Conheça o Orixá Oroiná: história, dia, oração, oferendas e mais!

Na umbanda, Oroiná é o orixá do fogo purificador. Assim, ele pode ser descrito como o responsável por consumir o desequilíbrio emocional na vida dos seus filhos e nos ambientes nos quais se faz presente.

Também conhecido pelo nome de Egunitá, o orixá somente atua na vida das pessoas quando elas agem de forma passional e apresentam algum tipo de desequilíbrio que o seu fogo precisa erradicar para conseguir purificar, eliminando os excessos.

Ao longo do artigo, mais detalhes sobre Oroiná serão comentados, considerando a sua história, as suas orações e as oferendas que devem ser feitas ao orixá. Para saber mais a respeito disso, continue a leitura.

Oroiná é evocada com o objetivo de purificação dos seres viciados, especialmente aqueles influenciados por algum tipo de magia negra. Além disso, o orixá também é responsável por erradicar injustiças e eliminar os exageros relativos às paixões humanas. Vale citar ainda que o orixá é conhecido por ser o regente da linha dos ciganos.

A seguir, mais detalhes para entender Oroiná serão comentados. Se você deseja saber mais a respeito, continue a leitura do artigo.

Quando se fala sobre origens e história, é possível afirmar que Oroiná é repleta de segredos. Chamada inicialmente de Egunitá, ela teve o seu mistério aberto somente recentemente para as pessoas e atualmente é objeto de culto dentre os orixás presentes na Umbanda. Entretanto, não se tem maiores informações a respeito das suas principais manifestações ou da forma como surgiu.

Oroiná é uma orixá que pertence ao Trono Feminino da Justiça e da Lei. Assim, nas suas características visuais ela carrega os símbolos do seu poder: um raio, uma estrela de seis pontas e uma espada, que estão diretamente ligados à sua missão de purificar os seres humanos da energia negativa capaz de causar desorientação e provocar atitudes passionais.

Assim, o fogo de Oroiná é mais voltado para a racionalidade. Então, na linha da Justiça ela é capaz de esquentar os ventos de Ogum, irradiar o ar de Iansã e potencializar o fogo de Xangô.

Junto com Ogum, Iansã e Xangô, Oroiná rege as Divinas Leis do Mundo e procura trazer as respostas dos orixás para todas as pessoas. Por se tratar de uma figura racional, a orixá não se comove com apelos emocionais e ajuda somente as pessoas que se provam enquanto merecedoras do seu auxilio. Além disso, vale ressaltar que as suas ações na vida humana dependem da vontade das pessoas.

Isso acontece porque quando alguém está passando pro um desequilíbrio ou mesmo por uma situação de vício, precisa decidir quebrar esse ciclo por conta própria. Então, o fogo de Oroiná entra em ação.

A relação entre Oroiná e Iansã acontece uma vez que as duas atuam de forma conjunta na linha da justiça. Isso acontece devido ao fato de que os seus tronos podem ser considerados complementares. Logo, as orixás trabalham para fazer com que aquilo que é merecimento de cada pessoa chegue até ela, sempre de acordo com a lei divina.

Portanto, a atuação conjunta pode gerar algumas confusões quanto ao trono e a depender da fonte de pesquisa as suas atuações podem aparecer invertidas, de forma que Iansã está presente na linha da lei e Oroiná na da justiça.

Oroiná se relaciona com Xangô. Isso acontece devido à racionalidade, que aproxima os dois orixás. Entretanto, existem algumas diferenças entre as linhas de ação dos dois orixás. Nesse sentido, é possível destacar que o fogo de Oroiná se distancia do de Xangô devido ao fator negativo presente nele.

Assim, as chamas da orixá são responsáveis por consumir. No caso do fogo de Xangô, o objetivo do fogo é inflamar. Ou seja, é mais movido por sentimentos e atua menos no sentido de eliminação dos problemas e mais no sentido de dar meios de ação às pessoas.

