O orixá Exú: Candomblé, lendas, características dos filhos e mais!

O orixá Exú: Candomblé, lendas, características dos filhos e mais!

Exú é um orixá, espécie de mensageiro responsável por fazer a ponte entre o humano e o divino. Acesse o artigo para entender tudo sobre Exú!


Quem é o orixá Exú?

Elementos relacionados ao orixá Exú em pano vermelho e preto

Exú é um orixá, espécie de mensageiro responsável por fazer a ponte entre o humano e o divino. Geralmente tratado como um orixá travesso, fiel e justo, Exú é uma das entidades mais conhecidas e cultuadas em religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda.

Exú recebeu a missão de ser o responsável em estabelecer a comunicação entre os seres humanos e o plano divino, sendo conhecido como o orixá guardião da comunicação. Por suas características, sempre que se inicia um ritual ou algum trabalho religioso, faz-se uma reverência ou oferenda somente para o orixá Exú.

Dessa maneira, o dia da semana para celebrar Exú é segunda-feira e sua cor predominante é o vermelho e o preto. Confira a seguir o texto sobre o orixá, com lendas, características dos filhos de Exú, história do orixá e muito mais.

A história de Exú

Imagem do orixá Exú

Exú é uma figura bastante controversa dentro das religiões africanas, sendo conhecido como o senhor do princípio e da transformação. Mesmo assim, o orixá também é bastante confundido, sendo a ele atribuídas qualidades ruins e negativas. Para algumas religiões, Exú seria o diabo, um deus voltado para a maldade.

Entretanto, Exú representa o elo que liga as divindades e os homens. Para as religiões africanas, o orixá é o mensageiro de Deus, enviado durante o período da criação da terra e responsável por conhecer o planeta e saber se era um bom lugar para humanos e orixás.

Este orixá é também conhecido por ser o guardião da comunicação, responsável por estabelecer a comunicação entre os homens e o plano divino. Ele tem algumas características e traços de personalidade que se relacionam com a disciplina e a paciência, sendo reconhecido como um grande protetor dos caminhos.

Exú no Candomblé

Para o Candomblé, Exú é um dos maiores orixás. Espécie de mensageiro, é Exú quem faz a ligação entre o mundo dos humanos e o plano divino. Também é descrito como alguém muito travesso, fiel e justo.

Nesta religião, o orixá Exú é uma figura muito controversa. É o mais humano dos orixás, reconhecidamente o senhor do princípio e da transformação. Exú é também representado como a ordem, sendo possível a ele multiplicar-se e transformar-se na unidade mais importante.

Exú na tradição Iorubá

Exú é a figura mais importante da tradição Iorubá. É que sem Exú, o mundo não teria sentido, sendo ele o único responsável pelo contato com outros orixás. Nesta tradição, Exú, que fala todas as línguas, é o responsável pela comunicação entre o orum e o aiê (entre os orixás e os homens).

Na tradição Iorubá, ele é cultuado em um pedaço de pedra porosa, conhecida como Yangí. Pode ser também representado com um monte de pedras modeladas na forma humana ou até mesmo pode ser feito como uma estatueta enfeitada com búzios e cabaças.

A palavra Esù ou Exú, em Iorubá significa “esfera”. O orixá do movimento é também reconhecido por fiscalizar o Axé das coisas que são feitas e do próprio comportamento dos seres humanos.

O mais humano dos orixás

Figura que se mostra bastante controversa no panteão africano, Exú é o mais humano dos orixás, o senhor do princípio e da transformação. Exú pode ser representado como o ego de cada ser humano, uma característica intrínseca a todo ser.

Nesse sentido, Exú foi a primeira forma dotada de existência individual. Sua origem é desconhecida e a tradição conta que todos os reinos africanos cultuam a figura do orixá. Rei de Kêtu, Exú renasceu várias vezes como filho de Orunmilá ou de Oxum.

O orixá da reciprocidade

Exú é conhecido como o orixá da reciprocidade, justamente por ser justo e saber reconhecer esforços. Nesse sentido, se agradado como pede, com certeza Exú irá retribuir. Quando o orixá se sente agradecido pela sua retribuição, ele se torna um fiel escudeiro e amigo para toda hora.

