Quem é São João na umbanda? Conheça o sincretismo com o orixá Xangô!

As religiões de matriz africana possuem um sincretismo com outras, como a católica, onde os orixás e os santos são comparados pelas suas características e formas de agir. Para a umbanda, São João é visto como Xangô. O poder deste se manifesta na pedreira e ele é conhecido como sendo o Senhor da Justiça.

Devido às características de São João e Xangô, eles são vistos como iguais pela umbanda. O orixá está ligado ao equilíbrio e à natureza, além de ser considerado como o deus do fogo, trovões e raios. São João foi o responsável pelo batismo de Jesus, e devido a esse ato em consideração à purificação das águas doces, ele passou a ser ligado a Xangô, pela ligação com a natureza. Veja mais a seguir!

O sincretismo de Xangô e São João pode ser entendido de diversas formas, devido aos atos e ligações que ambos possuem com a natureza e o fogo, por exemplo. Xangô é considerado como detentor do poder do fogo e através deste elemento ele consegue destruir tudo que há de ruim e transformar em algo bom, como em um ato de purificação.

O catolicismo, por outro lado, ao longo de um determinado período passou a incentivar que os fiéis acendessem fogueiras que seriam direcionadas a homenagear determinados santos, como São João. As fogueiras que são acesas tradicionalmente em junho, são vistas com o mesmo propósito de Xangô, de transformar o mau em bem. Leia mais!

O sincretismo religioso pode ser visto como uma prática das religiões com o intuito de favorecer uma fusão entre outras, como a ligação entre os orixás da umbanda e candomblé que são ligados aos santos do catolicismo.

Há também a possibilidade de se enxergar o sincretismo como uma fusão entre religiões para que seja criada uma nova doutrina. Entretanto, o mais comum a ser observado, de fato é a comparação entre práticas e elementos que podem ser notados em ambas as religiões fundidas.

O sincretismo é uma prática mais comum no Brasil, que passou a ser difundida cada vez mais diante das questões históricas, provenientes dos períodos de colonização responsáveis pela formação do povo brasileiro.

Sendo assim, o sincretismo visa fundir diversas doutrinas encontrando semelhanças entre os elementos e práticas adotados em cada uma delas. Este é foi um processo complexo da história do Brasil, pois com a colonização, povos com diferentes doutrinas começaram a difundir suas práticas e associar os elementos contidos em cada uma delas.

Existem diversos sincretismos religiosos no Brasil, que surgiram no período de colonização onde vários povos acabaram por ser unidos. As fusões mais comuns a serem ressaltadas de fato são as cristãs e africanas, mas também é preciso ressaltar a respeito das fusões das crenças indígenas e cristãs, que também ocorreram nesses períodos.

Outras fusões como indígena-africana e indígena-cristã-africana também contam com registros. Não há uma ordem cronológica de fato para os acontecimentos, mas através de práticas e festejos religiosos é possível se notar a ligação entre essas matrizes.

São João Batista é um santo da Igreja Católica que pode ser destacado por diversos feitos em sua vida. A história desde o nascimento do santo até o momento em que ele serviu a Jesus, seu primo, é cheia de detalhes importantes e histórias fascinantes.

Portanto, é importante conhecer mais a fundo a história deste santo, para compreender por que ele é tão importante para a Igreja Católica e também em quais pontos ele se liga a outras religiões e práticas e os motivos pelos quais isso é notado. Leia mais a seguir.

A história de São João Batista se inicia na amizade entre Santa Isabel, sua mãe, e Maria, mãe de Jesus. Muito amigas, Isabel dividiu com Maria a revelação de que teria um filho e esta se interessou em saber como receberia a informação do nascimento da criança.

As duas então combinaram que uma fogueira seria acesa com o intuito de que de longe Maria recebesse a informação do nascimento. No dia 24 de junho, Isabela cumpriu a promessa e, diante do nascimento de João Batista, acendeu a fogueira para avisar Maria.

São João Batista é visto com vestes simplórias e escuras, sempre ligado a algum elemento que faz parte da natureza. Outro detalhe nas imagens vistas desse santo é que ele sempre está carregando uma cruz consigo. Além de seu manto vermelho, que faz parte dos simbolismos desse santo.

Nas imagens, São João sempre é visto com a mão levantada e esse ato representa a pregação feita por ele às margens do Rio Jordão. Em sua mão esquerda, o santo leva consigo uma concha, que simboliza a sua missão como batizador.

Para os religiosos, São João Batista representa primeiramente o anúncio a respeito do nascimento de Jesus Cristo. Isso, pois ele é o percursor de Jesus, responsável por comunicar a todos que o Salvador estaria chegando para salvar a humanidade.

Outro ponto importante a respeito desse santo é que ele é tido como sendo o último dos profetas, pois preparou todo o caminho para a chegada do Senhor Salvador, pregando pelos desertos e arrastando multidões em torno de si com o único objetivo de transmitir a todos o poder de suas pregações.

A devoção a São João Batista é algo muito antigo para os fiéis de Igreja Católica. Mas ao longo dos séculos isso se tornou ainda maior, pois este santo foi se solidificando perante os fiéis, a medida que foi sendo entendido que São João Batista era o percursos de Jesus Cristo, que veio à Terra com uma missão única de anunciar a chegada do Messias.

