho
O trabalho é uma fonte muito comum de estresse (mais especificamente, de distresse). O ambiente de trabalho pode ser muito exigente e muitas vezes até hostil, e as demandas podem acabar resultando em uma sobrecarga. Situações que gerem o medo de perder o emprego também são altamente estressoras, pois representam uma ameaça.
Além disso, para quem trabalha fora de casa, a convivência com colegas de trabalho pode gerar muitas tensões (embora também tenha seus aspectos positivos). É muito difícil ter total harmonia com todos os colegas de trabalho e com quem está acima na hierarquia, e é comum ter situações em que precisamos "engolir sapo".
Mesmo para quem trabalha em home office, lidar, mesmo que à distância, com outras pessoas pode ser uma fonte de tensão, bem como o trabalho em si, já que não tem como ele ser prazeroso o tempo todo. Por essas e outras questões, muita gente que vivencia o estresse tem o trabalho como uma das principais fontes dele.
■Consequências do estresse
Você provavelmente já teve aqueles famosos "nós" nos músculos das costas depois de um momento estressante. Isso se dá devido à tensão muscular, que é uma das consequências mais comuns do estresse. Essa tensão também pode resultar em outras manifestações incômodas, como o mal jeito em alguma região, a exemplo do pescoço (o que caracterizamos como "ficar com o pescoço duro").
É muito frequente também a presença de irritabilidade em quadros de estresse. Você pode notar que está sem paciência e ficando com raiva de coisas triviais que normalmente não causariam essa raiva, por exemplo. Também é comum a presença de ansiedade, condição que pode se manifestar de várias formas, como no ato de roer unhas ou na compulsão alimentar.
A desregulação que o estresse provoca no organismo pode, ainda, ocasionar problemas do sono, sendo a insônia o mais comum nesse caso. Para pessoas do sexo feminino, pode acontecer uma desregulação do ciclo menstrual, o que gera um atraso na menstruação.
Além de todas as consequências que uma pessoa que está estressada pode observar no próprio corpo, podem acontecer prejuízos sociais. Devido às alterações no humor, como a irritabilidade, a convivência com essa pessoa pode ser um pouco difícil, o que pode prejudicar as relações interpessoais dela.
Tipos de estresse
Existem várias formas de vivenciar o estresse, e em algumas situações ele pode chegar a caracterizar um transtorno. Mas, atenção: transtornos podem ser diagnosticados somente por profissionais qualificados. Confira a seguir algumas possíveis apresentações do estresse.
■Estresse agudo
O estresse agudo está ligado a uma situação pontual traumática, que pode ser ameaçadora ou geradora de tensão e angústia. Pode acontecer, por exemplo, diante de uma ameaça de morte ou ao testemunhar um acidente.
O diagnóstico de transtorno de estresse agudo a depender dos sintomas apresentados e da frequência e intensidade deles. Felizmente, o quadro é passageiro, mas pode gerar muito sofrimento enquanto está presente.
■Estresse agudo episódico
Muito semelhante ao estresse agudo, o estresse agudo episódico se distingue dele por ser mais persistente. Uma pessoa com este quadro apresenta manifestações de estresse recorrentes e com certo espaçamento entre si.
■Estresse crônico
Quadros crônicos são aqueles que possuem uma duração muito longa e que, para serem tratados, dependem de uma mudança no estilo de vida do indivíduo. Isso se aplica ao estresse crônico, que recebe esse nome quando faz parte do cotidiano.
Pessoas que sofrem de estresse crônico costumam ter uma rotina muito estressante, e vivenciam os sintomas do estresse com uma frequência muito alta. Esse quadro é um fator de risco para vários transtornos psíquicos, a exemplo da depressão e da ansiedade, além de diversas doenças de ordem física.
Causas do estresse
O estresse pode ser causado por questões externas que independem do indivíduo ou por questões internas. É comum também que tenha influência de causas externas e internas ao mesmo tempo.
■Causas externas de estresse
As causas externas afetam com mais facilidade pessoas já propensas a se estressar, mas a depender da situação podem gerar estresse em qualquer pessoa. É comum que elas venham do trabalho ou da família, que mexem muito com nossas estruturas quando algo não vai bem.
Também é muito frequente que as causas externas do estresse venham de problemas amorosos e problemas financeiros, que podem gerar muita angústia e preocupação. Períodos de adaptação a mudanças significativas também costumam ser muito estressantes.
