Considerações gerais sobre as constelações dos signos
No total, existem 12 constelações que ficam ao longo da eclíptica, que é o caminho que o Sol realiza durante um ano. Estas foram denominadas como constelações do zodíaco, termo que vem do grego ζωδιακός κύκλος “zōdiakós kýklos”, que, traduzido para o português, fica “círculo dos animais”.
Cada uma dessas divisões representa uma constelação diferente na astronomia, e na astrologia é um signo distinto. A cada vez que o sol faz a trajetória da eclíptica, ela incide em alguma dessas constelações, e, de acordo com a astrologia, cada período em que o sol atinge alguma delas implica com que os nascidos nesses determinados dias sejam regidos por essa determinada constelação.
Então, cada uma dessas constelações possuem origens bem antigas, antes de serem catalogadas oficialmente pelo astrônomo grego Ptolomeu. Nesse artigo, conheceremos suas origens e os mitos que acercam cada uma delas!
A Constelação de Áries
A constelação de Áries, o carneiro, ocupa a 39ª posição no quesito tamanho entre todas 88 constelações existentes. Sua localização é no hemisfério norte, entre a constelação de Peixes e a de Touro.
Além disso, é a constelação que rege os nascidos entre 21 de março e 19 de abril, pessoas que desenvolvem características marcantes, como a coragem, a perseverança e a disposição. A seguir, confira mais sobre essa constelação e os seus indivíduos!
■Curiosidades e origem da constelação de Áries
A origem da constelação de Áries é datada há muito tempo, sendo descoberta e catalogada pelo astrônomo e cientista grego Ptolomeu, em meados do século II. Contudo, sua oficialização só foi conhecida pela União astronômica em 1922.
Apesar de possuir poucas estrelas e objetos do céu próximos a ela, podem se observar diversas chuvas de meteoros, que ocorrem em épocas determinadas do ano. Dentre elas, estão as Ariétidas de Maio, Ariétidas de Outono, Delta Ariétidas, Epsilon Ariétidas, Árietidas diurnas e a Ariete-Triangulidi (também chamadas de Triangulidas de Áries).
■Objetos celestiais da constelação de Áries
A constelação de Áries possui quatro objetos celestes: a galáxia em espiral NGC 772, NGC 972 e a galáxia anã irregular NGC 1156. O seu objeto mais brilhante é denominado de Hamal (Alfa Arietis), que é uma estrela gigante alaranjada e cerca de duas vezes maior que o próprio sol. Portanto, é considerada a 47ª estrela mais brilhante do céu.
Além disso, o nome Hamal deriva do nome árabe designado para a constelação Al Hamal (cordeiro ou carneiro). Por conta da ambiguidade entre o nome da estrela e da constelação, ela também é conhecida como راس حمل “rās al-ħamal” (cabeça de carneiro).
■Constelação de Áries e Mitologia
Na mitologia grega, a constelação de Áries vem do mito do carneiro voador, cuja lã é formada por fios dourados que salva Frixo, o filho do rei de Tebas, Átamas, com Nefele.
Tudo começa com sua madrasta Ino, que, para proteger os seus próprios filhos, tenta assassinar os filhos do primeiro casamento do seu marido. Ela arma um plano para que Frixo seja sacrificado a Zeus por conta da colheita que foi um fracasso, mas, na verdade, era a própria Ino quem havia sabotado a plantação.
Assim, Nefele acaba ganhando o animal dourado de Hermes, fazendo com que o mesmo fugisse com Frixo e sua irmã, Hele, pendurados ao seu dorso. Contudo, Hele cai no mar na região denominada de Helesponto. O carneiro chega, então, em Cólquida e, em seguida, é sacrificado em agradecimento ao seu rei, Eetes, para quem dá a sua lã dourada e acaba se casando com sua filha, Calcíope.
Enquanto isso, Pélias acaba se tornando o rei de Iolco, mas ouve uma terrível profecia que diz que seria morto por seu próprio sobrinho Jasão. Temendo pela profecia, Pélias desafia Jasão para conseguir o Velocino de Ouro em Cólquida em troca de revogar o trono ao qual tinha direito. Essa é uma tarefa aparentemente impossível, mas Jasão não se intimida.
Então, ele acaba construindo a embarcação Argo e reúne uma tropa de heróis destemidos junto a ela, conhecidos como Argonautas. Juntos, partem para Cólquida.
Chegando ao reino, ele é desafiado pelo rei Eetes a cumprir várias tarefas difíceis para conseguir o Velocino. Dentre elas, arar o campo com touros que cospem fogo, semear os dentes de um dragão no campo e, em seguida, lutar com o exército que nasceu por meio desses dentes e passar pelo dragão guardião da pele dourada.
Jasão consegue heroicamente o Velocino e foge com Medeia, a filha de Eetes. Na volta para casa, Medeia trama a morte do rei Pélias e, com isso, acaba concluindo a profecia. Os deuses, ao ficarem surpreendidos com tal feito, erguem o Velocino aos céus, tornando-o a famosa constelação de Áries dos dias atuais.
A Constelação de Touro
A constelação de Touro é datada de muito tempo atrás e, assim como as outras constelações que compõem o zodíaco, ela está localizada na Eclíptica. Devido à sua posição e suas estrelas extremamente brilhantes, ela é bem fácil de ser avistada.
Ela se encontra no meio das constelações de Áries e de Gêmeos e se localiza no hemisfério norte, ocupando posição 17 em relação ao seu tamanho, dentre todas as 88 constelações. Além disso, é a constelação que rege os nascidos entre 21 de abril e 20 de maio, pessoas conhecidas pela sua teimosia, seu capricho e seu zelo. Confira mais a seguir!