Com o passar dos anos, os católicos passaram a tratar esse santo com ainda mais devoção e isso pode ser notado nas festividades no mês de junho que comemoram a passagem de São João Batista pela Terra.

Xangô é um dos orixás mais poderosos cultuados na umbanda e no candomblé no Brasil, entre outras religiões de matriz africana pelo mundo. Ele representa a justiça e é visto como sendo um orixá viril, agressivo e másculo pelas suas ações. Em alguns casos, também é tido como violento, mas justo.

A história de Xangô é cheia de riquezas e detalhes que destacam esse orixá como sendo muito sedutor, bonito e que raramente alguma mulher conseguia resistir aos seus encantos, e não à toa ele foi disputado por três das mais poderosas orixás. Leia a seguir alguns detalhes sobre Xangô!

A história de Xangô destaca o fato de que ele é filho de Bayani e marido de Iansã, conhecida como Deusa dos Ventos. Uma das maiores certezas que cerca a vida de Xangô é que esse orixá nasceu para reinar e as lendas apontam justamente a respeito disso, pois desde sempre se mostrou com um senso de justiça aflorado.

Ao longo de sua vida, Xangô sempre esteve atento ao seu povo e em momentos de tristeza e desolação destes, exercia seu papel de deus da justiça e combatia os inimigos de seu povo com garra e força.

As características visuais de Xangô mostram-no como um orixá que se veste de vermelho e branco, que são suas cores. Outro detalhe a respeito deste orixá é que ele carrega sempre consigo o seu machado, que é usado por ele para se impor e cobrar por justiça para o seu povo.

Por ser muito vaidoso, Xangô sempre andava arrumado e até mesmo trançava os seus cabelos, de acordo com a história desse orixá. A vaidade de Xangô pode ser notada até mesmo em suas ações e de seus filhos, que são influenciados por essas características.

O dia para comemorar Xangô é 30 de setembro, considerado um momento de celebração em religiões de matriz africana, como candomblé e umbanda. Nos terreiros, o orixá pode ser comemorado de várias formas, com oferendas, orações, danças e momentos dedicados unicamente a celebrar sua existência.

As cores que são relacionadas a Xangô, como o vermelho, são para simbolizar o fato de que este é um orixá muito ligado ao elemento fogo. Ele pode ser visto através de várias qualidades distintas e cada uma delas conta com um detalhe específico ou ação direcionada.

Xangô possui uma relação muito próxima com vários outros orixás. Uma de suas ligações principais é com Obá, com quem se casou. A história desses dois orixás mostra que a esposa de Xangô era tão dedicada a ele que era capaz de fazer qualquer coisa pelo marido.

Não somente ela, mas como também Oxum e Iansã, outras esposas de Xangô que eram capazes de fazer tudo que fosse necessário por ele, inclusive uma disputa entre as três pelo amor deste poderoso orixá.

O sincretismo entre São João Batista e Xangô pode ser notado devido a alguns aspectos e características mostradas pelos dois. O principal ponto a ser destacado é a respeito da capacidade que ambos possuem de purificar com seus poderes e ações.

São João era considerado como batizador, enquanto Xangô é um orixá ligado à justiça, que viveu e lutou para ajudar o seu povo. Assim como João Batista andou por desertos com o intuito de conversar com o povo através de suas pregações e os ajudar com seus próprios esforços. Leia mais a seguir.

As semelhanças a serem destacadas a respeito de João Batista e Xangô são mostradas através das ações de ambos, que visam ajudar as pessoas com suas próprias mãos e esforços dedicados à justiça que o seu povo merece.

Outro detalhe é a ligação entre os dois com o fogo, Xangô é conhecido por conseguir manipular o fogo e através dele, purificar. João Batista é homenageado com fogueiras, que tem a mesma finalidade de purificação. Esses são alguns dos pontos em que os dois se assemelham e mostram os motivos pelos quais são sincretizados.

Por mais que sejam parecidos em suas respectivas religiões, Xangô e São João Batista não são semelhantes em tudo. As práticas e modo de agir de ambos podem distanciá-los um pouco. Xangô é um orixá tido como viril e agressivo, algo que não se nota nas descrições a respeito do santo.

Portanto, há de se levar em consideração que mesmo sendo sincretizados, os dois possuem características e ações distintas em seus meios.

Alguns praticantes das religiões em questão, umbanda, candomblé e catolicismo, podem não aceitar claramente esse sincretismo. Assim como vários outros também podem ser rejeitados. Apesar das semelhanças, as religiões possuem suas próprias práticas e determinações, e é possível que não enxerguem dessa forma, a depender das práticas que adotam.

Portanto, por mais que haja esse conhecimento a respeito do sincretismo entre Xangô e São João Batista, pode haver uma recusa em associar as duas figuras religiosas.

O sincretismo entre São João Batista e Xangô é válido pelo fato de que essa associação, devido às características e semelhanças entre os dois, são aceitas por vários praticantes das religiões citadas. Mas, assim como destacado, muitos podem não aceitar de fato essa comparação. Isso vai depender do local e da prática adotada por cada casa religiosa, seja um terreiro ou igreja católica.

Portanto, como o sincretismo é de conhecimento geral, ele pode ser tido como válido, mas a aceitação dependerá dos praticantes. Esse é um cuidado importante a se ter, pois as religiões são muito mutáveis e ao longo dos anos passaram por adaptações justamente fornecidas por esse sincretismo.