Em situações assim, é importante ser compreensivo consigo mesmo. Não entregue os pontos, mas entenda que é perfeitamente normal você se sentir dessa forma e que vai passar. Mas isso não significa que você não deve procurar formas de amenizar o estresse.
■Causas internas de estresse
As causas internas implicam em uma propensão maior a desenvolver o estresse, e também podem intensificá-lo uma vez que ele já se instalou. Elas estão sempre em interação com as causas externas, e uma causa externa que pode não gerar estresse em uma pessoa pode gerá-lo em outra, a depender de suas questões internas.
Pessoas muito ansiosas, por exemplo, ficam muito mais suscetíveis a gatilhos externos, pois estão constantemente preocupadas e se angustiam mais diante de certas situações. Quem tem expectativas muito altas e irreais também fica mais suscetível a se estressar, pois é comum que suas expectativas não sejam atendidas, o que gera frustração.
Se você acha que se estressa com facilidade, pare e pense sobre como você lida com as situações e quais características em você podem contribuir para essa predisposição. Identificar esses aspectos é um bom caminho para começar a se trabalhar para sofrer menos.
Fatores que contribuem para o estresse
O estresse normalmente é multifatorial - ou seja, possui mais de um fator em sua origem e em seu processo de manutenção. Mas é possível isolar os possíveis fatores para entendê-los melhor, mesmo que muitos possuem pontos de intersecção.
Por exemplo, fatores familiares se misturam com fatores emocionais envolvidos, pois problemas familiares têm impactos emocionais. Confira a seguir alguns possíveis fatores, divididos de forma didática para facilitar a compreensão deles.
■Fatores emocionais
O estresse sempre tem alguma relação com o emocional de quem sofre com ele. Como você já sabe, ele afeta o emocional, pois gera irritabilidade, além de outros possíveis estados emocionais incômodos. A própria irritabilidade causada pelo estresse já atua como um fator de manutenção do mesmo, afinal, quando você se irrita com algo, seu nível de estresse aumenta.
Mas, mesmo que você ainda não esteja vivenciando o estresse, alguns fatores emocionais podem aumentar sua propensão a ele. Por exemplo, se você estiver chateado com alguma situação ou for uma pessoa naturalmente mais sensível, as chances de vivenciar o estresse são maiores. Os fatores emocionais fazem parte das causas internas do estresse.
■Fatores familiares
Problemas familiares são uma fonte muito comum de estresse. Podem ser considerados, de certa forma, fatores sociais (que você verá a seguir), afinal a família é o primeiro círculo social em que somos inseridos. Mas os impactos dela podem ser bem maiores, pois o vínculo que temos com pessoas da família costuma ser mais profundo. Por isso, essas pessoas podem nos afetar muito mais.
Crianças que vivenciam a separação dos pais, por exemplo, podem apresentar sintomas precoces de estresse que atrapalham o desempenho escolar. O adoecimento de um parente próximo também é capaz de gerar uma onda de estresse em vários familiares, que ficam preocupados com o ente querido.
Conflitos familiares também são altamente estressores devido às tensões interpessoais e, por consequência, à tensão que geram internamente em cada um dos envolvidos (e até em pessoas ao redor). Além disso, pessoas que vivem em um ambiente conflituoso não têm a casa como um porto seguro onde podem relaxar, pois o próprio lar acaba se tornando uma zona de tensão.
■Fatores sociais
Dificuldades sociais também têm caráter altamente estressor - afinal, o ser humano é um ser social, e o contexto social o afeta muito. Por exemplo, adolescentes que sofrem bullying vivenciam um estresse intenso devido à perseguição que sofrem e à sensação de não se encaixar no grupo.
Esses fatores sociais costumam ser mais sutis na fase adulta, mas eles existem. Podemos usar como analogia uma situação em que alguém não consegue se dar bem com seus colegas de trabalho e não é convidado para momentos de lazer da equipe. Essa é uma situação estressante, pois o indivíduo pode se sentir inadequado e frustrado, dentre outras emoções negativas.
■Fatores químicos
Durante a vivência do estresse, principalmente na fase inicial, o corpo libera alguns hormônios, que teriam a função de gerar aquela conhecida reação de fight or flight (luta ou fuga). Dentre as substâncias liberadas está o cortisol, conhecido também como "hormônio do estresse".
O cortisol, em si, não é ruim. Ele é importantíssimo para a regulação de alguns aspectos do organismo, como a pressão arterial e o humor. No entanto, um quadro de estresse implica em níveis de cortisol acima do comum. A produção excessiva de hormônios como cortisol e adrenalina, que acontece no estresse, provoca sintomas como irritabilidade e taquicardia.