Oroiná foi descoberta na umbanda como uma orixá de purificação. Porém, também se faz presente no Candomblé, mas como uma qualidade de Iansã. Além disso, quando se observa o sincretismo religioso, é possível encontrar uma representação de Oroiná na igreja católica, bem como em outras culturas ao redor do mundo.

A seguir, mais detalhea sobre a crença em Oroiná em várias doutrinas diferentes serão comentados. Portanto, basta continuar a leitura do artigo.

No candomblé, Oroiná era chamada de Eguinitá e é conhecida por ser uma qualidade de Iansã. Ela está relacionada à justiça divina e é considerada a orixá do fogo purificador. Logo, sempre que os seres humanos agem de forma descontrolada e desequilibrada, as suas chamas aparecem para consumir aquilo que lhes deixa aflitos.

Devido à sua atuação próxima de Iansã, muitas pessoas podem confundir os tronos das duas orixás. Porém, vale ressaltar que enquanto Oroiná atua na questão da justiça, Iansã está mais ligada às questões da lei.

Na umbanda, Oroiná atua na linha da Justiça. Ela é responsável por esquentar os ventos de Ogum, irradiar o ar de Iansã e potencializar o fogo de Xangô. Desse modo, os quatro podem agir conjuntamente para comandar as Divinas Leis e, portanto, levar as respostas dos orixás para todas as pessoas.

A racionalidade é uma característica muito marcante de Oroiná, de forma que a orixá não se comove por sentimentos. Portanto, ela apenas age quando julga que alguém é merecedor disso e a sua entrada na vida de uma pessoa depende da própria vontade desta.

O sincretismo de Oroiná na Igreja Católica está ligado à Santa Sara Kali pela ideia do fogo. Além disso, a santa católica é considerada a padroeira dos ciganos e dos desesperados.

Identificada como uma servente de uma das três Marias que ficaram ao lado de Jesus Cristo durante a crucificação, a Santa Sara enfrentou preconceitos e humilhações pelas suas escolhas, mas nunca perdeu a fé devido ao seu senso de justiça.

Quando se fala sobre o hinduísmo, Oroiná pode ser considerada o equivalente a divindade Kali, que é temida e evitada pelas pessoas que desconhecem os seus mistérios e o motivo para a sua existência. Além disso, a sua oposição a Agni, o Senhor do Fogo Divino e do Fogo da Fé contribuiu para essas questões.

Isso acontece porque quando se pensa sobre o fogo, Agni costuma usa-lo no sentido positivo e Kali, por sua vez, tem um sentido de destruição. Entretanto, essa característica somente aparece para purificar os seres humanos das suas ilusões, livrando-os das suas paixões mais extremas. Assim, Kali seria o polo feminino do fogo.

Existem algumas formas que os fiéis da umbanda usam para se relacionar com Oroiná, como dedicar um dia ao culto desta orixá. Além disso, ela também é representada por cores e elementos que devem aparecer durante as suas celebrações. O mesmo pode ser dito a respeito dos símbolos de Oroiná, assim como das ervas e das saudações usadas para evoca-la.

A seguir, mais detalhes a respeito das maneiras de se relacionar com Oroiná serão comentados.

Em geral, Oroiná é evocada na umbanda com o objetivos de purificação, seja de pessoas que estão viciadas ou mesmo daquelas que são influenciadas por magia negra. Portanto, existe um dia especial para isso na semana, a quinta-feira, na qual o culto dos terreiros é dedicado a essa orixá.

Além disso, Oroiná ainda conta com uma data comemorativa, que é o dia 24 maio. Nessa data, são feitas oferendas e orações para a orixá com o objetivo de pedir a sua proteção e para que ela continue eliminando as emoções extremas da vida dos seus protegidos.

