Dia e mês dos Orixás na Umbanda: Oxalá, Oxossi, Iansã e mais!

A Umbanda acredita que os Orixás são a representação da energia, da força oriunda da natureza e que eles conseguem auxiliar os seres humanos. Por esses motivos, é muito importante que os Orixás tenham dias específicos para serem homenageados. Cada um deles recebe uma oferenda diferente, uma cor de referência e sua própria saudação.

Como cada um dos Orixás recebe seus tributos em dias específicos, eles precisam ter um dia para saudá-los. Dessa forma, evita-se a confusão dos fieis e o esquecimento das obrigações. A seguir, conheça o dia e mês de cada Orixá e o que cada um representa.

Os Orixás são divindades da mitologia africana Iorubá, que se popularizou no Brasil com as religiões de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé. Iorubá é uma região da África composta por diversos grupos com etnias, língua e culturas semelhantes. Pouco se sabe, mas muitos dos negros trazidos ao Brasil como escravos eram dessa região.

Existem mais de 300 orixás na mitologia, entretanto alguns deles se tornaram mais famosos no Brasil, como Exu, Oxalá, Ogum, Oxóssi, Iemanjá, Xangô e Iansã. Cada Orixá é representado de uma forma diferente e, além disso, são muito importantes para a religião da Umbanda. A seguir, saiba o porquê dessa importância e como esses deuses são vistos nessa religião.

Antes de falar sobre a importância dos Orixás para a Umbanda, é preciso que entender o que a palavra Umbanda significa. Essa palavra tem origem no idioma bantu e apresenta dois significados: o primeiro é "lugar de culto", e o segundo é “sacerdote”.

Segundo o Caboclo das Sete Encruzilhadas, entidade responsável pela definição das bases dessa religião, ''a Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade''.

A Umbanda é uma religião monoteísta, ou seja, acredita na existência de um único Deus. Abaixo desse Deus estão os Orixás, as entidades e os guias protetores. Os umbandistas acreditam que os Orixás e as entidades ancestrais ocupam outro plano de existência. Além do mais, os orixás são considerados antigas divindades Iorubás.

Segundo a mitologia Iorubá, Olodumaré é o deus supremo e inacessível. Ele criou o mundo e os orixás para governá-lo e servirem de intermediários entre ele e os humanos. Diferente dos Orixás, Olodumaré não aceita oferendas, pois ele tem controle sobre tudo e não há nada que ele não possa fazer. Os orixás representam os elementos da natureza, e Olodumaré é a junção dessas energias.

Embora as religiões de matriz africanas estejam relacionadas ao misticismo, é comum que as pessoas associem os meses dos orixás com suas personalidades já que, assim como nós, seres humanos, os Orixás também têm suas próprias características. Além disso, os deuses também podem influenciar nossa maneira de agir e pensar, dependendo dos dias e orixás regentes.

Por isso é tão importante conhecer os meses dos orixás. Assim, fica mais fácil distinguir um do outro e, quando for necessário agradá-los, saber o mês certo que cada Orixá rege é essencial. Para isso, continue lendo o artigo até o final e descubra os dias e meses da cada Orixá na linha da Umbanda.

Oxóssi, popularmente conhecido como o rei das matas, é comemorado no mês de Janeiro, no dia 20 e seu dia da semana é a quinta-feira. Como muito se sabe, Oxóssi está ligado ao conhecimento e à natureza. É representado como caçador e é caracterizado como um homem negro que está sempre com seu arco e flecha em mãos.

Ogum é um orixá guerreiro, conhecido por sua força e coragem. É um Orixá cultuado tanto na Umbanda, quanto no Candomblé. A data em que se comemora e se celebra esse orixá é dia 23 de Abril, e seu dia da semana são as terças-feiras.

Ogum é caracterizado como um homem negro, que veste roupas azuis ou vermelhas e está sempre com uma espada na mão. Também é visto montado em seu cavalo, o que remete a São Jorge, o santo dos católicos.

De modo geral, os pretos-velhos são conhecidos como espíritos evoluídos. Eles são considerados humildes, sábios e estão sempre dispostos a ajudar. Como muitos deles eram escravos, eles são comemorados no dia 13 de maio, data em que ocorreu a abolição da escravatura.

Santa Sara Kali é considerada a santa dos padroeiros ciganos. Essa Santa normalmente,está ao lado das mulheres que querem engravidar, dos exilados e dos desesperados. Nos dias 24 e 25 de Maio se comemora o dia de Santa Sara.

Obá é celebrada no dia 30 de maio. Seu dia da semana é a quarta-feira. Obá é uma orixá feminina, conhecida principalmente por representar as águas revoltas dos rios, as pororocas, as águas fortes e as quedas. Ela também é a senhora dos redemoinhos, e está sempre perto de Nanã. Juntas, elas têm o controle sobre as enchentes e o barro.

Xangô é conhecido por ser o pai da justiça e da verdade. Além disso, pode ser representado como o deus do fogo, dos raios e trovões. Normalmente, é procurado para resolver problemas relacionados a documentos, estudos e trabalhos intelectuais. Recebe oferendas às quartas feiras e é celebrado, principalmente, no dia 29 de junho.

