Conheça São Tomé: história, oração, milagre, dia, imagem e mais!

Conhecido por ser um dos doze apóstolos de Jesus, São Tomé é lembrado, principalmente, pelos momentos em que era pessimista e até mesmo duvidava de sua própria fé. O nome de São Tomé está presente em passagens importantes da bíblia, como quando Jesus diz a célebre frase: “Eu sou o caminho e a verdade; ninguém vem ao Pai senão por mim”.

Seu episódio mais conhecido é o momento no qual ele duvidou na ressurreição de Jesus e, quando este retorna dos mortos, adverte Tomé dizendo que ele só acreditou porque viu e que “felizes são os que creem sem ver”. Porém, depois da ressurreição, Tomé, ou Tomás, se tornou um grande pregador da palavra de Deus.

Há ainda uma curiosidade sobre o santo que deixa aberta a especulação de que ele pode ter sido gêmeo e, embora nunca comprovado, deixa margem para a interpretação. O fato, porém, não altera em nada os feitos do homem em vida e também, claro, depois de sua morte, tendo sido autor de um grande milagre.

A história de São Tomé é contada em momentos importantes no decorrer da bíblia e, exceto as repreensões que o apóstolo recebia de Jesus, sua trajetória é marcada por belos momentos de fé e devoção, sendo considerado o padroeiro dos cegos e dos arquitetos.

O seu legado o precede, tanto de maneira positiva, por ter sido um homem que honrou Jesus até os seus últimos momentos de vida; como também pelo fato de ser popularmente conhecido por ser cético e contestar os poderes de Jesus Cristo. Continue lendo para saber mais sobre esse grande santo da Igreja Católica!

O nome de São Tomé é visto onze vezes em toda a bíblia e, seja como Tomé ou Tomás. Por esse motivo, ele é entendido como gêmeo dentro do contexto bíblico, sendo, na verdade, duas pessoas. Essa teoria é reforçada quando, do grego, a palavra gêmeo é δίδυμο (lê-se dydimus), sendo parecida com Dídimo, que é como São Tomé é conhecido.

Dídimo nasceu na Galileia e não se tem provas sobre sua profissão antes de ser convocado por Jesus como aprendiz, mas especula-se que tenha sido pescador. São Tomé, depois da passagem de Jesus pela Terra, viveu seus dias para pregar sobre os aprendizados, tendo se consolidado na Índia.

O famoso episódio da dúvida é onde São Tomé não acredita nos outros apóstolos quando eles dizem ter visto Jesus depois de sua morte. Na passagem, contada no livro de João, Tomé desmerece a visão que os companheiros dizem ter visto e afirma que quer ver para crer.

Porém, quando Jesus surge vivo, Tomé diz que sempre acreditou que ele fosse voltar. Jesus, onisciente, o desmente diante de todos e diz que ‘felizes são aqueles que creem sem ver’. A passagem é importante, porque mostra que a ‘falha’ na fé pode acontecer com todos, inclusive com os santos.

Em suas aparições na bíblia, Tomé se mostra um homem bem pessimista, beirando o melancólico, porque precisa sempre entender as coisas de maneira profunda para acreditar. A figura dele em todo contexto é muito rica, porque diz muito sobre como o ser humano precisa de coisas inteligíveis, mesmo quando falamos sobre a união da carne e do espírito.

Em vários momentos, essa descrença de Tomé é vista. Em outro momento célebre, quando Jesus diz a frase “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, ele está respondendo uma pergunta de Tomé sobre o fato deles não saberem o caminho que deveriam seguir. Esse trecho pode ser visto em João 14: 5 e 6).

Depois da volta de Jesus aos céus, os discípulos começaram a pregar o Evangelho por onde Deus os enviasse. E, claro, com Tomé não foi diferente. Depois do episódio de Pentecoste, que é a aparição do Espírito Santo para Maria e os doze apóstolos, Tomé foi enviado para pregar para os persas e os partas.

Em sua maior jornada, Dídimo pregou na Índia, o que é um dos maiores feitos de sua história. Lá, ele foi perseguido, porque a maior parte do país é hindu e eles não receberam muito bem, principalmente os líderes religiosos.

Na história, São Tomé foi perseguido e morto quando pregava sobre as Boas Novas na Índia. A relutância dos líderes religiosos hindus fez com que o santo fosse perseguido e morto por lanças. Um fim mais que cruel para o santo.

Embora a história tenha tido um final trágico, os católicos de Malabar o cultuam há mais de dois mil anos, porque São Tomé foi um grande símbolo de força e fé para o país. Sua morte simboliza o aceitar Deus e amá-lo, sobre todas as coisas. A comunidade cristã na Índia é consideravelmente grande.

