Psiquiatria: como é o tratamento, história, quando procurar e mais!

A psiquiatria é uma área da medicina dedicada a cuidar de transtornos mentais, comportamentais e emocionais por meio do diagnóstico, tratamento e prevenção. Com o relato dos pacientes, o médico psiquiatra avalia a saúde mental dos indivíduos e analisa a interação dos aspectos emocionais e físicos, fazendo as devidas intervenções.

Existem diversas razões pelas quais uma pessoa procura um psiquiatra, desde problemas sentimentais, como tristeza, ansiedade e desesperança, até distúrbios mentais mais graves, como alucinações ou ouvir “vozes”, por exemplo.

É importante entender que a psiquiatria não é algo de “gente doida”, mas sim, um ramo sério da medicina, com métodos e intervenções científicas para tratar os problemas mentais. Por isso, se você perceber que precisa da ajuda de um especialista na área, não deixe de procurá-lo. Veja neste artigo as principais informações sobre a psiquiatria e saiba mais!

A psiquiatria é uma área médica destinada ao cuidado da mente. Por isso, o termo psiquiatria significa, no grego, “arte de curar a alma”. No Brasil, a especialidade já atua há anos e atualmente apresenta várias subespecialidades. Veja mais sobre a área nos tópicos abaixo.

Nas diferentes especialidades da medicina, a psiquiatria é a responsável por diagnosticar, tratar e prevenir as doenças mentais, como por exemplo, a depressão, esquizofrenia, transtorno de ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno de ansiedade, demência, transtorno bipolar e de personalidade, dentre muitos outros.

Por meio da anamnese, relato do paciente e testes psíquicos e físicos, o psiquiatra avalia os sintomas e identifica o transtorno presente. Em seguida, o médico direciona ao tratamento que pode ser tanto medicamentoso quanto psicoterápico.

Atualmente, a Associação Brasileira de Psiquiatria divide as subespecialidades do campo em: Pedopsiquiatria (tratamento de criança e adolescentes), gerontopsiquiatria (tratamento de idosos), psiquiatria forense (tratamento de criminosos) e psicoterapia (utilização de psicoterapias).

A história da psiquiatria no mundo remonta os primórdios da história humana. Desde séculos mais antigos, a presença de doenças mentais já era algo que inquietava pintores, historiadores, filósofos, escultores, poetas e médicos.

Porém, foi com os estudos do médico francês Philippe Pinel que o tratamento de pacientes com transtornos mentais passou a ser mais humanizado. Horrorizado com as atrocidades que eram feitas no trato com os doentes mentais, Pinel promoveu reformas humanitárias na saúde mental no século XVIII.

Com as pesquisas do médico alemão Emil Kraepelin, os transtornos começaram a ganhar nomes, como as psicoses, por exemplo. Desde então, a psiquiatria foi avançando como ciência, sendo reconhecida como área da medicina.

No Brasil, a psiquiatria surge com a instalação de manicômios a partir de 1852. Os manicômios, também chamados de hospícios, eram locais fechados e, geralmente, afastados das grandes cidades, que isolavam as pessoas com transtornos mentais, utilizando tratamentos desumanos com os pacientes.

Anos mais tarde, os hospícios passam a ser chamados de hospitais, mas ainda com a lógica manicomial. Lógica essa que se dava em excluir os doentes mentais da sociedade restringindo a atividade do psiquiatra a medicar e manter os pacientes em isolamento.

Em 1960, o médico psiquiatra italiano Franco Basaglia começa a questionar a existência de hospitais psiquiátricos e o tratamento destinado aos pacientes. Em 1990 ocorre a reforma psiquiátrica pondo fim ao sistema de hospitais psiquiátricos, promovendo a reinserção social das pessoas com transtornos mentais e humanizando a psiquiatria no campo da saúde mental.

O psiquiatra é o médico responsável por cuidar da saúde mental. Mas como muitos fatores podem afetar a saúde da mente, nem sempre é possível identificar o momento certo de procurar um profissional da área da psiquiatria. Por isso, separamos abaixo os principais sinais que indicam a hora de buscar ajuda especializada. Veja!

É importante entender a normalidade do humor. Ficar triste com o rompimento de um relacionamento ou com raiva de uma nota baixa no curso, é absolutamente normal. No entanto, se as reações às frustrações da vida forem desproporcionais, é hora de buscar ajuda de um profissional da psiquiatria.

As emoções tanto positivas quanto negativas fazem parte da vida humana e é fundamental senti-las. Mas a desproporcionalidade dos sintomas gera muitos prejuízos no cotidiano da pessoa e pode indicar a presença de um transtorno de humor. Para o quadro não se agravar, procure realizar uma avaliação psiquiátrica e veja o que está acontecendo.

O vício também é considerado como um transtorno mental de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Por esse motivo, a psiquiatria tem a capacitação necessária para tratar de diversos tipos de vícios, como aqueles relacionados ao álcool, fumo, drogas, entre outros.

