7 linhas da Umbanda: quais são, elementos, cores, orixás e mais!

Na religião Umbanda o mundo espiritual é dividido em grupos, sendo o primeiro desses o dos orixás, e em seguida os grupos dos espíritos que os auxiliam. Uma linha de Umbanda é um grande grupo, ou exército, de espíritos que obedecem a um Orixá em específico e levam as características dele em si mesmo.

Como, por exemplo, um marinheiro que é alguém com relação profunda com a água pertence à linha de Yemanjá que é a rainha do mar, ou caboclo (indígena) que está na linha de Oxóssi que é o orixá senhor das matas e florestas.

Leia neste artigo tudo sobre as sete linhas da Umbanda, quais são elas, por quais orixás são regidas, quais são as suas funções e principais características, além de conhecer os princípios da religião afro-brasileira Umbanda.

A Umbanda é uma das religiões mais difundidas e conhecidas do Brasil, sendo considerada uma de suas religiões oficiais. Entretanto para muitos seus princípios e crenças ainda são desconhecidos, e por vezes temido, devido a falta de acesso às informações reais sobre ela.

Leia a seguir sobre a religião e aprenda sobre o que ela é, como surgiu, quais são os princípios da Umbanda, o que é o sincretismo religioso e porque ele é tão importante no surgimento dessa religião essencialmente brasileira.

A Umbanda é uma religião de matriz afro-brasileira surgida no início do século 20, que resulta da união das crenças dos povos africanos como o candomblé, da doutrina espírita proveniente da Europa, mais especificamente da França e da religião cristã que veio com os colonizadores portugueses para o Brasil.

O significado do nome varia um pouco de acordo com a fonte, mas acredita-se que a palavra Umbanda pertença ao vocabulário quimbundo da Angola, que significa “magia” e “arte de curar”. Ela apresenta algumas variações em cada centro, tenda ou terreiro, pois não sendo uma religião com regras imutáveis ou um livro único que a rege.

Ela possui vertentes distintas, onde algumas são mais cristãs, outras mais próximas do candomblé, e outras que percorrem um caminho novo, entre elas estão: a Umbanda tradicional, a mista, a esotérica, a sagrada e a astrológica. Mas todas são guiadas pela fé nos orixás, na imortalidade da alma, a fé nos espíritos, e a caridade.

A Umbanda surgiu oficialmente em 15 de novembro de 1908, tendo sido anunciada pelo médium Zélio Fernandino de Moraes (1891-1975). No início do século 20, Zélio ainda jovem já apresentava habilidades mediúnicas e frequentava o centro espírita de sua cidade.

Em um determinado dia seu guia pessoal, o Caboclo das Sete Encruzilhadas baixou nele durante uma sessão nesse centro espírita, porém para doutrina espírita kardecista esse tipo de espírito não é evoluído e, portanto, não poderia estar ali na sessão mediúnica deles. E por isso pediram que a entidade fosse embora.

Após esse episódio Zélio, recebendo instruções de seu Caboclo, inaugurou a religião conhecida como Umbanda, e abriu a primeira tenda umbandista chamada Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, na cidade de São Gonçalo no Rio de Janeiro.

E nessa nova religião espíritos como os de índios, velhos que foram escravos, marinheiros e boiadeiros, que em vida foram sempre colocados às margens da sociedade têm seu espaço e sua importância, e com seu conhecimento terreno e espiritual têm permissão para ajudar e aconselhar os vivos.

A Umbanda tem como seus princípios a luz, a caridade e o amor. E sua forma de trabalho para esse fim é realizada através de ritos chamados giras, que envolvem músicas cantadas e tocadas com atabaques chamadas de pontos, o uso de velas, ervas, oferendas, passes para purificação energética, batismo, defumação, pontos riscados e descarrego, que são limpezas energéticas com objetivo de liberar a pessoa da influência de um espiritual mal intencionado, popularmente conhecido como encosto.

Assim como a característica pela qual a religião é mais conhecida e mal interpretada, a incorporação dos médiuns por espíritos e entidades. Na Umbanda, ao contrário do candomblé, os orixás não incorporam nas pessoas, pois segundo a Umbanda eles são feitos de energias muito mais poderosas do que uma pessoa poderia aguentar, e é aí que entram as 7 linhas da Umbanda.