Entretanto, se a Exú não for oferecido nada, ele se torna o pior dos inimigos, voltando-se contra o negligente. Geralmente essa pessoa será castigada, e sua sorte será tirada, além de seus caminhos se fecharem, sendo acompanhado por catástrofes e decepções.

Exú e a comunicação

Uma das entidades mais conhecidas e cultuadas dentro das religiões africanas, Exú é o orixá guardião da comunicação. Ele recebeu a missão de fazer a comunicação entre os homens e o plano divino, representando o início de toda a comunicação.

Mais sutil e astuto de todos os orixás, Exú recebeu a incumbência de levar e trazer mensagens dos humanos aos deuses, sendo a ponte, ou o elo de toda a comunicação feita entre Olorun, Olodumare e a criação.

Nesse sentido, por representar o início da comunicação, é comum que em casas de Umbanda e rituais de Candomblé iniciem com alguma reverência ou oferenda feita especialmente para este guardião, Exú.

Exú e o comércio

Exú é o dono do comércio e da troca, assim sua relação com os homens se dá de maneira que ele receba oferendas, mesmo se outros orixás forem os destinatários. Assim, ao receber sua oferenda, Exú exerce a troca, entregando outra a um orixá.

Reconhecido como guardião do mercado, Exú deve ser agradado por todos os comerciantes e pessoas ligadas, de certa forma, ao comércio. O exemplo prático vem das vendedoras de acarajé, que sempre oferecem o primeiro bolinho produzido no dia ao orixá Exú.

Itans (ou lendas) do orixá Exú

Oferenda para orixá Exú

O Itan é o conjunto de mitos e lendas presentes no panteão africano. Ele narra histórias que envolvem outros elementos, como canções, danças, rituais e ensinamentos. Na tradição Yorubá, o Itan é visto como a verdade absoluta sobre a criação do mundo, sendo respeitado enquanto forma de passar ensinamentos ancestrais a várias gerações.

Assim como todos os orixás, Exú está presente em vários Itans, que possuem ensinamentos diversos. Dentre esses Itans, alguns merecem mais destaque, como o fato de Exú ser o primeiro a ser homenageado ou até mesmo quando Exú resolve demonstrar toda a sua vingança.

Nesse sentido, para entender melhor e aprender mais sobre estas lendas envolvendo Exú e seus ensinamentos, continue a leitura do artigo que se segue.

Exú leva aos homens o oráculo de Ifá

Segundo este Itan, Exú leva aos homens o oráculo de Ifá sempre em épocas remotas, quando os deuses passaram fome por não mais receberem comida dos seus filhos que viviam na Terra. Assim, cada vez mais cansados, os deuses acabavam se indispondo uns com os outros, entrando em guerras destruidoras.

Assim, Exú foi buscar a solução e foi direto à Yemanjá, que pouco o ajudou. Ela contou a Exú que nenhum castigo adiantaria e que outros orixás, como Xangô, tentaram em vão lançar castigos aos humanos, que nada faziam.

Continuando a sua busca, Exú foi de encontro a Orungã, que disse a ele para procurar um lugar com dezesseis caroços de dendê. E então Exú foi até um lugar procurar todos os cocos que eram necessários. Após ganhar dos macacos que guardavam os cocos, Exú recebeu deles um grande ensinamento.

Exú saiu pelo mundo e visitou dezesseis lugares e recolheu dezesseis histórias diferentes, com ensinamentos distintos que acabariam ajudando os deuses na sua empreitada de ensinar ao homem novas coisas, retomando o interesse deles em dar oferendas aos dezesseis deuses que, incrédulos, passavam fome.

Como resultado disso, os homens aprenderam a fazer sacrifícios aos orixás, afastando os males que ameaçavam sua existência. Assim, os homens voltaram a sacrificar animais, cozinhando suas carnes e oferecendo aos deuses, que ficaram felizes e satisfeitos.

