O que é psicose?
O cérebro humano ainda não é totalmente conhecido em suas potencialidades e menos ainda nas doenças que ele apresenta. Entre as doenças graves que atacam o cérebro está a psicose, um transtorno psíquico que tira a pessoa do mundo real e a transporta para uma falsa realidade.
Assim, um psicótico pode ver e ouvir coisas que existem apenas em sua imaginação, que é alterada em função do mau funcionamento cerebral. Como a maioria das doenças cerebrais, a psicose pode ser bem problemática para o doente. De acordo com a gravidade pode ser necessário a internação para o tratamento.
A psicose e todas as suas consequências, são consideradas também como sintomas de um desajuste cerebral, que pode ser passageiro, provocado por outra doença ou fatores estressantes e traumáticos. Com a leitura deste artigo você ficará sabendo de importantes informações sobre a psicose. Acompanhe.
Causas da psicose
A ciência médica ainda trabalha no sentido de classificar com exatidão as causas da psicose, como de outros transtornos cerebrais. Entretanto, fatores genéticos, alterações cerebrais de diferentes tipos e condições estressantes estão entre as causas mais comuns. Saiba mais nos próximos blocos.
■Fatores genéticos
Os fatores genéticos são, de modo simples, o conjunto de características pessoais que é transmitido entre as gerações, não se tratando necessariamente apenas de doenças, mas também de outros aspectos físicos e psicológicos. Na medicina eles são responsáveis pela passagem de muitas enfermidades já conhecidas.
Entretanto, em alguns casos como a psicose, por exemplo, os fatores genéticos entram como um elemento a mais que vai contribuir para o surgimento do distúrbio psicótico. Assim, não é porque algum antepassado seu sofreu de surto psicótico que você também sofrerá. Contudo, já existe a predisposição genética que facilita a instalação da doença, quando somada a outros fatores.
■Alterações cerebrais
As alterações cerebrais são, ao mesmo tempo, a causa e a consequência de diversas doenças, inclusive a psicose. O cérebro é um órgão de alta complexidade, cujo funcionamento está longe de ser totalmente compreendido. De qualquer maneira, as alterações podem acontecer tanto no formato do cérebro quanto nos impulsos elétricos que a atividade cerebral emite.
A interligação entre os componentes do cérebro faz com que aconteça um efeito em várias partes do mesmo, assim causando a psicose que nunca aparece a partir de uma única alteração cerebral, mas de um conjunto de fatores não apenas internos, mas também externos.
■Hormônios
Os hormônios são substancias que as glândulas endócrinas produzem para regular o funcionamento de vários órgãos do corpo. A insulina e a adrenalina são hormônios bem conhecidos. Cada hormônio é produzido para um local determinado de atuação e o excesso ou a falta deles causam diversas anomalias no organismo.
Nesse sentido, é possível sofrer um surto psicótico como consequência de alterações hormonais que provoque uma TPM, uma depressão e outras doenças relacionadas. Com efeito, as crises psicóticas são constantemente observadas como consequências de outras patologias de origem hormonal.
Sintomas da psicose
A identificação inicial da psicose pode ser feita apenas pela observação do comportamento do paciente. O doente apresenta sinais de pensamento confuso e alterações bruscas de atitudes. Além disso, os delírios e alucinações também estão entre os sintomas. Leia na sequência mais detalhes sobre cada um dos sintomas.
■Confusão de pensamento
A confusão de pensamento ou confusão mental é um sintoma que se associa a várias doenças psíquicas, e não apenas com a psicose. Entre seus principais efeitos estão a lentidão e o embaralhamento de dados ao processar informações. Além disso, a capacidade de tomar decisões também é prejudicada.
Assim, a confusão mental pode ser incapacitante, uma vez que pode vir junto de falhas de memória e desorientação no tempo e espaço. Um dos efeitos mais comuns de confusão mental é o ato de dizer frases ou expressões desconexas e que não fazem nenhum sentido.
■Delírios
O delírio é um efeito de um distúrbio mental em que o paciente tem uma firme convicção de um fato que não existe, senão em sua imaginação. Existem pelo menos dois tipos que são: o delírio extraordinário que além de ser irreal é também impossível, e o delírio comum que não existe, mas está dentro do possível de acontecer.
O delírio não inclui visões ou frases desconexas, entretanto, o conteúdo ou a ideia é que além de ser fixa na mente está fora da realidade. Os delírios são efeitos comuns nos surtos psicóticos e podem durar cerca de um mês.
■Alucinações
Uma alucinação é uma situação de alteração dos cinco sentidos físicos que conectam a pessoas com o mundo exterior. Assim, o paciente pode ver, ouvir, provar, tocar e até mesmo sentir cheiros que são criados pela percepção alterada que a alucinação provoca.
