Saiba tudo sobre a técnica de massagem Shantala!
A Shantala é uma massagem realizada em bebês que tem como base a repetição de movimentos com apenas a quantidade necessária de óleo para que as mãos deslizem. As áreas do corpo em que a técnica é aplicada são várias, como face, braços, pernas, tronco e pés. O principal pilar da Shantala é a conexão que se estabelece entre pais e bebês ao longo do processo.
Utilizar a Shantala no dia-a-dia faz dela uma parte da rotina de cuidados com o bebê. Quanto mais constante for a realização da massagem, mais benefícios podem ser sentidos pelos pequenos. A partir do primeiro mês de vida, a modalidade ainda propicia interação entre pais e bebês além do toque, já que pode estimular o contato visual e o reconhecimento da voz.
Ao longo do artigo, saiba mais sobre a Shantala, seus impactos na saúde do bebê e dicas para colocar a massagem em prática!
Entendendo mais sobre a Shantala
São comuns, na internet, vídeos de bebês sendo massageados. A Shantala é uma técnica que, como outros protocolos de massagem, segue movimentos com propósito e traz benefícios que se destacam com a sua inserção na rotina. Para pais e bebês, trata-se de uma experiência interativa e de forte apelo emocional. A seguir, saiba como a massagem surgiu e como ela funciona!
■O que é?
A Shantala é uma técnica de massagem que foi pensada especialmente para os bebês. Ela é realizada com um pouco de óleo e movimentos em todo o corpo dos pequenos, em sessões curtas que podem ser repetidas diariamente. Além da massagem propriamente dita, a Shantala é sinônimo de conexão entre as partes envolvidas, já que aproxima e proporciona união física e emocional entre pais e bebês.
■Origem
A técnica da Shantala é milenar e foi vista pela primeira vez em Calcutá, na Índia. No país asiático, a massagem em bebês é uma tradição amplamente difundida na cultura das famílias, sendo costumeiramente realizada pelas mães. Posteriormente, a Shantala foi levada a outros lugares do mundo, tornando-se popular no ocidente.
O responsável pela propagação das técnicas foi o francês Frédérick Leboyer, no século XX. Médico e obstetra, Leboyer se envolveu profundamente em filosofias relacionadas ao parto, além da escrita de livros sobre o tema. O médico difundiu a Shantala em países ocidentais e nomeou a massagem em homenagem à mãe indiana, que teve a oportunidade de presenciar realizando os movimentos.
■História da Shantala no Brasil
Nos anos 70, o médico francês Frédérick Leboyer levou a vivência da Shantala descoberta na Índia para o ocidente. No Brasil, a técnica milenar chegou em 1978 e, a partir desse ano, começou a se espalhar. Com o passar do tempo, a Shantala se tornou mais popular e, hoje, é vista como uma ferramenta terapêutica que traz mais qualidade de vida para pais e bebês.
■Para que serve e como funciona?
A prática da Shantala tem como finalidade oferecer ao bebê um momento de relaxamento físico e emocional. A técnica também traz diversos benefícios ao organismo dos pequenos, o que estimula um melhor desenvolvimento físico e cognitivo nos bebês. Ela funciona com toques, geralmente das mães ou dos pais, diretamente na pele dos filhos, aproximando e criando uma interação bastante benéfica.
O funcionamento da Shantala tem a ver com o estímulo a todos os sentidos do bebê durante a sessão. A experiência sensorial se soma aos benefícios intelectuais e motores, além das respostas imunológicas, neurais e das habilidades de comunicação. Costuma-se dizer que a Shantala é uma forma de amor compartilhada através do toque, em que carinho e tranquilidade são transmitidos para os bebês.
■Comprovações científicas
A eficácia terapêutica da Shantala diz respeito aos impactos que a massagem traz aos bebês e às crianças, com comprovação da ciência. Estudos sobre a técnica mostram que os benefícios surgem com a prática regular, e alguns podem ser sentidos após cada uma das sessões. Mesmo para os pequenos que têm dores e limitações, a Shantala é uma ferramenta com benefícios garantidos.
■Quando começar a fazer a massagem no bebê?
A Shantala é indicada para bebês e crianças até os sete anos, ou enquanto a prática for bem aceita. Seu início é recomendado a partir do primeiro mês de vida, já que, nessa etapa, os pequenos estão mais receptivos e prontos para estabelecerem um vínculo profundo com quem faz a massagem. Além disso, a possibilidade de conexão visual e vocal com o estímulo dos pais é maior, trazendo mais benefícios.
Benefícios da Shantala
A Shantala apresenta inúmeros benefícios para todo o organismo dos pequenos. Quando os bebês recebem a massagem, especialmente com regularidade, o contato com a pele de quem realiza a técnica proporciona profundo relaxamento. Além dos aspectos positivos para o corpo, como alívio de gases e ganho de peso, o emocional também se beneficia. A seguir, confira as vantagens da técnica!