Exú exige o privilégio das primeiras homenagens

Este itan conta que Exú era o irmão mais novo de Ogum, Odé e outros orixás. Por ser turbulento, criava muitas confusões, até que um dia o rei, que já não aguentava mais o comportamento de Exú, resolveu castigá-lo e aprisioná-lo.

A fim de evitar ser aprisionado, Exú foi aconselhado pelos irmãos a deixar o país e, enquanto viveu no exílio, Exú não era mais lembrado e ninguém tinha notícias suas. O que não sabiam é que Exú usava disfarces e rondava seu país em dias de festa, se aproximando de santuários.

Como nada lhe era ofertado, Exú lançou uma maré de desassossego, desgraça e confusão e todos os rituais religiosos acabaram suspensos pelo rei. Logo após, os babalorixás consultaram um Babalaô da cidade e este jogou búzios.

Exú foi quem falou no jogo e demonstrou sua insatisfação, dizendo que tinha sido esquecido por todos e que exigia receber sacrifícios antes dos outros orixás, assim como deveriam ser para ele os primeiros cânticos. Assim, deveria ser ofertado a Exú um bode e sete galos.

Os Babalorixás zombaram do Babalaô e ficaram sentados, cantando e rindo. Quando foram se levantar, estavam grudados nas cadeiras. O Babalaô os ajudou e todos se levantaram, mediante a condição de sempre oferecer o primeiro sacrifício para acalmar Exú.

Exú se atrapalha com as palavras

Este Itan versa sobre o começo de tudo, quando o planeta estava se formando e as coisas precisavam se organizar. Orunmilá era questionado por orixás, humanos e animais, que queriam saber o lugar de cada criatura.

Exú então propôs uma solução, sugerindo que Orunmilá apresentasse a todo orixá, humano e criatura da floresta uma questão simples que deveria ser respondida de forma objetiva. A natureza da resposta de cada um iria indicar o destino e modo de viver.

Nesse sentido, as criaturas davam respostas e recebiam o modo de vida correspondente, ao mesmo tempo em que Exú tinha planos para confundir Orunmilá. Este, por sua vez, perguntou a um homem se ele escolheria viver dentro ou fora, ao passo que a maneira como foi respondido determinou que todo homem moraria dentro de casa.

Repentinamente, Orunmilá perguntou a Exú aonde este gostaria de viver. Exú disse que viveria fora, e logo mudou sua opinião, dizendo que gostaria de viver dentro. Pensando que Exú estaria a tentar lhe enganar, Orunmilá determinaria que Exú moraria fora. Desde então Exú vive a céu aberto, na trilha, nos campos e na passagem.

Exú recebe primeiro as oferendas

Exú foi o primeiro filho de Yemanjá e Oxalá. Levado, ele gostava de brincar com todos e tantas brincadeiras fez, até que fora expulso de casa. Exú então saiu vagando pelo mundo, enquanto seu país ficou na miséria e era acometido por secas e epidemias.

Atordoado, o povo daquele país consultou o Ifá, que disse ao povo que Exú estava furioso porque tinha sido esquecido. Assim, o conselho do Ifá era que a primeira oferenda fosse feita para Exú, garantindo assim o sucesso de todo ritual.

Nesse sentido, todas as primeiras oferendas são feitas para Exú, que deve voltar a obedecer todos os outros orixás e respeitar sua sabedoria, de modo a não voltar a fazer tolices e agir de maneira equivocada e tola.

Exú cria conflito entre Iemanjá, Oiá e Oxum

Uma vez Iansã e Oxum, esposas de Xangô e Iemanjá, esposa de Ogum, foram juntas ao mercado. Exú, que estava no mercado, viu que tudo estava em paz e decidiu agir de modo a instalar uma discórdia.

Exú então chegou perto de Iemanjá, Iansã e Oxum e disse-lhes que tinha um compromisso muito importante com Orunmilá. Disse-lhes também que iria sair da cidade, e pediu que elas vendessem a cabra por vinte búzios e que ficassem com metade do lucro. Elas concordaram e venderam a cabra pelo preço combinado.