A história da morte de São Tomé foi comprovada cientificamente, pois documentos muito antigos datam a chegada do santo no país e também atestam sua ‘causa mortis’ como sendo por um calvário com lanças. Esse documento só foi descoberto no século XVI, o que é um grande marco em todo o contexto bíblico.

Posteriormente, também foi encontrada a cripta onde o corpo de São Tomé foi sepultado, assim como um pouco de sangue coagulado e pedaços de uma lança que, comprovadamente, foi o objeto que o feriu mortalmente. Essa é uma parte valiosa da herança que o grande santo deixou na Índia.

Assim como grande parte dos santos, São Tomé é reconhecido por vários elementos que compõem tanto a imagem do santo, quanto a história dele. Dídimo é conhecido por seu manto marrom, o livro que carrega em suas mãos, a única vermelha e, claro, a lança que diz muito sobre a história desse grande santo.

Sua figura carrega símbolos que fazem referências sobre sua personalidade, sobre sua maneira de promover a evangelização, sobre sua vida e, claro, sobre sua morte em prol da causa que acreditou e que defendeu até o último momento de sua jornada terrena. Confira os principais elementos que compõem a santa identidade de São Tomé e o que eles significam!

Durante sua vida, São Tomé usava um manto marrom, sem nenhum luxo, para andar sua vida em peregrinação e disseminação da palavra do Evangelho. Sendo um homem santo, essa foi uma atitude muito positiva, pois mostra o quão humilde foi, e honrando por ter sido um dos doze homens que Jesus deixou para espalhar sua palavra pelo mundo.

Essa humildade é elogiada em vários momentos, porque sendo conhecido pelo homem que duvidava, ele se redimiu totalmente e assumiu bravamente o espaço do homem santo que, depois de ter sua fé provada, mostrou ser.

Simbolizando a missão da vida do grande santo, o livro na mão direita de São Tomé é o Evangelho, que ele dedicou seus últimos anos em ensinar, até nos lugares mais inóspitos. Consagrado por Deus, as Boas Novas em suas mãos são um símbolo de que ele não se rendeu em nenhum momento e que levou a palavra de Deus onde teve de levá-la.

O sacrifício de São Tomé é um de seus grandes legados, principalmente porque ele morreu em nome de Deus e da evangelização dos que queriam saber mais sobre as palavras do Evangelho. Vários santos foram mortos de forma brutal, mas nem sempre em missões tão importantes e sensíveis como a de Dídimo.

A túnica vermelha de São Tomé tem dois significados: o primeiro deles é o sofrimento dele durante sua peregrinação na Índia, sua perseguição e morte por líderes religiosos hindus. A segunda interpretação dada para a túnica, é que ele representa o sangue de Cristo e seu derramamento público durante sua crucificação.

A relação deles, ligados ao simbolismo da túnica, é muito estreita e tênue, pois fala sobre o não negar a Deus, mesmo que o ato fosse pago com a própria vida. Jesus não negou seu Pai durante a crucificação e morte, assim como São Tomé, que não negou nem Deus e nem Jesus, que o ensinou a ser um homem de fé.

A lança que está presente na mão esquerda da imagem de São Tomé é um símbolo de sua morte. Depois de sua perseguição incansável na Índia, ele foi pego e, como última chance, disseram que ele podia negar Deus e continuar vivo. Porém, depois de ter desacreditado na palavra de Jesus em vários momentos, São Tomé foi morto por lanças, em nome da fé.

Inclusive, em sua cripta, foram achados fragmentos da lança que foi usada em sua morte, ainda com tecidos que, segundo historiadores, é parte da roupa que ele usava no dia da execução. O objeto é entendido como um símbolo de força do santo e, mesmo que tenha sido usado contra ele, o torna um herói, principalmente na Índia, que tem São Tomé como um grande santo.

O Novo Testamento é uma coletânea de livros que compõem uma parte adicional da bíblia e, por ter sido adicionada depois, recebe esse nome. Esses livros ‘soltos’ são chamados de apócrifos e, mesmo com a adição, alguns livros ficaram de fora, o que desperta uma curiosidade sobre quais seriam as histórias não contadas.

Nesses trechos, são contadas as provações de Jesus, alguns de seus milagres mais famosos, a relação de Cristo com seus discípulos e como foram escolhidos, assim como sobre toda a peregrinação, perseguição e morte por defender a propagação do Evangelho. Confira as passagens em que aparece e qual sua participação nessa série de eventos sagrados!

Na passagem citada, o nome de Tomé é citado pela primeira vez, mas o livro de Mateus fala sobre como Jesus orientou seus discípulos para que seguissem seus passos. Em um ato de confiança, o Filho de Deus lhes concedeu o poder de cura para lidar com os muitos enfermos que por ali viviam. Era para que eles, todos os doze nomeados, fossem trabalhar para isso.

