Quem é o Orixá Oxalá
Oxalá é considerado como o Orixá da vida, tido por muitos como o pai de todos. Entre os Orixás, ele é o maior, sendo aquele para quem todos se curvam. Segundo sua cultura, Oxalá é conhecido como o criador dos seres humanos e de todo o mundo.
Também chamado por muitos como Obàtálá, que significa o senhor do manto branco, e por isso esse nome faz referência a pureza e respeito. Oxalá não mostra a sua força aos demais, e se impõe apenas por sua sabedoria e razão.
Segundo os especialistas, Oxalá se manifesta na vida de cada um através da fé e da paz. Por ser o responsável pela saúde mental e física das pessoas, ele é muito invocado pedindo interseções pela saúde. A história desse poderoso Orixá é riquíssima, por isso para entender melhor todos os seus detalhes, continue acompanhando a leitura a seguir.
A história de Oxalá
A história de Oxalá é riquíssima e muito interessante. Esse Orixá possui sua importância tanto dentro da Umbanda, quanto do Candomblé. Além disso, existem algumas lendas envolvendo sua origem e a criação. Se você quer de fato entender tudo sobre a origem desse grande orixá, acompanhe a leitura a seguir atentamente.
■Oxalá na Umbanda
Considerado o maior Orixá da Umbanda, Oxalá é segundo os especialistas a própria Umbanda em sua total magnitude. Esse Orixá tem como cor o branco, que representa o amor, a paz, a bondade e a limpeza espiritual. O reino de Oxalá é o nosso mundo, e por isso ele possui domínio sobre todas as pessoas e lugares.
Dentro da Umbanda, Jesus Cristo é o chefe supremo, que é agregado a Oxalá. Por terem um sincretismo, pode-se dizer que nessa cultura, Oxalá e Jesus Cristo são a mesma pessoa, porém, com nomes diferentes. No entanto, em uma análise mais profunda, alguns especialistas acreditam que eles não são o mesmo, pois segundo as escrituras, Jesus encarnou em terra, enquanto Oxalá é um ser espiritual.
Assim, nessa parte da história é comum encontrar algumas divergências entre especialistas. Entretanto, seja como for, sabe-se que todos os Orixás cultuados na Umbanda seguem a Oxalá, pregando seus ensinamentos e doutrinas. Dentro da Umbanda sabe-se ainda que a forma de agradar Oxalá é fazendo orações e tendo uma boa conduta como ser humano.
■Oxalá no Candomblé
O Candomblé é uma religião que possui um único Deus maior, que chama-se Olorum. Os Orixás são como os anjos ou santos do Cristianismo. Assim, sabe-se que os filhos diretos de Olorum tornaram-se Orixás, sendo seu primeiro filho Oxalá.
Esse Orixá é considerado o pai dos homens, e quando se incorpora pode assumir duas formas: Oxaguiã, que é um jovem guerreiro, ou Oxalufã, que é um senhor de idade que surge com seu bastão de prata.
Concebido por Olorum, Oxalá foi encarregado de criar o Universo e tudo que existe nele. Por isso é considerado pai dos homens, criador e pai de todos de maneira geral. Contra qualquer tipo de violência ou discussão, Oxalá é apreciador da ordem, pureza e limpeza. Muito sábio e complacente com seus filhos, sempre os leva para os caminhos da vitória.
■Sua origem
Oxalá é o Orixá mais poderoso mais poderoso dentre todos. No entanto, seu nome original é Orishala ou Abatala na África. Em português, a palavras Oxalá é sinônimo de “queira deus” ou “tomara”. Segundo especialistas, essa palavra tem origem na expressão árabe “in shaa Allaah”, que significa “se Deus quiser”.
Deixando a origem da palavra um pouco de lado e voltando para Oxalá, sabe-se que ele foi o primeiro Orixá a ser criado, e por isso recebeu a missão de criar todo o mundo. Esse Orixá é ainda considerado regente do Trono da Fé, e por isso associa-se a todos os assuntos que envolvam confiança a Deus.