Elas guardaram os dez búzios de Exú e começaram a dividir os outros dez entre elas. Constataram que cada uma ganharia três búzios e um sobraria. Como não seria possível dividir todos os búzios em partes iguais, as três começaram a encontrar uma solução e ver quem ficaria com a maior parte.

Iemanjá disse que os mais velhos deveriam ficar com a maior porção e pegou o búzio, ao passo que Iansã intercedeu, dizendo que a maior parte deveria ficar com a do meio. Sem uma maneira de solucionar o impasse, Exú acabava chegando e clamando por sua parte.

Com sua parte recebida, Exú foi solicitado a resolver o problema delas. Então, Exú deu três a Iemanjá, três a Iansã e três a Oxum. Exú segurou o último búzio, colocou-o no chão e enterrou. Segundo Exú, o búzio excedente era para os antepassados, como era costume no Orun. Iemanjá, Iansã e Oxum reconheceram que Exú estava certo e aceitaram a quantia destinada a elas.

Todos souberam do acontecido no mercado e passaram a ter mais cuidado com seus antepassados. Desde então, sempre lhe são destinados uma parte dos ganhos e frutos do trabalho, como presentes e grandes fortunas.

Exú se torna melhor amigo de Orunmilá

Orunmilá é filho mais velho de Olorum, responsável por trazer conhecimento aos humanos. Por outro lado, Exú sempre foi conhecido por desentendimentos e rupturas. Orunmilá era conhecido por sua calma, enquanto Exú era quente como o fogo.

Com suas conchas adivinhas, Orunmilá conseguia revelar aos homens as intenções de Olorum e toda a significação do destino. Orunmilá deixava os caminhos aplainados, e Exú criava emboscadas e incertezas. Mesmo sendo tão diferentes, acabaram virando grandes amigos.

Orunmilá uma vez viajou, levando apenas as suas conchas adivinhas e alguns homens para lhe fazer companhia. Estes homens tinham muita inveja dele e desejavam a sacola de adivinhação e decidiram ajudar Orunmilá a carrega-la. No entanto, ele mesmo decidiu carregar sua sacola, alegando que não estava cansado.

Ao chegar em casa, Orunmilá se questionou sobre seus verdadeiros amigos. Pensando em um plano, Orunmilá enviou mensagens aos amigos com a notícia de sua morte e se escondeu em sua casa, sem que ninguém o visse.

Logo após a notícia, um acompanhante apareceu para demonstrar seu pesar. Disse que teria ajudado Orunmilá com dinheiro em outras ocasiões e, como sinal de gratidão, Orunmilá teria deixado a sacola de adivinhação como sinal de gratidão. Entretanto, a esposa de Orunmilá disse que a sacola havia desaparecido e o homem foi embora frustrado.

Outro homem apareceu e disse a mesma coisa, ao passo que este também saiu frustrado. O movimento continuou e muitos homens entravam e saiam da casa de Orunmilá, até que Exú chegou. Ele lamentou a morte do amigo, dizendo que a tristeza maior, no entanto, seria da esposa, que não teria mais para quem cozinhar.

A esposa de Orunmilá concordou e perguntou se ele não devia nada a Exú, que concordou dizendo que não havia nada a ser tratado. A esposa insistiu, perguntando se Exú não queria a sacola de adivinhação, ao passo que ele negou. Neste momento Orunmilá entrou na sala e disse que Exú sim seria seu verdadeiro amigo e, assim, nunca mais houve uma história de amizade tão grande quanto essa.

A vingança de Exú

De acordo com este itan, um homem rico tinha uma grande criação de galinhas. Uma vez, decidiu chamar um pintinho travesso de Exú. Tentando se vingar do homem, Exú tornou o animal um ser muito violento. Quando virou um galo, ele não deixava nenhum outro macho em paz, ferindo e matando todos os que chegavam ao galinheiro. Ao longo do tempo, o senhor ficou pobre e acabou perdendo a criação.