O trecho também cita Judas Iscariotes e já o chama como traidor, pois, em todo o contexto bíblico, sabe-se que foi ele quem entregou Jesus à Pôncio Pilatos, o executor de Cristo. Assim como os outros onze, incluindo Tomé, ele também tinha a missão de curar os doentes e espalhar o Evangelho por todo o local.

A passagem anuncia a escolha de Jesus sobre os doze homens, incluindo Tomé, que levariam seu legado depois que já não estivesse mais vivendo na Terra e, diferente do que muitos podem pensar, não deixa claro por quais motivos os homens foram escolhidos. Jesus Cristo tinha seus motivos claros, com toda certeza, mas isso não fica claro no trecho citado.

O 3º livro de Marcos também fala sobre o sábado, que é muito emblemático dentro da comunidade cristã, já que o ‘Dia Santo’ para algumas é no sábado e para outras é no domingo. Nesse trecho, Jesus questiona se é permitido salvar alguém ou matar no sábado. E, depois de não obter nenhuma resposta, cura um homem doente. Afirmando que o bem sempre é permitido ser feito.

No capítulo 6 de São Lucas, São Tomé é citado no momento em que Jesus ainda está com seus homens em peregrinação pela Terra Santa. O que entende-se é que, Jesus os ensinava através do exemplo e de conversas muito produtivas sobre ser um bom homem e como o mundo deveria ser tratado.

Em um dos trechos mais importantes, a questão do sábado ser sagrado é debatida mais uma vez e, nas palavras dos próprios apóstolos, ‘Jesus é filho de Deus ainda nos sábados’, endossando o fato de que o bem precisa ser feito todos os dias, independente do dia da semana.

A passagem no capítulo 11 do livro de João fala sobre Jesus ressuscitar Lázaro, que estava morto há quatro dias quando o grupo chegou até o local. Porém, como é sabido, mesmo depois do corpo já ter começado a se decompor, Jesus o coloca de volta a vida, provando para todos, mais uma vez, ser filho de Deus.

São Tomé se destaca por falar para os outros discípulos que, assim como Lázaro, os que o seguiam Jesus também acabariam mortos. As falas de São Tomé não são entendidas como heresia, mas sim como uma insegurança e até mesmo falhas de fé, mas foram fundamentais para a construção da imagem do santo que todos conhecem hoje.

Quando ele contesta esses feitos que, em primeiro momento parecem impossíveis, Dídimo é apenas um homem tentando entender e racionalizar a própria fé e autoconhecimento, porque ali tudo é novo e lúcido. Não existia mundo com Jesus até aquele, então sua estranheza é justificável.

Nesse trecho, Jesus está caminhando com seus homens para continuar a peregrinação que vinham fazendo. Aparentemente, eles não sabiam muito bem para onde iriam e, Jesus, sendo o filho de Deus, tinha consciência e sabia de absolutamente tudo. Esse foi um dos mais célebres momentos entre Jesus e Tomé.

Tomé, preocupado se chegariam em segurança, contestou o fato de não saberem o caminho e, Jesus, respondeu que Ele era o caminho da vida e da verdade e que ninguém chegaria até o Pai sem passar por ele. São Tomé, constrangido, apenas ficou em silêncio.

O capítulo 20 de João fala sobre a ressurreição de Jesus e como os apóstolos lidaram com a volta Dele para o mundo dos vivos. Embora estivesse maravilhado com o fato de que seu Mestre tivesse realmente retornado para continuar a missão que eles todos iniciaram, o fato ainda era novo e muito fora do comum.

Tomé, como era de se esperar, não acreditou e só conseguiu realmente entender que era real quando viu Jesus. Essa passagem é a que dá origem à famosa frase de Jesus: “Felizes são aqueles que creem sem ter visto”. Na ocasião, Tomé é convocado por Jesus, que o convida para colocar o dedo em suas chagas e ver seus machucados, para que entenda que são reais.

Esse pode ser entendido como o grande momento de redenção de São Tomé, porque mesmo que seu comportamento possa ter sido imaturo e até mesmo cético em relação a Jesus, o Filho de Deus entende que isso não o fez menos merecedor de ser um de seus pupilos e, ainda assim, devia ser abraçado e entendido como um dos grandes mensageiros de Deus.

Essa passagem é interessante porque mostra uma interação diferente dos discípulos com Jesus. Ele avisa seus homens de que irá pescar e, pouco depois, aparece como outra pessoa. Nesse momento, Jesus testa a bondade de seus pupilos quando, com outra identidade, alega estar com fome e pede um pouco de alimento. E eles, quase que em uníssono, dizem “não”.