E, uma vez que um pico desses hormônios tenha sido atingido, o indivíduo pode vivenciar a sensação de desgaste e fadiga, que caracteriza as fases mais avançadas do estresse. Logo, é prejudicial para o organismo passar por essa produção excessiva, que é ao mesmo tempo uma consequência e uma causa do estresse.
Além disso, desequilíbrios hormonais podem tornar o indivíduo mais propenso ao estresse. Por exemplo, quem é do sexo feminino comumente passa por uma fase de oscilação hormonal logo antes do período menstrual, conhecida como TPM (Tensão Pré-Menstrual). Isso traz sintomas como uma sensibilidade exacerbada e muita irritabilidade, o que resulta em um período estressante.
■Fatores de tomada de decisão
Situações que envolvem a tomada de decisão também têm alto potencial estressor, principalmente quando se trata de uma decisão muito importante. Esse contexto pode gerar muita pressão psicológica, o que desencadeia respostas de estresse no organismo.
■Fatores fóbicos
A fobia é um medo exacerbado e aparentemente irracional de algo específico. Sua origem é incerta, e ela pode ser amenizada através de intervenções como a psicoterapia. Pessoas que têm fobias costumam vivenciar respostas de estresse diante do estímulo que é o centro da fobia.
Por exemplo, quem tem fobia de mariposa (motefobia) pode sentir o coração disparado e começar a hiperventilar ao ver uma mariposa posada em uma parede próxima, e tende a querer sair do ambiente. Pior ainda se o inseto voar: a resposta de luta ou fuga frequentemente vira uma resposta de fuga, e não é incomum a pessoa sair correndo!
Outra fobia comum é o pavor de agulhas ou situações que envolvam furar a pele (aicmofobia). Pessoas com essa fobia que vão fazer um exame de sangue, por exemplo, passam por apuros. Além de apresentar os sintomas da fase inicial do estresse, essas pessoas podem apresentar respostas de fuga, como uma vontade repentina de ir ao banheiro na hora, ou de luta, como bater na mão do profissional.
■Fatores físicos
Esses fatores têm muito a ver com os hábitos. São situações que desrespeitam as necessidades básicas do corpo, gerando nele uma sobrecarga. Por exemplo, a má alimentação e o tempo insuficiente de sono nos deixam muito mais propensos a desenvolver o estresse.
Não é incomum que os fatores físicos estejam relacionados a uma rotina de trabalho inadequada, pois demandas de trabalho excessivas e pouca disponibilidade de tempo podem resultar em um descuido em relação às necessidades básicas do próprio corpo. Esses fatores trazem alto risco de estresse crônico, então tome muito cuidado!
■Fatores de doenças
Problemas de saúde podem gerar mudanças repentinas na rotina e muitas preocupações. Consequentemente, são situações bem estressantes, que exigem muito cuidado no manejo e não são fáceis de lidar.
Se for uma doença grave, então, a ameaça à vida do indivíduo com certeza gera muita angústia e tensão. Mas, mesmo se for algo mais ameno, pode gerar muitas preocupações, principalmente pelo impacto na produtividade de quem adoece.
■Fatores de dor
Sentir dor é sempre incômodo. Quem está sentindo dor, seja porque se machucou ou em decorrência de uma doença, pode ficar muito irritável e muito mais propenso a se estressar.
A dor também tem impacto sobre a produtividade e sobre a execução de atividades rotineiras. Esse impacto pode gerar muita frustração no indivíduo, o que também contribui para o estresse.
■Fatores ambientais
Um ambiente que pareça muito caótico também pode ser muito estressante. Por exemplo, é totalmente natural que quem está em um engarrafamento fique estressado. Essa situação soma fatores como a sensação de abafamento e aprisionamento e, normalmente, muito barulho (por exemplo, o som de buzinas). Pior ainda se a pessoa estiver atrasada para um compromisso!
Outro exemplo com o qual é fácil se identificar é quando o clima está muito quente e não temos como nos refrescar. O desconforto físico gera respostas características do estresse, como a irritabilidade.
Sintomas de estresse
O estresse produz sintomas que podem ir muito além da irritabilidade e da tensão muscular. Confira a seguir alguns sinais que você pode observar.
■Cansaço físico
Em especial após algum tempo vivenciando o estresse, o indivíduo pode sentir muita fadiga sem motivo aparente. O corpo gasta muita energia com o estado de alerta provocado pelo período inicial do estresse e com a produção hormônios como a adrenalina e o cortisol. Por isso, é normal sentir cansaço.