Desesperado, foi em busca de ajuda e encontrou um Babalaô e lhe perguntou o que estava acontecendo. O sacerdote explicou que era uma vingança de Exú e que era preciso fazer um ebó pedindo perdão ao orixá. Então ele fez os procedimentos necessários e o galo se tornou um animal calmo e toda a sua criação seria recuperada.

Características dos filhos e filhas de Exú

Filho de Exú fazendo oferenda

Orixá injustiçado pelo preconceito dos homens, Exú representa a ponte entre os sentimentos mais humanos e as noções superiores dos orixás. Contudo, seus filhos são reconhecidos por serem muito suscetíveis às paixões e conquistas pessoais.

Os filhos e filhas de Exú também são conhecidos por carregarem algumas características bem fiéis ao que de fato são e como agem. Entre elas, se caracterizam por serem pessoas alegres e carismáticas, por exemplo.

Nesse sentido, fique atento à leitura do artigo que se segue para entender melhor as características mais marcantes dos filhos e filhas de Exú.

Alegria e otimismo

Os filhos de Exú, assim como o orixá em questão, são conhecidos por sua alegria e otimismo. É impossível estar perto deles e não conseguir dar uma risada de algum comentário ou brincadeira feita por ele.

Nesse sentido, contrariando todo o estigma criado e torno da figura de Exú, seus filhos se apresentam como pessoas de bom coração e que possuem sempre um sorriso no rosto, independente da situação em que se encontram.

Simpatia e popularidade

Simpáticos, os filhos e filhas de Exú estão sempre a tratar os outros muito bem e são reconhecidos por isto. Por serem pessoas extremamente diplomáticas, estão sempre se ajustando às situações e por isso acabam se tornando populares.

Assim, os filhos e filhas de Exú são conhecidos por nunca negarem ajuda aos amigos. Essa prestatividade faz com que sejam mais queridos, quase que uma companhia indispensável para os seus dias.

Muita energia e vitalidade

Os filhos e filhas de Exú são conhecidos pela sua energia e vitalidade. Nesse sentido, são grandes amigos dos prazeres da vida e, por isso, são reconhecidos por beberem e comerem demais. O humor contagiante é uma característica marcante desta vitalidade, do amor em estar vivo e assim poder pregar peças nos seus conhecidos.

Nesse sentido, muito da sua energia está relacionada ao sexo e aos relacionamentos. Filhos de Exu se destacam por serem amantes intensos, reservando muito da sua energia a isso.

Charmosos e comunicativos

Assim como Exú é considerado o guardião da comunicação, ou o início de todo o processo de comunicação, seus filhos também são reconhecidos pelo poder de se comunicar com clareza, sendo considerados como pessoas boas de lábia.

O charme natural dos filhos deste orixá contribui para suas relações. Em um relacionamento, são reconhecidos pela reciprocidade: se amam muito e são correspondidos, fazem da vida do parceiro um mar de rosas, entretanto, se amam e são feridos, fazem questão de se vingar em dobro.

Impressionante jogo de cintura

Os filhos de Exú são reconhecidamente astuciosos e gostam de dar a volta por cima. Para sair de qualquer situação, muitas vezes acabam utilizando algumas estratégias que não são muito bem vistas, como uma pequena mentira, uma brincadeirinha de mau gosto e até mesmo a demora em pagar algum dinheiro que deve.

Nesse sentido, algumas atitudes do tipo acabam trazendo discórdias para a sua vida. Entretanto, assim como o orixá, os filhos e filhas de Exú não aceitam quando são desrespeitados e se ficarem enfurecidos acabam se vingando sem qualquer piedade.

Se vingam e seguem em frente

Filhos de Exú geralmente estão sempre envolvidos em conflitos e isso acontece por conta do jeito provocador e astuto, aquele tipo que não leva desaforo para casa. São também conhecidos pela capacidade que possuem de se vingar e continuar seguindo em frente, de maneira que não se afetam.

Uma vez provocados, conseguem agir da mesma maneira ou até mesmo pior e, sempre acabam saindo ilesos de qualquer situação de muita discórdia e adversidades.