Pouco depois, os homens, que estavam próximos a um rio para pescar, não conseguem nenhum peixe, como punição divina pelo ato que acabaram de cometer. Pedro percebe que a outra pessoa é, na verdade, Jesus em outra forma e tenta reparar o erro que cometeram. Logo depois de se redimirem, a pesca foi farta, com vários peixes, que alimentaram todos eles.

O primeiro capítulo do livro do ‘Ato dos Apóstolos’ fala sobre o que aconteceu logo depois da subida de Jesus, vivo, para os céus. É um momento muito especial para a vida dos onze homens que tiveram a honra de conviver com o próprio filho de Deus. Tomé, mesmo depois de ter sua fé contestada em vários momentos, está entre os homens de confiança de Deus.

Depois da subida de Jesus, o próprio Espírito Santo os visita em uma cena memorável, onde são determinados os rumos que cada um dos homens deve seguir para continuar a missão de espalhar a palavra de Deus para o resto do mundo. E, como é sabido, Tomé foi enviado em missão para várias partes, incluindo a Índia, que é seu último destino.

Aqui vale dizer que Judas Iscariotes, traidor de Jesus, depois de arrepender-se de entregá-lo aos seus inquisidores, enforcar-se, tomado pelo arrependimento, fazendo com que na grande celebração estivesse apenas os outros onze apóstolos.

São Tomé, com toda certeza, é um dos maiores símbolos dentro do Cristianismo de renovação da fé, porque saiu do espaço de um homem questionador e cético para o panteão dos homens que morreram em nome de sua fé e de suas convicções religiosas.

Seu legado é ainda maior na Índia, país onde o santo homem viveu seus últimos anos de vida em peregrinação. Confira os principais feitos e milagres da vida desse homem santo que foi São Tomé!

A morte de São Tomé aconteceu em Kerala, na Índia, assim como seu sepultamento. A cidade tem uma igreja, onde Dídimo usava para dar seus sermões aos fiéis. Depois de sua morte, a igreja foi o lugar escolhido para guardar seus restos mortais, assim como documentos da comprovação de sua morte, como o ‘atestado de óbito’ e a lança que o desferiu de morte.

A cidade é litorânea e, em uma de suas pregações, um fiel ficou preocupado com a localização da igreja, que é relativamente próxima da costa. Com muita convicção, São Tomé disse que jamais as águas do mar chegariam ali. Ele afirmou isso em forma de profecia.

A história foi se perdendo com o tempo até que, em 2004, um tsunami atingiu a região de Kerala, matando centenas de pessoas e devastando toda a região, que foi assolada de maneira severa. Porém, para a surpresa de todos, a igreja se manteve intacta, com todos os seus pertences intocáveis. Esse acontecimento foi, de imediato, reconhecido como sendo um dos milagres de São Tomé.

O dia de São Tomé tem uma curiosidade, já que, depois de séculos, foi realocado para uma outra data. Originalmente, o dia do grande santo era celebrado no dia 21 de dezembro em todo o mundo. Porém, no ano de 1925, a Igreja Católica decidiu transferir a data para o dia 3 de julho.

No ano em questão, aconteceu a beatificação de São Pedro Canísio e, como sua morte é datada, sendo em 21 de dezembro, a diocese decidiu por transferir o dia para o novo santo, respeitando sua data de morte. Não se tem comprovação do porquê ser no dia 3 de julho, mas, desde então, o dia de São Tomé é comemorado nesta data.

O santo foi entendido, anos mais tarde, como padroeiro dos cegos, pedreiros e arquitetos e, no dia dessas profissões, é entendido como um símbolo e sua oração, normalmente, é entoada para pedir-lhes proteção, saúde e vida. Confira a oração na íntegra:

São Tomé é uma figura religiosa e histórica de muitas nuances, porque a sua construção como pessoa e como homem santo é notória dentro de todo contexto que aparece inserido. Conhecido como o homem que duvidava, ele se mostrou ser um homem de fé, apesar do ceticismo momentâneo.

Analisar a figura de São Tomé e o que ela representa é observar um pouco da mortalidade e ceticismo que habita em nós. Os apóstolos, antes de serem entendidos e reconhecidos como homens santos, eram pessoas comuns, com medos, falhas e inseguranças.

É válido dizer, ainda, que São Tomé é um símbolo de que as pessoas não precisam estar completamente seguras para acreditar em algo que ainda não é totalmente compreensível para elas. Você pode questionar e isso não te fará menos crente, apenas te fará ter uma fé mais profunda, porque você entende de maneira mais profunda aquilo, não apenas aceita.