O dia de homenagem a Nanã é 26 de julho. Por ser uma anciã, Nanã está presente desde a criação da humanidade. Ela é a “Mãe –Terra Primordial” dos grãos e dos mortos. É a memória do povo, pois vivenciou toda a magia da concepção do Universo. Além disso, é considerada a senhora da morte, pois é responsável pelos portais de entrada e saída das almas.

O dia e o mês em que se homenageia Obaluaiê é o mesmo em que os catolicistas cultuam São Roque, 16 de agosto. Já na semana, Obaluaiê rege as segundas-feiras. Esse orixá é conhecido pelo seu domínio na área da saúde, resiliência e está sempre disposto a proteger os seus contra doenças.

É considerado um orixá forte e generoso. Caso queira identificá-lo basta prestar atenção em sua vestimenta, já que ele se apresenta sob uma longa roupa feita de palha.

Na semana, Oxumaré costuma reger as terças-feiras, mas o dia para cultuar e homenagear esse santo é 24 de agosto. Juntamente com Oxum, Oxumaré forma a segunda linha da Umbanda, a do amor e da concepção. Ele representa a renovação contínua em todos os aspectos da vida do ser humano. Além disso, é o orixá que irradia as sete cores da Umbanda.

Diferente da Igreja Católica, os umbandistas comemoram o dia de São Cosme e Damião em 27 de setembro. Pouco se sabe, mas Cosme e Damião eram irmãos gêmeos, estudaram medicina e procuravam ajudar os outros através dela. São considerados os orixás das crianças e, curiosamente, são filhos de Iansã e Xangô.

Mãe das Águas doces e considerada a mais formosa entre os orixás, Oxum é celebrada em 12 de outubro. Durante a semana, é regente dos sábados. Oxum foi criada com muito mimo, por isso é caracterizada como a deusa do ouro, da prosperidade e, principalmente, a deusa do amor.

Na Umbanda, Omulu é considerado um orixá guerreiro e bravo. É associado à terra e ao fogo. É filho de Nanã-Burukê, e foi abandonado por ela. Curiosamente, Omulu é o rei dos mistérios da vida e da morte e não pode ser olhado de frente pelos homens, pois como o Sol e a verdade, ele poderia cegá-los. Dia 16 de agosto é dia de homenageá-lo.

Assim como há os dias em que se comemoram os orixás, a Umbanda também é comemorada em um dia específico. Dia 15 de Novembro é considerado o Dia Nacional dessa religião. A Umbanda nasceu no Brasil e, na sua origem, une características de outras religiões, como catolicismo, espiritismo e outras religiões de matriz africana e indígenas.

O dia semanal de Iansã é aos Sábados, mas por conta de seu amor com Xangô, pode-se comemorá-la às quartas. Já o dia para cultuar e homenagear Iansã é 4 de Dezembro. Orixá nacionalmente conhecida por ser a deusa guerreira, senhora dos ventos, raios e tempestades, ela comanda os espíritos mortos com um rabo de cavalo, conhecido como Eruexim – um dos seus símbolos.

A mais popular dentre os Orixás e considerada a rainha do mar, Iemanjá é comemorada no dia 2 de fevereiro. Por outro lado, seu dia semanal é o sábado. Iemanjá é filha de Olokun, o orixá rei dos oceanos e por isso é conhecida dessa maneira.

Ela é considerada a mãe de todos os adultos e também dos Orixás. Normalmente, os fieis de quase todas as religiões pulam as 7 ondas dessa orixá nos finais de ano, a fim de atrair boa sorte.

O dia semanal de Oxalá é sexta-feira. Em contrapartida, o dia em que se comemora o orixá considerado um dos mais importantes da linha da umbanda é 15 de janeiro. Oxalá é considerado o deus do branco e da paz. Além disso, ele está associado à criação do mundo e da espécie humana. Por ser um dos maiores na Linha da Umbanda, Oxalá é calmo, tranquilo e sereno.

Os Orixás também são responsáveis pela regência de cada signo. Assim, é mais fácil associar às características deles com as de seus filhos. Os deuses africanos, além de estarem presentes no dia a dia de seus filhos, também podem influenciar o jeito de agir e pensar de cada um. A seguir, fique por dentro de qual Orixá rege cada signo, e descubra qual é o seu.

Se alguma vez você já se perguntou o porquê de seu signo ser considerado um dos piores do Zodíaco, aqui vai a resposta: o Orixá regente é Ogum. Considerado o deus da guerra, Ogum é autoritário e as pessoas que são regidas por ele são consideradas líderes natos, uma vez que possuem facilidade para tomar decisões, além de terem coragem e autoconfiança.

Em contrapartida, os arianos tendem a ser um pouco impulsivos. Jogam-se nas coisas e nem sempre pensam nas consequências. Ogum protege seus caminhos, o que os torna bastante ativos e dispostos a alcançar os seus objetivos.