■Fatos sobre a constelação de Touro
A constelação de Touro, também conhecida como Taurus, constitui diversas estrelas brilhantes. Dentre elas, podemos citar as Híades e as Plêiades, conhecidas também como “sete irmãs”, a estrela Aldebarã e a nebulosa de Caranguejo.
As primeiras considerações sobre esse conglomerado de estrelas vem dos babilônios, por volta de 4000 anos atrás, na época em que as Plêiades surgiam no horizonte pela manhã e com a chegada da primavera.
■Como localizar a constelação de Touro
Uma constelação muito fácil de achar é a de Touro, principalmente por conta das estrelas que a compõem serem bem brilhantes, além do fato de estar próxima da constelação de Órion. Ou seja, você pode identificá-la com base na localização das famosas Três Marias.
No Brasil, a constelação de Touro pode ser melhor observada no sentido leste durante o verão, já que, nessa época, suas estrelas alcançam o brilho máximo. Ela nasce ao leste, às 18 horas, e fica visível durante todo o período noturno.
■Objetos celestiais da constelação de Touro
A constelação de Touro se constitui nos seguintes objetos celestiais: a estrela Aldebarã, conhecida como a Alfa de Touro, Alnath, a Beta de Touro, Hyadum I, a Gama de Touro e a Teta de Touro. Próximo à Teta de Touro, temos a Nebulosa de Caranguejo, que é o resultado de uma Supernova - a morte de uma estrela massiva, que explodiu e liberou uma grande quantidade de energia.
Além disso, essa constelação ainda possui dois aglomerados estrelares, as Híades e as Plêiades. As Híades ficam bem próximas das Plêiades e são um aglomerado aberto, cujas estrelas formam um “V” ao redor da gigante Aldebarã.
Na mitologia, as Híades eram meio irmãs das Plêiades e, com a morte de seu irmão Hyas, choraram tanto que, no final, acabaram morrendo de luto. Zeus ficou com pena das irmãs e transformou-as em estrelas, colocando-as bem em cima da cabeça da constelação de Touro.
Já as Plêiades são o grupo de estrelas mais brilhantes em todo o céu e também são conhecidas como “sete irmãs”. Esse conglomerado de estrelas possui 500 no total, mas as mais conhecidas são sete delas. Seus nomes são Merope, Maia, Alcione, Asterope, Electra, Taigete e Celeno.
Assim, na mitologia grega, as Plêiades eram sete irmãs, filhas de Pleione e Atlas. Elas eram sucessivamente perseguidas por Órion, que estava enfeitiçado pela beleza das moças. Cansadas com tal perseguição, resolveram pedir ajuda aos deuses, que as transformou nas estrelas que compõem a constelação de Touro.
■Constelação de Touro e Mitologia
Na mitologia grega, a constelação de Touro tem sua história. Havia um reino chamado Tiro, e seu rei Agenor possuía uma filha de tamanha beleza chamada Europa. Zeus havia se apaixonado perdidamente pela mortal e estava determinado a possuir aquela mulher, custasse o que custar.
Contudo, ele decidiu se metamorfosear em alguma outra forma, para se encontrar com Europa, de forma que isso despistasse os ciúmes de sua esposa, Hera. Finalmente, ele decidiu se transformar em um grande touro branco e foi em direção à praia de Tiro, onde havia um grupo de moças se banhando. Entre elas, encontrava-se Europa.
As outras moças acabaram se assustando com a vinda do animal, mas Europa, não. Ela se aproximou de Zeus na forma de touro e acariciou o seu pelo, fazendo uma guirlanda de flores para colocar sobre ele. Ao verem essa cena, as outras moças tentaram se aproximar também, porém o touro se levantou e galopou em direção ao mar, com Europa em suas costas.
A moça tentou pedir ajuda, mas já era tarde demais. O animal galopou durante noite e dia, até finalmente parar em uma praia de Creta, deixando Europa descer de suas costas. Zeus, então, assumiu sua verdadeira forma e se uniu a Europa, tendo com ela três filhos: Minos, Radamanto e Sarpedão.
Com a morte de Europa, ela foi considerada uma divindade na ilha, fazendo com que o touro que a trouxe nas costas se tornasse uma constelação do céu.
A Constelação de Gêmeos
A constelação de Gêmeos se encontra entre a constelação de Touro e a de Câncer e se localiza na zona equatorial. É considerada a 30ª maior constelação dentre as 88 e também possui sua origem datada há muitos séculos atrás, sendo descoberta pelo astrônomo Ptolomeu, no século II.
Ela rege os nascidos entre os dias 21 de maio a 20 de junho, nativos que transbordam características como a comunicação e a persuasão. Confira mais detalhes a seguir!
■Como localizar a constelação de Gêmeos
A constelação de Gêmeos é mais bem avistada no começo do inverno, no hemisfério norte. Para encontrá-la com mais facilidade, procure suas duas estrelas mais brilhantes, Castor e Pólux, começando pelo cinturão de Órion, mais popularmente conhecido como as Três Marias.
Depois, trace uma linha reta até a estrela Betelguese, a segunda mais brilhante da constelação de Órion, e pronto, você conseguirá localizar a constelação de Gêmeos.
■Objetos celestiais da constelação de Gêmeos
As principais estrelas da constelação de Gêmeos são Castor e Pólux, respectivamente alfa e beta de Gêmeos. Pólux é considerada a estrela mais brilhante da constelação e é a 17ª mais brilhante do céu, possuindo duas vezes mais massa e nove vezes maior raio que o sol.
Enquanto isso, Castor é um sistema estelar múltiplo, ou seja, ele tem seis elementos interligados e é considerado a 44ª estrela mais brilhante do céu. Nessa constelação, também podemos encontrar a Messier 35, que é um aglomerado de estrelas, Geminga, uma estrela de nêutrons, e a Nebulosa de Esquimó.