Em cada uma das 7 linhas, existem espíritos que trabalham com as características de determinado Orixá, de maneira que a incorporação nos médiuns é feita por um desses espíritos que assumem a face de um tipo de espírito, como o marinheiro, o caboclo, a pomba-gira e assim por diante.

Todo o seu ritual é feito para com a ajuda dos amigos espirituais mais esclarecidos, promover a purificação espiritual das pessoas presentes de maneira geral, e em conversas particulares entre a entidade e o consulente, onde são dados conselhos sobre situações de sua vida particular, sempre visando sua evolução e aprendizado.

Sincretismo é a fusão ou mistura de filosofias, de ideologias, de sistemas sociais ou de elementos culturais diversos. Assim o sincretismo religioso nada mais é do que a mistura entre religiões, fundando por vezes uma nova religião, ou às vezes simplesmente mudando duas já existentes.

No contexto da Umbanda, que é uma religião fundada a partir da união de crenças de três religiões anteriores, o sincretismo acontece fortemente e é muito conhecido no que concerne suas entidades de adoração. A Umbanda é uma religião que possui elementos do candomblé e do cristianismo e para entender como essas duas doutrinas se uniram precisamos olhar para a história do Brasil.

Após a descoberta do país e a tentativa falha de tentar escravizar os povos indígenas que aqui viviam, os portugueses trouxeram mão-de-obra escrava da África. E o tratamento dispensado às pessoas escravizadas visava apagar qualquer traço de seu passado, de suas crenças e identidade e qualquer coisa que pudesse lhes dar força para se revoltar, esperança ou criar laços com outros escravizados.

Entre essas tentativas de apagamentos de sua cultura estava a proibição de manter seus cultos religiosos originais, e quando isso acontecia eles eram severamente punidos. Então para conseguirem manter sua fé e continuar a adorar seus deuses, os escravizados passaram a disfarçar suas entidades em santos católicos que possuíam características similares.

Alguns exemplos são Yansã e Santa Bárbara que regem os trovões e as tempestades, Ogum e São Jorge que são guerreiros, e Oxalá e Jesus que trazem a energia de amor e paz.

Assim não é incomum até hoje ao entrar em uma tenda de Umbanda ver no altar santos católicos, pois se antes isso era feito para disfarçar, hoje para os umbandistas, que têm sua religião como fruto do sincretismo, os dois são a representação da mesma energia.

O termo 7 linhas da Umbanda é muito popular porque a Umbanda é uma religião muito difundida, mas por vezes as pessoas ouvem sem saber o que isso significa ou o que exatamente são essas linhas. Então descubra abaixo o que são as 7 linhas da Umbanda, para que servem e quais são as principais características das linhas de Oxalá, de Yemanjá, de Xangô, de Ogum, de Oxóssi, de Iori e de Iorimá.

As linhas de Umbanda são os agrupamentos espirituais que podem ser chamados de exércitos ou legiões que auxiliam a um determinado orixá. Um orixá guia essa linha e seus espíritos seguem as características do mesmo, e esses espíritos são conhecidos como as entidades chamadas Caboclo com suas diversas sub-denominações como o Caboclo Sete Flechas ou Cabocla Jurema, e outros.

Sua função é ajudar os orixás no contato com os humanos, pois os orixás possuem uma energia tão grande que não conseguem se comunicar com as pessoas através de incorporações, e por isso enviam seus auxiliares para que ajudem as pessoas nas suas necessidades da vida.

A linha religiosa é regida pelo orixá Oxalá e apesar de segundo algumas ideologias não haver uma ordem fixa das linhas, que podem mudar de terreiro para terreiro, há um consenso de que a linha de Oxalá, é sempre a primeira das sete linhas da Umbanda, já que ele é o orixá de maior importância e por essa razão essa é a linha que comanda todas as outras.

Apesar desse caso, isso não significa que haja um grau de importância maior ou menor na sequência das demais linhas, ou entre os outros orixás.

O elemento da linha religiosa, ou de Oxalá é o cristal. A pedra translúcida é famosa por seu alto poder energético, sendo capaz de curar e transformar energias e de transmutar um feixe de luz em um arco-íris, metáfora para as habilidades e características desse orixá.

