Considerações gerais sobre os sintomas da anemia
Milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem de anemia, principalmente as crianças. De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% das crianças com menos de 5 anos do planeta têm anemia. No Brasil, esse dado também é bastante expressivo, pois uma em cada 3 crianças sofrem dessa condição.
Em suma, a anemia pode ser temporária ou de longo prazo e pode variar de leve a grave. A anemia é caracterizada por uma redução no número de glóbulos vermelhos ou na quantidade de hemoglobina nos glóbulos vermelhos.
Ela reduz a quantidade de oxigênio disponível para as células do corpo e causa sintomas como fadiga, fraqueza, pele pálida, batimento cardíaco rápido ou irregular, falta de ar, entre outros. A leitura abaixo irá esclarecer mais sobre essa doença e suas causas e muito mais.
O ferro e a anemia
A deficiência de ferro é a causa mais comum de anemia. Como o ferro é usado para produzir hemoglobina, a sua falta resulta na formação prejudicada de glóbulos vermelhos.
A anemia por deficiência de ferro pode ser o resultado de ingestão e/ou absorção insuficiente de ferro, ou por perda significativa de sangue. O excesso de medicamentos anti-inflamatórios, por exemplo, aspirina ou ibuprofeno, principalmente em idosos, pode causar sangramento interno por irritação do trato digestivo. Saiba mais a seguir.
■O que é a anemia
A anemia ocorre quando há um número baixo de glóbulos vermelhos ou uma quantidade baixa de hemoglobina nos glóbulos vermelhos. A hemoglobina é uma proteína que ajuda a transportar oxigênio por todo o corpo. Com efeito, os glóbulos vermelhos usam ferro para criar hemoglobina.
A anemia pode se desenvolver se seu corpo não tiver ferro suficiente. Também pode ocorrer se o seu sistema não produzir glóbulos vermelhos suficientes ou se eles morrerem mais rápido do que o seu corpo pode produzi-los. Assim, a anemia vem em vários tipos e pode ter diferentes causas, bem como ser um sinal de outro problema mais grave.
■O que é o ferro
O ferro é um componente importante da hemoglobina. Portanto, se você não tem ferro suficiente, seu corpo não consegue produzir glóbulos vermelhos saudáveis e portadores de oxigênio em quantidade suficiente.
Nesse sentido, a anemia por deficiência de ferro pode ser causada por perda de sangue devido a períodos intensos ou parto, lesões graves, cirurgia e úlceras. Também é possível desenvolver a deficiência de ferro simplesmente por não comer o suficiente.
No entanto, algumas pessoas também podem comer ferro suficiente, mas têm dificuldade em absorvê-lo, devido a distúrbios gastrointestinais, como a doença de Crohn.
■Diferença entre deficiência de ferro e anemia
A deficiência de ferro é a falta da quantidade suficiente desse nutriente no organismo. Com a deficiência de ferro as hemácias do sangue não conseguem transportar oxigênio do pulmão para outras partes do corpo e, assim, o nosso organismo não funcionaria.
O ferro ajuda a célula a transformar a glicose em energia, a falta dele causa fadiga. Além desse sintoma, pode ocorrer a sensação de cansaço e unhas frágeis.
Algumas das anemias são causadas pelas baixas taxas de ferro no organismo. Porém, nem todas são causadas pela deficiência de ferro. A anemia falciforme por exemplo, tem origem genética e está relacionada à forma das hemácias.
Tipos de anemia e seus fatores de risco
A anemia é classificada em duas categorias, sendo: a anemia adquirida e a anemia hereditária. No primeiro caso, a pessoa adquire ao longo da vida e, no segundo, a pessoa nasce com a doença devido à hereditariedade.
Alguns dos fatores de risco incluem a alteração dos genes, o desenvolvimento de câncer, as doenças imunes, problemas renais, diabetes e hemofilia. Ademais, os tipos de anemias são: a anemia ferropriva, anemia falciforme, anemia megaloblástica e anemia talassemia. A seguir, vamos abordar detalhadamente cada uma delas.
■Anemia causada pela falta de nutrientes
A anemia é geralmente causada pela falta de alguns nutrientes importantes na produção das hemácias e a falta deles pode causar o tipo de anemia mais comum. Aliás, alguns dos nutrientes mais necessários para o sangue são o ácido fólico, ferro e vitamina B12.
Quando a hemoglobina está em menor quantidade no sangue significa que há ausência de um ou mais nutrientes essenciais, seja qual for a causa dessa deficiência, isso quer dizer a pessoa está anêmica. Assim, entre os tipos de anemia adquirida pela a falta de nutrientes estão a anemia ferropriva e a anemia megaloblástica.
■Anemia ferropriva
Sendo um dos tipos de anemia mais comuns, a anemia ferropriva é a falta de ferro no organismo. Como vimos anteriormente, o ferro é responsável pela produção das hemácias e por possibilitar o transporte do oxigênio para várias partes do corpo.