■Constelação de Gêmeos e Mitologia
Na mitologia grega, a constelação de Gêmeos possui uma origem. A história conta que os irmãos Castor e Pólux também eram irmãos de Helena de Tróia. Suas origens se deram por meio de Zeus, que estava apaixonado por Leda, a esposa de Tíndaro, o rei de Esparta.
Para se aproximar dela e não levantar evidências de sua esposa ciumenta, Hera, Zeus se transformou em um belo cisne. Assim, o fruto dessa paixão acabou gerando Castor e Pólux. Sendo Castor mortal e Pólux imortal. Os dois cresceram tendo a melhor educação, sendo que Castor se tornou um ótimo cavalheiro e Pólux, um exímio guerreiro.
Um dia, os irmãos resolveram desafiar dois jovens pela mão de duas moças que já estavam prometidas. Contudo, durante a batalha, Castor acabou sendo morto. Pólux ficou desesperado e tentou se matar, para encontrar seu falecido irmão, o que foi em vão, pois era imortal. Zeus, então, vendo o desespero e a tristeza do seu filho, acabou imortalizando ambos na constelação de Gêmeos.
No Egito, essa constelação se referia ao deus Hórus, sendo um Hórus velho e um Hórus mais jovem.
A Constelação de Câncer
A constelação de Câncer, ou Caranguejo, se localiza no hemisfério norte e, por mais que suas estrelas emitam brilho fraco e sejam muito difíceis de se localizar a olho nu, é uma constelação de grande importância. Ela se encontra no meio entre a constelação de Gêmeos e a de Leão.
Na cartografia, temos o Trópico de Câncer, em que se utiliza uma linha imaginária para demarcar as zonas equatorial e subequatorial norte, e passa exatamente sobre a constelação de Câncer.
O Sol, quando atinge esse trópico com seu eixo vertical, acarreta na mudança de estações do ano. Ocorrendo o verão no hemisfério norte e o inverno no sul. Assim, essa constelação rege os nascidos entre 21 de junho até 21 de julho. De maneira geral, essas pessoas possuem como características marcantes a sensibilidade e a manipulação.
■História da Constelação de Câncer
Em sua história, a constelação de Câncer foi descoberta pela primeira vez por Ptolomeu, no século II AC, por meio do Almagesto, um tratado matemático e astronômico contendo um grande catálogo estrelar. Como a constelação parecia ter patas de caranguejo, ela foi batizada de “Karkinos” (caranguejo em grego).
Nos registros egípcios datados de 2000 AC, a constelação de Câncer era descrita como Scarabeus (escaravelho), um importante emblema que simbolizava a imortalidade. Na Babilônia, ela era chamada de MUL.AL.LUL, que se refere tanto a um caranguejo quanto a uma tartaruga agarradora.
Além disso, a constelação na Babilônia possuía forte conexão com as ideias de morte e passagem para o mundo dos mortos. Mais tarde, essa mesma ideia deu origem ao mito de Hércules e à Hidra, na mitologia grega.
■Objetos celestiais da constelação de Câncer
A constelação de Câncer se constitui nas seguintes estrelas: Al Tarf (Beta Cancri), a estrela mais brilhante da constelação; Assellus Australis (Delta Cancri), uma gigante e a segunda estrela mais brilhante; Acubens (Alfa Cancri), cujo nome vem do árabe e significa pinça ou garra; Assellus Borealis (Ypsilon Cancri) e Iota Cancri.
Além disso, Câncer também é lar de Messier 44, um aglomerado que se encontra bem no centro da constelação; Messier 67, outro conglomerado de estrela; QSO J0842 + 1835, um “quasar” um núcleo galáctico ativo, e OJ 287, que é um outro tipo de núcleo galáctico ativo.
■Constelação de Câncer e Mitologia
Câncer e sua constelação possuem sua história na mitologia grega. Nela, Hera possuía muito ciúmes de Hércules, filho de Zeus e fruto de um relacionamento com uma humana comum.
Com o intuito de acabar com sua vida, ela o desafiou a derrotar diversos monstros e criaturas de sua criação, destacando, dentre eles, a famosa Hidra de Lerna, um monstro que possuía corpo de dragão e cabeças de serpente que, quando uma era cortada, duas se regeneravam em seu lugar.
Assim, quando percebeu que o semideus mataria o monstro, Hera enviou um caranguejo monstruoso, mas Hércules pisou sobre o mesmo. Reconhecendo o esforço do animal, Hera o converteu na constelação de Câncer.
Dessa forma, a constelação de Câncer fica justamente próxima da de Hidra, por conta desse mito.
A Constelação de Leão
A constelação de Leão, também conhecida como Leo, possui estrelas muito brilhantes em seu conjunto, então, sua localização no céu não é tão difícil. Ela se encontra na zona equatorial e é considerada a 12ª maior constelação entre as 88 catalogadas. Sua localização é próxima das constelações de Câncer e Virgem.
O período no qual o sol passa pela constelação, entre 22 de julho a 22 de agosto, faz com que os nativos desse signo sejam pessoas de características fortes, cheias de bravura e vaidade. Confira mais detalhes nos tópicos abaixo!
■Fatos e curiosidades sobre a Constelação de Leão
A constelação de Leo foi uma das primeiras conhecidas, tendo evidências de seu descobrimento na época da Mesopotâmia, por volta do ano 4000 AC. Nesse tempo, seu povo possuía uma constelação semelhante à que nós conhecemos, nos dias de hoje.
