O que é caminho do meio?
O caminho do meio é uma trajetória para alcançar a iluminação e se desligar do sofrimento. Esse caminho leva em consideração 4 nobres verdades e 8 princípios, sendo que esses ensinamentos guiam todo o processo de autoconhecimento e levam a alcançar o nirvana.
Nessa lógica, o caminho do meio proporciona uma grande transformação, que ocorre gradativamente conforme o indivíduo se compromete a seguir os ensinamentos do budismo. Todo esse conhecimento foi formulado e transmitido por Shakyamuni Buda, o Buda histórico, que após sua iluminação se dedicou a ensinar tudo que tinha aprendido.
Atualmente, o caminho do meio é seguido por budistas e simpatizantes, em busca do equilíbrio e paz de espírito. Descubra a seguir o que é o caminho do meio no budismo, a sua história, as 4 nobres verdades, os 8 princípios e muito mais!
Caminho do meio e sua história
O caminho do meio faz parte da filosofia budista desenvolvida por Shakyamuni Buda. Sendo que nada mais é do que um conjunto de ensinamentos para alcançar a iluminação, A seguir, entenda melhor o que é o caminho do meio no budismo, o que é budismo e muito mais.
■O que é budismo?
O budismo é uma religião e filosofia fundada por Sidarta Gautama, o buda histórico. Essa religião defende que a iluminação ou nirvana pode ser alcançada nesta vida, sendo que para isso é preciso seguir o caminho do meio.
Nessa lógica, a palavra “Buda” quer dizer aquele que despertou do sono da ignorância. Sendo assim, buda é, na verdade, um estado de espírito. Além do mais, diferente de outras religiões, no budismo não existe um Deus.
■História do budismo
O Budismo surgiu na índia, aproximadamente no ano de 528 a.C, fundado pelo príncipe Sidarta Gautama, o Buda histórico. É uma religião e filosofia que visa cessar o sofrimento através da iluminação. Apesar de ter sido originado na Índia, disseminou-se para outros países. Sendo assim, atualmente, o Budismo está mais presente no leste Asiático, enquanto que na Índia, a religião mais popular é o Hinduísmo.
Além disso, a filosofia budista tem associação com o hinduísmo, o que auxiliou para que os ensinamentos de Sidarta Gautama fossem propagados. O Budismo surge quando, após alcançar a iluminação, Shakyamuni Buda decide passar adiante tudo que aprendeu até então. Para fins didáticos, Buda cria as 4 nobres verdades e os 8 princípios para seguir o caminho do meio.
No budismo, existe o conceito de Samsara, um ciclo de nascimento, existência, morte e renascimento. Assim, quando esse ciclo é quebrado é possível alcançar a iluminação. Atualmente, o budismo está entre as 10 maiores religiões do mundo, sendo que sempre surgem novos adeptos à filosofia budista.
Portanto, o budismo é um caminho para buscar o nirvana. Sendo que para segui-lo é preciso aceitar que o sofrimento existe, assim, suas causas podem ser compreendidas, com intuito de quebrar as rodas de samsara.
■O caminho do meio no budismo
O caminho do meio no budismo está relacionado à encontrar equilíbrio e controle nas próprias ações e impulsos, porém, não significa ter uma atitude passiva em relação a vida. Pelo contrário, o caminho do meio te deixa mais desperto.
Para isso, os pensamentos e comportamentos devem estar alinhados com o bem-estar dos outros, como também com a sua própria felicidade. Com o intuito de passar seus ensinamentos adiante, Shakyamuni Buda (Sidarta Gautama) desenvolve os 8 princípios para viver no caminho do meio.
Para Buda chegar a iluminação utilizou métodos de controle excessivo, nisso, chegou até mesmo a desmaiar após um jejum. Após essa experiência, Buda percebeu que não deveria atuar nos extremos, mas, sim, buscar o caminho do meio.
■História de Siddhartha Gautama
A tradição budista conta que Sidarta Gautama, o buda histórico, nasceu no sul do Nepal, no início do período de Mágada (546-424 a.C). Sidarta era príncipe, por isso, vivia em meio ao luxo, mas, mesmo assim, decidiu abandonar tudo para buscar algo mais profundo.
Ele tomou essa decisão, pois sabia que precisava sair da zona de conforto, já que estava insatisfeito com a futilidade de sua vida. Assim, em um primeiro momento, uniu-se aos monges brâmanes, tentando encontrar respostas para o sofrimento através do jejum e das penitências.
Com o tempo, percebeu que deveria mudar de direção e seguiu sozinho buscando o caminho do meio. Para alcançar a iluminação, Sidarta sentou-se, em meditação, por sete semanas ao pé de uma figueira. Depois disso, percorreu a região central da Índia para passar seus conhecimentos adiante. Seguiu nessa direção até o momento de sua morte, aos 80 anos na cidade de Kushinagar, na Índia.
A morte de muda é chamada de parinirvana, isso quer dizer que ele cumpriu seu trabalho como buda. Além do mais, após a morte de Buda, surgiram novas escolas budistas, como Nikaya e o Maaiana.
