O que é complexo de inferioridade? Sintomas, causas, como lidar e mais!

O complexo de inferioridade se define como uma condição de não-pertencimento ocasionado pela crença de mediocridade, as pessoas que a sentem geralmente não acreditam em seu potencial ou que merecem estar em determinados ambientes.

Este complexo está diretamente relacionado a este sentimento de incerteza e dúvida recorrente em relação a si mesmo, associado também a uma baixa autoestima. Muitas vezes, as pessoas se limitam e se isolam na expectativa de afastar esse sentimento.

Entretanto, ela pode ocorrer inconscientemente. Principalmente, quando o indivíduo tenta fazer o possível para chamar a atenção, seja realizando tarefas espetaculares ou se comportando de forma exagerada. Saiba mais sobre o complexo de inferioridade e entenda como ela nos afeta no texto que se segue.

Em algum momento da sua vida você já se sentiu inferior, ou menos importante que as pessoas próximas de você. Provavelmente, até se sentiu desacreditado de suas capacidades ou do seu intelecto. Saiba que é dessa forma que o complexo de inferioridade se origina, entenda o que é esse complexo na sequência abaixo!

O complexo de inferioridade nasce de um sentimento de intensa desvalorização do ser. Sendo desenvolvido geralmente por pessoas com uma autoestima baixa, ou por algum transtorno mental.

É comum que esse complexo surja ainda na infância ou adolescência, pois são nessas fases que são ocasionadas diversas situações negativas em relação às críticas, a rejeição, ao bullying ou outras pressões sociais. Assim, essas experiências desenvolvem nas pessoas uma opinião negativa sobre elas mesmas.

Entretanto, para que você tenha uma vida saudável e feliz, essa ideação sobre si precisa ser combatida. Portanto, é de extrema importância compreender essas emoções e entender que essas crenças limitantes são originadas por nossa consciência. Só assim esse indivíduo chegará na fase adulta saudável psicologicamente.

Caso contrário, o indivíduo tende a desenvolver o complexo de inferioridade que o acompanhará em seu dia a dia. Logo, irá influenciar negativamente em todos os aspectos de sua vida gerando atitudes negativas como a autossabotagem, o sentimento de inferioridade, além de barrar o seu crescimento pessoal e profissional.

Esta expressão foi usada pela primeira vez por Alfred Adler, discípulo da psicanálise e dissidente de Freud. A expressão "complexo de inferioridade" surge em 1907 em comparação ao complexo de Napoleão, uma alusão em relação à baixa estatura de Napoleão Bonaparte que poderia gerar em muitas pessoas a síndrome dos baixinhos.

Adler considerava que o complexo de inferioridade era ocasionado por sensações de impotência que se desenvolviam nos primeiros anos da infância, a partir do momento que a criança se reconhece diante do mundo e se compreende como um ser frágil.

Entretanto, na psicologia contemporânea esse complexo não se limita apenas à infância. As origens desse distúrbio podem ser geradas pelas experiências vivenciadas pelo indivíduo em qualquer fase da sua vida. Levando-os muitas vezes a duvidar do seu valor.

As crianças não nascem com um complexo de inferioridade, esse distúrbio é apreendido de acordo com as suas experiências e relações, além da maneira como elas interagem com o mundo. Elas podem se sentir inferiores a depender da sua criação ou de algumas condições externas impostas a elas.

Segue a lista de características que uma criança pode apresentar em relação ao complexo de inferioridade:

- Quando ela evita estar próximo dos amigos;
- Quando ela prefere ficar em casa ao invés de sair para brincar;
- Ela evita participar das atividades que exigem algum grau de exibição de suas habilidades;
- Ela opta pelo distanciamento social, evitando eventos ou locais com muitas crianças.
- Sempre expõe um pensamento negativo em relação aos seus erros;
- Externalizar a culpa dos seus fracassos e acreditar que tudo que dá certo em sua vida é fruto do acaso, não acreditando em suas próprias habilidades;
- Quando ela comete erros e se assegura de que ela erraria desde começo;
- Quando a criança recusa qualquer recompensa por acreditar que não merece recebê-la pela sua conquista.

