Umbanda branca: diferenças e semelhanças dessa linha da umbanda!

Você conhece todas as particularidades que envolvem a umbanda branca ou umbanda pura? O Sonho Astral traz todas as informações sobre essa tradicional vertente fundamentada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, Pai Antônio e Orixá Malê, através do médium Zélio Fernandino de Morais, entre os anos de 1891 e 1975.

Essa é a raiz principal que ramificou outras vertentes da religião, sendo a primeira e mais tradicional umbanda, que se iniciou em 1908, no estado do Rio de Janeiro, pela Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.

A seguir, conheça o que é, como funciona, quais são as semelhanças e outras linhas da umbanda, que deram frutos a outras diversas manifestações religiosas, como a umbanda branca!

Se você está se perguntando o que é a umbanda branca, o Sonho Astral te explica de uma forma simples e prática. A umbanda branca nada mais é do que uma manifestação que originou a religião. Ela é conhecida como o mais tradicional e puro manifesto da umbanda. Também pode ser conhecida também como umbanda pura.

Essa crença deu início na cidade metropolitana do Rio de Janeiro, São Gonçalo, mais precisamente na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade. Antes de partir para seus aspectos, veja algumas curiosidades sobre ela:

- Sons: na umbanda branca, não se usa atabaques e tambores para se manifestar por meio dos sons.

- Vestuário: os integrantes dessa crença só utilizam roupas brancas - não há acessórios como colares e cocares, originários da umbanda tradicional.

- Exu: na umbanda branca, Exu é o guardião do terreiro.

- Fumo e Álcool: não há o uso de cigarros, charutos e nem bebida alcoólica.

- Amarrações e rituais com o intuito do mal: na umbanda branca, não se faz nenhum sacrifício animal, amarrações ou trabalho de cunho prejudicial a alguém.

Agora que já sabe desses detalhes, pode partir para a leitura aprofundada das características dessa religião. Acompanhe!

A umbanda em si é uma religião que possui diversas linhas, que vão desde a umbanda branca até a umbanda tradicional. Essa crença é brasileira, porém há influências africanas, cristãs e indígenas. A religião começou a se manifestar no Sul do Brasil, por meio da ligação de outros movimentos (candomblé, espiritismo e o catolicismo).

A umbanda cultua orixás, que acreditam que espíritos e entidades trabalham por um bem comum, além das crenças tradicionais passadas de gerações em gerações. Portanto, a espiritualidade é o principal pilar dessa religião, que possui a data do dia 15 de novembro como dia do seu surgimento, oficializando-se no Brasil somente em 18 de maio de 2012.

A palavra "umbanda" ou "embanda" representa magia e arte de curar, e é oriunda da língua quimbunda de Angola - país africano. As primeiras manifestações africanas da religião no Brasil se deram no século XVII, por meio dos escravos, que faziam rodas de batuques nas senzalas, para tocarem atabaque e dançarem.

A religião umbanda é detentora de 7 linhas. É como se houvessem tópicos que fazem parte de sua estrutura. Cada linha possui uma finalidade definida, impulsionada com uma vibração que envolve a vida de todos os seres humanos e espirituais.

Veja o que significa cada linha da umbanda:

- Linha Religiosa (Oxalá) - representa o reflexo do divino (Deus), da espiritualidade e da fé;

- Linha do Povo d'água (Iemanjá) - traz o poder do mar;

- Linha da Justiça (Xangô e São Jerônimo) - relaciona a justiça e a razão;

- Linha das Demandas (Ogum) - protetora de guerreiros, estimulante da ordem e do equilíbrio;

- Linha dos Caboclos (Oxóssi e São Sebastião) - explora o conhecimento, a doutrina e a catequese;

- Linha das Crianças (Iori: Cosme e Damião) - simboliza crianças de todas as raças;

- Linha dos Pretos-Velhos ou das Almas (Yorimá e São Benedito) - espíritos primatas que combatiam o mal.

As linhas da umbanda são representadas por Orixás que possuem uma missão no universo, seja para ajudar, orientar, aconselhar ou fazer trabalho que impacte um indivíduo, de forma negativa ou positiva.

A umbanda branca é originária do grupo elitista da Macumba do Rio de Janeiro, criado por Zélio Fernandino de Morais, um importante médium brasileiro. No início, a ideia central era se livrar de preceitos e conceitos antigos que originaram a umbanda.

A fundamentação principal dessa ramificação são os pretos-velhos, os caboclos e as crianças, interligados às teorias espíritas de Allan Kardec. Para muitos, a umbanda branca representa o início das vertentes da religião, reformando os rituais da Macumba persuadidos pelo Espiritismo Kardecista.