Devido a sua posição, dizem que ele acabou se tornando um tanto quando prepotente e exigente. Por isso em alguns momentos acaba sendo teimoso e perfeccionista.
■Lenda de Oxalá e a criação
Olorum, pai de Oxalá, confiou a ele o chamado “saco da criação”, para que fosse possível criar o mundo. No entanto, como todo Orixá, Oxalá deveria seguir algumas regras para colocar o ritual da criação em prática. Por se achar muito superior, Ele recusou-se a fazer uma grande oferenda, pois acreditava que por ser o Orixá mais velho, não haveria essa necessidade.
Mas era ai que ele se enganava. Exú, que era o responsável por fiscalizar todas as entradas no mundo chamado de Além, não gostou da atitude de Oxalá e considerou isso uma falta de respeito. Assim, quando o Orixá presunçoso passou pela entrada do local, Exú o fez sentir uma grande sede, que fez com que ele furasse uma palmeira para beber o líquido.
O que Oxalá não sabia era que o líquido em questão era um vinho. Sem saber, ele bebeu tanto que se embebedou e caiu no sono. Enquanto dormia, seu irmão e grande rival, Oduduá, o encontrou e roubou o famoso saco da criação. O Orixá levou o objeto até seu pai e contou a ele tudo que havia acontecido.
Assim, segundo a lenda, Olorum permitiu que Oduduá criasse o mundo. Seguindo o ritual correto, Oduduá fez a oferenda e criou a primeira cidade chamada de Ifé, na qual ele acabou se tornando rei.
Quando acordou, Oxalá procurou por seu pai, indignado. O Orixá recebeu o castigo de nunca mais poder beber. No entanto, Olorum ficou tocado pela chateação de Oxalá e permitiu que ele criasse o homem através do barro.
■Lenda de Oxaguiã
Quando se incorpora uma das formas que Oxalá pode assumir é a de Oxaguiã, um jovem guerreiro. Sabendo disso existem algumas lendas em seu nome, uma das mais interessantes talvez seja a do “Castelo de Ogum”.
Um belo dia Oxaguiã acompanhava Ogum pelas guerras. Assim, ele começou reconstruir todos os locais no qual a guerra havia destruído, tornando os lugares ainda mais prósperos. Desse modo, Oxaguiã pôde espalhar pelo mundo, prosperidade, além de obrigar todos que estavam ali a trabalhar, com o objetivo de prosperar.
Certa vez, entre uma batalha e outra, Oxaguiã foi até a cidade de Ogum para buscar abastecimentos, e por lá encontrou um castelo que havia sido construído pelo povo em oferecimento a Ogum. Oxaguiã então perguntou ao povo o que eles fariam agora que haviam terminado a construção. O povo respondeu que descansariam.
No entanto, o Orixá avisou que o rei ainda demoraria para voltar, e eles deviam fazer um castelo ainda maior. Oxaguiã então sacou sua espada e derrubou o castelo. Tempos depois ele voltou até a cidade, e o povo havia construído um castelo ainda maior. Oxaguiã repetiu o feito antigo, derrubou o castelo e ordenou ao povo que construísse um ainda maior.
O tempo passou e Oxaguiã voltou a cidade de Ogum, o orixá repetiu o feito anterior derrubando o castelo e ordenando a construção de um maior. Essa situação ainda se repetiu por mais milhares de vezes. Segundo a lenda, isso aconteceu tantas vezes, que aquele povo acabou se transformando em grandes construtores, desenvolvendo uma engenharia e arquitetura invejáveis.
■Oxalá na cultura pelo Brasil
As religiões afro-brasileiras são muito difundidas em diferentes regiões do Brasil. Por todo o país existem inúmeras homenagens e oferendas para os Orixás. Vale lembrar que cada um deles possui sua própria saudação. Assim, muitas divindades africanas como Oxalá e tantos outros, passaram a fazer parte da cultura brasileira, trazendo com eles seu significado místico em festas, comidas, cores, etc.
