Vegetarianismo e veganismo: características, diferença e mais!

O Vegetarisnismo e o Veganismo são movimentos que vêm crescendo cada vez mais, se popularizando em diversos países ao redor do mundo. Enquanto o vegetarismo pode ser visto como um termo guarda-chuva, sob o qual diversas outras tendências alimentares podem ser incluídas, o veganismo vai muito além da alimentação.

Apesar de possuírem diferenças marcantes, ambos os movimentos possuem uma coisa em comum: o abandono do consumo das carnes que, no caso dos veganos, se estende pra qualquer ingrediente ou insumo de origem animal (como o leite, ovos e o meu) ou o uso de animais para fins estéticos, testes com requintes de crueldade e entretenimento.

Criado no Reino Unido ainda do século passado, o Veganismo é um movimento que não deve ser encarado como uma dieta da moda, pois ele se trata de uma filosofia, de um estilo de vida, como mostraremos ainda neste artigo.

Se você está chegando neste mundo, está interessado em fazer sua transição ou é um parente ou amigo de alguém vegetariano ou vegano e deseja saber mais para ajudá-los em sua jornada, este é o artigo certo para você. Nele, buscamos quebrar mitos e trazer, com uma linguagem clara e informativa, o bê-á-bá do Vegetarianismo e do Veganismo. Confira.

Para deixar mais claro o que é o vegetarianismo, apresentamos, a seguir, as suas principais características. Além de explicarmos o que vegetarianos não comem, você verá também como este grande movimento se subdivide em diversos tipos, que variam de acordo com o que pode ser incluído em sua dieta alimentar. Confira.

Vegetarianos não comem animais. Ponto. Esta é definição mais simples para você entender do que se trata o vegetarianismo: um tipo de dieta, que não inclui qualquer tipo de carne de origem animal.

Por qualquer tipo de carne, explicitamos, a seguir, para deixar bem claro: nada de frango, aves em geral, e, sim, caros leitores, nem peixe (parece bobo, mas muita gente simplesmente esquece que peixes são animais).

Se alguém disser para você que é vegetariano, você agora já sabe que não adianta oferecer carne animal para eles, pois carne animal não faz parte de sua dieta. No entanto, existem muitos tipos de vegetarianos e, a depender do que eles comem, eles recebem um nome diferente.

Parece complicado, mas é algo semelhante ao que acontece com alguém que diz que é cristão. Se você segue o cristianismo, você sabe que existem católicos, espíritas, protestantes e, neste último grupo, você pode ser luterano, mórmon, testemunha de jeová, da assembleia de Deus etc.

Da mesma maneira que todos os cristãos têm como característica comum seguir os ensinamentos de cristo, todos vegetarianos têm o fato de não comerem carne como uma característica em comum.

O ovo-lacto vegetarianismo incluem os vegetarianos que, apesar de não comerem carne, ainda incluem na sua alimentação o ovo, o leite e seus derivados (manteiga, queijos, iogurte, whey, etc.).

Este grupo de vegetarianos é um dos mais populares, já que a única “restrição” deste grupo é a não inclusão de carnes animais (peixes, porcos, bois, aves, crustáceos etc.) em sua dieta. Ovo-lacto vegetarianos podem optar por incluir o mel na sua dieta.

O lacto vegetarianismo, como o próprio nome sugere, é a parte do vegetarianismo um pouco mais restrita que o grupo dos ovo-lacto vegetarianos.

Se alguém se diz lacto vegetariano significa que ele não se alimenta de carnes de origem animal e de ovos de animais, mas que o leite e seus derivados (iogurte, manteiga, queijos, requeijão) fazem parte de sua dieta.

Este tipo de vegetariano não compactua com a indústria cruel dos ovos (é realmente assustador o que acontece até uma bandeja de ovos chegar à sua mesa), mas faz vista grossa para a indústria do leite, quer seja por questões culturais ou por necessidade do seu corpo. Este grupo pode optar por consumir mel ou não.