■Alívio de cólicas abdominais
As cólicas são um transtorno para os bebês, gerando dor, desconforto e irritação. Os movimentos da Shantala são ideais para aliviar dores no geral, pois relaxam o corpo e melhoram o funcionamento digestivo. O conforto trazido pelo toque amoroso também atua como um relaxante natural, desviando a atenção do bebê da dor e aliviando gases abdominais.
■Melhora no sistema imunológico
Os movimentos aplicados por meio da Shantala promovem melhoria no sistema imunológico dos pequenos. Os toques tranquilos e a experiência como um todo permitem que o corpo se torne mais resistente a diversos tipos de doença, tornando-o mais forte e saudável. Por isso, acrescentar a massagem na rotina dos bebês evita o surgimento de problemas de saúde.
■Aumenta a conexão entre mãe e filho
O toque da mão da mãe na pele dos pequenos é o ponto de partida para a criação de um vínculo profundamente afetivo. Assim, a Shantala promove ainda mais conexão quando há contato visual e o uso de comandos verbais carinhosos, que promovem aproximação e sintonia entre as partes. O relaxamento emocional também funciona melhor quando a própria mãe está tranquila durante a sessão.
■Maturação do sistema nervoso central
Os estímulos oferecidos durante as práticas de Shantala são de grande contribuição para habilidades intelectuais e cognitivas. O reconhecimento da experiência, das sensações e da própria produção hormonal auxiliam o funcionamento do sistema endócrino e das funções do sistema nervoso central. Assim, o desenvolvimento dos aspectos neurológicos se dá de forma mais eficiente.
■Desenvolvimento do sistema sensitivo e emocional
A prática da Shantala induz respostas positivas no aspecto emocional dos pequenos. A troca proporcionada durante as sessões amplia o vínculo afetivo e estimula as emoções dos bebês. O sistema motor também é bastante estimulado, já que a sensibilidade do tato e do sistema nervoso são exigidas.
Aspectos visuais e auditivos também fazem parte da experiência, que pode ser complementada com músicas tranquilizantes e até aromaterapia. A consciência sobre o próprio corpo a respeito das sensações despertadas é outro benefício trazido pela Shantala.
■Estimulação do sistema de coordenação motora
A percepção corporal é um dos benefícios da Shantala, que vem do estímulo tátil proporcionado pela massagem. Do mesmo modo, as respostas sensoriais dos bebês melhoram, e a coordenação motora se aperfeiçoa com a Shantala na rotina. Ao trabalhar o tônus muscular, a técnica indiana beneficia a capacidade motora dos pequenos, bem como os movimentos que eles realizam.
■Melhora na amamentação e digestão
É comum que os bebês apresentem problemas gastrointestinais nos primeiros meses de vida. As dificuldades digestivas costumam vir acompanhadas de irritação e tensão, o que causa piora nos sintomas. A Shantala, ao promover relaxamento muscular e tranquilidade do bebê, ajuda a aliviar o desconforto abdominal e as questões digestivas.
Com isso, a amamentação também melhora, o que auxilia a digestão facilitada dos pequenos. Assim, os benefícios podem ser sentidos da alimentação ao estômago e ao intestino, com minimização dos incômodos estomacais. Os gases são outro desconforto que pode ser combatido com a prática regular da Shantala na rotina do bebê.
■Além de deixar o bebê mais calmo
A Shantala é uma técnica que, com o toque, traz tranquilidade aos pequenos. Para que isso aconteça, é importante criar uma atmosfera calma e respeitar o tempo de adaptação de cada bebê. É preciso avançar conforme o feedback se mostra positivo e o bebê está receptivo aos estímulos que transmitem amor e afeto por parte dos pais.
No início, é possível que o bebê não aceite a massagem completa ou não se mostre efetivamente relaxado. Durante a fase de adaptação, é comum que os pequenos apresentem oscilações e não estejam preparados para a sessão completa. Paciência e carinho são as chaves para que a Shantala seja bem-sucedida e promova bem-estar.
Passo a passo para fazer a Shantala no seu bebê
Que tal tornar a Shantala um momento transformador na rotina do seu bebê? Assim como técnicas de massagem realizadas em adultos, a modalidade indiana para os pequenos pode ser um ritual, que começa com o óleo nas mãos de quem faz a massagem. A partir desse momento, cada toque proporciona uma troca entre as partes, em uma conexão altamente emocional. Confira o passo a passo a seguir!