Desse modo, para conhecer a vontade dos orixás, pais e mães de santo jogam os búzios sobre uma mesa, para realizar a leitura. No entanto, hoje em dia, Oxalá e os outros orixás, além de estarem presentes em rituais religiosos, também encontram-se em festas populares brasileiras, como o carnaval, por exemplo.
O sincretismo de Oxalá
Figura importantíssima dentro da Umbanda e do Candomblé, Oxalá possui um certo sincretismo com outras figuras religiosas fundamentais da história do mundo. Assim, ele possui ligação desde Jesus Cristo, passando por Maomé, Buda, até chegar em Nosso Senhor do Bomfim, dentre tantos outros.
Portanto, se você realmente está interessado na história de Oxalá, é fundamental que acompanhe a leitura e entenda sobre todos os seus sincretismos.
■Nosso Senhor do Bonfim
Na Bahia existe um forte sincretismo entre Oxalá e o Senhor do Bomfim. Existem algumas características semelhantes entre ambos que podem explicar isso. Tanto um quanto o outro são cultuados nas montanhas, Além disso, ambos estão ligados a criação do mundo, assim como, a origem dos seres humanos.
Por conta desse fato, Oxalá e Senhor do Bomfim são considerados aqueles que realizam sonhos. Devido a essas informações, o sincretismo religioso entre as duas entidades, possivelmente teve origem por conta da semelhança dos locais que são adorados, atrelados à origem da criação.
Assim, Oxalá é adorado pelos fiéis nas alturas e responsável pela criação dos humanos. Enquanto Senhor do Bomfim, representado pela figura de Jesus, também é cultuado nas colinas, e reconhecido nas Escrituras como o criador do mundo.
■Jesus Cristo
Quando se trata do sincretismo entre Oxalá e Jesus Cristo, alguns especialistas divergem um pouco nesse assunto. Primeiro existem aqueles que acreditam que ambos são a mesma pessoa. Isso ocorre pois dentro da Umbanda existem registros que consideram Jesus Cristo como o chefe supremo, algo que também ocorre com Oxalá.
Segundo especialistas, todos os espíritos da Umbanda tem por Jesus uma enorme devoção e seguem os seus ensinamentos. Por isso muitos consideram o sincretismo entre Jesus e Oxalá perfeito, acreditando que são o mesmo, apenas com nomes diferentes.
Por outro lado, aqueles que acreditam que ambos não são o mesmo, lembram que segundo as Escrituras, Jesus Cristo encarnou em Terra, enquanto Oxalá é um ser espiritual. No entanto, para muitos isso não importante, e cultuam apenas as semelhanças entre eles, lembrando da criação do mundo, além de seguirem os ensinamentos de ambos, sendo exemplos de bondade.
■Tupã
O sincretismo religioso muitas vezes pode surgir por conta de religiões diferentes que trazem consigo personagens parecidos, apenas com nomes diferentes. Esse é o caso de Tupã, que é conhecido por muitos também como Oxalufã ou Oxalá, acreditando-se que são o mesmo ser.
Tupã tem ainda os mesmo sincretismos de Oxalá, como Jesus Cristo e o Senhor do Bomfim. Sua saudação é: “Oxalá yê, meu pai. Ou Exê Babá.” que significa: “O Senhor realiza. Obrigado Pai.” Assim, sendo considerado como uma Divindade Suprema, Tupã também é identificado por muitos como Oxalá. Sua cor também é o branco, e o local de oferenda são montanhas e templos.
■Maomé
Segundo os especialistas o nome de Deus pode ser Oxalá, Jeová, Tupã, Jesus ou Maomé. Assim, é natural que também se exista um sincretismo entre Oxalá e Maomé. Esse citado por último é a figura mais importante do islamismo. Maomé nasceu em Meca no ano de 570.