O ovovegetarianismo é outra subdivisão importante. Ovovegetarianos, como o próprio nome sugere, incluem o ovo na dieta. Mais uma vez, este grupo não come carne (nem peixe, nem nenhum tipo de animal), mas eles decidiram não comer leites e seus derivados.

O motivo pelo qual ovovegetarianos não consumem leite e seus derivados é geralmente um dos seguintes: 1) possuem intolerância à lactose, já o ser humano deixa de produzir lactase, a enzima responsável por digerir a lactose, o açúcar presente no leite, ainda na infância ou 2) decidiram não compactuar com a indústria cruel do leite.

Assim como ocorre com os ovo-lacto vegetarianos, os ovogetarianos podem decidir se consomem ou não o mel.

O api vegetarianismo é o grupo de vegetarianos que não come carne, ovos, leites e derivados, mas que decidiu, por questões pessoais, por exemplo, incluir o mel em sua dieta.

O vegetarianismo estrito, como o próprio nome sugere, é a corrente do vegetarianismo que suspende o consumo de carne animal (peixe, aves, bois, coelhos etc.), ovos, leite e derivados e o mel.

Este tipo de dieta se assemelha muito ao grupo que conhecemos como veganos, com uma diferença crucial: diferente dos veganos, os vegetarianos estritos consumem produtos de origem animal como o couro, a cera de abelha, a lã e não estão ligados aos movimentos que presam pela libertação dos animais de testes em cosméticos, por exemplo.

O crudivorismo não é um tipo de vegetariano em si, pois é possível ser crudista sem ser vegetariano. No entanto, se algum vegetariano diz para você que é crudívoro, isso significa que ele come tudo cru, pois, de acordo com a definição do crudivorismo, nada pode ser aquecido até os 40ºC.

Mas o que o crudívoro come exatamente? Bem, tudo isso depende do tipo de alimentação que ele tem. Por exemplo: se você é ovo-lacto vegetariano e crudívoro, você come tudo o que um ovo-lacto vegetariano come (nada de carne, lembra?) como queijo e ovo. Só que tudo cru (sim, até o ovo).

Uma pergunta para checarmos como estamos até aqui: uma pessoa come sashimi, prato japonês crudívoro que inclui peixe. Que tipo de vegetariano ela é? Tempo. E aí? Isso mesmo. Ela não é vegetariana, parabéns! Vegetarianos não comem peixes. Nem frango. Nem bichos.

O veganismo é um tipo de vegetarianismo especial. Diferente das outras denominações, veganismo não é uma dieta e sim um estilo de vida.

Como mostraremos, ele também não é uma tendência nova, já que surgiu em 1944 (isso mesmo, há quase 80 anos) com a Sociedade Vegana (The Vegan Society) no Reino Unido. Entenda o que comem, onde vivem e questões importantes sobre sua saúde a seguir.

Veganos não comem ingredientes de origem animal. Em outras palavras: nada de carnes animais, leites e derivados de origem animal, mel e ovos.

Além disso, por ser um estilo de vida, veganos também não usam produtos testados em animais, nem qualquer produto produzido a partir de insumo de animais, como é o caso da gelatina, que é feita a partir de cartilagens de animais.

A dieta dos veganos é à base de plantas. Por isso, mesmo parecendo que os veganos possuem muitas restrições alimentares, não é verdade, já que eles estão abrindo mão apenas de carnes, laticínios e mel.

Todo vegano come: frutas, verduras, legumes, hortaliças, cogumelos, algas, tubérculos como a batata e o inhame, nozes e castanhas, óleos vegetais, cereais, sementes, ervas e a lista é quase infinita.

Somado a toda essa diversidade alimentar, existem no mercado cada vez mais opções vegetais para produtos como o queijo (à base de castanhas, por exemplo), leites (soja, amendoim, coco, aveia etc.) e carnes vegetais que se aproximam bastante do sabor de carne animal.