A cor do orixá Oxalá é o branco, que representa a paz maior, o espiritual. Esse orixá surgiu a partir do ar e é o responsável pela fé e religião, assim a cor branca faz referência ao seu espírito puro, bondoso, cheio de paz, serenidade e amor.

No sincretismo Oxalá se apresenta como Jesus Cristo, pois ambos levam as mesmas características da fé, do amor, da bondade, da luz, da verdade, da paz e da caridade, e também sendo os dois, os líderes de suas respectivas religiões.

A linha religiosa ou de Oxalá é composta por entidades como os pretos-velhos e os caboclos. E também os santos católicos, o povo do oriente também conhecido os monges, os mestres das religiões de lá e no geral pessoas que eram fortemente relacionadas à espiritualidade nos moldes orientais.

Essa linha representa o princípio, aquilo que ainda não foi criado, a fé, a religiosidade e o reflexo de Deus. É a luz refletida que influencia todas as vibrações. As entidades que participam dessa linha têm fala mansa e se expressam com muita elevação espiritual. Os pontos cantados de oxalá invocam elevado misticismo, entretanto são raros de ser escutados porque dificilmente assumem chefia de cabeça.

A linha do povo d’água é regida por Yemanjá, a mãe das águas do mar. Essa é a linha mais feminina que trabalha com o poder do mar e da água salgada, e também com a gestação, pois Yemanjá é conhecida por ser considerada como uma mãe que nutre e protege seus filhos.

O elemento da linha do povo d’água, de Yemanjá é o elemento água, pois essa orixá é a rainha das águas do mar, e por isso ela e seus falangeiros trabalham através desse elemento.

A cor da linha de Yemanjá é o azul, ou azul claro. Cor essa que transmite a força, a paz e ao mesmo tempo a tranquilidade, qualidades que são encontradas das águas do mar.

No sincretismo Yemanjá se torna Nossa Senhora da Conceição, mas também é conhecida em cada região por outras denominações como Nossa Senhora dos Navegantes. Ambas possuem as mesmas qualidades, sendo padroeiras dos marinheiros, pescadores e jangadeiros, protegendo suas incursões as águas do mar.

A linha do povo d’água é composta pelas entidades conhecidas como ondinas, assim como por orixás femininos como sereias, iaras, náiades, ninfas, caboclas dos rios, das fontes e cachoeiras, além dos famosos marinheiros.

Yemanjá representa a energia geradora, o eterno feminino, a mãe do universo e da Umbanda. As entidades dessa linha se sentem a vontade nos trabalhos que envolvem água salgada, preferencialmente do mar, para fixar suas vibrações de maneira tranquila. E seu ponto cantado possui ritmos belos que falam sobre o mar.

A linha da justiça é regida pelo orixá Xangô que é aquele que coordena as leis. Ele é o dirigente das almas, o senhor da balança da justiça universal, portanto sua linha trabalha com tudo o que envolve a justiça e as leis do mundo. Esse orixá também trabalha com a lei de causa e efeito.

O elemento da linha da justiça, a linha de Xangô é o elemento fogo. Xangô é acompanhado pelo fogo e por tudo o que o envolve, como os vulcões, os raios e os trovões. Tudo aquilo que demonstra e representa a força e a mudança na natureza.

A cor da linha de Xangô na Umbanda é a cor marrom, já que esse orixá é muito ligado à natureza e às pedreiras.

No sincretismo o orixá Xangô se transforma em São Jerônimo. Já que este santo é padroeiro dos mesmos elementos da natureza que Xangô, além de ambos terem ligação com as leis e os julgamentos.

A linha da justiça ou linha de Xangô é composta por entidades como os caboclos, os pretos-velhos, além de policiais, juristas e advogados. Onde todos se conectam através do senso de justiça que carregam em suas essências.

Essa linha coordena tudo relacionado à razão e a justiça. De maneira que esse orixá é responsável por garantir que as pessoas recebam aquilo que plantaram, tendo sido algo bom ou ruim. E além de punir, ele também protege os injustiçados.

Nessa linha também trabalham Santa Bárbara (Yansã) e são Miguel Arcanjo, que possuem energias similares. E os pontos cantados levam a lugares vibracionais como cachoeiras, montanhas e pedreiras.