Segundo a história, ele recebeu suas primeiras revelações do Arcanjo Gabriel. Fato esse que se repetiu por 23 anos, dando origem a sim ao livro sagrado dos islâmicos, chamado de Alcorão.
Maomé passou a converter primeiramente aqueles que estava, próximos a ele, como sua esposo, sogro, etc. No entanto, existe uma fase oculta por muitos em sua história. Ele também ficou conhecido por criar uma nação baseada em direitos trabalhistas, juros baixos e concorrência de mercado. Assim, por ser o principal nome de sua religião, também é considerado e chamado por muitos de Oxalá.
■Buda
O sincretismo é como uma prática religiosa que provém da fusão de outras. No Brasil pode-se observar inúmeras religiões repletas de fiéis, como, catolicismo, cristianismo protestante, judaísmo, hinduísmo, budismo, entre outras. Assim, ao ocorrer a fusão entre essas e outras religiões, é normal as histórias de alguns personagens acabarem se cruzando.
No caso do Buda, ele nasceu em 563 A.C na região de Kapilavastu. Educado por seu pai em meio ao luxo, ele saiu do palácio e afastou-se da família para sair em busca das explicações sobre o enigma da vida. Dentre alguns de seus ensinamentos, deixou a teoria do karma, no qual diz que um bom comportamento em vida traria recompensas em encarnações futuras.
Foi o fundador do Budismo e por isso é a figura mais importante dessa religião. Assim, é considerado como o Deus supremo na Índia. Pelo fato de Oxalá também ser considerado Deus e o maior representante de sua religião, é natural que em alguns momentos existam um sincretismo entre eles.
■Alá
Alá é considerado como Deus único e misericordioso do Islão. Esse termo é mais conhecido no Ocidente em virtude do uso por parte dos muçulmanos, sendo uma das 99 formas desse povo se referir a Deus.
Acima de tudo, Alá é considerado “o mais precioso”, e uma forma muito forte de se designar a presença real de Deus. Do nome Alá derivam ainda palavras como Oxalá, que significa “queira Deus”.
Assim, por conta dessa derivação de palavras, e também por serem os personagens principais de suas respectivas religiões, acaba existindo um certo sincretismo entre ambos.
■Prometeu
Prometeu foi um herói da mitologia grega. Ele era filho de Jápeto e Ásia, e irmão de Atlas, Epimeteu e Menócio. Seu sincretismo com Oxalá ocorre por conta das histórias que envolvem Prometeu e a criação humana.
Segundo a mitologia grega, esse titã criou o homem através de argila e água. Isso teria acontecido após um de seus irmãos esgotar toda a matéria-prima que existia para a criação dos animais. Assim, pediu auxílio para Prometeu, que teve a ideia de criar a raça humana dessa forma.
Esse Titã ainda concedeu aos seres humanos o poder de pensar e raciocinar. Além de ter transmitidos a eles as mais diversas aptidões e talentos.
As qualidades de Oxalá
De Oxalufan a Eteto Obá Dugbe , no Candomblé Oxalá possui inúmeras qualidades importantíssimas que norteiam em relação a todas as suas características e a de seus filhos.
No início isso pode parecer um pouco complicado. Entretanto, siga acompanhando a leitura com a atenção e veja que é mais simples do que imagina.
■Oxalufan
Oxalufran é o Orixá mais velho, e por conta disso ele anda de maneira curvada. Seu templo encontra-se em Ifon, e nas imagens desse Orixá é possível observá-lo como um senhor de idade com diversas dores.
A história conta ainda que quem o sustenta é o objeto opaxorô, que nada mais é que um bastão de mental branco com o símbolo de um pássaro. Esse orixá relaciona-se ainda a sabedoria, paciência, paz e tranquilidade.
