O que é a Gestalt-Terapia? Conceitos, abordagem, exercícios e mais!

Gestalt é uma palavra de origem alemã e refere-se à forma de algo. Essa abordagem psicoterapêutica é focada no paciente, visando focá-los no presente para observar de forma consciente o que está acontecendo nas suas vidas nesse momento.

Ao contrário de algumas outras abordagens terapêuticas, a Gestalt-Terapia não prende-se no passado. Além disso, utiliza diversos exercícios, como a encenação, para atuar nesse processo de autoconsciência.

Ficou interessado? Nesse artigo vamos explicar detalhadamente o que é a Gestalt-Terapia, como ela surgiu, quais os benefícios e os principais exercícios. Acompanhe e descubra se essa terapia é para você!

A Gestalt-terapia surge como um campo completamente novo em 1940 para os profissionais de saúde mental no Brasil, avançando pouco a pouco até se tornar reconhecida como um método terapêutico efetivo no país. Entenda um pouco mais sobre a sua história e o seu método na leitura a seguir!

A terapia gestaltista foca na maneira como significamos o sentido do mundo e das nossas próprias experiências, sugerindo a partir do princípio da Gestalt de que eu todo é maior que a soma das partes. Logo, ela se concentra na percepção das coisas e nos significados que atribuímos a elas como uma experiência a ser analisada pela psicoterapia.

Através da Gestalt-terapia, os pacientes devem explorar o espaço e vivenciar as experiências sem medo de serem julgadas. Dessa forma, eles são incentivados não apenas a falar sobre suas experiências ou emoções, mas também a demonstrar esse sentimento na prática.

Destarte, a terapia se inicia com a proposta de que a experiência é afetada pelo seu contexto e só poderá compreender a como a pessoa vive entendendo o ambiente ao qual ela está inserida. De acordo com a Gestalt, pessoa alguma pode ser declaradamente objetiva com as suas experiências ou falas sem antes ilustrar o seu contexto.

Portanto, a gestalt-terapia se fundamenta a partir de uma percepção holística do indivíduo. Logo, toda vivência e experiência de vida devem ser utilizadas como objeto total e único a ser analisado. Sem isso se torna impossível compreender profundamente um indivíduo.

Na década de 1940 surge uma nova alternativa à psicanálise tradicional conhecida como Gestalt. Esta terapia concebida por Fritz Perls e Laura Perls através dos estudos de psicologia da Gestalt, psicologia Humanista e psicanálise, tornaram possível a análise humanista focada na singularidade da experiência e do indivíduo.

Contrapondo alguns pontos do Behaviorismo e da Psicanálise Tradicional, uma vez que a gestalt-terapia assumia o homem e suas percepções como fonte autossuficiente para gerir os seus pensamentos e assim alcançar o autoconhecimento necessário para o tratamento.

A abordagem gestáltica surge no Brasil na década de 70 por causa de Thérèse Tellegen e Paulo Barros, ela se difundiu por muitas universidades em todo o país se tornando assim uma disciplina obrigatória nos currículos de graduação do curso de Psicologia. Hoje em dia, sua teoria está mais presente nos cursos de pós-graduação.

Existem terapias que possuem uma abordagem centralizada num terapeuta como responsável por compreender os sintomas e sofrimentos dos pacientes na tentativa de racionalizar esse conhecimento e indicar o processo de cura. Logo, o paciente assumiria apenas o papel de locutor de suas experiências.

Contrário a essa abordagem, a gestalt-terapia tem como objetivo assumir o paciente como colaborador e ao lado do seu terapeuta trabalham em conjunto no processo de conscientização dos seus sintomas e das suas experiências.

Portanto, essa terapia centraliza o sujeito no presente de maneira a trabalhar suas manifestações como: os sonhos, os pensamentos, as sensações e as fantasias vivenciadas no momento. A experiência e a forma como ela é percebida são revitalizados por meio das experimentações.

Dessa forma, os transtornos devem ser percebidos e aceitos como parte de sua individualidade não desenvolvida, articulando um processo de conscientização e facilitando o acesso dessas emoções para serem tratadas enquanto as vivencia.

A gestalt-terapia trabalharia então nestes três conceitos: no aqui e agora; na consciência; e na responsabilidade.

As sessões de gestalt-terapia se concentram na relação entre o terapeuta e o paciente. O objetivo é promover um contato físico e mental com o momento presente, de maneira a entender o que o paciente está sentindo no aqui e agora. Essa conexão possibilita destravar o corpo e libera as expressões de forma a demonstrar o que está em seu interior.

A experiência mútua vivenciada por essa relação incentiva o paciente a iniciar o seu processo de autoconsciência, levando a conhecer e aceitar o seu próprio ser diante das experiências vivenciadas em cada sessão.

Logo, elas essas sessões tornam dinâmicas, onde o psicólogo busca aplicar técnicas como a indagação das expressões físicas que surgem enquanto conversam, por exemplo. Na medida que é demonstrado o respeito e se retoma a experiência para o presente, para que assim o paciente se perceba e tome consciência dos seus sentimentos.