■Resfriados e tosses frequentes
Níveis elevados de estresse baixam a imunidade do organismo. Por isso, o corpo fica mais vulnerável à ação de vírus, e pode ser mais comum gripar ou ficar resfriado durante ou logo após um período muito estressante. Alguns sintomas isolados, como a tosse, também podem aparecer.
■Doenças de pele e cabelos
Também pelo enfraquecimento do sistema imunológico, o corpo tende a ter mais dificuldade de combater algumas doenças relacionadas à pele e ao cabelo quando está sob estresse.
Quem já tem problemas como acne, psoríase e herpes pode observar uma manifestação bem mais intensa dessas condições nessa situação. A queda de cabelo também pode estar relacionada ao estresse, pois o excesso de cortisol interfere no funcionamento dos folículos capilares.
■Emotividade acentuada
A manifestação emocional mais comum do estresse é a irritabilidade. No entanto, muitas pessoas podem reagir a ele apresentando mais sensibilidade e fragilidade emocional, ou apresentar tanto irritabilidade como essa emotividade acima do normal. Isso também caracteriza uma oscilação de humor, comum quando se está estressado.
Pessoas que ficam mais sensíveis sob estresse podem se magoar com muita facilidade e chorar por coisas que normalmente não as fariam chorar. Essas emoções à flor da pele também podem trazer prejuízo social, pois confundem e incomodam quem está ao redor.
■Ranger de dentes
A tensão muscular provocada pelo estresse pode gerar uma compressão no maxilar. Isso pode fazer com que a pessoa ranja os dentes ou aperte-os uns contra os outros, estando acordada ou dormindo.
Dores nas articulações da região e dores de cabeça podem surgir como consequência desse sintoma. Chamado de bruxismo, ele pode chegar a desgastar os dentes a depender da intensidade e da recorrência.
■Dores no peito
Mesmo se não tiver problemas cardíacos, uma pessoa muito estressada pode chegar a sentir dor no peito. Isso se dá por conta das tensões que se instalam e da carga de cortisol envolvida. Se você tiver esse sintoma, não precisa se assustar, mas é válido ir ao médico para checar se está tudo bem com seu coração.
■Sentimentos de solidão e abandono
Para pessoas que ficam sensíveis em excesso quando estão sob estresse, é comum que pequenas atitudes dos outros gerem muita mágoa e sejam interpretadas como sinais de abandono.
Além disso, quem está estressado fica mais difícil de conviver devido às mudanças no humor. Isso pode acabar afastando as pessoas ao redor, o que gera a sensação de solidão.
■Queda na libido
Com o corpo voltando suas energias para a ameaça, seja ela real ou apenas percebida, é normal que não sobre energia para outras áreas da vida - o que inclui a área sexual.
E a sensação de desgaste e esgotamento que vem após um tempo de estresse agrava isso e faz com que a libido caia bastante, e o indivíduo pode evitar ter relações sexuais ou ter dificuldade de seguir adiante com elas.
■Ganho de peso
Muita gente desconta o estresse e a ansiedade na comida. Ela pode funcionar como uma distração da sensação ruim, até porque comer frequentemente traz a sensação de bem-estar. Então é comum que quem está estressado ganhe peso por comer demais.
Mas isso é muito subjetivo. Em outras pessoas, o estresse pode resultar em falta de apetite, e não nessa inclinação para comer mais. De qualquer forma, tanto a perda como o ganho repentinos de peso não costumam ser saudáveis, especialmente quando vêm de uma relação com a comida que não é ideal.
■Dores de cabeça constantes
O estresse comumente resulta em um quadro chamado cefaleia tensional. Uma das possíveis causas desse tipo de dor de cabeça é a contração em alguns músculos, como os do pescoço, o que pode acontecer por tensão. E, como você já sabe, o apertamento dos dentes também pode causar esse sintoma.
Também ocorre um aumento na pressão arterial do indivíduo sob estresse devido à ação dos hormônios, o que pode resultar em dor de cabeça. Além disso, pessoas que sofrem de enxaqueca têm mais crises quando estão estressadas.
Como lidar com estresse
Existem formas de amenizar e até de prevenir o estresse, e elas devem ser buscadas por praticamente todo mundo nos tempo atuais. Confira a seguir algumas estratégias.
■Exercícios antiestresse
A prática de atividades físicas libera os hormônios certo na hora certa (e na quantidade certa), e ajuda a regular o funcionamento do organismo, o que o torna mais resistente aos efeitos do estresse. Além disso, é uma boa forma de espairecer e extravasar, e ajuda muito a relaxar.