■Oxaguiã
Oxaguiã é filho de Oxalufã, um Orixá considerado jovem, forte e guerreiro. Em suas mãos pode ser observado um escudo, uma espada, a mão de pilão e o polvarim. Já o seu principal templo chama-se Ejigbo.
Esse Orixá é responsável por encorajar seus filhos nas lutas do dia a dia, para que possam superar qualquer obstáculo em seu caminho. Oxaguiã ainda é dinâmico e por isso está sempre em movimento. Ele possui como comida preferida o inhame, e por isso criou o pilão.
■Obatalá ou Orinxalá
Obatalá é um dos Orixás mais velhos, conhecido como o rei branco, é uma espécie de raiz de todos os Orixás. É pai de Oxalufun, que por sua vez é pai de Oxaguiã. Por ser muito grande e possuir um imenso poder, Obatalá não costuma se manifestar.
Sua palavra tende a se transformar imediatamente em realidade. Ele representa ainda a massa, o ar, e as águas frias e imóveis. Além disso ele tem a capacidade de controlar a formação de todo novo ser, sendo o senhor dos vivos e mortos.
■Akire
Akiré é um valente guerreiro, que segundo a história é muito rico. Combatente do mal, apesar de trazer consigo aspectos de nobreza e riqueza, Akiré não suporta e nem aceita o desrespeito. Esse Oxalá ainda tem o poder de transformar em surdo e mudo todos aqueles que o negligencia. Assim, a grande maioria costuma seguir os seus ensinamentos.
■Ajagemo
Ajagemo possui uma festa típica anual em Edé. Nesse evento dança-se e representa-se com mímicas, um duelo entre ele e Oluniwi, no qual esse último o vence. Sobre esse Oxalá não existem ainda mais grande informações, além de sua festa anual.
■Etéko
Conhecido como Oosaalá Etéko, esse Oxalá é extremamente inquieto, e caminha sempre ao lado de Oxaguiã. Etéko vive nas matas e se alimenta de qualquer tipo de carne branca. Esse também é outra qualidade de Oxalá sobre a qual não se tem muitas informações.
■Alase ou Olúorogbo
Olúorogbo é considerado dentro dessa religião como o grande salvador do mundo. Isso ocorre pois o mesmo possui um grande poder de fazer chover em tempos de seca. Fator esse que traz grande força para as plantações, permitindo assim uma boa colheita. E foi assim que em um grande período de seca extrema, Olúorogbo fez a chuva cair e salvou o mundo.
■Okó
Okó é considerado como o senhor da fertilidade da terra e consequentemente da colheita, mais especificamente do inhame. A história conta que ele é um Orixá nagô, e que poucos o conhecem. Seu símbolo é um cajado de madeira e uma flauta de ossos de escravos. Ele se veste de branco e é considerado como um Orixá raro.
■Lejugbe
Lejugbe é muito confundido com Oxalufan pelo fato de ser indeciso. No entanto, ele apenas medita muito antes de tomar qualquer decisão. Ele é ainda muito próximo a Ayrá e ambos sempre caminham juntos. Esse Orixá ainda come com Yemanjá todas as carnes brancas.
■Etéko Obá Dugbe
Etéko Obá Dugbe é um forte guerreiro que segue a Orixalá. Ele possui uma grande força e é um importante defensor dos mais fracos. Por conta disso, Etéko possui sua importância na proteção dos oprimidos.
Características dos filhos e filhas de Oxalá
O filhos de Oxalá costumam marcar sua presença por onde passam, afinal eles possuem o poder do maior Orixá da Umbanda e do Candomblé.
Por possuírem o dom da palavra, brilham com facilidade em qualquer lugar. Assim, se você quer de fato entender tudo sobre Oxalá, é fundamental que compreenda também sobre as características de seus filhos. Veja a seguir.
■Postura ativa
Os filhos de Oxalá costumam ser extremamente vaidosos, por isso estão sempre preocupados em transmitir uma aparência agradável. Assim, na maioria das vezes andam com a postura reta, fato esse que representa sua elegância natural.