A terapia pode incluir ainda outras atividades, como a da poltrona vazia. Neste jogo de encenação o paciente senta de frente para uma cadeira vazia e inicia uma conversa com uma pessoa imaginária, como em uma encenação.

Dessas interações são retiradas as informações necessárias para ajudar o paciente a ter uma melhor percepção de suas experiências físicas e emocionais, abrindo passagem para o seu processo de cura.

Esse processo pode impulsionar experiências nunca antes sentidas pelo paciente, despertando sentimentos e percepções acerca do seu eu capazes de despertar as respostas que ele precisa para resolver o seu transtorno internamente. Os benefícios da abordagem da gestalt-terapia podem ser reveladores, acompanhe a leitura e descubra!

A Gestalt-terapia é um método que trabalha os transtornos desde o nível individual e social, podendo assim ser aplicado a todos os indivíduos independente da sua idade. Os benefícios gerais desse tipo de abordagem são:

- Autoestima, sexualidade e autoconfiança;
- Nova percepção sobre transtornos depressivos ou de ansiedade;
- Atendimentos coletivos;
- Trabalha na prevenção do suicídio;
- Desperta uma melhor compreensão de identidade de gênero;
- Auxilia a encarar o luto;
- Técnicas específicas para auxiliar as crianças e as suas psicopatologias;
- Intervém em situações de violência familiar.

Além disso, a gestalt-terapia é indicada no tratamento de pessoas com câncer, por auxiliar os indivíduos a ter uma melhor percepção da doença e ajudarem a enxergá-las como pessoas em recuperação. Logo, elas se sentem mais acolhidas e compreensivas com o tratamento melhorando as chances de cura.

A terapia gestáltica auxilia o paciente a ter uma maior percepção de suas relações, garantindo uma melhor consciência das experiências. Os terapeutas gestaltistas têm como objetivo direcionar o olhar de seus pacientes para si mesmo, pois compreendem que a autoconsciência agirá em favor desses indivíduos.

Logo, essa relação colaborativa agirá de acordo com o terapeuta e paciente que conduzirão o processo de cura de forma suave, despertando os sentimentos e reagindo a eles com a intenção de se aceitarem como eles são.

Acreditava-se que a sobrevivência estava associada à maneira como experienciamos os momentos em que sentimos medo ou dor, pois ao despertar sentimentos negativos em nós tendemos a criar bloqueios emocionais ou afastá-los da nossa consciência. Logo o nosso ego se compartimenta e se fragmenta distorcendo as nossas experiências.

Ao reprimirmos essas emoções o corpo e a mente distorcem esses sentimentos e descarregamos esses problemas em nosso comportamento. As técnicas utilizadas na terapia gestáltica atualmente servem como um despertar da consciência em relação a esses traumas compartimentados.

A autoconsciência torna esses blocos mais visíveis e permite que o paciente identifique a origem dos seus transtornos. Assim ele estará pronto para desafiá-los e para que os retire do seu caminho, iniciando o seu processo de crescimento e alcançando a cura.

A responsabilidade pessoal é um dos fundamentos básicos da Gestalt-terapia, pois ela permite que o paciente aceite suas experiências sem medo do erro, eliminando assim o sentimento de culpa que geralmente nos tira o controle e nos vitimiza. Logo, a terapia irá incentivá-lo a encarar o desafio como parte do processo de cura.

Ensinando-o a aceitar os seus defeitos para que você consiga assumir a responsabilidade pessoal, o que permitirá que você tenha um senso de controle e consiga lidar com suas experiências e emoções as regulando de acordo com a evolução da sua maturidade.

O autocuidado logo se torna a chave para o seu crescimento. Pois, ao tentarmos afastar esses sentimentos negativos e traumáticos de nossa existência, tendemos a lidar buscar soluções que ajam no curto prazo.

Esse comportamento muitas vezes nos impede de evoluir a longo prazo, tornando as nossas emoções instáveis e gerando gatilhos que podem nos incapacitar em alguns períodos.

Logo, a gestalt-terapia irá auxiliá-lo a buscar essa chave capaz de regular as suas emoções e a administrar esses sentimentos negativos com a intenção de criar o autocuidado. Assim você saberá lidar consigo mesmo em momentos de crise e saberá qual a melhor decisão a se tomar para não impedir o seu crescimento.

A terapia gestáltica trabalha no indivíduo a autoconsciência a partir da vivência de determinadas atividades e provocações que despertem o paciente de sua condição. Essas experiências são fundamentadas através das ideias-chaves da Gestalt. Continue a leitura para descobrir quais são!

Na Gestalt o indivíduo é compreendido através das influências que ele vivencia em sua vida, seja por meio do ambiente em que vive e pelas experiências ao qual ele é submetido.
Nesta abordagem, a terapia não é totalmente centralizada no paciente, mas também em suas relações com o contexto ao qual ele está inserido.

Logo, o terapeuta não deve impor qualquer tipo de julgamento sobre o seu paciente, aceitando assim as suas verdades e experiências como objeto de análise.

Os terapeutas da Gestalt consideram a experiência e o contexto dos seus pacientes como peças fundamentais para compreensão dos seus transtornos. Por isso, são utilizadas técnicas que despertem a consciência de suas percepções acerca dessas experiências enquanto objetos de análise.