A anemia ferropriva também pode ser causada por algumas doenças onde ocorre a perda de sangue como sangramento por traumatismo e acidentes; menorragia e sangramento gastrointestinal. Desse modo, o tratamento da anemia ferropriva é feito através da reposição de ferro.
■Anemia megaloblástica
A anemia megaloblástica acontece por causa da diminuição das hemoglobinas, as quais apresentam-se grandes e imaturas. Além disso, elas não fazem suas funções corretamente, como por exemplo, quando há redução na síntese de DNA. Ao mesmo tempo, também há um nível baixo das plaquetas e glóbulos brancos.
A anemia megaloblástica é causada pela deficiência de vitamina B12, importante para a síntese de hemoglobina e de ácido fólico. Aliás, essas duas substâncias contribuem para a formação do DNA. Com efeito, a introdução do suplemento do complexo B no tratamento ajuda a suprir a perda de vitaminas que são responsáveis na síntese do DNA, estimulando a produção de novas células.
■Anemia falciforme
A anemia falciforme é determinada geneticamente, ou seja, ela é uma doença hereditária que causa deformação das hemácias, deixando-as em formato de foices. Sendo assim, as membranas dessas células são alteradas e podem se romper facilmente causando a anemia.
Os glóbulos vermelhos falciformes, diferentes dos normais, possuem o formato semelhante ao da lua, são pouco flexíveis e não conseguem passar pelos vasos sanguíneos menores, obstruindo-os em diferentes órgãos do corpo.
Por ser uma doença hereditária, ou seja, que passa de pai para filho, a anemia falciforme também é um dos tipos mais comuns. O seu tratamento pode ser feito através de uma transfusão de sangue e também dependendo do caso, através do transplante da medula óssea.
■Anemia talassemia
A anemia talassemia, conhecida também como anemia do mediterrâneo, é causada pela mutação genética que atrapalha a produção de hemoglobina, gerando hemácias menores e com pouca quantidade da proteína que transporta oxigênio.
Por ser uma anemia também hereditária, possui um defeito geneticamente caracterizado em uma das quatro cadeias de proteínas, que formam a hemoglobina, duas chamadas de alfa e outras duas chamadas de beta. Esse problema diminui ou impede a fabricação da hemoglobina normal.
O tratamento dessa anemia pode ser feito através da cirurgia para retirar um pedaço do baço e também através de um transplante de células-tronco.
■Anemias causadas por doenças autoimunes
As doenças autoimunes são aquelas em que o próprio corpo produz anticorpos que atacam os glóbulos vermelhos. Portanto, a anemia hemolítica é uma dessas doenças que causa a destruição das hemácias, antes do tempo normal, sem permitir que a medula óssea faça a reposição.
Nesse caso, a medula óssea não consegue agilizar a produção das hemácias em quantidade suficiente para colocá-las no lugar daquelas que estão sendo perdidas. Assim, os sintomas da anemia hemolítica incluem mau humor, manchas roxas na pele, palidez e olhos e pele ressecados.
■Anemias causadas por doenças crônicas
Quando a anemia é causada através da interferência de doenças crônicas, isso significa que o corpo pode perceber uma inflamação e, por isso, atrasa a produção de hemácias, o que diminui também a sobrevivência das células. Como resultado, a anemia provocada pelas doenças crônicas pode causar a escassez das hemácias.
Ademais, é possível desenvolver esse tipo de anemia quando o corpo metaboliza o ferro de forma anormal por causa da doença crônica. Por fim, algumas doenças autoimunes que podem levar a esse tipo de quadro anêmico incluem lúpus, artrite reumatoide, câncer, doença de Crohn, osteomielite, AIDS e hepatite B ou C.
■Anemia causada por doença da medula óssea
A anemia aplástica é causada pela medula óssea quando ela diminui a produção de glóbulos vermelhos e outros elementos do sangue. Essa anemia pode ser adquirida no decorrer da vida ou acompanhada por outras doenças. Todavia, raramente isso acontece.
As causas da anemia aplástica são doenças autoimunes, contato direto com produtos químicos e tóxicos, e as infecções. Essa é uma das anemias mais graves, pois sem tratamento adequado o enfermo corre grande risco de morrer rapidamente.
Sintomas, como confirmar e como combater a anemia
Alguns dos sintomas mais comuns da anemia são o cansaço e a fadiga. Porém, há pessoas que podem apresentar outros sintomas ou serem assintomáticas. Além disso, quando a anemia é causada pela falta de alguns nutrientes no sangue, isso pode estar relacionado à má alimentação.
Continue lendo e veja quais são os sintomas, como combater, o que fazer para confirmar o diagnóstico da anemia e mais.
■Os sintomas da anemia
A anemia se desenvolve a partir da presença de alguns dos sintomas como perda em excesso de sangue ou hemorragia, diminuição na produção de hemácias e destruição das mesmas.
Desse modo, existem casos leves e graves de anemia. Sendo uma anemia leve ela pode deixar a pessoa assintomática ou com sintomas menos agressivos, já no caso da anemia severa os sintomas são mais evidentes podendo trazer alguns riscos.