Já as filhas de Oxalá apesar de terem uma postura mais rígida, são ótimas mães e esposas. Assim, como os homens, também gostam de se apresentar bem, mantenho uma postura ativa, apesar de serem mais discretas.
■Autoridade e bondade
Como bons filhos de Oxalá, eles não suportam injustiças, e nesse ponto são muito parecido com os filhos de Xangô, pois prezam por tudo aquilo que é correto. No auto de sua autoridade, gostam de trabalhos bem feitos e levam muito à sério suas funções.
A bondade é outra marca registrada dos filhos de Oxalá. Para ver alguém recebendo o que é seu por direito, são capaz de lutar pela solução daquele problema, como se fosse deles. Por conta disso, eles costumam sempre serem vistos prestando serviços em ONGs.
■Inteligência e compaixão
Detentores de uma grande compaixão, os filhos de Oxalá são bem vistos por todos. Assim, raramente um deles possui um inimigo, e isso ocorre pois sua pureza e seu coração limpo os tonam pessoas amigáveis e que se preocupam com o próximo.
Além disso possuem uma grande inteligência e diplomacia, fatores esses que fazem com que se deem bem com todo mundo. Ainda possuem muita sabedoria para conseguirem equilibrar o lado racional com o emocional de maneira admirável.
■Energia e autoestima
Os filhos de Oxalá são repletos de energia que se reflete em seu espírito sonhador. Por se apegarem muito as pessoas, tem o sonho de tornar o mundo um local melhor. Assim, utilizam de sua energia para tentar mostrar aos outros aquilo que é certo, e como isso pode contribuir para um mundo melhor.
Por se acharem os donos da verdade, possuem uma autoestima muito elevada. Isso é algo bom, no entanto, esse gênio atrelado a sua teimosia, pode vir a atrapalhar algumas relações pessoais. Por isso, é sempre bom saber equilibrar essas características.
Para se relacionar com Oxalá
Se você se interessa pela história de Oxalá e quer se relacionar com Ele, é fundamental estar por dentro de alguns pontos. Como por exemplo, o dia do ano dele, sua saudação, suas cores, elementos, oração, dentre outras coisas. Acompanhe a seguir tudo que você precisa saber para ter uma boa relação com Oxalá.
■Dia do ano de Oxalá
O primeiro dia do ano é sempre considerado do dia de Oxalá, o Orixá da paz. Por isso é comum nessa data encontrar muitas homenagens, festas e oração dos fieis para Oxalá.
Falando especificamente do ano de 2021, Oxalá ainda é um dos regentes desse ano, juntamente com Oxum. Fato esse que tornou o primeiro dia do ano de 2021 ainda mais especial para os devotos desse Oxalá.
■Dia da semana de Oxalá
O dia da semana consagrado para o Orixá é a sexta-feira. Por conta disso, os devotos desse Orixá devem utilizar branco nessa data, e evitar usar vermelho e preto.
A sexta-feira pode ser utilizada ainda para se fazer preces ou cerimônias especiais para esse Orixá, como acontece em diferentes locais do mundo, no qual se tem essa fé.
■Saudação a Oxalá
“Epao, èpa bàbá! Oxalá”, essa é a famosa saudação a Oxalá, que significa: “Salve Pai, ou Salve Oxalá, ou “Viva Pai”. Essa é a saudação escolhida para o maior e mais respeitado orixá de todo o panteão africano.
Vale lembrar ainda que Oxalá é símbolo de paz, representando calma e serenidade. Por conta disso é muito respeitado por todos os Orixás, assim como, todas as nações.
■Símbolo de Oxalá
Oxaguiã é a maneira que Oxalá é conhecido em sua forma jovem. Assim, nesse período, seus símbolos são: uma espada, um pilão de metal branco e um escudo.
