Quais as complicações pelo o excesso de vitamina D no corpo?
Vitaminas, em geral, são extremamente importantes para a saúde dos seres humanos. A vitamina D tem uma série de funções e é necessária para o organismo trabalhar de maneira adequada. Porém, tudo em excesso faz mal e pode causar consequências – das mais simples às mais complexas.
Neste artigo, você verá mais sobre o que é a vitamina D, como ela age no organismo, seus benefícios, malefícios do seu excesso, alimentos ricos em vitamina D e mais informações importantes sobre o tema. Boa leitura!
Entendendo mais sobre a vitamina D
A vitamina D tem uma série de funções para o organismo. Confira, nos tópicos a seguir, o que é a vitamina do complexo D, quais são os tipos existentes, sua importância e como ela age no organismo.
■O que é a vitamina do complexo D?
A vitamina do complexo D (também conhecida como calciferol), é um nutriente muito importante para o funcionamento musculoesquelético e imunológico do corpo humano.
Essa vitamina é, na verdade, um pré-hormônio, e pode ser produzida tanto pelo organismo humano, como, também, pode vir de outras fontes, como, por exemplo, pela radiação solar, por certos alimentos e pela suplementação (que, é claro, deve ser feita somente com orientação de um profissional de saúde).
■Importância das vitaminas no corpo humano
A vitamina D atua no fortalecimento dos ossos e dentes porque a sua principal ação é a manutenção do cálcio no organismo. Esse nutriente auxilia no desenvolvimento de um esqueleto saudável, ou seja, na manutenção da saúde óssea.
Ela também contribui nos processos de proliferação celular, ajudando a controlar a proliferação das células; e atua no equilíbrio e força corporais, já que a vitamina D está presente em diversos tecidos e órgãos, como os neuromusculares. Além disso, ela melhora o sistema imunológico e ainda ajuda na prevenção de algumas doenças, como pressão alta e diabetes.
■As vitaminas do complexo D
A vitamina D pode ser assimilada sob duas formas: a vitamina D2 (ergocalciferol) e a vitamina D3 (colecalciferol). O que as diferencia é o modo como são encontradas. Por exemplo: a primeira citada é encontrada por meio de alguns alimentos de origem vegetal, enquanto que a outra pode ser absorvida por meio da exposição aos raios solares, por alimentos como peixes, e com o apoio de suplementos.
No tópico abaixo, é possível entender, com mais detalhes, quais são as diferenças entre a vitamina D2 e D3 e as suas particularidades e especificidades.
Vitamina D2
A vitamina D2 (também chamada de ergocalciferol) é uma das formas de vitamina D encontrada em alimentos de origem vegetal. Entre os exemplos de alimentos em que o nutriente pode ser encontrado estão os fungos, como cogumelos e leveduras, e plantas.
Vitamina D3
A vitamina D3 é encontrada em alimentos de origem animal, como, por exemplo, em peixes (como o salmão, atum, sardinha e cavala) e no óleo de fígado de bacalhau. Além disso, o colecalciferol também é produzido pelo próprio organismo humano, por meio de síntese cutânea, quando a pele entra em contato com os raios solares.
Para que serve a vitamina D
Agora que você já sabe o que é a vitamina D, quais os tipos e onde cada um deles é encontrado, é o momento de entender, em detalhes, quais são os principais benefícios que eles podem oferecer ao organismo humano. Confira!
■Fortalece o sistema imunológico
A vitamina D é uma excelente ajuda para o fortalecimento do sistema imunológico, prevenindo o surgimento de gripes e resfriados. Além disso, uma pesquisa recente mostra que os baixos níveis de vitamina D no organismo estão fortemente relacionadas às taxas de mortalidade da Covid-19, doença respiratória que surgiu em 2019 e se transformou em uma pandemia global.
Isso acontece porque as células de defesa do sistema imunológico apresentam receptores para a vitamina D e, por sua vez, esses receptores atuam no fortalecimento do sistema de defesa, ajudando na prevenção de doenças.
■Previne diabetes
Existem pesquisas que mostram que as pessoas com níveis mais altos de vitamina D no sangue têm o risco reduzido de desenvolver diabetes (quando comparadas com pessoas com baixos níveis da vitamina no organismo), além de poder reduzir o risco do diabetes tipo 1 em até 80%.