Assim, não devem ser apenas declamadas as lembranças de seu passado, mas suas memórias devem sim ser revisitadas de maneira a despertar a consciência para os seus sentimentos e para as suas influências durante aquele período. Sempre tendo em vista o como o paciente está sentindo e reagindo a essas experiências.

O papel do presente é determinante para que se inicie o processo de cura da Gestalt-terapia. Isso acontece pois o ser humano possui um mecanismo básico de defesa que nos afasta dos nossos sentidos e nos protege do presente para que consigamos nos distanciar dos nossos problemas.

Portanto, é importante durante a terapia despertar a consciência do seu paciente para o momento presente. Para que assim ele perceba o foco da terapia e entenda a sua posição naquela sessão, o confortando e preparando-o para encarar os sequestros emocionais quando esses gatilhos assaltarem a sua mente.

Nas terapias é exigido em certo grau uma série de atividades que funcionam com o objetivo de aumentar a conscientização do seu paciente. Pois, a terapia Gestalt acredita que a chave para a cura está na autoconsciência, uma vez que é através dela que o paciente tomará conta da sua condição.

Poderá ocorrer então atividades com imagens guiadas, dramatização e até ser usados acessórios para auxiliar no processo de comunicação entre terapeuta e paciente. Os exercícios lúdicos construirão um relacionamento confiável e seguro para que não afete os processos de pensamentos do paciente e aumente a sua conscientização.

Os exercícios Gestalt são ferramentas utilizadas pelos terapeutas gestaltistas que irão auxiliar na criação de um relacionamento positivo com o seu paciente de maneira a explorar os seus níveis de consciência e a trabalhar a terapia de forma lúdica. Acompanhe quais são essas atividades e entenda como elas irão auxiliar na terapia!

A encenação é um tipo de dramatização que é trabalhado nas companhias de teatro como uma forma de representação de personagens. Esse tipo de atividade tem como objetivo despertar a consciência do seu paciente em relação a sua personalidade, colocando-o de encontro com os personagens que ele transveste em sua vida.

A ideia é despertar os conflitos internos do paciente para que ele se torne consciente dos seus conflitos de forma indireta, sem que esses problemas o afetem diretamente. Assim ele se tornará capaz de integrar esses elementos a sua vida de maneira a ressignificá-los em suas consciências.

O exagero surge muitas vezes através da linguagem corporal. Principalmente durante a comunicação, quando sentimos alguma dificuldade em sermos compreendidos tendemos a ter uma reação distinta entre o que está sendo dito e o que estamos expressando.

Por isso, há momentos durante a terapia gestáltica em que o terapeuta irá indagar o seu paciente de maneira a levá-lo a ter uma consciência da sua própria linguagem corporal. Assim, ele será capaz de entender como ele se porta e o porquê dele se comportar dessa maneira.

As emoções são trabalhadas na terapia de maneira a não serem apenas faladas, mas também a serem experimentadas pelo próprio paciente durante a sessão. Logo, o terapeuta provoca os seus pacientes de maneira a identificarem a localização dessas emoções fisicamente.

Isso os ajudará a perceber como essas emoções o afetam fisicamente e a despertarem uma melhor consciência dessas sensações. Assim o paciente terá mais facilidade de permanecer no presente e será capaz de processar essas emoções com mais eficiência.

O tom e a linguagem são objetos de atenção dentro da Gestalt-terapia, por possibilitar um melhor senso de responsabilidade consigo mesmos. Uma vez que os pacientes passam a perceber a voz como uma propriedade pessoal, sem deixar se incomodar com os outros, garantindo assim sua liberdade individual.

Está é uma atividade que se assemelha a encenação, pois retrata uma cena em que o paciente deve se sentar a frente de uma poltrona vazia e tabular uma conversa com uma pessoa invisível. Cria-se assim um diálogo em sua consciência o que torna essa técnica muito útil para acessar informações e experiências internas do paciente.

O terapeuta é responsável por observar como o paciente se porta e interage enquanto ele se comunica, assim se ele perceber qualquer sinal de corporal que indique alguma inquietação emocional como torcer as mãos, tensionar os dedos ou bater os pés, ele indagará o paciente para que ele recobre a consciência sobre o seu corpo.

Os nomes podem derivar de uma mesma perspectiva teórica, entretanto a Gestalt-terapia e a Psicologia da Gestalt possuem objetivos divergentes. Enquanto o primeiro trabalha a Gestalt clinicamente, o segundo se concentra no estudo teórico em relação à percepção humana. Por isso, ela é comumente conhecida como a Psicologia da Forma.

Essa vertente do Gestaltismo é bastante popular entre os designers, que buscam compreender como as formas são percebidas pelo homem a fim de manipular essas informações para alcançar uma melhor comunicação.

A Gestalt-terapia assimila os princípios da Gestalt de maneira a estimular a autoconsciência dos seus pacientes a partir das experiências vivenciadas em cada sessão. Cria-se assim uma nova forma de terapia mais dinâmica e que está interligada pela relação entre o terapeuta e o seu paciente.