Também existem alguns exercícios pequenos que você pode incorporar ao seu dia a dia para reduzir os níveis de stress. Exercícios de respiração são excelentes para isso. Um exercício conhecido consiste em inspirar por poucos segundos, segurar a respiração por um pouco menos de tempo e expirar lentamente, por mais tempo. Você deve repetir esses passos algumas vezes para sentir relaxamento.
■Relaxar e aliviar o estresse
Dedique tempo a hobbies! Podem ser novos hobbies ou coisas que você já gostava de fazer. O importante é que a atividade seja prazerosa e relaxante. Isso contribui muito para a redução e para a prevenção do estresse.
Práticas como a meditação também são excelentes para o alívio das tensões. Se tiver dificuldade para meditar só, procure meditações guiadas em aplicativos ou vídeos no Youtube.
■Alimentação antiestresse
Além de ter uma alimentação saudável, consumir alguns alimentos específicos pode ajudar no combate ao estresse. Dentre esses alimentos estão a linhaça, a aveia, a soja e, acredite, o chocolate amargo. Eles são ricos em triptofano, um aminoácido que reduz os fatores bioquímicos do estresse, como o cortisol.
■Higiene do sono
Ter um sono de qualidade e duração suficientes é uma forma muito eficaz de reduzir e prevenir o estresse. Existem algumas estratégias que você pode adotar para isso, e adotá-las faz parte do que é conhecido como "higiene do sono".
É importante ter horário padronizado ao longo dos dias para dormir e acordar. Além disso, evite ingerir cafeína a partir de seis horas antes de dormir e evite o uso de telas por no mínimo uma hora e meia antes de dormir. Se não conseguir, ao menos use um aplicativo para reduzir a luz azul. A luz de celulares, televisões e outros dispositivos inibe a produção de melatonina (hormônio do sono).
■Controlar as emoções
É possível reduzir o estresse e até mesmo preveni-lo através de um trabalho de controle das próprias emoções. Mas atenção: isso não significa suprimi-las!
Reprimir emoções na verdade aumenta muito as chances de desenvolver um quadro de estresse, pois elas se acumulam e precisam se manifestar de alguma forma. Essa manifestação pode ser somática, ou seja, acontecer no corpo em forma de sintomas típicos do estresse, como dor de cabeça e rigidez muscular.
Lidar com as próprias emoções é não deixar que elas dominem você, mas sem suprimi-las. Para isso, é importante primeiramente reconhecê-las e aceitá-las. Só então você pode achar formas saudáveis de canalizar o que sente. Fazer terapia é certamente uma boa forma de aprender a fazer isso.
■Gestão do tempo
Gerenciar com sabedoria o próprio tempo reduz muito os níveis e a probabilidade de estresse, pois diminui a pressão que sentimos diante das demandas a que temos que atender. Para fazer isso, é importante desenvolver o autoconhecimento e a autodisciplina.
Repare em seus hábitos, estabeleça prioridades e corte práticas que só servem para desperdiçar seu tempo. E não deixe de incluir em seus planos tempo para se dedicar às pessoas que você ama e aos seus hobbies!
O estresse tem cura?
Enquanto resposta do organismo, o estresse não tem cura, porque ele não é uma doença. Ele pode ser manejado e evitado, e desenvolver estratégias para gerir nossos níveis de tensão é importantíssimo para viver bem.
Algumas dessas estratégias foram abordadas neste artigo, mas cada pessoa pode criar as próprias estratégias com base no que lhe faz bem e no que é possível encaixar na rotina.
A psicoterapia é crucial quando o estresse caracteriza um transtorno clínico (e nesses casos a intervenção psiquiátrica também pode ser necessária), mas a terapia pode ajudar qualquer um no manejo do estresse e na qualidade de vida em geral. Alguns tipos de terapia podem ajudar até mesmo na gestão de tempo, o que reduz e evita o estresse.
Não é possível viver em sociedade sem se estressar, mas é possível amenizar - e muito - a incidência disso e o sofrimento que vem junto. Então cuide da sua alimentação e do seu sono, pratique atividade física e busque formas de relaxar. Você merece viver bem!
Psicóloga recém-nascida e redatora do Sonho Astral. Católica e noiva.
"Não gosto da vida em banho-maria, gosto de fogo, pimenta, alho, ervas. Por um triz não sou uma bruxa" (Martha Medeiros).