Os persas chamavam essa constelação de Leo Ser ou Shir, mas os turcos a denominavam como Artan, o sírios a chamavam de Aryo, os judeus de Arye e os indígenas de Simha. Contudo, todos esses nomes possuíam o mesmo significado: leão.
Na astronomia babilônica, a constelação de Leão era denominada de UR.GU.LA, “O grande leão”. Como sua estrela principal, Regulus, localizava-se em seu peito, ela era denominada como estrela rei. Na Ásia, essa constelação possui relação direta com o Sol, pois, quando ela surgia sobre o céu, era um sinal de que começaria o solstício de verão.
■Como localizar a constelação de Leão
A localização da constelação de Leão é bem fácil, devido ao enorme brilho de suas estrelas. Tente pegar como referência a sua estrela brilhante principal, a Regulus. Próximo de Leão, há outras constelações que podem ser vistas aos seus arredores, como Hidra, Sextante, Taça, Leão Menor e Ursa Menor.
■Objetos celestiais da constelação de Leão
A constelação de Leão se compõe por diversas estrelas, não é à toa que ela é uma das maiores constelações que existem. Dentre suas principais, temos a mais brilhante, Regulus (Alpha Leonis), cujo nome vem do latim e quer dizer “príncipe” ou “pequeno rei”.
Temos também Denebola (Beta Leonis), cujo nome deriva de Deneb Alased, que vem do árabe ذنب الاسد (ðanab al-asad) e significa “cauda do leão”, justamente por sua posição na constelação; Algieba (Gamma Leonis) ou Al Gieba, que também vem do árabe الجبهة ( Al-Jabhah) e é traduzido como “testa”.
Por fim, temos Zosma (Delta Leonis), Epsilon Leonis, Zeta Leonis, Iota Leonis, Tau Leonis, 54 Leonis, Mu Leonis, Thata Leonis e Wolf 359 (CN Leonis).
Além disso, essa constelação também é possuidora de várias galáxias, sendo elas Messier 65, Messier 66, NGC 3628, Messier 95, Messier 96, e Messier 105. As três primeiras também são conhecidas como Trio do Leão.
■Constelação de Leão e Mitologia
Na mitologia grega, o surgimento da constelação de Leão está ligado aos doze trabalhos de Hércules. Existia um leão terrível que perambulava pela cidade de Nemeia, cuja pele era tão dura que nenhuma arma existente conseguia a perfurar. O animal continuava a causar pânico entre seus habitantes, já que ninguém conseguia matar a fera.
Hércules, então, foi chamado para dar cabo do felino e, após muitos dias de luta corpo a corpo, conseguiu acertar sua clave nele, desacordando o animal e o sufocando. Utilizando as próprias garras do animal, ele extraiu seu couro impenetrável. Hera, ao ver o quanto o leão havia lutado bravamente, o transformou na constelação de Leão nos céus.
Na mitologia da Suméria, a constelação de Leão representava o monstro Humbaba, cuja face é similar à de um leão.
A Constelação de Virgem
A constelação de Virgem, também conhecida como Virgo, é uma das primeiras do zodíaco a ser identificada, sendo sua origem vinda de tempos remotos. Das 88 constelações existentes, ela é a segunda maior, perdendo apenas para Hidra.
Virgo fica entre as constelações de Leão e Libra e se encontra no hemisfério sul. O sol sempre passa pela área dessa constelação no período entre 23 de agosto a 22 de setembro. Aqueles nascidos nesses dias são pessoas muito metódicas e racionais. Acompanhe os tópicos a seguir e saiba mais!
■História da constelação de Virgem
Os mitos que refletem na história e no surgimento da constelação de Virgem são vários. Mas, muito provavelmente, o mito mais conhecido sobre Virgem está localizado na mitologia grega. Este conta a história de Astreia, filha de Zeus com Thêmis, a deusa da justiça.
Durante muito tempo, a jovem tentou implantar as ideias de paz e honestidade entre os homens. Contudo, parecia que ninguém tinha interesse nesses assuntos, apenas queriam saber de guerra e violência. Astreia estava exausta de continuar em um ambiente cheio de conflitos e sangue e decidiu retornar aos céus, tornando-se a constelação de Virgem que conhecemos.
■Características e curiosidades sobre a Constelação de Virgem
A constelação de Virgem foi uma das primeiras a receber esse nome e, seja qual for a mitologia, sempre foi representada por uma donzela - daí vem o nome de Virgo.
No MUL.APINm o compêndio de astrologia da Babilônia datado do século 10 AC, a constelação de Virgem era denominada como o ”Sulco” representando a deusa dos grãos, Shala, com uma espiga de milho. Uma das estrelas pertencentes a essa constelação é chamada de Spica e vem do latim “espiga de grão”. Por conta desse fato, ela é associada à fertilidade.
Na visão de Hiparco, astrônomo grego que nasceu em 190 AC, a constelação de Virgem tem correspondência às duas constelações babilônicas, o “Sulco”, no seu setor oriental, e a “Fronda de Erua”, em sua arte ocidental. Essa segunda é representada por uma deusa segurando uma folha de palmeira.
Na astronomia grega, essa constelação babilônica foi associada com a deusa da agricultura Demeter, enquanto que os romanos a relacionavam com a deusa Ceres. Durante a Idade Média, a constelação de Virgem era bastante relacionada à Virgem Maria, mãe de Jesus.
■Como localizar a constelação de Virgem
A constelação de Virgo se encontra visível durante o outono no hemisfério sul. Apesar de suas estrelas não serem tão brilhantes, você pode tentar localizá-la tomando a constelação de Leão como referência. Além de Leão, ela também é próxima das constelações de Libra, Taça, Cabeleira de Berenice e Serpente.