Já em sua forma idosa, Oxalá é conhecido como Oxalufã, e possui como símbolo um cajado de metal, que é chamado de opaxorô.
■Cores de Oxalá
A cor referente a Oxalá é o branco, justamente por conta de seu espírito puro, bondoso e pela paz que transborda. Vale ressaltar ainda que essa cor é a mesma em diferentes locais, como: Aldeia de Pai Dito, Umbanda Sagrada, Umbanda Esotérica e Umbanda Pé no chão.
Assim, aconselha-se aos devotos que utilizem a cor branca toda sexta-feira, já que esse é o dia especial de Oxalá.
■Elemento de Oxalá
O elemento relacionado a Oxalá é o ar, assim como a atmosfera e o céu. Sua representação com esses elementos ocorre devido sua associação à toda a criação e à paz.
Vale lembrar que Oxalá tem o desejo da perfeição e também da sabedoria. Ele é considerado lento, no entanto, é obstinado e perseverante.
■Oração a Oxalá
“Amado Pai Oxalá, nós vos reverenciamos em nossas orações, com respeito e amor. Ouve nossa oração. Abre com esta oração meus caminhos. Rogamos a vós, Amado Pai, que nos conduza com vossa fé e derrame vossas bênçãos sobre nós, para que possamos nos fortalecer cada vez mais e vibrarmos em sintonia com nosso divino criador.
Livre-nos, Pai Amado, dos obstáculos interpostos em nossos caminhos para que eles não obstruam a nossa fé, nem causem discórdias, raivas, mágoas e ódios. Ajude-nos, Divino Oxalá, a desenvolvermos a paciência, a perseverança, o perdão, a caridade, a fé, a esperança e o amor ao próximo.
Permita-nos encontrarmos sempre na casa de Olorum a luz necessária para que não fraquejemos diante das perturbações. Possibilite entrar em nossa religiosidade e crença a paz, a felicidade e o caminho em direção ao Pai Eterno.
Faça-nos, Pai Querido, centros emissores de energias de combate às forças do mal que assolam nosso planeta, Terra, que está sob vossa guarda. Dê-nos, Amado Pai, a oportunidade de lutarmos, com nosso amor, pela regeneração deste planeta, nossa morada, que está sendo destruído pela ganância, pela intolerância, pela falta de amor e de solidariedade, pela fome, pelas guerras de todos os tipos e pela falte de fé.
Dê-nos oportunidade, Amado Pai, em nossos trabalhos, formarmos uma única corrente vibratória, um único som, uma única energia de combate a essa onda maligna que impregna o astral da Terra. Podemos ser poucos; mas permita que à nossa força, que à nossa corrente, se juntem as outras forças e correntes que estão sendo emitidas nos demais templos.
E que todas elas unidas, sirvam de bálsamo aos nossos irmãos enfermos, famintos e miseráveis e também que desencarnam sem nenhuma consciência da espiritualidade. Amado Pai Oxalá. Que vossos braços sempre abertos possam amparar, acolher e abrir nossos caminhos, meus caminhos! Ouve esta oração. Êpa Êpa Babá Oxalá. Ouve nossa oração. Ouve nossa oração.”
■Ervas de Oxalá
Dentro da Umbanda as ervas dos Orixás são utilizadas para banhos de descarrego, limpeza e purificação. Esses banhos prometem espantar todos os males que cercam o indivíduo.
As ervas de Oxalá são: boldo, arnica da horta, alecrim, folhas e ramos de palmeiras, folhas de laranjeira, hortelã, erva cidreira, louro, algodão, rama de leite, manacá, malva branca, saião branco, folha da costa, rosa branca, manjerona, macassá e erva doce.
Oferendas a Oxalá
Por todo o mundo a fora, inúmeros fiéis fazem oferendas a Oxalá, na esperança de ter seus pedidos ou necessidades realizados.
Assim, se você também deseja fazer, acompanhe a seguir algumas maneira de realizar sua oferenda a Oxalá da maneira correta.