As quatro nobres verdades
As quatro nobre verdades explicam os estados de consciências presentes no universo, dessa forma, compreendê-las é também se desligar do sofrimento e todas as formas de ilusão.
São tidas como nobres verdades, porque não podem ser entendidas por qualquer um, apenas por aqueles que conseguem passar da ilusão para a iluminação. Descubra a seguir quais são as quatro nobres verdades.
■O que são nobres verdades?
Quando Buda Shakyamuni alcançou a iluminação, percebeu que deveria ensinar o que tinha vivenciado. Porém, percebeu que passar esse conhecimento adiante não seria uma tarefa fácil. Por isso, formulou as quatro nobres verdades para introduzir a experiência que teve ao iluminar-se.
Nesse sentido, as quatro nobres verdades são: verdade do sofrimento, verdade da origem do sofrimento, verdade da cessação do sofrimento e verdade do caminho que leva à cessação do sofrimento. Elas foram organizadas dessa forma, pois, em diversas situações, o ser humano percebe primeiro o efeito para depois compreender a causa.
■A primeira nobre verdade
A primeira nobre verdade destaca que a vida é cheia de sofrimento, o nascimento é um sofrimento, assim como o envelhecimento. Além disso, ao longo da vida diversos outros tipos de sofrimentos são experimentados.
Se é fato que existe o sofrimento, mais fácil seria aceitá-lo. Porém, a maioria dos seres procuram incessantemente a felicidade e tentam se afastar do que dói. Sendo que até a busca por algo prazeroso, pode se tornar desgastante. Isso porque a vida está em constante transformação, dessa forma, ideias mudam rapidamente.
Além disso, os sofrimentos podem ser internos, aqueles que fazem parte de um indivíduo, e externos, aqueles que não dependem de uma única pessoa. Exemplos de sofrimentos internos são: medo, ansiedade, raiva, entre outros. Já os sofrimentos externos podem ser vento, chuva, frio, calor e assim por diante.
■A segunda nobre verdade
A segunda nobre verdade é que o sofrimento é causado pelo apego à ilusão. Os seres humanos sentem dificuldade de deixar o mundo de ilusões, por isso, passam processos difíceis, no qual se acorrentam em algo que não é verdadeiro.
As situações mudam constantemente, por isso, viver em um mundo de ilusões, sem nenhum controle, gera profundos desequilíbrios. Assim, é comum sentir medo e impotência conforme as mudanças ocorrem.
■A terceira nobre verdade
A terceira nobre verdade revela que é possível se libertar do sofrimento. Para isso, deve-se atingir o nirvana ou iluminação. Esse estado vai muito além da raiva, cobiça, do sofrimento, da dualidade entre bem e mal e assim por diante. Porém, não é possível descrever o processo em palavras, é algo que deve ser vivido.
A mente pode se tornar ampla, sensível, consciente e mais presente. Alguém que atinge a iluminação deixa de sofrer pela impermanência, pois não se identifica mais com o que nasce e morre. A ilusão deixa de existir, assim, a vida se torna mais leve.
Sentir raiva e identificar-se com ela é muito diferente de apenas observar esse sentimento. Nessa lógica, quando alguém é capaz de perceber o que sente, sem que haja identificação, a sensação de paz e liberdade são alcançadas. Sendo que, segundo Buda, a paz é o maior nível de felicidade que alguém pode ter.
■A quarta nobre verdade: o caminho do meio
A quarta nobre verdade é que dá para cessar o sofrimento, ainda nesta vida. Dessa forma, para seguir o caminho da iluminação é preciso seguir os 8 princípios do caminho do meio, sendo um deles manter o ponto de vista correto. Veja que não é sobre certo ou errado, aqui, a palavra “correto” quer dizer clareza para observar que tudo está conectado, como também que a vida é constante impermanência.
Observar essa dinâmica e aceitá-la, faz com que a vida seja mais leve e sem tantos apegos. Para alcançar o nirvana é preciso desenvolver a compreensão correta. Nessa lógica, muitas pessoas querem justificar suas ações, ao invés de mudá-las.
Ao entender o que causou aquele comportamento e aprender a transformá-lo, a vida toma outro formato.
Outro ponto importante é manter o pensamento correto, cultivando bondade e empatia, assim, afastando do egoísmo e pensamentos negativos. Além disso, é necessário ter a fala correta, para isso, é preciso ser verdadeiro, não usar palavras caluniosas e ser encorajador.
Oito princípios do caminho do meio
Os oito princípios são uma série de passos a serem seguidos que levam a iluminação. Buda dizia que para cessar o sofrimento é preciso compreendê-lo, pois, somente assim, é possível impedir sua constante repetição. Descubra a seguir quais são os oito princípios do caminho do meio.
■Lenda
A lenda budista conta que antes de seguir o caminho do meio, Sidarta Gautama passou por um jejum extremamente rigoroso, no qual desmaiou de fome. Ele recebeu ajuda de uma camponesa que passava pelo local, que lhe ofereceu uma tigela de mingau.