Por questões éticas, os veganos não consumem nenhum produto que contenha insumos de origem animal. Isto não está restrito apenas à alimentação, como também se estende a todas as áreas da vida, seguindo sempre a premissa da Sociedade Vegana (The Vegan Society): na medida do possível e do praticável.

Isto acontece, porque os veganos creditam que os animais não são seres inferiores par serem subjugados pelos humanos. Os animais são serem sencientes, ou seja, têm a capacidade de sentir sentimentos e sensações de forma consciente.

Se você já teve um animal de estimação, você provavelmente notou que seu pet possui personalidade e um “jeito” só dele. Por isso, os veganos lutam por um mundo mais ético, em que os animais não serão submetidos a testes horripilantes e cruéis ou torturados para entretenimento.

Diferente do que se acredita, ser vegano pode ser uma escolha de um estilo de vida mais saudável. Tanto a Organização Mundial de Saúde, quanto muitos órgãos importantes no mundo e no Brasil (incluindo o Ministério da Saúde), consideram o veganismo como um estilo de vida saudável.

No entanto, especialmente se você deseja fazer uma transição de uma dieta onívora ou outra forma de vegetarianismo, para um estilo de vida vegano, é essencial que você procure assistência médica.

No Sistema Único de Saúde, o SUS, é possível ter acesso a um nutricionista que faz parte da equipe multidisciplinar no posto de saúde próximo da sua casa, que integra a Atenção Primária de Saúde.

Existe apenas um nutriente que você precisa verificar com seu médico: a vitamina B12, pois ela é de origem microbiótica (bacterina, para ser mais preciso), que é encontrada na terra onde os animais se alimentam e, por essa origem, tem ficado cada vez mais escassa nas próprias carnes animais, já que eles são confinados e comem apenas ração.

Por isso, você precisará suplementá-la periodicamente através de cápsulas ou consumi-la através de alimentos fortificados, igual muitos onívoros já fazem sem saber.

Embora o principal motivo para os veganos serem veganos sejam os animais, é basicamente impossível ser vegano e não abraçar causas ambientais. Especialmente se considerarmos que o meio ambiente é de onde se tira o alimento e é o local em que os animais vivem, é mais do que natural que veganos se preocupem com o estado do planeta.

O consumo de uma dieta com base nas plantas, inclusive, é mais saudável para o meio ambiente, já que boa parte da degradação das matas do brasil, por exemplo, são destinados para a pecuária.

Estima-se que uma dieta à base de plantas é capaz de reduzir em até 50% o número de gases de feito estufa que causam o aquecimento global e te fazem transpirar mais nesta época do ano.

Muita gente se confunde quando alguém diz que é vegano e acaba oferecendo coisas como ovos, queijos e até peixe. Como já vimos, nenhum vegetariano como carnes de animais. Para deixar mais clara a diferença, continue lendo, pois apresentaremos tudo de forma bem didática. Confira.

A principal diferença entre o vegetarianismo e veganismo é: vegetarianismo é dieta, veganismo é uma filosofia de vida ou estilo de vida. Os veganos tentam excluir, na medida do possível de do praticável, toda forma de exploração animal.

Por isso, se você é vegano, você não só deixa os animais fora do seu prato, como também do seu guarda-roupas, da sua rotina de beleza e autocuidado, bem como do seu entretenimento (zoológicos e rodeios, por exemplo, não são frequentados por veganos.

Além disso, veganos boicotam empresas que fazem testes em animais, pois vislumbra-se um mundo em que os animais serão libertados, já que os veganos são antiespecistas (todos os seres vivos têm direitos, não somente os humanos)

Para simplificar, é possível dizer que todo vegano é vegetariano, mas nem todo vegetariano é vegano. Lembra que fizemos uma comparação com o cristianismo? Se você é católico, você é cristão. Mas se você diz que é cristão, não significa que você é católico: você pode ser evangélico, por exemplo.