■Frutas
Segundo os especialistas, os orixás irradiam energias também através de algumas frutas, por isso elas são tão importantes quando o assunto são as oferendas. Vale ressaltar ainda que cada Orixá possui suas frutas específicas.
No caso de Oxalá são elas: uvas verdes, coco seco, coco verde, pera, maçã verde, damasco, melão, bergamota, pêssego, lima doce, laranja mimo do céu, goiaba branca, e frutas de polpa branca em geral.
■Canjica branca
A canjica branca é um elemento essencial no culto a Oxalá, assim, você pode recorrer a oferenda desse alimento para esse orixá, que acaba rendendo também em um banho de canjica.
Para preparar a oferenda, primeiramente coloque meia xícara de canjica branca crua e deixe de molho na água da noite para o dia. No dia seguinte coloque a canjica no fogo com cerca de 4 a 5 litros de água. Deixe no fogo até que fique macia. Quando isso acontecer, separe os grãos da água e reserve cada um em recipientes separados. Deixe esfriar.
Após isso, tome um banho higiênico normal, e em seguida com o corpo ainda molhado, despeje a água da canjica da cabeça aos seus pés. Pedindo para que Oxalá abra seus caminhos com harmonia. Em seguida será o momento da oferenda.
Escreva seu pedido em um papel e coloque no fundo de uma vasilha. Por cima do papel despeje os grãos da canjica, e por cima coloque ainda uma boa quantidade de mel. Por último cubra tudo com algodão e acenda uma vela branca, fazendo seus pedidos a Oxalá. Deixe lá por 3 dias e depois jogue em uma mata, jardim ou algum lugar que possa jogar lixo orgânico.
■Inhame cozido
Existe uma oferenda específica para Oxalá em sua forma jovem, ou seja, para Oxaguiã, e ela é feita com inhame. Os ingredientes são os seguintes: 3 inhames, mel puro, farinha de mandioca grossa crua, 1 alguidar, 1 quartinha de barro sem asas, água mineral e folhas de tapete de oxalá (boldo).
Primeiramente deposite a farinha de mandioca no alguidar, e vá colocando mel aos poucos. Vá mexendo com as mãos até formar uma farofa homogênea. Cozinhe o inhame na água ou asse no fogo braseiro. Mas se atente para a diferença, ao cozinhar na água estará trabalhando o emocional, no fogo será a motivação e o entusiasmo.
Depois de cozido coloque o inhame para descansar, lave e tire o resíduo de terra. Amasse com um garfo e depois com as mãos, até formar uma massa homogênea. Na sequência molde bolinhos, bem lisos. Coloque eles sobre a farofa e regue com mel. Se quiser pode forrar o alguidar com as folhas de boldo. Deixe descansar de um dia para o outro e depois despache em uma mata.
O que Oxalá tem a nos ensinar?
Oxalá é muito conhecido por ser lento e pensar muito antes de tomar uma decisão. Assim, ele nos ensina a viver um dia de cada vez. Não tenha pressa para resolver tudo de uma só vez, entenda que tudo tem seu tempo, e algumas coisas não dependem apenas de você.
Caminhe devagar, aproveitando todos os prazeres da vida, sem pressa de chegar ao fim. Faça como Oxalá e reserve um tempo para refletir, sempre que for necessário. Compreenda que você chegará aonde quer, porém menos cansado e mais preparado.
Além do mais, ele é um exemplo de paz, harmonia e equilíbrio. Assim, Oxalá traz consigo uma mensagem de que tenhamos fé para acreditar no amanhã. Acreditar nas pessoas, no mundo, nos sonhos, em si mesmo. Enfim, acreditar que o dia de amanhã reservará sempre surpresas positivas.
Olá! Me chamo Anne e sempre tive paixão por escrever. Desde pequena já gostava de produzir histórias e viajar por aquele mundo descrito no papel.