■Comece pela parte do peito e dos ombro
O peito e os ombros têm a ver com uma respiração mais profunda e consciente. A primeira ação no tórax é a de abertura de peito, que começa com as mãos unidas no centro do corpo do bebê e seu posterior afastamento no sentido dos braços. As mãos seguem paralelas em um movimento contínuo até as mãos dos pequenos.
Assim, o movimento em X é realizado com uma mão em cada ombro e, em seguida, o desenho da letra acontece no tórax do bebê. Essa sequência inicia o processo de relaxamento e introduz a proposta da Shantala aos bebês.
■Passe para os pulsos e depois para as mãos
Nos braços, os movimentos mais indicados da Shantala são os de ordenha, rosca e rolamento. Eles devem ser realizados até os pulsos, onde a técnica se diferencia para massagear as mãos. Nos pulsos, o movimento em C na articulação é outro detalhe importante no passo-a-passo da técnica.
As mãos têm grande relevância na Shantala e ajudam a estabelecer conexão entre quem massageia e quem recebe a massagem. Use movimentos de amassar, nas palmas, no dorso das mãos e também nos dedos. Sempre repita cada uma das ações realizadas.
■Volte para a região do peito e leve as mãos até a bexiga
Para criar uma dinâmica sequencial, o próximo passo da Shantala é retornar as mãos ao peito do bebê para, então, iniciar a descida. No abdômen, realize repetições de movimentos circulares, mãos simulando pás de moinhos e movimento vertical com uma das mãos e um U invertido com a outra. Girar as mãos no abdômen no bebê até que fiquem paralelas é outro passo.
Na sequência, vem o envolvimento abdominal com as mãos, transferindo calor e afeto a uma área significativa nos pequenos. A ginástica na região consiste em flexões abdominais com as pernas flexionadas, cruzadas e com o cruzamento também dos pés. Cruzar os braços sobre o abdômen e repetir o movimento finaliza a etapa de ginástica abdominal.
■Hora de ir para as pernas
Para as pernas, os movimentos mais indicados são os de ordenha e de rosca, que devem ser realizados com as duas mãos do alto da coxa até os tornozelos. Nessas articulações, faça um C com as mãos e repita algumas vezes, dos dois lados. Em seguida, alterne para a ordenha de baixo para cima e finalize com o rolamento, mantendo sempre as mãos paralelas, uma de cada lado das pernas do bebê.
■Não se esqueça dos pés do bebê
Nos pés, a Shantala pode ser aplicada como nas mãos, ou seja, com os tradicionais movimentos de amassar o dorso e a planta dos pés. Repita algumas vezes e faça o mesmo em cada um dos dedos. Além disso, um complemento à massagem indiana nos pés é a reflexologia podal, que traz benefícios ao corpo todo com toques em pontos específicos da sola do pé, como no princípio da acupuntura.
■Agora, posicione o bebê virado de costas para você
As costas do bebê são parte fundamental da Shantala, já que relaxam toda a musculatura e trazem mais conforto aos pequenos. Após virá-lo, espalhe um pouco de óleo nas costas e inicie movimentos circulares, seguidos por alongamentos e amassamentos em toda a extensão da área.
Então, envolva as costas do bebê com as duas mãos, trocando calor e energia. Repita algumas vezes cada um dos movimentos.
■Vire o bebê e massageie o seu rosto
No rosto, inicie a Shantala pelas sobrancelhas do bebê. Ao redor delas, faça movimentos de X na testa, utilize os dedos fazendo uma pinça suave e alterne para um deslizamento até as orelhas. Passe os dedos pelas três linhas da face: do canto do nariz até a orelha; do canto dos lábios até a orelha e do queixo até a orelha. Chegando nelas, faça o amassamento e repita cuidadosamente na cabeça.
■Por fim, você pode também fazer a Padmasana
Padmasana é a postura de lótus, parte das práticas de Yoga, e mostra a dualidade entre a parte do ser que alcança o céu e aquela que permanece com as raízes firmes no chão. Na Shantala, ela pode ser adaptada ao corpo do bebê como um encerramento simbólico do ritual, que vai além do toque físico: a massagem é um ato de amor.
O mais importante é finalizar a sessão de Shantala com a tranquilidade de ter feito o melhor possível. Conforme o bebê for se adaptando aos movimentos, é possível acrescentar outras técnicas e variar as repetições, sempre dando atenção aos sinais de satisfação ou possíveis incômodos. Afirmações positivas e encorajadoras podem acompanhar todos os passos da massagem.
Outras informações sobre a Shantala
Existem dúvidas bastante comuns quando se fala em Shantala. Afinal de contas, técnicas de massagem envolvem a realização de cursos, a adequação dos movimentos à necessidade de quem recebe os toques e possíveis contraindicações. Na sequência, saiba outras informações importantes sobre a Shantala que fazem toda a diferença no contato terapêutico entre as mãos e a pele do bebê!
