Dependência emocional: Saiba o que é, sintomas, causas e como lidar

A dependência emocional ocorre nas relações interpessoais, principalmente na amorosa, e é a necessidade que uma pessoa tem de outra para ser feliz, fazer escolhas e dar um rumo para a vida originada da falta de autoestima, autoconfiança e amor próprio.

As pessoas que ficam emocionalmente dependentes de alguém, dificilmente vivem bem com o indivíduo ao seu lado, como se não soubesse mais viver sem essa pessoa. Esse tipo de relação não é saudável para ninguém, pois um deposita no outro a expectativa e necessidade de preencher o vazio.

Não é tão simples lidar com a dependência emocional, pois muitos não percebem que estão dependentes de outro ser humano para qualquer tarefa ou escolha simples na vida, além de sentirem medo de errar e serem rejeitados. Portanto, não conseguem mais fazer suas próprias escolhas sozinhos, deixando suas vidas nas mãos do outro.

Você se identificou ou conhece alguém que está nesta condição? Descubra nesse artigo tudo sobre a dependência emocional.

Os Sintomas de dependência emocional são percebidos mais facilmente por quem não está envolvido na relação, mas não impossível para quem se encontra nesse estado. Saiba quais são os sintomas lendo os tópicos a seguir.

A dependência emocional traz dificuldade para a pessoa ter a própria autonomia, sente insegurança ao estar ou fazer algo sozinha, principalmente com situações referentes à sua vida como um todo, tornando-se incapaz de cuidar de si mesma. Existe uma sensação de segurança quando o outro indivíduo está por perto para ajudar.

O indivíduo abre mão do controle de sua própria vida e de suas próprias escolhas para o outro, o que vai se tornar uma dor de cabeça no futuro, principalmente se estiver em uma relação abusiva.

Por isso, é melhor analisar o que está sentindo e o que está fazendo para não perder a própria autonomia e não cair em uma relação emocionalmente dependente.

Quando a pessoa tem dificuldade em discordar da outra, normalmente é mais frágil emocionalmente, quer agradar a todos e evitar discussões desnecessárias. Essa atitude é perigosa, pois muitos podem se aproveitar desse indivíduo para conseguirem o que querem.

Além da fragilidade emocional, essa dificuldade pode vir de algum trauma de infância, alguma vivência traumática em algum momento da vida do indivíduo ou pelo medo de ser criticado ou reprovado. É preciso aprender a se impor perante as pessoas, traçar limites e aprender a dizer “não”, mesmo que isso possa incomodar.

Assim que a pessoa sente que sua vida não faz sentido sem o parceiro por perto, o medo de ser abandonada e rejeitada se torna constante. Portanto, toma atitudes que podem ser desagradáveis, afastando qualquer um de seu convívio. Qualquer situação ou acontecimento é um pesadelo e quem é emocionalmente dependente pensa que será deixado de lado.

Em uma relação amorosa, o companheiro fazer atividades que não incluam a pessoa vai ser visto como um abandono e então surge o sentimento de desamparo. Surge o pensamento de que a vida não terá mais sentido caso a relação termine. Esse medo pode surgir de algum abandono dos pais ou familiares mais próximos na infância.

Na dependência emocional é comum a pessoa começar a aceitar tudo calado, se tornar submissa, ignorar as próprias vontades, deixar de se cuidar e colocar seus sonhos e objetivos de lado para fazer tudo o que o parceiro pedir e está sempre pedindo desculpas por qualquer coisa.

Então, coloca o ser amado em primeiro lugar, mesmo que isso implique em sérias consequências no futuro. Nesse estágio, a pessoa não sabe mais viver sozinha, não consegue fazer algo simples para si própria sem alguém ao seu lado, mas faz de tudo pelo parceiro.

Por não saber mais viver sem o parceiro por perto, a ansiedade aparece, tornando a pessoa controladora. Essa atitude sufoca o companheiro, tornando o afastamento ou o término a melhor decisão a tomar, porém, não é uma tarefa fácil de se cumprir. Ambos saem feridos e quem está emocionalmente dependente tenta de tudo para evitar isso.

Além disso, a dependência emocional piora com a distância. A ansiedade também surge quando o companheiro está por perto, pois o medo de entrar em uma discussão e ser abandonado é desesperador. É preciso cultivar o amor próprio para evitar essa situação.

Outro sintoma da dependência emocional é o cuidado excessivo com o companheiro, como querer estar sempre agradando e fazer tudo o que for possível para manter a relação de pé. Todo esse cuidado faz com que a pessoa se dedique mais com o parceiro, esquecendo de si mesma.

O companheiro se sente sufocado com tudo isso e então começa a se afastar da pessoa, que por sua vez pode achar que não está dando o melhor de si, entrando em desespero. Então, se perceber que irá acontecer o término, o indivíduo emocionalmente dependente tende a recorrer à manipulação e chantagem emocional para manter o parceiro por perto.