Além de prejudicar a saúde física, emocional e mental do ser humano, o uso abusivo de certas substâncias afeta todo o seu desempenho na sociedade. Dependendo da gravidade, ligações cerebrais são interrompidas, gerando consequências negativas para o corpo. Sendo assim, se você perceber que está perdendo o controle sobre alguma substância, procure ajuda.

A dificuldade para dormir pode surgir para qualquer pessoa, principalmente quando as preocupações rondam os pensamentos. Mas se você tem frequentes crises de insônia e elas prejudicam seu desempenho no dia a dia, é hora de procurar a ajuda de um profissional da psiquiatria.

As avaliações do psiquiatra vão identificar se a causa da sua dificuldade para dormir está em certas preocupações do cotidiano ou se reside em distúrbios da mente. Isso porque, alguns transtornos mentais, como síndrome do pânico e variações de ansiedade, se relacionam com alterações no sono. Em boa parte dos quadros clínicos, a insônia é um indicativo do transtorno mental.

Déficit de atenção e hiperatividade são transtornos diagnosticados geralmente ainda na infância. Mas ainda assim, algumas pessoas descobrem a condição clínica já na fase adulta. Por dificultar a concentração e a quietude, os indivíduos que apresentam esse transtorno são geralmente vistos como indisciplinados ou irresponsáveis.

Se você percebe que sempre teve essa dificuldade de se concentrar e ficar parado por algum tempo e ainda se prejudicou com isso, procure a ajuda da psiquiatria. Com a correta avaliação você vai entender o que acontece com a sua mente e vai se aceitar como pessoa. Quanto mais cedo identificar o problema, mais rapidamente ele poderá ser tratado.

Os principais tratamentos que a psiquiatria utiliza são aqueles pela via medicamentosa e psicoterápica. Em alguns casos, os psiquiatras utilizam a combinação de ambos os tratamentos. Veja nos próximos tópicos como funcionam essas intervenções.

Os medicamentos são utilizados para tratar certos distúrbios mentais da mesma forma que um remédio é utilizado para controlar a hipertensão, por exemplo. Depois de completar as avaliações, o psiquiatra pode prescrever as devidas medicações para o paciente.

As avaliações são baseadas principalmente nos manuais de diagnóstico psiquiátrico, como o CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) e o DSM (em tradução do inglês, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).

É importante ressaltar que a psiquiatria utiliza os remédios para controlar os sintomas. Em certos casos, somente com a intervenção medicamentosa o paciente já consegue obter resultados. Em outros, um tratamento psicoterápico se faz necessário.

O tratamento psicoterápico consiste em psicoterapias, um método baseado no diálogo entre terapeuta e paciente. O objetivo do tratamento é eliminar, controlar ou aliviar os sintomas, questões e queixas trazidos pelos sujeitos.

É comum a psiquiatria indicar as terapias para os pacientes, pois em muitos casos, a causa do transtorno é oriunda de uma falta de controle sobre os próprios conflitos. Desse modo, na relação entre terapeuta e paciente, o indivíduo vai descobrindo formas de lidar com suas questões e, logo, os seus sintomas são eliminados.

Atualmente, existem diversos tipos de psicoterapias, como aquelas que trabalham o comportamento, visando alterar os pensamentos negativos, como a terapia cognitivo comportamental. Outras vertentes, como a psicanálise, por exemplo, trabalha o autoconhecimento, analisando situações do passado que interferem nos conflitos presentes.

Baseado na ciência médica, a psiquiatria pode fazer uso do tratamento medicamentoso e psicoterápico no cuidado com alguns pacientes. Quando combinado, os remédios controlam os sintomas que, por vezes, são muito fortes, e a psicoterapia age na causa dos problemas, ajudando o paciente a lidar com seus conflitos internos.

O transtorno de ansiedade, por exemplo, é um distúrbio que, geralmente, requer o uso de remédios e a intervenção de uma terapia, devido à gravidade dos sintomas. Os remédios vão controlar a aceleração cardíaca, a insônia, falta de ar, entre outros sintomas, enquanto a terapia vai buscar entender os motivos que levam o indivíduo a apresentar o quadro.

A psiquiatria é uma especialidade médica, por isso a primeira consulta é similar a qualquer outra área da medicina. Logo que o paciente entra na sala de consultório, ele passa pela anamnese, onde o psiquiatra avalia diversos aspectos da vida do paciente. Em seguida, surgem outras etapas. Saiba mais nos tópicos abaixo.

Não há motivos para desespero na primeira consulta com um psiquiatra. Lembre-se de que ele é mais um profissional para te ajudar como qualquer outro. Assim sendo, do mesmo modo que outras especialidades médicas, é importante você relatar todos os sintomas que tem sentido e remédios que tem utilizado para uma boa avaliação diagnóstica.