Depois disso, Sidarta meditou sobre o ocorrido, percebendo que o controle excessivo também afasta a espiritualidade. Por isso, optou por seguir o caminho do meio, o mesmo que o possibilitou alcançar a iluminação.
■Visão correta
Ter a visão correta, é simplesmente olhar a vida como ela é, ou seja, sem se deixar levar por ilusões. Nessa lógica, quando a visão de mundo não corresponde à realidade, tudo tende a ficar mais difícil.
Isso porque as ilusões desmoronam constantemente devido a impermanência, dessa forma, não encarar a realidade como ela é traz muito sofrimento. Por outro lado, quando a visão é correta fica mais fácil lidar com mudanças, como também fazer escolhas certas.
■Pensamento correto
Os pensamentos podem virar ações, nesse sentido, o pensamento correto leva a decisões coerentes, consequentemente, afasta o sofrimento e proporciona paz de espírito. Por outro lado, pensamentos inconscientes podem gerar ações desalinhadas e inúmeros sofrimentos.
Além disso, pensamento é energia, dessa forma, cultivar o lado bom da vida ajuda a emanar positividade. Dessa forma, manter os pensamentos corretos é essencial mesmo em meio aos problemas.
■Expressão verbal adequada
Uma pessoa sábia é aquela que sabe utilizar suas palavras de acordo com os momentos e pessoas presentes. Não quer dizer que haja controle, mas, sim, atenção e empatia para direcionar as palavras certas.
Porém, isso não significa que alguém deve dizer apenas mensagens bonitas, pelo contrário, às vezes, as palavras podem ser desagradáveis, mas necessárias. Dessa forma, é fundamental falar a verdade.
Na maior parte das vezes, as pessoas defendem ideias que não colocam em prática. Dessa forma, suas palavras são corretas, mas suas intenções não são. Sendo assim, tudo o que diz se tornam mentiras. Nessa lógica, o caminho do meio busca estabelecer equilíbrio entre o que é dito e o que é feito.
■Ação correta
As ações corretas englobam todos os comportamentos humanos, dessa forma, inclui hábitos de alimentação, trabalho, estudos, a forma como trata as demais pessoas, entre outras possibilidades.
A ação correta diz respeito não somente às outras pessoas, mas também em relação aos demais seres e meio ambiente. Uma ação correta é sempre justa, dessa forma, leva em consideração o coletivo. Por isso, é preciso evitar comportamentos egoístas.
■Modo de vida correto
O modo de vida correto está ligado à profissão, desse modo, para seguir o caminho do meio não importa qual seja sua ocupação, mas se seguem os princípios budistas. Nessa lógica, no trabalho é fundamental não violar a moralidade, não prejudicar os outros, nem influenciar para que alguém aja de forma errada.
Caso um emprego viole os ensinamentos de Buda, é importante repensar a forma de trabalhar, ou até mesmo procurar uma nova ocupação. Isso porque o trabalho produz muitos carmas, assim, prejudicando seguir um caminho de equilíbrio.
■Empenho adequado
O empenho adequado indica que para alcançar a iluminação interior, é preciso desempenhar muito esforço. Isso quer dizer que é preciso colocar bastante energia e foco nessa direção.
Os resultados dos esforços aparecem gradativamente, sendo que ao chegar ao nirvana, a pessoa se depara com uma paz absoluta. Portanto, o empenho adequado corresponde a dedicação e aplicação no processo de autoconhecimento.
■Observação adequada
A observação adequada está ligada à concentração. Muitas pessoas acreditam que estar concentrado em algo é focar em uma coisa só. Porém, essa prática ao invés de libertar aprisiona a mente.
A vida é impermanência, dessa forma, é preciso observar atentamente e estabelecer o que é importante. Nesse sentido, é preciso prestar atenção nos objetivos e sonhos que passam pela mente, e selecionar aqueles que realmente levam ao crescimento pessoal. Aquilo que não agrega mais, deve ser descartado.
■Meditação adequada
A meditação adequada fala sobre realizar a prática da melhor forma possível, assim, aproveitando todos seus benefícios. De modo contrário, a meditação feita de forma incorreta, não é eficaz.
Sem a meditação correta um indivíduo pode cair diversas vezes nos mesmos sofrimentos. Assim, a meditação é uma etapa indispensável para ascender a níveis superiores de consciência, compreender a própria vida e trilhar o caminho do meio.
É possível encontrar o equilíbrio e controle em nossas vidas?
Segundo o budismo, é possível cessar o sofrimento e encontrar controle ainda nesta vida. O budismo também acredita em reencarnação, sendo que esses ciclos acontecem constantemente ao longo da vida. Nesse sentido, tente se lembrar das várias fases que já teve, assim, perceberá que partes não existem mais.
Por pior que possa ser pensar dessa forma, na verdade, compreender a impermanência e a conexão com tudo o que existe, é o início de uma vida mais equilibrada. Portanto, é possível chegar à iluminação, mas exige mudanças de comportamento, a fim de seguir o caminho do meio.
Copywriter, Redatora SEO e taróloga. Sou apaixonada pela escrita, seja ela informativa ou artística, e por assuntos relacionados a autoconhecimento e espiritualidade.