Isso porque o calciferol atua na manutenção do pâncreas (que é órgão responsável pela produção de insulina, o hormônio que regula os níveis de glicose no sangue).
Porém, é importante esclarecer que a administração da quantidade ideal é considerada polêmica entre os pesquisadores: alguns estudos consideram que a deficiência e o excesso da vitamina D, poderiam aumentar os riscos de diabetes. É sempre importante consultar um médico para obter a melhor orientação.
■Melhora a saúde cardiovascular
A vitamina D se mostra fundamental para as funções cardiovasculares. A propriedade que ela tem de desempenhar as funções semelhantes a um hormônio faz dela uma aliada fundamental no controle de muitas reações orgânicas.
Vale destacar, ainda, que ela não atua como um tratamento em si para doenças cardiovasculares, e seu uso deve ser de acordo com cada caso e cada pessoa.
■Diminui inflamações no organismo
O calciferol também possui um benefício muito interessante quando o assunto é inflamação do organismo.
A vitamina D consegue atuar na redução inflamatória do organismo, isso porque ajuda na prevenção e no combate a doenças autoimunes (como lúpus, artrite reumatoide, psoríase, doença inflamatória intestinal, entre outras doenças).
■Melhora a saúde dos músculos
A vitamina D também pode ajudar a melhorar a saúde dos músculos, isso porque libera a entrada de cálcio nas células musculares. O cálcio nas células musculares age potencializando a capacidade de contração dos músculos que, como consequência, estimula o crescimento de massa muscular, e aumenta a força.
Isso é excelente, principalmente no caso de idosos, pois evita o risco de enfraquecimento dos movimentos e, consequentemente, a queda (que acaba sendo muito comum nessa idade).
■Fortalece ossos e dentes
O calciferol age, principalmente, no fortalecimento dos ossos e dentes, pois faz com que o cálcio e o fósforo sejam absorvidos no intestino, passando para a corrente sanguínea, que, depois, é depositado nos ossos ou usado em outras funções no organismo.
Esses minerais citados (o cálcio e o fósforo) são essenciais para a formação dos ossos, e, por esse motivo, a vitamina D é tão importante.
Excesso de vitamina D no organismo
Tudo que é consumido ou encontrado em excesso no organismo, pode causar algumas consequências negativas no corpo. Nos tópicos abaixo, você entenderá quais as consequências que o consumo exagerado de vitamina D pode resultar. Acompanhe!
■Causas
O excesso de vitamina D no organismo geralmente acontece por conta do uso de suplementos sem o acompanhamento ou a recomendação médica. Ou seja, de forma errada ou além do recomendado para o consumo, em altas doses.
Vale salientar que o uso de qualquer tipo de suplementação deve ser indicado por um profissional de saúde, pois o uso desenfreado causa consequências negativas.
■Sintomas e riscos
Os sintomas do excesso de calciferol no organismo, ou seja, uma intoxicação por vitamina D, são a perda de apetite, náuseas, vômitos, uma sensação de fraqueza, nervosismo e hipertensão arterial, aumento da frequência urinária, sede, coceira na pele e agitação.
Como o nível de cálcio se torna muito elevado, o risco é que esse cálcio pode acabar depositando-se em todo o organismo, causando transtornos – especialmente nos rins, nos pulmões, nos vasos sanguíneos e no coração. Os rins podem sofrer danos irreversíveis, pois começam a apresentar um mal funcionamento – causando, consequentemente, insuficiência renal.
Além disso, a elevação dos níveis de cálcio na corrente sanguínea pode levar ao desenvolvimento de pedras nos rins e arritmia cardíaca.
■Como eliminar
Para quem está com doses elevadas de vitamina D no organismo, a principal orientação é interromper o uso de suplementos de vitamina D imediatamente para compensar os efeitos de níveis elevados de cálcio no sangue e tentar reverter a situação ocasionada.
Além disso, conforme necessidade e conforme o caso, substâncias são administradas por via intravenosa, e podem ser receitados medicamentos como corticosteroide ou bifosfonatos, que são administrados para suprimir a liberação de cálcio dos ossos e evitar consequências mais drásticas.