A linha das demandas é regida por Ogum que é o orixá que traz em sua vibração o fogo da salvação e da glória, sendo ele o mediador dos choques provenientes do carma. Esse orixá é um grande guerreiro e por essa razão a linha de Ogum ajuda nas aflições da fé e nas batalhas do dia-a-dia, também estimulando o equilíbrio e a ordem, além de abrir caminhos afastando os inimigos.

O elemento da linha de Ogum também é o fogo, já que o orixá é aquele que luta as batalhas pelos humanos, ele é o regente da linha das demandas, ou seja, dos pedidos. O seu elemento é o fogo porque este é o elemento que atua nas transformações e que dá a energia necessária para as batalhas da vida.

A cor da linha das demandas é o vermelho e isso se dá pelo fato do orixá Ogum ser um grande guerreiro, que luta por aqueles que pedem sua ajuda nas batalhas da vida. O vermelho também é a cor do fogo, o elemento que o rege.

No sincretismo o orixá Ogum é conhecido como São Jorge, sendo um dos santos mais conhecidos e adorados do Brasil. Ambos têm um perfil muito parecido, pois enquanto Ogum é um grande guerreiro São Jorge é um santo que foi soldado do império romano, além de a cor que os representam ser o vermelho, e ambos protegerem os soldados, militares e ferreiros.

A linha das demandas ou de Ogum é composta pelas entidades conhecidas como caboclos, exus de lei, baianos, boiadeiros, ciganos e militares. Esses espíritos se conectam por lidarem em seus estereótipos com batalhas ou manter a ordem, duas das principais características de Ogum.

Essa é a linha responsável pela fé, que combate as aflições, as lutas e as batalhas da vida. Esse orixá protege os guerreiros, em todo sentido que essa palavra possa ter hoje. Os caboclos de Ogum são os que se portam de maneira sisuda e falam de maneira forte e vibrante, e em suas atitudes são cheios de energia. Suas preces cantadas fazem invocações para a batalha, as guerras e a luta pela fé.

A linha dos caboclos é regida por Oxóssi e esse orixá, que é o caçador e senhor das matas, através de sua vibração traz uma ação envolvente para os vivos. Oxóssi tem grande ligação com a natureza e os animais, e busca proteger todos aqueles que precisam, os oprimidos e fracos. Além disso, ele é o orixá do conhecimento, sendo curioso e analítico, buscando alcançar a verdade sobre as coisas por sua própria conta.

O elemento da linha dos caboclos, ou de Oxóssi, é o vegetal. Isso se dá porque ele é o orixá das matas e, portanto, ele rege tudo que ali está; o mundo vegetal, as plantas e as ervas.

A cor da linha de Oxóssi é a cor verde por sua proximidade, sua ligação com as matas e florestas. Por ser também a cor do elemento vegetal, que é o elemento regido por esse orixá.

No sincretismo o orixá Oxóssi se torna São Sebastião. A proximidade que ambos têm entre si é a de que ambos são guerreiros que lutam pela justiça para os que não conseguem se defender. Além disso, um ponto iconográfico os conecta, São Sebastião morreu por flechadas, e Oxóssi é um caçador das matas, e sua arma e símbolo mais comumente representado é o arco e flecha.

A linha de Oxóssi, que é o orixá caçador e guerreiro rei das florestas e matas é composta por caboclos e caboclas, em outras palavras, pessoas indígenas, assim como boiadeiros, que em geral também vivem à cerca das matas.

A linha de Oxóssi, ou a linha dos caboclos, também é muito focada no conhecimento e suas entidades falam de forma firme, mas calma, assim também o são seus conselhos e trabalhos. Seus pontos cantados são para invocar forças da espiritualidade e da natureza, das matas.

A linha das crianças é conhecida por Iori, ou linha de Ibeji, que são os correspondentes do candomblé aos irmãos Cosme e Damião. Essas entidades simbolizam a pureza, a bondade e inocência da infância. Essa é a linha do amor, da renovação e da evolução.

O elemento da linha de Iori é o fogo, pois assim como ele as crianças são cheias de energia e vida. E assim como as qualidades que as crianças possuem naturalmente, o fogo traz a pureza e a transformação de tudo aquilo que toca.