Embora a alucinação possa ser um efeito de problemas psíquicos como a psicose, ela também se manifesta como efeito de substâncias alucinógenas como o THC contido na maconha, por exemplo. Além disso, a embriaguez também aparece como causa de alucinações.
■Sentimentos alterados
A confusão nas manifestações dos sentimentos e emoções aparece como um sintoma da psicose, mas também de outras doenças psíquicas. Aliás, a similaridade entre os sintomas é uma característica marcante nas situações patológicas de natureza psicológica, o que dificulta o diagnóstico exato em um primeiro momento.
Assim, as alterações nas emoções e sensações provocam um quadro de desequilíbrio e oscilações que podem variar de intensidade, sendo proporcional ao grau de complexidade do problema. Nesse sentido, o paciente pode apresentar emoções como tristeza profunda, desinteresse e pessimismo, por exemplo.
■Alteração de comportamento
As mudanças de comportamento, que podem ser repentinas ou progressivas, são alterações de rotina que incluem as amizades, o vestuário, o humor e muitos gostos pessoais como hábitos alimentares, músicas, filmes, e etc. Isso pode acontecer em uma mudança de infância para a adolescência, bem como ao atingir a maturidade.
Além disso, o uso de drogas e traumas de natureza psíquica também são agentes causadores de alterações comportamentais. Nesse sentido, é preciso ficar atento, pois uma alteração de comportamento nem sempre está associada a um distúrbio psicológico como a psicose, por exemplo, embora a possibilidade precise ser analisada.
Tipos de psicose
Por ser um efeito que se manifesta no cérebro envolvendo a psique humana, a psicose tem diversas variações em seus múltiplos aspectos. Assim, o paciente pode apresentar transtorno bipolar, esquizofrenia, depressão psicótica e outros, dos quais você conhecerá mais detalhes nos blocos que seguem.
■Transtorno bipolar
O transtorno bipolar pode se manifestar tanto por conta de uma psicose quanto por outros distúrbios psíquicos, sendo conhecido ainda por doença maníaco-depressiva. O quadro clínico envolve o episódio maníaco, quando a crise está em seu maior potencial, e o episódio depressivo no nível mais baixo.
Como resultado do transtorno bipolar o indivíduo pode oscilar entre a alegria histérica e a tristeza profunda. Além disso, o paciente pode ter variações em sua vontade de realizar algo, insônia e baixo nível de energia.
■Transtorno delirante
O transtorno delirante é uma doença onde o atingido apresenta uma confusão mental que o incapacita para diferenciar o real e o que é fruto de sua imaginação. Embora não tenha alucinações, o paciente cria situações irreais em sua mente, passando a considerá-las como fatos reais.
Os sintomas do transtorno delirante são muito parecidos com os da esquizofrenia e os dois problemas podem aparecer em um surto psicótico. O transtorno delirante varia de intensidade e os casos mais agudos podem precisar de internação hospitalar. Os casos mais leves podem ser tratados em casa, mas sempre com o acompanhamento médico.
■Esquizofrenia
A esquizofrenia é um transtorno da mente caracterizado como grave e crônico, cujas causas ainda não foram totalmente esclarecidas. A maioria dos casos ocorre na fase de adolescência e ao se iniciar o período de maturidade. Além disso, a hereditariedade aparece no diagnóstico de muitos casos.
O distúrbio distorce os pensamentos alterando o comportamento do indivíduo de modo significativo. Assim, a esquizofrenia causa alheamento, alterações na linguagem e nas emoções, entre outros problemas. O transtorno ainda provoca alucinações tanto visuais quanto auditivas.
■Transtorno psicótico induzido por substância
Muitos fatores podem contribuir para iniciar o processo de instalação da psicose no cérebro de uma pessoa. Alguns podem agir de forma mais lenta enquanto outros são mais acelerados e potentes. Entre esses fatores há um que merece destaque, pois às vezes depende da ação do indivíduo.
Assim, um transtorno psicótico pode se originar do consumo de substâncias existentes em alguns medicamentos, mas também pelo uso de drogas de efeito alucinógeno, como o LSD, por exemplo. Além disso, crises de abstinência de determinadas substâncias podem desencadear os efeitos, mesmo que de modo temporário.
■Transtorno psicótico breve
Entre as variações dos efeitos nocivos da psicose, que podem variar em função de suas causas, encontra-se o transtorno psicótico breve, ou psicose reativa breve. Embora os efeitos possam ser parecidos com os dos demais tipos, neste caso eles são de curta duração.
Os transtornos psicóticos breves são normalmente produtos de um trauma emocional de grandes proporções, que pode induzir também ao estado de choque temporário. São episódios repentinos que quanto tratados na hora tendem a suavizar, desaparecendo com o tempo.
Assim, tragédias familiares com falecimento de entes queridos, casos graves de violência como assaltos com arma, estupro, e outros eventos traumatizantes, podem induzir uma pessoa a apresentar os sintomas de psicose.