Carência de vitamina D no organismo
Assim como o excesso causa consequências no organismo, a falta de vitamina D também acarreta em problemas de saúde. As causas, os principais sintomas e o tratamento para a carência do consumo de calciferol é o tema dos próximos tópicos. Confira!
■Causas
A deficiência de vitamina D pode ser causada pelo baixo consumo de alimentos que são fonte dessa vitamina e pela pouca exposição aos raios solares.
Existe ainda, as situações em que a falta de vitamina D é consequência de uma dieta vegetariana ou vegana, ou pode ser causada por resultado de uma cirurgia bariátrica, e, também, por algum problema de saúde - como doenças inflamatórias intestinais e insuficiência renal - que acaba impedindo a absorção de vitamina D.
Obesos e idosos também podem ter a mesma dificuldade de absorção de vitamina D, assim como pessoas com pele mais escura, já que a melanina reduz significativamente a absorção de vitamina D.
■Sintomas e riscos
Os principais sintomas e sinais causados pela carência de vitamina D no organismo inclui a diminuição das taxas de cálcio e fósforo no sangue, dor muscular, fraqueza muscular, enfraquecimento dos ossos, osteoporose (principalmente nos idosos), raquitismo (visto em crianças) e osteomalacia nos adultos.
Além disso, a deficiência de vitamina D pode estar relacionada a algumas situações, como, por exemplo: insuficiência renal crônica; lúpus; doença celíaca; doença de Crohn; síndrome do intestino curto; fibrose cística; insuficiência cardíaca; e pedras na vesícula.
■Tratamento
A falta de vitamina D pode ser confirmada com um exame de sangue simples ou até com a saliva. Sendo confirmada a necessidade de mais vitamina D no organismo, será avaliado se há necessidade de tomar algum suplemento de calciferol.
Dependendo, se a pessoa vive em um local com baixa incidência de luz solar ou que tem uma dieta não rica em vitamina D, o médico poderá indicar doses específicas da suplementação, para mais ou para menos, por isso a importância de sempre fazer esse acompanhamento médico.
Principais fontes de Vitamina D
Como já acompanhamentos neste artigo, a vitamina D pode ser encontrada em alimentos, na luz solar e na suplementação. A seguir, você confere mais especificações sobre essas fontes de calciferol. Confira!
■Alimentação
Pode ser um pouco difícil encaixar na alimentação ingredientes que sejam ricos em vitamina D, como o cogumelo shitake, o óleo de fígado de bacalhau, o atum, o salmão, a ostra. Tanto pelo preço, quanto por serem pouco convencionais. Por isso, existem outras opções de alimentos que podem ser consumidos, como a gema de ovo, a sardinha, leite integral.
Infelizmente, não existem muitas opções para vegetarianos além do cogumelo, isso porque a vitamina D está presente quase que exclusivamente em alimentos de origem animal e em alguns produtos fortificados, como as bebidas vegetais.
■Suplementação
A suplementação de vitamina D é indicada quando a pessoa possui deficiência nessa vitamina, sendo mais frequente em países em que há pouca exposição da pele à luz do sol. Além disso, as crianças, idosos e as pessoas com pele negra também possuem mais chance de ter deficiência dessa vitamina. Os suplementos podem ser encontrados em farmácias, supermercados, lojas de produtos naturais e na internet - podendo ser em cápsulas para os adultos ou em gotas para as crianças.
Ao mesmo tempo que ela é muito benéfica, deve ser usada com consciência e com a orientação de um profissional que entenda do assunto, tendo em vista todos os motivos que você já acompanhou neste artigo sobre o excesso de vitamina D no organismo e suas consequências.
■Luz solar
Tomar sol é a principal forma de obter a vitamina D, fundamental para o sistema imunológico e para os ossos. A quantidade necessária de sol por dia pode variar de acordo com uma série de fatores, como: idade, peso, região onde mora, cor da pele e estado de saúde.
É recomendado, para adultos saudáveis, tomar sol de 15 a 20 minutos por dia em, no mínimo, três dias por semana para quem tem pele branca e até uma hora por dia para quem tem tons de pele mais escuros (isso por conta da diferença de melanina).
