Considerações gerais sobre a responsabilidade afetiva
A todo o momento estamos nos relacionando. Seja romanticamente, no trabalho, ou com a família e amigos, o bem-estar das nossas relações depende de como as partes envolvidas cuidam dela.
Ou seja, um ponto essencial para qualquer convívio dar certo é que a responsabilidade afetiva seja cultivada. Isso significa que a honestidade e transparência devem ser o norte dessas conexões. Ser empático e respeitar os sentimentos do outro permite que a relação flua sem tantas inseguranças e expectativas quebradas.
Nesse artigo vamos explorar qual o significado de responsabilidade afetiva, quais os impactos da sua prática e da sua falta nos relacionamentos e dar inúmeras dicas para que você tenha sucesso em suas relações. Quer saber mais? Acompanhe a leitura!
Responsabilidade afetiva e como reconhecê-la
O afeto é um sentimento natural do ser humano, e é expresso através da ternura que sentimentos por algo ou alguém. Esse sentimento acontece em todas as relações e edifica os laços mais fortes.
Praticar a responsabilidade afetiva é a base de qualquer união. Continue lendo para saber mais sobre a responsabilidade afetiva em vários aspectos da vida!
■O que é responsabilidade afetiva
Resumidamente, a responsabilidade afetiva diz respeito à ética e transparência nas relações. Baseia-se na sinceridade dos sentimentos consigo mesmo e com o outro, permitindo que o vínculo não desperte inseguranças e falsas expectativas.
Assim, quando você pratica a responsabilidade afetiva você está considerando os sentimentos e vontades do outro, sendo empático e revelando as suas intenções sobre essa relação. Dessa forma, a pessoa se sentirá segura e confortável com você.
A responsabilidade afetiva demanda um grande nível de entendimento sobre si mesmo e suas vontades. Afinal, para deixar claro quais são seus desejos e expectativas, é preciso conhecê-los.
■Como reconhecer a falta de responsabilidade afetiva
A falta de responsabilidade afetiva é caracterizada pela ausência de empatia e respeito. Ocorre quando a pessoa com quem você se relaciona não faz questão de te informar o que espera da relação, e nem mesmo respeitar suas vontades e medos.
A ausência da responsabilidade afetiva também é presente nos relacionamentos tóxicos, onde a pessoa utiliza de estratégias e artimanhas para diminuir o parceiro, fazendo-o se sentir triste e inferior.
■Quais os impactos da falta de responsabilidade afetiva
A falta de responsabilidade afetiva atinge a todos nos relacionamentos. A pessoa que se preocupa apenas consigo e que não consegue ter empatia por quem se relaciona provavelmente se tornará uma pessoa solitária.
Afinal, ninguém quer viver com alguém que se importa apenas com o próprio umbigo. Por sua vez, a pessoa que convive com uma pessoa que não demonstra responsabilidade afetiva tende a se sentir insegura, humilhada e receosa.
■A responsabilidade afetiva e a reciprocidade afetiva
Muitas pessoas confundem a responsabilidade e reciprocidade afetiva. Apesar delas estarem relacionadas em alguns casos, não é sempre que caminharão juntas. A responsabilidade afetiva diz respeito à transparência sobre seus sentimentos e a consideração sobre os sentimentos do outro. É a empatia na relação.
Já a reciprocidade refere-se a correspondência do sentimento. Ou seja, quando há reciprocidade, ambas as partes compartilham do mesmo sentimento. É possível existir a responsabilidade afetiva sem a reciprocidade, afinal, não é necessário que você sinta o mesmo que a outra pessoa para tratá-la de forma respeitosa.
Um exemplo da presença da responsabilidade afetiva e a ausência da reciprocidade é quando uma pessoa esclarece a outra que não está interessada em um relacionamento sério. O sentimento pode não ser igual entre as duas pessoas, mas ao deixar claro suas intenções, o indivíduo agiu com responsabilidade afetiva.
■A responsabilidade afetiva e a responsabilidade emocional
Alguns consideram a responsabilidade afetiva e a responsabilidade emocional como sinônimo. De modo geral, são termos equivalentes e que falam sobre a nossa responsabilidade sobre o sentimento que cultivamos na outra pessoa.
■Situações que pedem por responsabilidade afetiva
Apesar do termo ser bastante utilizado para relações românticas, como namoros e casamentos, a responsabilidade afetiva é fundamental em todas as relações. Nas amizades, por exemplo, essa responsabilidade se expressa nas demonstrações de empatia e de companheirismo.