É comum na criança desenvolver mecanismos que ajudem a lidar com essa forma de inferioridade. Mas, em muitos casos em seu consciente podem surgir crenças limitantes, condicionando os seus pensamentos ao complexo de inferioridade.

Logo, ela não se tornará capaz de superar esses sentimentos por conta própria. O complexo de inferioridade pode então agravar e acompanhá-la por todas as fases de sua vida.

As pessoas que possuem complexo de inferioridade apresentam pensamentos e condutas muito similares entre si. Portanto, é importante estar atento às características desse distúrbio para compreender se você a possui e consiga tratar ela. Acompanhe a leitura e descubra quais são elas.

O indivíduo que busca se afastar de qualquer tipo de interação social, possuindo assim um comportamento esquivo ou um sentimento de inadequação detém em si características de uma pessoa com complexo de inferioridade.

Este comportamento geralmente as levam a se isolar socialmente, gerado por um afastamento voluntário dos grupos sociais. Esse movimento, além de gerar um isolamento pode ocasionar em outros problemas de ordem psicopatológicos como a ansiedade e a depressão.

A baixa autoestima gera nas pessoas uma incapacidade de reconhecimento de suas qualidades, o que as torna muitas vezes infelizes com o seu desempenho diário. Estas pessoas acreditam que não possuem nada para oferecer ao mundo. E mesmo que elas tenham recebido elogios e sejam reconhecidas, elas resistam em aceitá-las.

Esse problema também pode estar associado a aparência, o que as levam muitas vezes a desenvolver compulsões ou transtornos na tentativa de se adequarem aos padrões sociais. O que gera uma série de problemas físicos e psíquicos nesses indivíduos que possuem um complexo de inferioridade.

As pessoas que possuem complexo de inferioridade tendem a ser ultrassensíveis às críticas e aos comentários alheios, sendo instantaneamente afetadas por elas. Independente se for uma brincadeira, estas pessoas irão levar para o lado pessoal.

Outro ponto é a comparação, as pessoas se tornam incapazes de realizar suas atividades e alcançar os seus resultados sem comparar com os de outras pessoas que ele considera ser de sucesso. Elas passarão a idealizar esses modelos e acabará gerando um acúmulo de expectativas irreais para a suas vidas.

A ausência de amor próprio está diretamente relacionado com a baixa autoestima. Elas não conseguem sentir-se amada. Apesar dos amigos e familiares dizerem ao contrário, elas apenas acreditam em suas próprias crenças.

Por consequência, são desenvolvidos diversos hábitos negativos, até mesmo autodestrutivos, pelo fato delas não conseguirem encontrar um alívio desse sentimento de vazio.

O reconhecimento externo passa a ser uma busca constante para estas pessoas. Elas tornam a fazer o possível para agradar os outros, de maneira a colocarem em risco a própria saúde mental e física para alcançarem esse ideal. Se necessário os seus gostos e sonhos são anulados para que ela consiga agradá-los.

Por não receber críticas de forma saudável, as pessoas com esse complexo reagem a elas de maneira agressiva. As fofocas ou os defeitos alheios se tornam uma válvula de escape para elas conseguirem se sentir melhor consigo mesmas.

O complexo de inferioridade pode despertar alguns comportamentos contraditórios entre si, desde uma preocupação excessiva para agradar o próximo, ou um afastamento social, até um comportamento agressivo. Cada pessoa reagirá à sua maneira, contudo que esse comportamento compense o sentimento de inferioridade existente nela.

Essas características interagem entre si como um mecanismo de defesa. Cada um está associado aos traumas vivenciados em experiências passadas, logo esses comportamentos se tornam respostas a esses sentimentos negativos.