Se você é vegetariano, especialmente se você é vegano, você deve ter ouvido a pergunta: mas e as proteínas? Ao contrário da crença popular, não é somente as carnes que possuem proteínas. Ovos e queijos, no caso dos vegetarianos, também têm.

Mas e os veganos? Bem, a resposta é mais simples que parece: os vegetais possuem proteínas. Embora isso parece absurdo, é só você observar animais como o cavalo e o boi, que se alimentam apenas de capim, mas possui muitos músculos e o gorila. Como eles conseguem desenvolver músculos? A partir das plantas que comem.

Dentre as melhores fontes de proteína vegetal estão a soja, o famoso feijão, o grão de bico, a ervilha, o tofu, o amendoim etc. A grande diferença de um alimento de origem vegetal e um alimento de origem animal é a proporção de macronutrientes (isto é, proteínas, carboidratos e gorduras) presentes neles.

Não só é possível, como é muito provável que vegetarianos e veganos são saudáveis, já que sua alimentação tende ser mais balanceada e diversificada que uma alimentação onívora.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece tanto o vegetarianismo como o veganismo como saudáveis e alguns países do mundo como a Holanda, estimulam que sua população consuma mais vegetais e deixem de lado o consumo de carne.

Se você estiver em processo de transição para o vegetarianismo, procure um profissional de saúde adequado e ignore aqueles que, por questões políticas, se opõem à sua escolha. Seu corpo, suas regras.

Existem muitas vantagens em ser vegetariano e vegano. Se você é vegetariano em geral (ou seja, ovo-lacto, vegano, vegetariano estrito etc.), você retirará da sua mesa carne. Por exemplo a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera alimentos como o presunto, a salsicha e o bacon como alimentos carcinogênicos (provocadores de câncer) do grupo 1.

Além disso, vegetarianos e veganos costumam se alimentar com mis frutas e responsáveis, consumindo diariamente as porções de frutas recomendadas para uma vida mais saudável.

No caso dos veganos, os benefícios são ainda melhores, já que sua dieta é livre de colesterol, uma vez que esta molécula está presente apenas em alimentos de origem animal.

Ao contrário do mito, ser vegetariano ou vegano pode ser até mais barato do que ser onívoro. NO entanto, isso depende do tipo de estilo de vida que alguém tem e da praticidade que uma pessoa quer ao consumir seus alimentos.

Se você é vegetariano e vegano e deseja continuar comprando coisas industrializadas, você terá que gastar um pouco mais.

No entanto, se você quer mudar o seu estilo e sofrer um processo de reeducação alimentar, eliminando alimentos ultraprocessados e industrializados, por exemplo, você economizar muito mais dinheiro que uma pessoa onívora gastaria.

Sim. Por se tratar de mudanças no seu estilo de vida, tanto o vegetarianismo quanto o veganismo podem trazer uma melhora significativa para a sua saúde e mais qualidade de vida. Além disso, pesquisas demonstram que veganos e vegetarianos são mais empáticos, já que eles se preocupam com outras formas de vida.

Num mundo em que as pessoas são cada vez mais egocêntricas e individualistas, desenvolver a empatia é uma habilidade especialmente transformadora para o mundo.

Apesar de tanto a Organização Mundial da Saúde quanto o Ministério da Saúde brasileiro e outros órgãos relevantes de saúde internacionais considerarem o veganismo e o vegetarianismo como opções saudáveis e seguras, é importante que você, se possível, passe por um profissional da saúde para obter dicas de alimentação.

Além disso, é importante que você se informe na internet, em organizações vegetarianas ou que procure alguém que já passou pelo processo de transição para o vegetarianismo ou veganismo, para que a sua jornada se torne mais fácil. Desta maneira, o planeta e os animais agradecem. E consequentemente, a humanidade em geral só tem a se beneficiar.