A cor da linha das crianças é o rosa, que traz a sensação de doçura e inocência próprias dessa fase da vida.

No sincretismo há uma ligação da linha de Iori, que não é um orixá, mas sim uma energia ligada às crianças, principalmente a Ibeji que são entidades de crianças gêmeas, que se aproximam dos irmãos São Cosme e Damião.

A linha de Iori é composta pelos famosos erês, ou seja, as crianças, tanto meninos e meninas de todas as raças. Entidades que apesar de se comportarem como crianças pequenas, são altamente evoluídas e distribuem conselhos profundos e sábios com palavras que poderiam ser ditas por crianças completamente inocentes sobre a vida.

Essas entidades se manifestam através de gestos, vozes e maneiras de se comportar e falar infantis, por vezes tranquilas por vezes agitadas, como as crianças realmente são. Elas gostam de comer doces e tomar refrigerantes enquanto dão seus conselhos muito evoluídos e sérios. Os pontos de crianças podem ser tristes ou alegres, e em geral falam em papai e mamãe do céu e em mantos sagrados.

A linha das almas é regida por Iorimá, que assim como Iori, é uma energia, não um orixá. E essa energia carrega em si o amor, a compreensão, a humildade e a sabedoria, consolando os aflitos e reanimando os fracos. Essa é a linha dos famosos pretos-velhos e ela é designada a combater o mal sempre que ele se manifesta.

O elemento da linha das almas é a terra, pois além de outras coisas trabalham muito através dos elementos dados pela terra, como plantas, ervas, e cristais.

A cor da linha de Iorimá é a cor violeta, que representa a sabedoria e a tranquilidade. Ambas qualidades presentes entre as principais características dos idosos, ou para a Umbanda, os pretos-velhos.

No sincretismo a energia de Iorimá se vê manifestada em São Benedito, pois assim como os pretos-velhos, o santo tem uma história de generosidade e humildade, e ambos utilizam a natureza para a cura.

A linha das almas é composta por idosos negros mulheres e homens, conhecidos como pretos e pretas-velhas de todas as nações. E essas entidades se manifestam falando lentamente e com uma maneira de dizer antiga, sendo sempre muito carinhosos. Eles pensam muito antes de falar e aconselham de maneira serena.

Essa linha é composta pelos primeiros espíritos a combaterem o mal em todas as manifestações, que são almas antigas, sábias e muito evoluídas que se apresentam como prestos-velhos que ensinam e praticam as “mirongas”, ou seja, manipulam as energias.

Geralmente trabalham sentados, fumando cachimbo e tomando café, sempre muito curvados devido à idade avançada. Os pontos cantados possuem melodia melancólicas com ritmos compassados e por vezes contam historias da época da escravidão e falam sobre os conhecimentos deles.

As linhas e as falanges de Umbanda não são a mesma coisa, mas são parte integrante uma da outra. As linhas de Umbanda são os exércitos ou legiões que obedecem a um orixá específico. Essas legiões por sua vez dividem-se em 7 grandes falanges, outros agrupamentos de espíritos que por sua vez também tem seus chefes.

Para que fique mais claro, a organização espiritual da Umbanda é: os orixás, seguidos das entidades espirituais de suas linhas como caboclos, marinheiros e assim por diante, e nas falanges ficam os espíritos humanos, conhecidos como falangeiros.

Estes estão em evolução e já trabalham para o mundo espiritual, utilizando os nomes de seus chefes quando baixam em seus médiuns na Terra, por isso é muito comum ver entidades com o mesmo nome em diferentes terreiros ou tendas. Para dar um exemplo, Óxossi é o orixá que tem os caboclos em sua linha, e dentro da falange dos caboclos está o Caboclo 7 flechas, e assim os falangeiros dessa entidade assumem seu nome ao baixar em seu médium na Terra.

Neste artigo você pôde aprender mais sobre quais são as origens e princípios da religião afro-brasileira Umbanda, e se aprofundar um pouco em um de seus aspectos, no significado de suas importantes 7 linhas da Umbanda, seus orixás e suas principais características. Caso tenha gostado e queira saber mais, veja em nosso site outros artigos sobre Umbanda e religiosidade.