Para evitar discussões e brigas com o parceiro, a pessoa ignora todos os problemas que aparecem durante o relacionamento, evitando o desconforto e na esperança de que tudo ficará bem. Porém, no fundo sabe que em algum momento essas adversidades aparecerão e deverão ser resolvidos.

Esconder os problemas só vai torná-los piores assim que surgirem à tona. O certo a se fazer é conversar com o parceiro sobre o que está acontecendo e um escutar o que o outro tem a dizer, chegando em uma solução sem brigas, sem egoísmo, sem manipulações e sem desrespeito.

O sentimento de culpa está presente em quem se encontra no estado de dependência emocional. Não importa o que aconteça ou se o próprio companheiro está errado, a pessoa sempre vai se sentir culpada e pedir desculpas para evitar brigas e o término da relação. Assim, o parceiro pode se aproveitar para manipular a pessoa para qualquer finalidade.

Além disso, a pessoa se sente na obrigação de fazer os outros felizes e quando algo dá errado, mesmo que terceiros tenham feito algo incorreto, acaba pegando a culpa para si. Não é preciso se desculpar ou sentir culpa por um acontecimento que foi causado por outras pessoas.

O humor pode variar constantemente, sentindo-se dependente e feliz ao mesmo tempo e de repente começa a sentir raiva, ódio, tristeza, gerando discussões e paranoias. Portanto, a oscilação de humor faz a pessoa pensar que está em uma posição de vítima e agir como tal, esperando que todos sintam dó e pena.

Pelo fato de estar emocionalmente dependente, a pessoa procura ter atenção suficiente do parceiro no relacionamento e quando percebe que a relação não está como deve ser, sente raiva e tristeza e até pensa em um possível término. Entretanto, não é fácil sair da dependência emocional, ao mesmo tempo que se sente bem, se sente triste.

As Causas da Dependência Emocional variam de pessoa para pessoa, a maioria tendo seu início na infância. É preciso ter um acompanhamento psicológico para obter um diagnóstico mais preciso e iniciar o melhor tratamento. Para descobrir o que causa a Dependência Emocional, leia os tópicos a seguir.

A baixa autoestima é uma causa que pode vir de diversos fatores como a criação pelos pais ou responsáveis na infância, má convivência com outras crianças no crescimento, interações sociais, preconceitos, entre outros. Crescer com críticas sobre a aparência, o corpo e condições psicológicas traz sérias consequências na vida e nos relacionamentos.

É comum uma pessoa que sofreu bullying ou preconceito na escola ou foi criticada pelos pais e familiares se apegar ao parceiro e se tornar dependente emocional. Isso acontece por pensar que não vai conseguir outro companheiro tão fácil no futuro, que pode ser trocada por outra ou para usar isso como validação para os pais e para a sociedade.

A pessoa sente uma insegurança extrema, acreditando que ficará sozinha a vida inteira se não fizer de tudo pelo parceiro. Além de não ter confiança em si própria, não se acha interessante, bonita ou capaz de conseguir qualquer coisa. Então, se anula para dedicar todo o seu tempo a deixar o companheiro feliz.

Às vezes surge o pensamento de que o outro pode se desinteressar na pessoa e no relacionamento, tendendo a ocorrer o término a qualquer momento. Por isso, ocorre muita bajulação, dedicação cega, abandono dos próprios desejos e cuidados básicos para cuidar do parceiro. Nesses casos costumam ocorrer abusos psicológicos e emocionais.

A pessoa emocionalmente dependente que está em um relacionamento pensa que o que sente é amor, porém, o que realmente sente é a necessidade de suprir a falta de carinho e cuidado que sofreu na infância. Por causa disso, muitas pessoas caem em relacionamentos tóxicos e abusivos, principalmente as mulheres.

No mais, é normal uma pessoa emocionalmente dependente confundir amor com obsessão, se recusa a enxergar a realidade, nega que tem dependência emocional, ignora opiniões contrárias e prejudica o parceiro mesmo que não tenha a intenção. Por fim, o indivíduo só descobre que estava nesse estado depois que sai da relação e supera o término.

A Ausência de Afeto na Infância é a causa mais comum para uma pessoa desenvolver a dependência emocional em um relacionamento pelo fato de não ter recebido todos os cuidados e afeto necessários nessa fase. Infelizmente há muitas crianças que crescem em ambientes familiares conflituosos e com ausência de afeto.

No mais, o excesso de regras, punições, o desamparo e a falta de segurança fazem com que a pessoa procure alguém que supra todas essas faltas e as inseguranças em sua fase adulta. O modo como a criança foi criada reflete na idade adulta no modo de agir afetivamente com seu parceiro.