Na família é essencial cultivar a responsabilidade afetiva em todos os níveis, considerando as necessidades e vontades de cada indivíduo que compõem o grupo familiar. Até mesmo no sexo casual a responsabilidade afetiva se mostra importante, visto que é primordial manter todas as intenções claras.
■A responsabilidade afetiva no meio digital
As relações no meio digital muitas vezes são criadas a partir de uma ilusão. Seja pelas fotos, ou pela facilidade de contar qualquer história, independente da veracidade, as relações digitais tendem a não possuir responsabilidade afetiva.
Isso acontece porque se uma relação é iniciada com uma mentira, dificilmente a expectativa criada será realizada na vida real. Além disso, manter em uma relação virtual uma expectativa falsa de concretização na vida real é um exemplo de falta de responsabilidade afetiva.
■A importância da responsabilidade afetiva na Gestão de Pessoas
Outro setor onde a responsabilidade afetiva se faz primordial é na gestão de pessoas. O gestor atua como direcionador da equipe, aquele que coordena e impulsiona. Assim, além da inteligência emocional, é necessário desenvolver a responsabilidade afetiva.
Num ambiente de trabalho, há diversos indivíduos e cada um possui a sua singularidade, seus problemas, desejos e vivências. Exercitar a empatia é a chave para uma liderança humana e efetiva.
A responsabilidade afetiva somada a escuta ativa, respeito e gentileza são meios para tornar a sua equipe mais dedicada e conectada. Dessa forma, cada um respeitará os seus limites e os dos outros, assim como se sentirá incentivado.
Como ter mais responsabilidade afetiva nas relações
Agora que você já sabe a importância da responsabilidade afetiva para as suas relações, você entenderá como desenvolvê-la. Nesse tópico serão listadas atitudes e dicas para ser mais empático nos seus relacionamentos e ter boas conexões. Leia e entenda!
■Autoconhecimento
O primeiro passo para alcançar a responsabilidade afetiva nas suas relações é se conhecer. Somente entendendo a si mesmo é possível se relacionar com o outro de forma saudável. É preciso conhecer suas expectativas com as relações, o que você deseja da vida e das pessoas, para poder ser transparente com elas.
Além disso, o autoconhecimento permite o exercício da autorresponsabilidade, que é essencial para a responsabilidade afetiva. Afinal, somente tomando parte das suas responsabilidades com os outros é que você poderá ser empático com eles.
■Desenvolva o diálogo e comunique-se bem
Outro ponto primordial para a responsabilidade afetiva é a comunicação. É impossível ser claro com alguém se você não dialoga. É preciso ser sincero e trazer suas satisfações e insatisfações.
Fale sobre seus sentimentos, o que você espera da relação e o que você não deseja. Seja receptivo para que a outra parte faça o mesmo. Desenvolva a escuta ativa e ouça o que o outro te diz de forma empática.
■Verbalize as suas insatisfações
É comum que aconteçam discordâncias em qualquer relação. As pessoas são diferentes e possuem variados pontos de vista, e essas divergências acontecem com as coisas mais simples e as mais complexas.
Nesses momentos, é preciso manter a calma e verbalizar o que você sente. Guarda para si apenas te deixará mais insatisfeito e impedirá que a outra pessoa entenda o que se passa na sua mente e coração. Lembre-se que muitas vezes pode não ser claro para a outra pessoa o que de desagrada, e verbalizar isso permite que vocês cheguem a um consenso.
■Atenção ao individualismo
A responsabilidade afetiva se baseia na empatia. E a única maneira de se colocar no lugar do outro é evitando o individualismo. Isso não significa deixar suas vontades de lado, muito pelo contrário.
Mas pensar apenas no que é bom para você não é bom para nenhuma relação. Seja empático e trate o outro como você gostaria de ser tratado. Tenha em mente que somos seres sociais e que o ser humano não sobrevive só.
Apesar de cultivar a sua individualidade ser saudável até certo ponto, viver em torno dela te isola da sociedade e dificulta toda e qualquer relação que você tenha. Assim, controlar o individualismo é preciso para conseguir se relacionar de forma saudável.
■Não alimente esperanças para sentir-se bem
Como dito anteriormente, muitas vezes a responsabilidade afetiva não vem acompanhada da reciprocidade. Caso você esteja interessado em uma pessoa que não sente o mesmo por você, evite criar esperanças e se iludir sobre a situação.
Agir assim apenas favorece a criação de expectativas que provavelmente não serão cumpridas. Além de sobrecarregar a outra pessoa, isso trará muito sofrimento para você. Tenha uma conversa franca sobre o que você sente e, se não for correspondido, passe a agir considerando isso.