De acordo com seus conceitos, a umbanda branca funciona diferente da tradicional umbanda: a religião não se utiliza de sacrifícios, rituais e amarrações em prol do mal. Há também outras características que as diferem, como as roupas, os sons e os aparatos

Entre as definições da umbanda branca, podemos destacar a ausência do atabaque, do fumo, das bebidas, dos acessórios utilizados pelos médiuns, da cobrança financeira e dos trabalhos voltados para a negatividade.

Além disso, podemos realçar que a umbanda branca surgiu por meio de comunidades com bom poder aquisitivo e isso influência consideravelmente os seus fiéis. Porém, ao passar dos anos, essa religião obteve novos adeptos e, hoje em dia, possui um público diverso.

A umbanda branca, assim como a tradicional, também possui entidades espirituais na realização dos trabalhos, conselhos e ajudas. Nessa ramificação, os espíritos são os mesmos: pode-se notar a presença dos pretos-velhos, dos caboclos e das crianças.

Além disso, as entidades da umbanda branca são: Oxalá, Oxum, Oxóssi, Xangô, Ogum, Obaluaiê, Yemanjá, Oyá, Oxumaré, Obá, Egunitá, Yansã, Nanã e Omolu.

A vertente da umbanda, em sua versão pura, apresenta mais diferenças do que semelhanças em seus atributos, mas vale ressaltar alguns pontos em comum entre as duas manifestações religiosas.

Dessa forma, as principais semelhanças são a espiritualidade como ponto central (conselhos e trabalhos), o uso de roupas brancas nos encontros e as entidades (nas duas, os espíritos são os mesmos).

A umbanda branca é uma divisão da umbanda, sendo uma versão mais branda da crença. As principais diferenças a se apontar entre as duas são os modos e os costumes que se diferem. Na versão pura, a religião é uma ferramenta para fazer projetos sociais, ajudar pessoas, dar conselhos e auxiliar na manutenção da espiritualidade dos indivíduos.

Além desse ponto focal, na umbanda branca, o papel de Exu é reinterpretado e não se toca atabaque, não se usa colares, não se pede dinheiro, não há sacríficos, não há o uso de bebidas e álcool e inclui muitos outros costumes reinventados. Confira as diferenças a seguir!

Os sons, os batuques e as danças são os mais populares entre a umbanda, sendo um das primeiras percepções que temos, quando se fala nessa crença. Contudo, na umbanda branca, essa manifestação não ocorre dessa forma.

Os médiuns, espíritas e quaisquer outros integrantes não costumam usar a música como expressão de fé dentro dos terreiros e nos centros das reuniões.

Se conhece aqueles acessórios comuns na umbanda, como os colares e os cocares grandes e vistosos, deve saber que há a ausência desses aparatos utilizados pelos médiuns na vertente tradicional. Na umbanda pura, os fiéis não usam esses apetrechos para completar suas roupas.

Na verdade, o que se usa são apenas roupas brancas, e não tecidos coloridos e chamativos, como na umbanda original.

Ao ir em um encontro de umbanda, você, com certeza, já se deparou com as entidades consumindo bebidas alcoólicas e fumando charutos ou cigarros. Bem, na umbanda branca, isso não é visto. Inclusive, qualquer consumo de álcool dentro do terreiro é totalmente proibido.

Na linhagem branca da umbanda, o papel de Exu é diferente. Um dos mais populares e principais Orixás dessa religião, na sua versão pura, é apenas o guardião do terreiro. Algumas pessoas ainda acreditam que Exu é apenas um ser mais evoluído que os seres humanos.

Por outro lado, já na versão tradicional da crença, Exu é uma figura que pode ser incorporada pelos médiuns.

Você já deve ter visto aqueles cartazes espalhados pela cidade com a seguinte frase: "Trago a pessoa de volta em 24hrs”. Pois então, isso definitivamente envolve dinheiro, para que um médium faça esse trabalho para você, seguindo alguns preceitos da umbanda.

Na umbanda pura, isso não acontece, pois, nessa ramificação, nenhum trabalho espiritual é cobrado. É extremamente proibido a cobrança monetária em qualquer situação.

Se você cultua amarrações ou trabalhos negativos, a umbanda branca não é o lugar ideal para fazer isso, pois essa linha não é adepta dessas práticas, que causam e impactam negativamente na vida de um animal ou de uma pessoa.

Para essa religião, a espiritualidade é explorada para trazer benefícios na vida das pessoas, sem causar mal algum a um indivíduo. Ou seja, nesses espaços, as ações serão direcionadas para o bem dos indivíduos.