Infelizmente existe uma grande parte da sociedade que enxerga a dependência emocional como uma forma de amor e afeto, ignorando todas as atitudes e sentimentos prejudiciais com o próprio indivíduo. As crenças e afirmações que afirmam para os outros podem influenciar os mesmos a caírem em relações tóxicas ou abusivas com o pensamento de que o amor é dessa forma.

Um exemplo mais comum de se ouvir de alguém é que o ciúme excessivo mostra o quanto o parceiro gosta da pessoa. Justificar o controle sobre a vida e a liberdade da parceira também é visto como uma demonstração de cuidado e preocupação. Existem diversos exemplos que podem ser vistos no dia a dia, e quem acredita nisso, fica preso em relacionamentos tóxicos com mais facilidade.

Deixar de ser emocionalmente dependente não é uma tarefa das mais fáceis, porém, não é impossível. Basta ter disciplina e aplicas algumar dicas bastante simples que são listadas a seguir.

O primeiro passo para se libertar da dependência emocional é reconhecer os sintomas e praticar a auto observação junto com o amor próprio. É um erro transformar uma pessoa em sua única fonte de amor, carinho e afeto, sendo prejudicial para ambos. Acabar com essa dependência transfere todo o cuidado e necessidade de atenção para si próprio.

No começo pode haver uma resistência e dificuldade para analisar os próprios sentimentos e atitudes que está tendo consigo próprio e com o parceiro. Porém, ao perceber que tem todos ou a maioria dos sintomas, fica mais fácil buscar um caminho para sair disso.

Manter a individualidade é importante para qualquer pessoa em qualquer tipo de relação, pois cada um é do jeito que é e ninguém deve mudar a si mesmo para ser aceito em uma relação amorosa. Procure praticar a auto aceitação e realizar algumas atividades importantes ou hobbies sem precisar do companheiro por perto.

Em uma relação saudável, cada um mantém sua individualidade, aceitam as virtudes e os defeitos do outro, mesmo que trabalhem para melhorar essas partes negativas. Então não se anule, não mude suas crenças, gostos, hobbies e sonhos por causa de outra pessoa.

Normalmente, a pessoa com dependência emocional idolatra o parceiro pensando que está valorizando ou amando e isso é um erro comum. Enquanto a dependente emocional fica por baixo, se humilhando e se achando inferior, o companheiro é colocado em um pedestal.

No entanto, em uma relação saudável, a pessoa amada é valorizada sem a necessidade de ser idolatrada. Para valorizar o parceiro pode celebrar as conquistas que conseguiu, agradecer pelos favores que faz, enaltecer as boas atitudes que tem, ajudar em algumas coisas e presentear.

Realizar tarefas, se exercitar, fazer atividades diferentes fora de casa sem depender do parceiro aumenta o círculo de amizades, tem a chance de conhecer pessoas novas, outros pontos de vista sobre a vida, entre outros aspectos positivos. Com isso, acaba se libertando aos poucos dos sentimentos destrutivos da dependência emocional.

É preciso reforçar que não é saudável sentir apego e dependência ao parceiro para viver. No mais, aprender a estar só não é algo ruim, sempre vai aparecer alguma situação na vida em que as pessoas precisam passar sozinhas ou não vão conseguir pedir ajuda para outra resolver.

A dependência emocional adoece a pessoa emocionalmente em decorrência da anulação da própria individualidade, sonhos, carreira, amizades e hobbies. O mais importante a se fazer para lidar com isso é procurar um profissional da saúde mental, tanto para ajudar a descobrir os sintomas quanto para sair dessa situação.

Nas sessões com um psicólogo, a pessoa tem total liberdade de desabafar sobre o que sente, o que acontece e o que pensa com o profissional e todas as informações são restritas somente entre os dois. No mais, o acompanhamento psicológico ajuda a lidar consigo próprio, com a autoestima, com o desapego de traumas e outros fatores que prejudicam a saúde mental.

A dependência emocional é perigosa pois torna uma pessoa totalmente dependente de outra, faz manipulações, tenta tirar a liberdade do parceiro para que fique somente consigo. Todas essas atitudes de obsessão e apego disfarçadas de amor normalmente acontecem inconscientemente.

Esse comportamento vem da falta de afeto ou valorização na infância, fazendo com que a pessoa busque carinho e atenção em uma relação amorosa ou até mesmo em amizades em alguns casos. Quando o companheiro se vê nessa situação incômoda, se sentindo preso, tende a se aproveitar para manipular a pessoa até chegar a fase do término.

Em uma relação saudável é imprescindível ter respeito, liberdade, compreensão, diálogo, amizade e confiança além do amor. Ao sair da dependência emocional, a pessoa sente a liberdade pela primeira vez, dona de si mesma e sem depender emocionalmente de alguém, tomando cuidado para não cair nesse estado novamente.