Se decidir continuar se relacionando de alguma maneira com a pessoa, tenha em mente a posição dela e não haja como se a situação fosse mudar ou ela fosse se apaixonar, pois isso pode nunca acontecer.
■Não faça ameaças de término
Alguns casais que possuem uma relação séria podem passar pelo problema da ameaça constante de término. Essa é uma situação que degrada o relacionamento e demonstra falta de responsabilidade afetiva.
O término não deve ser usado como ameaça ou estratégia de manipulação. Ambas as partes precisam ter plena consciência dos seus sentimentos e da sua vontade de permanecer juntos. Apenas assim o relacionamento será positivo.
Cultivar a insegurança através de uma ameaça constante de término é abusivo e pode até mesmo trazer transtornos para os envolvidos. Caso decidam ficar juntos, haja com maturidade para enfrentar os problemas que surgirem com responsabilidade afetiva.
■Assuma a responsabilidade pelas próprias escolhas
Como dito por Antoine de Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe, "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". A responsabilidade é outro ponto-chave dos relacionamentos.
Caso você se proponha a ter uma relação com uma pessoa, seja ela da natureza que for, é preciso assumir as responsabilidades que esse vínculo implica. Isso porque são os sentimentos e vontades da outra pessoa que estão em jogo.
Ao decidir por um relacionamento vocês optam por compartilhar inúmeras coisas, e agir sem responsabilidade pode trazer prejuízos de diversos tipos para a pessoa, seja emocional, financeiro, etc.
A responsabilidade afetiva na prática
A responsabilidade afetiva não é uma construção individual. Você e as pessoas ao seu redor devem fazer sua parte para que a relação seja benéfica para todos. Nesta seção você vai descobrir como tomar ações práticas para garantir que a responsabilidade afetiva seja mantida nos seus relacionamentos.
■O alinhamento das expectativas
Criar expectativas é natural do ser humano. A todo o momento criamos desejos e vislumbramos o que cada situação pode trazer para nós. Contudo, ao criar uma expectativa, você pode criar um peso para outra parte, assim como se decepcionar caso ela não seja cumprida.
Por isso, para evitar sofrimento de ambas as partes, é preciso ter as expectativas claras e alinhadas. Dessa forma, todos saberão o que o outro espera da relação e poderão decidir conscientemente se desejam partilhar dessa expectativa de vida. Apenas com as expectativas alinhadas vocês poderão construir juntos essa relação.
■A transparência em relação aos sentimentos
Outro ponto fundamental é ser transparente quanto ao que sente. A pessoa não conseguirá adivinhar quais são suas vontades e tampouco se está insatisfeito ou não com a relação.
Deixar os seus sentimentos claros evita desentendimentos e possíveis confusões. Nesse momento, vale uma autoanálise para entender profundamente os seus sentimentos e, então, comunicá-los para a outra pessoa tendo a certeza do que sente.
■O comprometimento e a empatia
Estando as partes alinhadas e com os sentimentos declarados, chega o momento de decidir se haverá algum tipo de comprometimento. Deixar claro qual o tipo e o nível de comprometimento que cada um deseja também é fundamental para evitar frustrações.
Independente da maneira que o casal decidir se relacionar, é imprescindível que o comprometimento firmado seja seguido e que a empatia prevaleça. A confiança deve estar presente, para evitar sentimentos como insegurança e até mesmo o ciúmes excessivo.
Coloque-se no lugar do outro na hora de tomar decisões que envolva o casal, e não deixe de ser transparente sobre o que sente e o que quer. Assim será muito mais fácil resolver as discordâncias e problemas que surgirem.
É preciso desenvolver a responsabilidade afetiva em todas as relações?
Apesar de ser citada geralmente para relacionamentos amorosos, sem sombras de dúvidas é fundamental desenvolver a responsabilidade afetiva em todas as relações. Estamos sempre lidando com pessoas, e consequentemente com seus sentimentos.
Assim, independente se a relação é familiar, de amizade, profissional, ou conjugal, ser empático e responsável com os outros é requisito para uma relação saudável. Ao praticar a responsabilidade afetiva você não apenas preserva o bem-estar do outro, mas também protege os seus sentimentos.
Não só pratique a responsabilidade afetiva como também estimule ela entre as pessoas que você convive. Pergunte como a pessoa se sente, deixe-a a vontade para desabafar e expor suas opiniões. E quando ela o fizer, escute com atenção e empatia, buscando sempre o diálogo como ponte para a solução dos problemas.
Trabalho com produção de conteúdo e tenho me dedicado a escrita em busca de autoconhecimento e compreender os significados dos meus sonhos e da vida.