Sua estrela mais brilhante, Spica, é a mais fácil de visualizar: Apenas siga a curva da Ursa Maior em direção à constelação de Böötes e, passando pela sua estrela, Arcturus, você estará próximo de encontrar Spica.
■Objetos celestiais da constelação de Virgem
A constelação de Virgem é constituída por diversas estrelas, sendo as mais importantes:
- Spica (Alpha Virginis), sua estrela mais brilhante;
- Porrima (Gamma Virginis), Zavijava (Beta Virginis), cujo nome vem do àrabe زاوية العواء (zāwiyat al-cawwa) e quer dizer “canto do latido”;
- Auva (Delta Virginis), do árabe من العواء (min al-ʽawwā), que significa “na mansão lunar do Awwa”;
- Vindemiatrix (Epsilon Virginis), que vem do grego e que quer dizer “a colhedora de uvas”.
Entre as constelações de Virgem e a Cabeleira de Berenice, existem aproximadamente 13000 galáxias, sendo essa região denominada de Superaglomerado de Virgem. Entre esses objetos, podemos destacar M49, M58, M59 e M87. Existe também a Galáxia do Sombreiro, cuja forma se assemelha a um chapéu mexicano. Há também a existência de um quasar, o 3C273 Virginis, localizado a três bilhões de anos-luz.
A Constelação de Libra
A constelação de Libra ocupa a 29ª posição em tamanho dentre todas 88 constelações catalogadas, mas suas estrelas possuem luminosidade muito fraca. Ela se localiza na zona equatorial, entre a constelação de Virgem e de Escorpião.
Essa constelação rege aqueles que nascem no período de 23 de setembro até 22 de outubro. São pessoas de caráter repleto de justiça, mas, às vezes, podem apresentar incertezas diante suas escolhas. Confira mais detalhes a seguir!
■História da Constelação de Libra
A história da constelação de Libra vem atrelada ao mito de Astreia, a deusa da justiça e a constelação de Virgem. Assim que a jovem retorna aos céus, após uma tentativa frustrada de trazer a paz para os mortais, ela se transforma na constelação de Virgem. O mesmo aconteceu com a balança que carregava, sendo esta o símbolo da justiça, que acaba se tornando a constelação de Libra.
Na astronomia babilônica, ela era conhecida como MUL Zibanu (escalas ou equilíbrio), também denominadas de “Garras de Escorpião”. Na Grécia Antiga, a balança também acabou sendo conhecida como “Garras de Escorpião” e, a partir desse momento, tornou-se símbolo da justiça e da verdade.
Curiosamente, até o século I AC, a constelação de Libra fazia parte da de Escorpião, mas, posteriormente, ganhou sua independência.
■Como localizar a constelação de Libra
A constelação de Libra pode ser localizada na zona equatorial e deve ser vista em qualquer canto da Terra, dependendo da época do ano. No hemisfério sul, ela pode ser vista no período entre agosto e dezembro. Para encontrá-la, utilize a estrela Antares (estrela principal de Escorpião) como referência. Siga a prolongação dessa estrela e você chegará próximo à constelação de Libra.
■Objetos celestiais da constelação de Libra
As estrelas da constelação de Libra são de magnitude não tão expressiva, sendo apenas duas que possuem mais brilho entre todas. Temos Zubenelgenubi (Alpha Librae), que significa “garra do sul” em árabe, Zubeneschamali (Beta Librae), a “garra do norte”, e, por fim, Zubenelakrab (Gamma Librae), a “garra do escorpião”.
Há também o aglomerado globular NGC 5897, um conjunto solto de estrelas que fica a 50.000 anos-luz da Terra.
A Constelação de Escorpião
A constelação de Escorpião, ou Scorpius, se localiza no hemisfério sul, bem no centro da Via Láctea. É a 33ª maior constelação dentre todas já catalogadas e se encontra entre as constelações de Libra e Sagitário.
Assim, é uma das 48 constelações catalogadas por Ptolomeu no sec. II AC. A trajetória do Sol perante essa constelação acontece entre os dias 23 de outubro até 21 de novembro. Os nascidos desses dias são pessoas muito sedutoras e intensas. Você poderá ver mais sobre esse aglomerado de estrelas a seguir!
■História da Constelação de Escorpião
O mito de origem da constelação de Escorpião vem da mitologia grega, em que Órion, um gigante caçador, vivia se vangloriando da deusa Ártemis, dizendo que caçaria todos os animais existentes. Ártemis e sua mãe, Leto, decidiram enviar um escorpião gigante para matar o caçador, que acabou tirando sua vida, fazendo com que Zeus transformasse ambos em constelações.
Outra versão dessa lenda é que o irmão gêmeo de Ártemis, Apollo, foi quem enviou o animal peçonhento para matar Órion, pois possuía ciúmes do gigante, já que ele era o melhor caçador e companheiro de Ártemis.
Órion e o animal travaram uma batalha brutal, mas os golpes do caçador não surtiam efeito no escorpião. Pressentindo que não conseguiria vencer o embate, ele fugiu para o mar, no qual o escorpião não conseguiria o seguir.
Enquanto isso, Apollo provocava sua irmã, dizendo que ela era medíocre com o arco e flecha, desafiando a atingir aquela sombra que nadava sobre o mar. Ártemis não hesitou e atirou com muita pontaria sobre a sombra, mas ela havia acertado justamente sobre o crânio de seu parceiro.
Com o corpo do amado sobre os braços, ela pediu para que Zeus o transforme em uma constelação e ficasse ao lado de seu cão, a estrela Sirius.
Nos dias atuais, podemos ver a constelação de Órion juntamente com a constelação de Cão Menor, cuja estrela mais brilhante é a Sirius. Órion fica bem à frente da constelação de Escorpião, como se estivesse fugindo da mesma, como no mito.