Além disso, não deixe de levar registros médicos recentes caso tenha feito. Se precisar, faça uma lista com todas as informações de seu estado atual para que nada venha a escapar. Também, aproveite a primeira consulta para tirar todas as dúvidas sobre o diagnóstico e tratamento, buscando sempre conversar com seu médico.

A primeira consulta de psiquiatria costuma ser um pouco mais demorada, pois a avaliação precisa ser bem aprofundada. Além da anamnese que é feita em todas as consultas médicas, o paciente é submetido a exames físicos a partir dos sintomas que são relatados. O sistema cardiovascular é o principal a ser avaliado.

É fundamental realizar todos os exames físicos para descartar a possibilidade de outras condições médicas ou transferir para outras especialidades. Há certas doenças que podem ser melhor avaliadas junto com um neurologista, como por exemplo, a Doença de Alzheimer, lesões cerebrais, epilepsia, entre outros. Por isso, é tão importante realizar o exame físico.

O exame laboratorial também não pode ser descartado. Uma dificuldade para dormir, por exemplo, pode ser deficiência de alguns componentes no sangue, fezes ou urina. Por esse motivo, o psiquiatra precisa não só avaliar as faculdades mentais do paciente, como também, as funções do organismo.

Diante disso, é comum na primeira consulta de psiquiatria, o médico solicitar exames de sangue, fezes e urina. Se você já tiver feito recentemente e bem completo, pode ser que ele utilize os resultados do seu exame. Por isso, é bom levar para a sua consulta todos os exames que você tiver feito. Mas não resista caso o psiquiatra peça outros novos.

Diferente de outros exames, os testes psiquiátricos são feitos ao longo de toda a consulta de psiquiatria. Desde o primeiro momento em que o paciente chega à sala de consultório o médico avalia o comportamento, atenção, discurso, humor, entre outros fatores. Todos os dados colhidos através da observação do profissional vão complementar os outros exames.

O teste psíquico é fundamental, pois alguns transtornos se manifestam somente através de uma profunda, calma e paciente observação do comportamento. Por meio de técnicas, intervenções e metodologias específicas o psiquiatra realiza o diagnóstico, com as informações obtidas, e direciona o paciente quanto ao tratamento.

Algumas pessoas costumam confundir a psiquiatria com outras especialidades ou simplesmente acham que tudo é uma coisa só. Para não restar dúvidas e você saber a quem recorrer quando precisar, veja abaixo a distinção da psiquiatria em relação a neurologia e a psicologia.

Assim como a psiquiatria, a neurologia é uma especialidade da medicina, cujo ramo se dedica a diagnosticar e tratar as doenças que interferem no sistema nervoso central. Além disso, a especialidade também avalia as funções neuromusculares, vasos sanguíneos e revestimentos que podem ser afetados por certas doenças.

Enquanto o médico psiquiatra foca nos transtornos mentais, o médico neurologista analisa a atuação de uma doença sobre o sistema nervoso central. O neurologista, por meio de vários exames, trata diferentes níveis de gravidade de uma doença, como um distúrbio de sono, por exemplo, até casos de acidente vascular cerebral.

A psiquiatria é uma especialidade médica em que o indivíduo precisa cursar uma faculdade de medicina para exercer a especialidade. Durante a graduação, o aprendiz passa por uma formação específica para se tornar psiquiatra. Ele se submete a estágios e a uma densa prática clínica para tratar de doenças mentais com várias formas de tratamento.

Já a psicologia é uma profissão que também necessita de formação superior, mas que apresenta uma gama variada de abordagens para seguir, com diferentes objetivos e focos. Com a relação entre profissional e paciente, o psicólogo auxilia o indivíduo no manejo de seus conflitos.

A principal ferramenta do psicólogo é a escuta clínica, praticada ao longo de suas práticas acadêmicas. Ele analisa o discurso do paciente para entender as questões que são colocadas e, com isso, tem a completa capacidade para tratar diversos transtornos mentais.

Como área médica que cuida da saúde mental da população, a psiquiatria é uma especialidade que deve ser levada a sério e com total compromisso com as intervenções do médico, sejam elas medicamentosas ou psicoterápicas. Por isso, uma das dicas para ter êxito durante o tratamento psiquiátrico é seguir corretamente todas as recomendações do médico.

É necessário abandonar os estigmas e preconceitos da especialidade, entendendo que o psiquiatra é um profissional disposto a ajudar. Assim como o corpo físico adoece, a mente também passa por debilidades. Até porque, corpo e mente estão em íntima relação, em que ambos necessitam de cuidados.

Sendo assim, esteja atento aos sinais da sua mente e se você perceber algum descontrole nas suas emoções, não deixe de procurar um médico psiquiátrico. Seu bem-estar depende de uma mente sadia e a psiquiatria é uma ótima parceira neste processo.