Vale lembrar que os melhores horários para tomar sol é até as 10 horas da manhã e depois das 15 horas da tarde, porque os raios solares estarão mais fracos e a chance de queimaduras de pele são menores.
Outras informações sobre a vitamina D
Agora que você já sabe que a vitamina D é muito importante para o organismo, mas que, em excesso, pode causar algumas doenças sérias, é fundamental entender em qual quantidade essa vitamina deve ser consumida em que situações ela é mais indicada. Confira a seguir!
■Quais são os níveis ideais de vitamina D?
Não existe um nível padrão de vitamina D direcionado para todo mundo. Cada pessoa precisa de uma dose específica para o seu organismo, dependendo de inúmeros fatores, como: se a pessoa tem carência de vitamina D, por exemplo. Isso dependerá do resultado do exame de sangue de cada pessoa.
A suplementação eficaz precisa estar na forma de vitamina D3 (que também é conhecida como colecalciferol) tendo em vista que a vitamina D2 apresenta só de 30% a 50% da força biológica da vitamina D3 para se transformar na forma metabolicamente ativa dessa vitamina dentro do corpo, que é o calcitriol.
Quantidade diária recomendada
A suplementação diária média para manutenção dos níveis ideais é de até 2.000UI/dia para adultos. Mas, em casos de carência de vitamina D (que sejam verificadas através do exame de sangue pelo profissional de saúde), doses de 4.000UI a 8.000UI por dia, durante três meses, costumam ser adequadas para atingir o nível desejável de vitamina D no organismo.
Dica importante: a vitamina D é absorvida quando entra em contato com coisas gordurosas. Por isso, o melhor horário para tomar vitamina D é juntamente com as refeições, para potencializar ainda mais a absorção da vitamina pelo organismo.
■Vitamina D para vegetarianos
Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, embora a maior parte dos alimentos ricos em vitamina D sejam de origem animal, não é preciso abrir mão da dieta para suprir a ausência dessa vitamina.
Hoje, é possível fazer a suplementação por meio de comprimidos e cápsulas com a ajuda de um profissional de saúde, que é uma boa forma de repor cálcio, fósforo e demais nutrientes que são importantes, ainda mais em caso de ausência e deficiência delas no organismo. Além disso, é importante continuar tomando sol com moderação e sempre que possível, nos horários em que os raios solares não são tão agressivos à pele.
■Quando usar o suplemento de vitamina D?
O suplemento de vitamina D é recomendado apenas para quem tem deficiência da vitamina no organismo, mas, deve ser indicado por um profissional de saúde após realizado o exame de sangue e verificada todas as condições da pessoa.
Não é recomendado, em hipótese alguma, a manipulação e ingestão de suplementos farmacêuticos por conta própria, tendo em vista os riscos observados pelas altas taxas de vitamina D ocasionados ao organismo.
Porém, o sol em bons horários e uma alimentação que contenha alguma taxa de vitamina D como o consumo de peixes, por exemplo, é sempre bem vindo (claro, se não houver nenhuma restrição à vitamina no seu organismo).
Tome cuidado com o excesso de vitamina D!
Vimos, neste artigo, que a vitamina D tem uma série de benefícios muito importantes para o corpo humano: além de ajudar o sistema imunológico, ela atua na fortificação dos ossos e ajuda na prevenção de algumas doenças.
Porém, a vitamina D deve ser moderada, já que, em excesso, ele causa problemas de saúde, como falha nos rins, hipertensão arterial, e pode ser responsável pelo cálcio sendo depositado na corrente sanguínea e em alguns órgãos vitais para a vida.
O suplemento é o principal causador dos níveis exagerados de vitamina D no organismo, portanto, antes de tomar, é preciso ir ao médico e realizar exames para saber, caso a caso, se a suplementação é recomendada.
Jornalista e taurina apaixonada por escrita desde aprendeu a escrever. Desde a sua formação, se dedica a escrever textos sobre diversos assuntos, e temas como o autoconhecimento e saúde da mente têm feito parte dos seus trabalhos e pesquisas mais frequentes.