■Como localizar a constelação de Escorpião
Por ser localizada no hemisfério sul e bem ao meio da Via Láctea, a constelação de Escorpião pode ser facilmente encontrada. Em terras tupiniquins, ela pode ser vista durante o outono e no inverno. Outro fator que facilita o seu encontro são suas estrelas principais que, alinhadas, acabam fazendo um formato da cauda de escorpião.
■Objetos celestiais da constelação de Escorpião
Dentre as estrelas da constelação de Escorpião, podemos destacar as duas mais importantes. A primeira é Antares (Alpha Scorpii), uma supergigante vermelha que é considerada a 16ª maior estrela de todo céu. Seu nome deriva do grego Ἀντάρης, “rival de Ares”, devido à sua cor ser semelhante ao planeta Marte.
Também há Shaula (Lambda Scorpii), sua segunda estrela mais brilhante da constelação de Escorpião e a 25ª, dentre todas existentes. Enquanto Antares fica no coração da constelação, Shaula se localiza em seu ferrão.
Há outros objetos celestiais que se destacam dentro dessa constelação, como a NGC 6475, que é um aglomerado de estrelas; NGC 6231, um outro grupo de estrelas que fica próximo à Via Láctea; M80, um pequeno grupo globular muito brilhante, e Scorpius X-1, uma estrela anã.
■As estrelas da bandeira do Brasil
As estrelas que compõem a famosa bandeira brasileira não apenas representam os estados, mas também são representações de diversas constelações. Curiosamente a maioria dessas estrelas que representam os estados brasileiros provêm da constelação de Escorpião.
Vamos conferir, agora, cada uma dessas estrelas e seu estado correspondente:
- Antares- Piauí;
- Graffias – Maranhão;
- Wei- Ceará;
- Shaula – Rio Grande do Norte;
- Girtab – Paraíba;
- Denebakrab – Pernambuco;
- Sargas – Alagoas;
- Apollyon – Sergipe.
A Constelação de Sagitário
A constelação de Sagitário fica localizada na zona equatorial e no centro da Via Láctea. Ela encontra-se entre as constelações de Escorpião e Capricórnio e está no top 15 de maiores constelações catalogadas.
É uma das 48 listadas pelo astrônomo Ptolomeu, e seu nome vem do latim, cuja tradução significa “arqueiro”. Sua constelação representa um centauro empunhando um arco e flecha, e seu signo rege os nascidos entre os dias 22 de novembro e 21 de dezembro, pessoas intuitivas e sinceras.
Para saber mais, continue a leitura do artigo!
■História da constelação de Sagitário
Na mitologia grega, o mito de Sagitário provém de Quíron, filho do deus do tempo, Cronos, com a ninfa Filira. Quíron é um híbrido de cavalo com humano, já que Cronos havia se metamorfoseado em um cavalo, quando foi ao encontro de Filira.
Quíron passou boa parte de sua vida em uma gruta do monte Pélion, onde acabou estudando e ensinando as artes de botânica, astronomia, música, caça, guerra e medicina. Hércules acabou se tornando um de seus aprendizes, mas, um dia, enquanto perseguia o centauro Élato, ele acabou atingindo acidentalmente uma flecha envenenada em Quíron.
Assim, o centauro sentia dores horríveis, porém não podia morrer. Não aguentando tamanho sofrimento, Quíron pediu para Zeus transferir sua imortalidade para Prometeu e, em seguida, acabou se tornando uma das diversas constelações do céu, a de Sagitário.
Na Suméria, Sagitário era considerado um deus arqueiro meio humano e meio cavalo. Entre os persas, essa constelação foi nomeada como Kaman e Nimasp.
■Como localizar a constelação de Sagitário
Por conta de seu formato pouco aparente, a constelação de Sagitário não é tão fácil de ser identificada. Ela se encontra na zona equatorial e pode ser visível durante os meses de outono e inverno.
Para localizá-la, utilize a constelação de Escorpião como referência, de preferência a parte do seu ferrão, que fica próximo à parte da flecha de Sagitário.
■Objetos celestiais da constelação de Sagitário
As estrelas mais brilhantes de Sagitário formam o asterismo (estrelas que podem ser vistas a olho nu) conhecido como Bule. Sendo as suas principais a Kaus Australis (Epsilon Sagittari), a sua estrela mais brilhante, e Nunki (Sigma Sagittarii), cujo nome é de origem babilônica, mas de significado incerto.
Além disso, essa constelação também é conhecida pelo seu grande número de nebulosas. Dentre elas, temos a M8 (Nebulosa da Lagoa), M17 (Nebulosa Ômega) e M20 (Nebulosa Trífida).
A constelação de Capricórnio
A constelação de Capricórnio é uma das 48 listadas pelo astrônomo grego Ptolomeu. Seu nome vem do latim Capricornus e significa “bode de chifres” ou “cabra de chifres”. Ela se encontra entre as constelações de Sagitário e Aquário e representa uma criatura meio cabra e meio peixe.
Assim como o Trópico de Câncer, existe o Trópico de Capricórnio, sendo a constelação que é usada para indicar a posição do solstício e a latitude da posição ao sul do sol. Esse termo também é utilizado para a linha na Terra, quando o sol aparece durante o meio dia em dias de solstício de dezembro.
Aqueles que são regidos por essa constelação são nascidos durante os dias 22 de dezembro a 21 de janeiro. São pessoas que, apesar da frieza, são muito eficientes naquilo que fazem. Você poderá ver isso e muito mais sobre a constelação de Capricórnio a seguir!