Os profissionais de saúde acreditam que o complexo de inferioridade é ocasionado pela recorrência destas situações que levam estas pessoas a se inferiorizar em relação às outras. Entenda as causas comuns capazes de gerar esse distúrbio a seguir!

O bullying é um ato de violência físico e psicológico que acontece de forma sistemática e recorrente nas escolas, as agressões podem ocorrer como forma de intimidação através de xingamentos e da humilhação, ou por meio de agressão física.

Esse tipo de agressão geralmente ocorre de um grupo para um indivíduo de maneira a marcar a vítima como um excluído. O que gera uma sensação perturbadora de não-pertencimento, além de outros problemas de ordem psicológica como o próprio complexo de inferioridade.

As pessoas que possuem uma saúde mental fragilizada por outros problemas psíquicos como a depressão ou a ansiedade, por exemplo, tendem a ter uma perspectiva angustiante da vida. Esses pensamentos pessimistas os levam muitas vezes a uma imagem negativa de si, tornando-os suscetíveis ao desenvolvimento do complexo de inferioridade.

Há ainda outros transtornos e condições psíquicas capazes de desencadear esse complexo como:

- Fobia social;
- Psicopatia;
- Esquizofrenia;
- Transtorno de personalidade esquiva;
- Transtorno de personalidade narcisista.

A depender de como seja a relação das crianças com os pais podem ser gerados diversos traumas na infância. A maneira como os pais educam enfatizando erros ou deficiências do filho podem levar o seu filho a crescer com insegurança sobre suas capacidades.

Por isso, é importante observar como você educa os seus filhos, pois além de evitar diversos traumas, poderão ser prevenidas a formação de distúrbios ou transtornos na criança.

É percebido também o desenvolvimento do complexo de inferioridade em indivíduos que possuem características pessoais incômodas para si. Normalmente, a depender dos padrões da sociedade, essas características se tornam depreciativas e essa relação leva muitas vezes a interpretações negativas de si.

A cultura e o meio em que se vive define muitos padrões estéticos e sociais que podem gerar um sentimento de inadequação na maioria dos indivíduos. Isto se deve ao fato deles não conseguirem se encaixar dentro desses padrões, gerando assim um afastamento social até distúrbios de ordem físico e psíquicos.

Logo, o sentimento de inferioridade seria o resultado dessas experiências irreais da sociedade. Pois, elas ocorrem devido a uma série de discriminações e desvantagens como:

- Baixo nível socioeconômico;
- Religião;
- Orientação sexual;
- Conceitos de etnia e raça;
- Padrões estéticos não correspondidos;
- Sexo;

É comum que haja comparações entre as crianças de uma mesma faixa etária na sala de aula ou na família. Contudo, a depender do tipo de comparação feita, você poderá estar prejudicando a percepção da criança de maneira a gerar um pensamento intrusivo em sua consciência. Pois, nem sempre um efeito comparativo é positivo ou saudável.

Principalmente, quando esse tipo de pensamento se torna frequente. Logo, as crianças tornam a reproduzir esse comportamento gerando uma autoavaliação que pode ser muitas vezes negativa para elas. O que poderia ocasionar em um comportamento de submissão e insegurança, sintomas causados por um sentimento de inferioridade.

A maior dificuldade para aqueles que sofrem de um complexo de inferioridade está na aceitação de si. Só se tornará possível sobrepor esse sentimento se a pessoa encarar esse primeiro desafio. Contudo, existem formas de lidar com o complexo de inferioridade, continue a leitura e descubra quais são elas!

As experiências vividas no passado costumam ser o principal formador dessa síndrome. As relações abusiva, os traumas, os valores culturais e a negligência dos pais são alguns dos fatores que podem ter gerado um sentimento de inadequação em sua vida.

Busque a origem desse sentimento para assim compreender as suas inseguranças e questionar a si mesmo de maneira a ressignificar o seu passado. Nesse caso, um tratamento psicológico poderá ajudá-lo a encontrar os principais motivos geradores do seu complexo, além de auxiliar no tratamento do mesmo.