■Dicas para fazer uma boa massagem
Sessões de Shantala podem se diferenciar quando se transformam em momentos únicos. Assim, a primeira dica é fazer os movimentos com foco total no bebê, sem conversar com outras pessoas, assistir televisão ou mexer no celular. Esse detalhe é fundamental para que haja uma conexão profunda entre os pais e os pequenos, que influencia os resultados obtidos.
Outra dica é não usar muito óleo, já que a quantidade suficiente para as mãos deslizarem na pele é adequada. Também é válido estabelecer um horário para a prática, e há quem prefira fazer a Shantala antes ou após o banho. Juntos, os processos ajudam no relaxamento e trazem ainda mais benefícios ao bebê. Colocar o ritual em prática diariamente ajuda a criar uma massagem benéfica e calmante.
■Cuidados e contraindicações
A técnica da Shantala compreende certos cuidados, os quais impactam diretamente os resultados da massagem e o feedback do bebê. Embora a criação de uma rotina seja importante, se houver sinais de alerta o ideal é deixar a sessão para outro momento. Respostas físicas como tremores, espirros e movimentos dos braços ou do corpo que indiquem desconforto são sinais.
Caso o bebê não se acalme, fique mais irritado ou comece a chorar, é indicado suspender a sessão. Necessidades fisiológicas e problemas físicos como fraturas, hematomas, hérnias e aspectos atípicos na pele são outras contraindicações da Shantala. Casos de doenças respiratórias e cardíacas, febre e a presença do cordão umbilical também indicam a suspensão da massagem.
■Frequência e execução
A Shantala pode ser aplicada nos bebês diariamente, em sessões que duram em torno de dez minutos. A realização da técnica pode ser aperfeiçoada pelos pais que, aos poucos, vão encontrando a melhor forma de oferecer esse momento ao bebê. Um detalhe interessante é lembrar que os aspectos positivos se estendem a quem oferece a massagem aos pequenos.
Para os pais, particularmente os de primeira viagem, o contato próximo com o bebê ajuda a aliviar possíveis sobrecargas emocionais. Além disso, a Shantala desenvolve um senso valioso de ajudar no bem-estar dos filhos a partir do próprio toque, o que constrói mais empoderamento e na confiança aos pais durante a execução.
Como colocar a Shantala em prática? Primeiramente, é indicado um espaço limpo e calmo, assim como toalhas higienizadas e um creme emoliente ou óleo. Roupas confortáveis para os pequenos vestirem após a prática também são indicadas, ou pijamas, caso a massagem seja realizada antes de dormir. Sons relaxantes podem ser um bom complemento para criar uma atmosfera calma.
■Como fazer um curso de Shantala?
Para fazer o curso de Shantala, é preciso se inscrever em centros ou escolas que oferecem aulas. O curso pode ser totalmente prático ou parcialmente teórico, com o apoio de materiais como apostilas, por exemplo. O curso de Shantala costuma ser ministrado por doulas ou terapeutas e envolve demonstrações e práticas de diferentes movimentos e complementos para a aplicação da técnica.
■Pode ser aplicada em animais também?
A modalidade indiana de massagem pode ser aplicada em animais. No entanto, a forma de realizar as técnicas da Shantala muda em relação à que é feita nos bebês, o que pede conhecimento e capacidade de adaptação. Os benefícios sentidos pelos animais também se destacam, e eles costumam gostar do momento de relaxar e acalmar com o toque dos donos.
A Shantala é uma ótima opção para o seu bebê!
De origem indiana, a Shantala não demorou a conquistar adeptos em diversas áreas do mundo. A massagem cria laços únicos quando realizada pelos próprios pais, já que utiliza o afeto e a energia do toque. Para o bebê, é um momento especial no dia a dia, que traz relaxamento e diversos benefícios para a saúde, que vão da melhoria do sono à redução de cólicas e gases.
Em poucos minutos, principalmente quando parte da rotina de cuidados diários, a Shantala influencia as respostas do organismo do bebê. Os níveis hormonais melhoram, assim como a qualidade da interação com quem realiza a massagem. O aperfeiçoamento dos movimentos é parte do processo, e os pais não precisam se sentir inseguros nas primeiras tentativas.
Assim, a intenção e a proximidade estabelecida pelo toque são sempre reconhecidos pelos pequenos. Por isso, mesmo sem muita prática, quem massageia cria um momento especial e benéfico para o bebê. A atenção recebida é o maior dos diferenciais.
Sou jornalista, apaixonada por comunicação, esportes e pela infinidade do universo. Tenho 31 anos, sou praticante de yoga, não vivo sem livros e acho que a troca é o que há de mais importante entre as pessoas. Acredito que tudo é energia e, cada vez que fazemos o nosso melhor, contagiamos todos ao nosso redor.