Podemos classificar a umbanda branca como uma versão mais branda da umbanda tradicional, sendo uma alternativa mais pura da religião, indicada para aqueles que buscam a espiritualidade médium como suporte de fé.

Portanto, o fator espiritual é o ponto chave para as atividades realizadas dentro e fora dos terreiros. Os espíritos realizam trabalhos, dão conselhos e sugerem caminhos para aqueles que buscam por uma resposta, uma solução ou uma ajuda por meio da fé.

Um dos pontos mais admiráveis da umbanda branca é a questão dos investimentos em trabalhos sociais e voluntários. Muitos integrantes que frequentam as reuniões doam alimentos, roupas, calçados, marmitas e outros utensílios para quem mais precisa.

Além disso, os médiuns utilizam o poder da espiritualidade para ajudar pessoas, seja com conselhos, alertas ou simplesmente acalmando o coração de quem precisa.

Além da umbanda pura, essa religião tradicional conta com outras linhas de comportamentos e manifestações, que formam ramificações que se desenvolveram a partir da fé e da espiritualidade dessa religião.

A seguir, veja mais detalhes dessas demais vertentes, que são a umbanda mirim, umbanda popular, umbanda omolocô, umbanda almas e Angola e umbandomblé!

Por meio do médium Benjamin Gonçalves Figueiredo (26/12/1902 – 03/12/1986), com o auxílio espiritual do Caboclo Mirim, a umbanda mirim teve sua origem no Rio de Janeiro, dentro da Tenda Espírita Mirim.

Essa vertente também pode ser identificada como Umbanda de Cáritas, Escola da Vida, Aumbandã, Umbanda Branca ou Umbanda de Mesa Branca.

Nela, não é do cotidiano ter cultos relacionados aos santos católicos. Além disso, também há outra diferença dela para a umbanda tradicional: os Orixás foram reinterpretados numa visão distinta das matrizes africanas.

Umbanda popular, umbanda cruzada e umbanda mística são os nomes dados para a mesma crença antiga, originária de antigas casas de Macumbas. Nessa ramificação, há uma abertura e flexibilidade maior para as tendências e as novidades.

Não há uma regra ou doutrina em seus preceitos, mas alguns modos da umbanda tradicional são mantidos, como o cultivo a santos católicos e a Orixás. Na umbanda popular, há uma mistura de culturas, que resulta na prática de preparo de banhos de purificação, uso de cristais e incensos, rezas, benzimentos e simpatias.

O omolocô ou a umbanda omolocô é uma religião brasileira, criada a partir da influência de elementos africanistas, espíritas e ameríndios. Ela surgiu no período de escravidão no país e tem como princípio cultuar os orixás com suas cantigas em iorubás.

Dessa forma, o preto-velho e o caboclo agem como caridosos para atender os fiéis que frequentam os espaços do omolocô.

A ramificação chamada umbanda Almas e Angola é uma manifestação religiosa praticada principalmente em Santa Catarina. Ela possui centros, casas e terreiros para a prática espiritual, os encontros e os trabalhos.

O surgimento de Almas e Angola no estado é fruto da iniciativa da mãe de santo Guilhermina Barcelos, mais conhecida como a Mãe Ida. Ela trouxe na bagagem do Rio de Janeiro os costumes e as culturas da religião, e apresentou em SC. A partir daí, essa ramificação ganhou corpo e novos adeptos.

O umbandomblé é uma vertente da umbanda, também conhecida como umbanda Traçada. A manifestação é resultado de uma mistura de umbandas de antigas casas de candomblé de caboclo.

Nessa combinação, as mães de santo podem celebrar as giras, tanto de candomblé quanto de umbanda, porém é preciso respeitar dias e horários diferentes para essas práticas.

Com todas as informações que exibimos neste artigo, pode-se afirmar que a umbanda branca é uma manifestação religiosa que se assemelha à umbanda tradicional, que foi criada há muitos anos no estado do Rio de Janeiro. Ela atua destacando os costumes, as intenções, a fé e a cultura.

A umbanda tradicional que vemos hoje em dia é uma expressão diferenciada, tanto nos preceitos intencionais quanto no modo de se vestir, agir, pensar e se expressar. Por isso, é correto afirmar que a umbanda branca é uma linha da tradicional: ambas são religiões de origem semelhante, porém com ramificações, características e propósitos diferenciados.

Dentro da umbanda, há diversas opções de culturas, costumes e religiões que você pode seguir, conforme citamos nesse artigo. Por isso, busque por aquilo que te faça bem e te deixe confortável, indo de encontro com os seus ideais e princípios!