■História da Constelação de Capricórnio
A história em torno da constelação de Capricórnio tem correlação com o deus Pã da mitologia grega. Pã possuía o corpo humano, mas tinha chifres e patas de bode. Um dia no Olimpo, o deus avisou para todos que eles estariam sob ataque dos Titãs e de diversos monstros.
No momento em que esse conflito ocorria, Pã entrou em um rio, com o objetivo de se transformar em um peixe, mas o medo fez com que sua transformação fosse cortada, tornando-se uma criatura meio cabra e meio peixe. Com a vitória do Olimpo, Pã foi eternizado como a constelação de Capricórnio por seus feitos.
Outra versão desse mito fala sobre o nascimento de Zeus, no qual sua mãe, Reia, com medo de ver seu filho devorado pelo próprio pai, Cronos, levou-o para uma ilha distante. Lá, Zeus foi alimentado com o leite de uma cabra, mas acabou partindo sem querer os chifres do animal. Em sua homenagem, ele ascendeu a cabra como a constelação de Capricórnio.
■Como localizar a constelação de Capricórnio
A localização da constelação de Capricórnio a olho nu é um pouco complicada, já que suas estrelas estão bastante longe de nossa vista e não possuem tanto brilho. Portanto, para vê-la, tente usar a constelação de Águia como referência, partindo das suas três estrelas brilhantes, e, em seguida, indo à direção sul.
■Objetos celestiais da constelação de Capricórnio
Na constelação de Capricórnio, podemos destacar duas estrelas muito importantes: Algiedi (Alpha Capricorni), cujo nome vem do árabe para “cabrito” e é a estrela mais brilhante da constelação, e Dabih (Beta Capricorni), que também tem nomenclatura árabe e significa “açougueiro”.
Dentre seus objetos de céu profundo, temos M 30, um grupo globular de estrelas muito difícil de se observar, mesmo com telescópios pequenos, e NGC 6907, uma galáxia espiral.
A constelação de Aquário
Uma das primeiras constelações catalogadas por Ptolomeu se encontra no hemisfério norte e fica ao lado das constelações de Capricórnio e Peixes.
A região onde ela está localizada é denominada de “Mar”, devido à existência de constelações com referências aquáticas, como Cetus (um monstro marinho da mitologia grega mas também conhecido como baleia), Peixes e Eridanus, que representa um rio.
Seu nome vem do latim “Aquarius” e significa “portador da água” ou “portador do copo”. Assim, o sol incide na faixa da constelação de Aquário durante o período dos dias 21 de janeiro e 19 de fevereiro, e os nascidos desses dias são pessoas independentes e persistentes. Confira mais significados para essa constelação a seguir!
■Fatos e curiosidades sobre a Constelação de Aquário
No catálogo de estrelas da Babilônia, a constelação de Aquário era denominada de GU.LA, “O Grande”, e retratava o deus Ea segurando um vaso transbordando. Na astronomia babilônica, Ea era responsável pelo período de 45 dias em cada solstício de inverno, trajeto que era denominado de “Caminho de Ea”.
Porém a constelação também possuía conotação negativa, pois era associada às inundações entre os babilônicos e, no Egito, era associada à inundação do rio Nilo, acontecimento que ocorria a cada ano. Na astronomia grega, Aquário era representado como um simples vaso, cuja água que saía formava um riacho até a constelação de Piscis Austrinus, do latim “peixe do sul”.
A constelação de Aquário também está associada a uma chuva de meteoros que ocorre entre os meses de julho e agosto, Delta Aquarídeos, que lança em média 20 meteoros por hora.
■Como localizar a constelação de aquário
A constelação de Aquário é dificilmente localizada através do olho nu, já que suas estrelas são pouco brilhantes. Para isso, é necessário torcer para que as condições climáticas possam ajudar no momento da observação desse conjunto. O que se pode fazer é pegar referência por parte das constelações mais próximas a ela, como a de Peixes, Capricórnio e Delphinus (Golfinho).
■Objetos celestiais da Constelação de Aquário
Dentre as estrelas que compõem a constelação de Aquário, temos Sadalmelik (Alpha Aquarii), que deriva da expressão árabe سعد الملك “sa'd al-malik”, "Sorte do Rei". Em seguida, temos Sadalsuud (Beta Aquarii), que deriva da expressão árabe سعد السعود “sa'd al-su'ūd”, “Sorte das sortes".
Junto com Sadalmelik, Sadalsuud é uma das estrelas mais brilhantes de Aquário e é um super gigante amarelo, cuja luminosidade é 2200 maior que a do sol. Por fim, temos Skat (Delta Aquarii), a terceira estrela mais brilhante, cuja magnitude pode ser vista a olho nu. Seu nome vem do árabe الساق “al-sāq” e significa “canela”.
Já nos seus objetos de céu profundo, temos NGC 7069 e NGC 6981, enxames globulares; NGC 6994, um conglomerado de estrelas; NGC 7009, vulgo “Nebulosa de Saturno”, e NGC 7293, “Nebulosa da Hélice”. As duas últimas são nebulosas planetárias, porém a NGC 7293 é mais fácil de ser vista em um telescópio de baixa potência.
■Constelação de Aquário e Mitologia
As lendas relacionadas à constelação de Aquário envolvem o aguadeiro Ganimedes. Este era um belo pastor, muito gentil e formoso, e os próprios deuses o admiravam a ponto de lhe darem a ambrósia, o famoso néctar dos deuses, tornando-o imortal.
Conta o mito que, enquanto Ganimedes guardava o seu rebanho junto ao seu cão Argos, a águia gigante, a mando de Zeus, sequestrou ele e o levou para o templo dos deuses. Lá, ele se tornou o seu aguadeiro oficial.