■Psicose orgânica
Um quadro psicótico é classificado como psicose orgânica quando ele não se origina de uma condição de caráter psiquiátrico. Assim, o transtorno tem como causa um problema físico que provoque algum tipo de dano cerebral, e como consequência pode gerar um ou mais efeitos psicóticos.
Alguns exemplos são coágulos causados por lesões na cabeça, meningite que é uma inflamação de tecidos cerebrais, problemas graves de visão ou audição cujos órgãos estão em proximidade com o cérebro, entre outros.
■Depressão psicótica
A depressão psicótica, como o nome sugere, é uma situação em que aos sintomas da depressão (tristeza, pessimismo, falta de energia, inquietação, alteração de apetite e do sono, e outros) são acrescentados os sinais do quadro psicótico como os delírios e as alucinações.
Tanto a depressão quanto a psicose são consideradas estados clínicos graves, que individualmente causam grandes estragos. Assim, a depressão psicótica é um quadro ainda pior, que necessita de cuidados especiais no tratamento.
■Transtorno de personalidade paranoide
Um quadro psicótico de natureza grave pode causar efeitos desastrosos, tanto pela situação clínica quanto pelo uso de medicamentos que podem ter grandes efeitos colaterais. Assim, o transtorno de personalidade paranoide, embora não seja comum pode surgir como agravante de uma psicose.
Os principais sintomas desse transtorno são desconfiança aguda de todos que estão em volta do portador, além de uma suspeita infundada contra tudo e todos. O portador vê atitudes conspiratórias por todo lado, o que pode dificultar sua socialização.
Tratamento da psicose
O tratamento para o transtorno psicótico vai depender de uma série de fatores que irão compor o quadro clínico completo. Um dos elementos que pode orientar o tratamento é o número, bem como os tipos de sintomas que o paciente apresenta. Os tipos de tratamentos são os temas dos próximos blocos.
■Psicoterapia
Psicoterapia significa tratar da mente, restabelecer a saúde mental do paciente que foi abalada por transtornos de natureza psíquica. A sua aplicação pode ser com ou sem o uso de medicamentos, que somente são utilizados em casos mais graves. O tratamento psicoterápico pode atenuar ou eliminar os efeitos psicóticos.
A psicoterapia consiste em uma série de sessões de diálogo entre o médico e o seu paciente, e visa estimular a compreensão do paciente sobre a sua situação, bem como o que ele pode fazer para melhorá-la.
■Medicamento
O tratamento da psicose tende a ser difícil, pois pode envolver preconceitos e medos de associação com a loucura. Além disso, os pacientes costumam apresentar vários sintomas ao mesmo tempo nos casos mais graves ou quando o diagnóstico demorou a ser feito.
Nesse sentido, quando a situação é mais grave, pode ser necessária a intervenção de um psiquiatra que irá prescrever os medicamentos, que recebem o nome de antipsicóticos. Toda a ação dos medicamentos visa os efeitos, uma vez que a psicose dificilmente tem uma causa única conhecida.
■Tranquilização rápida
O surto psicótico pode degenerar para uma situação de perigo em alguns casos mais complexos. Assim, o psicótico pode apresentar um nível de agitação em que seja possível causar ferimentos, tanto em si mesmo quanto em outras pessoas.
Para esses casos a equipe médica precisa agir rápido no sentido de tranquilizar o paciente, e para isso utiliza medicamentos injetáveis de efeito calmante para estabilizar o quadro psicótico. Por isso, o método ganhou o nome de tranquilização rápida.
A psicose tem cura?
A psicose é uma situação psíquica cujas causas ainda não foram estabelecidas, o que teoricamente impossibilita a cura. Entretanto, é possível estabilizar o quadro com o uso de medicamentos e sessões de terapia, que irão combater os efeitos do surto, mas sem uma garantia de que tenha havido uma cura, uma vez que a causa não foi eliminada.
Aliás, em casos como os de esquizofrenia, por exemplo, a medicação pode ser prescrita pelo tempo de vida que o paciente ainda tiver, pois há risco de os sintomas voltarem. Esses medicamentos são compostos químicos fortes que necessitam de outros remédios para amenizar os seus efeitos colaterais.
Ademais, o cérebro ainda guarda muitos segredos sobre o seu funcionamento, embora a ciência não pare de avançar. A melhor maneira de evitar problemas ainda maiores é o diagnóstico rápido, para combater a psicose em seu estágio inicial.
Escritor, cordelista, redator freelancer. Meu trabalho é escrever, mas meu passatempo é ler. Leio principalmente sobre temas ligados ao transcendental. Ufologia, espiritualidade, filosofia, misticismo, astronomia. Apesar de 24 horas acabar logo, às vezes consigo jogar uma partida de xadrez, ou assistir um bom filme.