O número de pensamentos processados em nossa consciência por dia são incontáveis. A tendência de que reproduzimos grande parte desses pensamentos é enorme, uma vez que estamos imersos em uma rotina. Sempre reproduzindo o mesmo comportamento.

Considere que você passa a maior parte do tempo sob esse estado de inadequação, então a grande maioria desses pensamentos são intrusivos. Logo, para lidar com eles você precisará de novas influências. Por isso, é necessário que você amplie a proporção de pensamento positivos para alcançar o equilíbrio e o bem-estar em sua vida.

Muitas vezes não percebemos que a nossa rotina define diversos padrões de pensamentos que podem estar propagando este sentimento de inferiorização. Por isso, criar rituais diferentes no seu dia poderá ajudá-lo a quebrar com esses padrões para reanimar o seu espírito e trabalhar esses pensamentos de forma positiva.

Talvez, você não esteja conseguindo se livrar desse estado emocional por estar cultivando relacionamento com pessoas que o influenciam negativamente. Ou seja, a sua convivência com determinadas pessoas podem deixá-lo deprimido e ansioso. Acontece que só você pode mudar essa realidade.

Estreite essas relações e busque conviver com pessoas positivas para a sua vida. Livre-se dessas influências negativas e você passará a se sentir mais leve em relação aos seus pensamentos. Ao retirar estas dificuldades em sua vida você está a um passo de superar o seu complexo de inferioridade.

Os erros fazem parte do processo de amadurecimento do ser humano. Ou seja, se você cometeu alguma falha em sua vida, não permita que esta falha impossibilite a sua evolução. Aprenda com os seus erros e você perceberá a cada vez que realizar esta tarefa uma melhora substancial.

Lembre-se que o erro é essencial para o aprendizado. Se desistimos ao cometermos qualquer tipo de erro, é através do erro que iniciamos esse processo. Não tenha dúvidas de que se você tentar irá conseguir, pois é na tentativa que em um momento você conseguirá o acerto.

E ao chegar nesse momento, você passará a ter mais confiança sobre as suas capacidades e irá naturalizar as suas falhas. Logo, você conseguirá afastar esse sentimento negativo de si e estará evoluindo em seu desafio para superar o complexo de inferioridade.

Estimular a autoconfiança é um processo que exigirá esforço de pessoas que possuem complexo de inferioridade. Geralmente, elas se tornam desacreditadas de suas capacidades e diminuem a si mesmas não conseguindo avançar em suas atividades.

Porém, há formas de trabalhar a noção de que você é bom o bastante. Uma delas é através da autoconsciência. A partir do momento que você estimula a sua consciência a lidar com seus traumas, você perceberá não apenas os seus defeitos, mas também as suas qualidades.

Nesse ponto, você perceberá o quanto você evoluiu em sua vida e se sentirá satisfeito com seu progresso, percebendo o seu valor e ganhando confiança para continuar com sua jornada.

Não adianta esconder as suas vulnerabilidades na tentativa de mostrar quem não é. Enfrentar os seus medos será fundamental para superar esse sentimento negativo que você sente em relação a você. Só a partir do momento que você se aceitar que conseguirá sobrepor esse transtorno e passará a sentir-se bem consigo mesmo.

Caso perceba algumas características em você que se assemelham a um quadro clínico como o complexo de inferioridade, você poderá recorrer a um tratamento terapêutico para investigar em que nível esse complexo se encontra e como você poderá lidar com isso.

As sessões irão ajudá-lo a identificar as origens do seu sentimento de inadequação, além de oferecer outras perspectivas acerca de sua história. O que tornará o processo de compreensão mais leve e objetivo de maneira que você conseguirá lidar com o seu problema sem se autossabotar.

O psicólogo, aliado a sua vontade de mudança, irá servir como um ponto de apoio para que você consiga alterar o seu modelo de pensamento. Logo, você sentirá pequenas transformações em relação aos seus sentimentos e passará a se aceitar como é sem o medo da inadequação.