O pastor era uma pessoa que gostava muito de ajudar os outros. Portanto, ele pediu para que Zeus o deixasse ajudar os mortais, oferecendo água para eles. O deus do Olimpo ficou relutante, mas aceitou o pedido. Ganimedes, então, atirou grandes quantidades de água do céu sobre a forma de chuva e, com isso, também acabou conhecido como o deus das chuvas.
Seu pai, o rei Trós, sempre sentia saudades do filho amado. Vendo o constante sofrimento do rei, Zeus decidiu colocar Ganimedes no céu como a constelação de Aquário, para que toda a sua saudade fosse apaziguada durante as noites.
A Constelação de Peixes
A constelação de Peixes é uma das maiores existentes, sendo a 14ª maior constelação dentre as 88. Seu nome vem de Pisces e significa “peixes” em latim. Como seu próprio nome diz, essa constelação é vista como um par de peixes nadando sobre o céu. Sua localização fica no hemisfério norte, entre as constelações de Aquário e Áries.
O sol atinge a faixa da Eclíptica, na qual se encontra a constelação de Peixes durante os dias de 19 de fevereiro e 20 de março. Seus nativos são pessoas muito sensíveis e cheias de empatia. Confira os significados dessa constelação a seguir!
■Características e curiosidades da constelação de Peixes
A constelação de Peixes se origina da composição de estrelas babilônicas Šinunutu, a “grande andorinha”, o que seria a subdivisão Pisces Ocidental, e Anunitum, a “Senhora do céu”, equivalente ao Pisces do Norte. Nos registros dos Diários Astronômicos da Babilônia datados em 600 AC, essa constelação era denominada de DU.NU.NU (Rikis-nu.mi, “cordão de peixe”).
No período moderno, em 1690, o astrônomo Johannes Hevellus determinou a constelação de Peixes como sendo composta por quatro divisões diferentes: Pisces Boreus (Peixe do Norte), Linum Boreum (Cordão Norte), Linum Austrinum (Cordão Sul) e Pisces Austrinus (Peixe do Sul).
Atualmente, Pisces Austrinus é considerada uma constelação independente à parte. Os outros menores da constelação de Peixes são considerados descendentes dos peixes maiores da constelação de Pisces Austrinus.
Em 1754, o astrônomo John Hill propôs cortar uma parte da zona sul de Peixes e transformar em uma constelação à parte, chamada de Testudo, nome latim para “tartaruga”. Contudo, a proposta foi negligenciada e, hoje em dia, é considerada obsoleta.
■Como localizar a constelação de peixes
Em sua localização, a constelação de Peixes se encontra na mesma região onde estão outras constelações ligadas à água, como Aquário, Cetus (baleia) e Eridanus (rio).
No Brasil, sua localização se torna visível apenas durante o fim de outubro e começo de novembro. Passado desse tempo, sua localização se torna bem difícil de se ver. Além disso, ela possui o formato de um largo “V”, no qual parece se encaixar sobre o “Quadrado de Pégaso” e que faz parte da constelação de Pégaso.
■Objetos celestiais da Constelação de Peixes
As estrelas da constelação de Peixes possuem o brilho bem tímido. Dentre elas, as principais são: Arisha(Alpha Piscium), que significa “corda” em árabe, à qual se refere a linha formada de estrelas próximas a ela, Fumalsamakah(Beta Piscium), do árabe “boca de peixe”, e a estrela de Van Maanen, uma anã branca.
Além disso, outros objetos celestiais são M74, uma galáxia espiral, NGC 520, um par de galáxias em colisão e NGC 488, uma galáxia espiral prototípica.
■Constelação de Peixes e Mitologia
O mito por trás da constelação de Peixes se refere à deusa do amor, Afrodite, e seu filho Eros, o deus do erotismo. Gaia, a deusa personificação da Terra, enviou seus gigantes e titãs ao olimpo, a fim de travar uma batalha pela supremacia do planeta Terra.
Muitos dos deuses conseguiram escapar dos titãs metamorfoseados em animais. Afrodite e Eros foram dois deles, que se transformaram em peixes e saíram nadando.
No entanto, a variante romana dessa história tem suas contrapartes Vênus e Cupido, que fugiram na garupa de dois peixes, sendo homenageados, mais tarde, na constelação de Peixes.
Na versão do astrônomo persa Abd al-Rahman al –Sufi, do mito de Afrodite e Eros, os dois se amarraram com uma corda para não se perderem no rio Eufrates. O nó da corda foi marcado como Alpha Piscium, em árabe Arisha “o cordão”, cujo nome pertence à estrela mais brilhante da constelação de Peixes.
As constelações dos signos influenciam em algo na Astrologia?
Enquanto a astronomia é a ciência que estuda o movimento dos astros e os conjuntos de estrelas, a astrologia tenta relacionar a posição dos planetas, do sol e da lua diante das constelações do zodíaco e correlacioná-las em determinados comportamentos e ações perante o ser humano.
Por exemplo, uma pessoa com Marte em Áries pode ser impulsiva e energética, e uma com Mercúrio em Peixes é intuitiva e cheia de imaginação.
Contudo, não há nenhuma comprovação científica de que as constelações dos signos afetam diretamente o comportamento das pessoas como é dito na astrologia. Ou seja, não há nada que comprova de forma ponderada que as constelações dos signos realmente têm relação na pseudociência da astrologia.
Portanto, é muito provável que a maneira que as constelações afetam a forma que nos sentimos tem a ver com toda essa mitologia e a beleza que elas esplandecem sobre o nosso céu estrelado!
Bacharelada na Universidade de São Paulo em Letras, amante da escrita e literatura. Tem grande interesse em cultura geek em geral, tarot e esoterismo.