Com efeito, os principais sinais e sintomas da anemia incluem a falta de apetite, a pele pálida, indisposição, déficit de aprendizagem, cansaço, falta de ar, fadiga, dores no peito, pés e mãos frios, mau humor e dores de cabeça.
■Como confirmar a anemia
Para confirmar a anemia a pessoa precisa ficar atenta aos sintomas e procurar um médico. Sendo assim, ele solicitará exames que possam confirmar ou descartar a doença. Se confirmada, será dado início ao tratamento. Ainda com relação ao diagnóstico, o hemograma é o exame mais indicado para descobrir a anemia.
■Como combater a anemia
Quando a anemia é megaloblástica injetar vitamina diretamente na veia pode suprir a ausência desse nutriente. No entanto, quando a anemia está em um estado avançado e grave, é necessária uma transfusão de sangue ou de medula óssea.
Mas, como diz o ditado popular “a prevenção é sempre o melhor remédio”. Assim, no caso de anemias adquiridas, essas doenças podem ser evitadas com alimentação adequada e saudável, bem como com monitoração feita através de exames de sangue. Portanto, é preciso confirmar a doença e identificar qual o tipo de anemia para que possa ser devidamente tratada.
■ O que comer na anemia
Os alimentos com muita concentração de ferro e vitamina C contribuem no tratamento da anemia. O consumo destes, além de ajudar a tratar a doença também pode preveni-la.
Dessa forma, é fundamental consumir alimentos que contenham ferro, como por exemplo carnes vermelhas, carnes de aves, peixes e vegetais verde-escuros como espinafre, para aumentar a quantidade de hemoglobina no sangue.
Já a vitamina C é encontrada em frutas ácidas e cítricas como abacaxi, tangerina, laranja, acerola e limão. Em suma, elas auxiliam na absorção de ferro pelo organismo.
Complicações da anemia e tratamentos recomendados
As complicações da anemia ocorrem de acordo com o tipo da doença. Nesse sentido, algumas podem prejudicar o funcionamento da circulação, problemas cardíacos, tumores malignos, doenças ósseas e complicações neurais.
Alguns tratamentos para a anemia são feitos através de medicamentos para estimular a produção de hemoglobina; outros, através de reposição de ferro e vitaminas, seja com ingestão de suplementos ou por meio de uma alimentação adequada.
Portanto, os tratamentos aplicados na anemia podem variar dependendo do tipo de anemia que foi identificada. Saiba mais abaixo.
■Complicações da anemia
A anemia pode ocasionar complicações perigosas como o câncer gástrico, que é detectado através de uma biópsia de estômago. Outras complicações da anemia incluem nervos danificados, problemas neurológicos ou perda de memória, problemas digestivos e principalmente cardíacos.
O coração de uma pessoa anêmica bombeia uma quantidade de sangue maior, para repor a falta de oxigênio no sangue. Sendo assim, os batimentos cardíacos podem ficar rápidos e acelerados causando a arritmia ou insuficiência cardíaca.
■Tratamento da anemia
O tratamento da anemia se dá conforme as orientações médicas. Todavia, antes de qualquer tratamento é preciso diagnosticar o tipo de anemia. Somente com os resultados dos exames de sangue, o médico pode definir o tratamento, seja por meio de medicamentos, suplementos, transplante da medula óssea ou transfusão sanguínea.
Além disso, cada anemia tem um tratamento diferenciado. Por exemplo, no caso da anemia hemolítica, por ser muito grave, é preciso de uma intervenção cirúrgica onde é removida uma parte do baço. No caso das anemias causadas por falta de ferro e vitaminas o tratamento é feito com a reposição dos mesmos.
■Suplemento de ferro contra anemia
Os suplementos mais usados nos casos de anemia são aqueles que contêm ferro, vitamina B12, vitamina C e ácido fólico. Aliás, o sulfato ferroso é um dos suplementos mais conhecidos para suprir a ausência do ferro.
O ácido fólico e a vitamina B12 são suplementos recomendados, especialmente no caso de gravidez, onde as gestantes precisam repor esses nutrientes em uma quantidade maior para que o bebê se desenvolva com saúde.
Portanto, todos esses suplementos vão ajudar tanto no tratamento como na prevenção de algumas anemias.
Caso identifique os sintomas de anemia, o que devo fazer?
Ao identificar sintomas de anemia você deve fazer os exames indicados pelo médico, para iniciar o tratamento de acordo com o seu tipo de anemia. É importante saber que muitos problemas causados pela doença podem ser evitados quando a ela é diagnosticada precocemente.
Embora, muitas vezes seja possível tratar a anemia por conta própria, alterando sua dieta, estilo de vida e os suplementos que toma, também é uma boa ideia recorrer ao médico se você suspeitar do surgimento de sintomas mais severos e frequentes, considerando que pode ser um efeito colateral de outras doenças graves.
Jornalista, cearense, redatora e copywriter apaixonada por cultura geek, filmes e séries, exploração espacial e tecnologias emergentes. Creio em todas as energias positivas que regem o mundo e sou fascinada pelo universo esotérico.