O Orixá regente dos taurinos é Oxóssi, o Orixá da mata e da fartura. Oxóssi é paciente, persistente e confiável. Tem um coração generoso, mas suas suposições são inflexíveis. Normalmente os taurinos são conhecidos pelo cuidado, determinação e inteligência. Eles correm atrás do que querem, embora sejam um tanto indecisos em situações que exigem definição.

O Orixá dos geminianos é, principalmente, eloquente, inteligente e comunicativo. Tem muita energia e vitalidade. Por isso, seus protegidos se dão melhor em situações em que podem expressar suas opiniões. Os Orixás que regem esse signo são os Ibejis. Dito isso, é possível compreender porque os geminianos são tão emocionais e estão sempre à procura de coisas novas.

A Orixá dos cancerianos é a das águas doces, dos rios das cascatas e do amor. Oxum é emotiva, simpática, carinhosa e muito protetora. Os cancerianos, por sua vez, tendem a ser sensíveis e generosos, além de charmosos e sutis. Normalmente eles lidam melhor com o público e gostam de lugares onde se sintam mais à vontade.

Xangô é o Orixá que preza pela Justiça e o Equilíbrio. Dá aos leoninos bondade, fidelidade, criatividade e entusiasmo. O pai da verdade gosta, sobretudo, de resolver e decidir qualquer problema.

Às vezes ele pode parecer prepotente e um pouco mandão, mas é muito gentil e protetor daqueles que estão sempre ao seu lado. É uma grande característica dos leoninos também.

Orixá da cura, das pesquisas, do trabalho dedicado e minucioso. O Orixá regente dos virginianos nada mais é que Obaluaiê. Ele é modesto, inteligente e um pouco tímido. Tem grande capacidade analítica e, por isso, costuma ser perfeccionista.

Gosta das coisas feitas da maneira mais correta possível e não admite ser contrariado. Normalmente a teimosia costuma ser bastante prejudicial.

Oxumaré é a entidade que rege os librianos. Ele possui grande beleza, que promove harmonia entre a terra e o céu. Chamado e conhecido como o senhor do arco-íris, é idealista, pacífico, otimista e romântico, porém indeciso.

Está sempre aberto para o diálogo quando os nervos estão à flor da pele e, normalmente, costuma se relacionar bem com todos e gosta de ajudar os outros. Seus protegidos também são muito charmosos, simpáticos e admirados pelos mais próximos.

Nanã é muito criativa, poderosa e apaixonada. Traz para os escorpianos uma enorme dedicação e apego aos detalhes. Além disso, ela é bastante observadora e segura, e tem interesse em assuntos ligados à saúde e à sexualidade. É bastante conhecida, principalmente, por sua personalidade forte e misteriosa.

A Orixá dos sagitarianos é conhecida como a dona dos ventos e rainha dos raios e tempestades. É autossuficiente, livre e dona de si. Também é muito sincera e muito otimista. Os seus protegidos costumam ser curiosos e estão sempre dispostos a conhecer e fazer coisas novas. Iansã traz a eles emoções intensas e não os deixa ficar abalados por coisa alguma.

Deus da doença e da cura, é Omolu quem rege os capricornianos. Esse Orixá é determinado e ao mesmo tempo ambicioso. Também está ligado aos estudos e às pesquisas. Além do mais, possui um jeito um pouco individualista, mas ainda assim gera confiança. Omulu sabe lidar com o dinheiro e sempre busca seu melhor desempenho. Às vezes, é bastante resmungão.

Esse Orixá é conhecido como o pai da criação e senhor da paz. É verdadeiro, leal, original e tem senso humanitário. Para o aquariano, confere a vontade de alcançar sua liberdade financeira e profissional, e batalha para isso. Oxalá é bastante criativo e demonstra interesse pelo estudo. Veste branco e está sempre disposto a tomar partido pela paz.

Curiosamente, Iemanjá é a regente dos ''peixinhos''. Ela é considerada a rainha do mar e dos oceanos, isto é, ela governa todas as águas. É sensível, imaginativa e sonhadora. Por ser muito intensa, vive com as emoções à flor da pele.

Assim como a Orixá, seus protegidos têm o humor instável, mas nem por isso deixam de ser generosos e bondosos. Ela ainda lhes confere a delicadeza e o talento para amar tudo o que há na Terra.

Embora a maioria das pessoas gostem de fazer os rituais nos meses dos orixás, é importante deixar claro que esta não é uma prática obrigatória. Num geral, os rituais são feitos a fim de agradecer por uma graça ou com a finalidade de agradar o Orixá regente de cada mês. Os filhos de cada Orixá têm a opção de fazer os rituais no mês em que o seu Pai de Cabeça está regendo.

O intuito da Umbanda é deixar que seus filhos sejam livres e tenham a liberdade para ir e vir quando bem entenderem, entretanto, quando um filho se responsabiliza em fazer um ritual de obrigação, é importante que ele o faça. Dessa forma, ele estará firmando a ligação que tem com os Orixás e a troca entre eles será recíproca.

Portanto cabe a você querer cumprir com o ritual ou não, mas uma vez que prometeu que iria fazer, cumpra com suas obrigações. A fé e a boa vontade precisam caminhar lado a lado, independentemente das obrigações. A Umbanda não quer prisioneiros, lembre-se disso.