Para se relacionar com Exú

Velas vermelhas e pretas acesas para orixá Exú

Exú é o guardião de toda a comunicação. Através dele foi possível que homens e o plano divino se comunicassem. Exú é conhecido por sua força, sendo um dos orixás mais cultuados e mais importantes para as religiões africanas.

Assim como todo orixá, Exú mantém algumas simbologias importantes, como o dia da semana dedicado a ele, cores preferidas, ou seja, todos os símbolos e elementos que se relacionam com o orixá. Continue a leitura do texto a seguir para saber mais sobre alguns elementos essenciais para se relacionar de forma plena com o orixá Exú e com tudo o que ele representa.

Dia da semana

O dia da semana reservado a Exú é costumeiramente a segunda-feira. Este é o dia em que ele se sente mais aberto a oferendas que abrem os caminhos e trazem crescimento e evolução espiritual para aqueles que devotam sua fé a ele. Para a comemoração anual, o dia em que se festeja Exú é o dia 13 de junho.

Cores

As cores que representam Exú são o preto e o vermelho. Esses tons estão associados geralmente aos elementos fogo e terra, características do orixá. O vermelho e o preto também se relacionam à maneira de trabalhar do orixá, uma vez que o vermelho é a cor irradiadora, que oferece tudo a quem precisa. Por outro lado, o preto age absorvendo energias de grandes trabalhos de descarrego e de limpeza energéticas.

Símbolos

Exú é um dos mais importantes orixás do Candomblé e o primeiro a receber as oferendas. Este orixá é carregado de símbolos, que acabam delimitando suas características e sua atuação. O ogó, bastão em forma fálica acompanhado por duas cabaças.

Exú é representado também por uma estatueta enfeitada com muitos búzios dispostos em fileiras e suas mãos são representadas por cabaças usadas pelo orixá para carregar diversos pós de elementos encontrados na Terra. Outro símbolo de Exú são as contas, geralmente representadas nas cores preta e vermelha.

Elementos

O culto a Exú inclui o fogo como elemento principal. Entretanto, a terra e o ar também estão relacionados aos elementos deste orixá e à forma como cada um desses elementos acaba influenciando nos trabalhos dedicados a Exú.

Domínios

Para as religiões africanas, Exú é o dono dos caminhos e representa o movimento. Exú é o princípio fundamental da vida, é o mensageiro do mundo dos homens e do plano astral, onde estão os deuses.

Nesse sentido, cabe a Exú todas as encruzilhadas, lugares sagrados onde acontecem todo o tipo de homenagem, como a oferenda de comida e bebida. As encruzilhadas são, portanto, lugares onde as energias negativas não se fazem presentes.

Saudação

As saudações populares a Exú são ‘Laroyê Exú’, que quer dizer algo como o ‘mensageiro Exú’ ou ‘salve o mensageiro’ e ‘Exú é mojubá’, que significa ‘Exú, a vós meus respeitos’. A palavra mojubá significa rei, enquanto laroyê aparece com o significado de ‘pessoa muito comunicativa’.

O Exú, orixá no Candomblé, é diferente da entidade da Umbanda?

Ilustração do orixá Exú

Exú é um dos orixás mais cultuados e respeitados dentro das religiões de matriz africana. Entretanto, o Exu orixá, presente no Candomblé, não deve ser confundido com o Exú que geralmente trabalha na Umbanda, religião criada no Brasil por escravos africanos.

No Candomblé, Exú é um dos mais importantes Orixás, cabendo a ele ser o primeiro a receber todas as oferendas, as cantigas, as rezas e as saudações. Dentro do ritual do Candomblé, o Orixá Exú não incorpora em ninguém para fazer consultas como acontece na Umbanda.

Já na Umbanda, os Exús são entidades de espíritos desencarnados e que por algum motivo acabaram voltando para a Terra, em busca da sua iluminação. Essas entidades estão muito próximas do homem, mas não são consideradas Orixás, mas sim quiumbas.

São espíritos que conhecem as vontades dos homens que ainda estão no plano terrestre e que mesmo vivido em épocas diferentes, possuem os mesmos desejos, problemas e ambições.

Autor deste artigo

Jornalista & redator.

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