Devido à sua relação com o elemento fogo, Oroiná é uma orixá representada por cores alegres e que rememoram a coloração das suas chamas. Assim, as suas guias são vermelhas, laranjas e douradas. Essas cores também se fazem presentes em vários outros detalhes relativos à Oroiná, como as frutas e as flores que são dedicadas a ela.

No que se refere às flores, e possível destacar que todas elas são alaranjadas ou vermelhas, como as begônias, as rosas e os girassóis. Além disso, da parte das frutas, vale citar que as preferidas da orixá são as cítricas, preferencialmente as mais ácidas como a pitanga, os morangos e o limão cravo.

Oroiná possui alguns símbolos. Além do fogo e da fogueira, na sua representação visual ela aparece segurando uma estrela de seis pontas que uma espada, que é considerada a sua ferramenta na umbanda. Também vale destacar que a orixá pode ser representada pela roda cigana.

Ainda em termos de símbolos, é possível destacar que existem algumas pedras que remetem a Oroiná, como a calcita laranja, o topázio laranja (ou dourado), a ágata cornalina e a ágata do fogo. Entretanto, qualquer pedra de coloração laranja pode ser usada para representa-la.

Existem várias ervas e folhas que podem ser usadas nas oferendas para Oroiná. Entre elas é possível destacar a arnica, o açafrão, o agrião, a arruda, a Artemísia, a casca de laranja amarga e o comigo-ninguém-pode.

Todas elas ajudam a evocar a proteção da orixá e a sua atuação no sentido de purificação das paixões humanas. Entretanto, é importante lembrar-se que Oroiná somente age quando considera os pedidos legítimos e as pessoas merecedoras da sua ajuda.

A saudação a Oroiná é "Kali-Yê, Minha Mãe", que significa "Salve a Senhora Negra, Minha Mãe"!. Ela pode ser usada nas ocasiões em que é necessário pedir proteção e bênção a Oroiná, bem como saudá-la de forma respeitosa e serena. Assim, as energias positivas estão presentes nessa frase e podem ajudar a colocar quem pede em contato com o grandioso poder da orixá.

Também vale ressaltar que essa saudação é uma maneira de louvar a entidade e precisa ser dita na língua original para que se tenha o efeito esperado. Além disso, é importante lembrar-se de adotar os gestos apropriados ao saudar Oroiná.

Existem algumas orações que podem ser usadas para a comunicação com Oroiná. A primeira delas consiste em uma reza para pedir a proteção da orixá e a segunda é uma oração voltada para a evocação do seu poder.

“Espada flamejante, corte a terra, corte o ar e traga o fogo da pedreira, ó Senhora Eguinitá, protetora justiceira, mãe guerreira, mãe divida. Me proteja, me guarde e me ilumine, sarava Egunitá Kaly yê”.

“Com as graças de Olorum, o senhor do altíssimo, peço que minha mãe Egunitá, do trono todo poderoso, da lei e da ordem, a senhora do fogo divino, vibre e irradie as suas forças no meu corpo, na minha mente, na minha alma e no meu coração. Que sempre me direcione no caminho correto e da lei e da ordem divida. Me proteja e me oriente para que eu consiga saber uma forma de usar a sua essência divina”.

Os orixás de cabeça acabam legando os seus filhos algumas das suas características. Isso acontece especialmente durante a formação enquanto pessoa dos fiéis da Umbanda e do Candomblé. Portanto, quando se fala sobre os filhos de Oroiná, eles herdam a personalidade forte da sua mãe, entre vários outros aspectos.

A seguir, mais detalhes sobre os filhos e as filhas de Oroiná serão comentados.

Poucas pessoas possuem Oroiná como orixá de frente. Dessa forma, é raro encontrar um dos seus filhos. Porém, quem consegue está diante de pessoas impulsivas. Apesar da ação mais calculada da sua mãe, eles tendem a agir motivados pelo ímpeto do fogo e podem fazer coisas sobre as quais não refletiram tanto assim.

Isso é uma consequência da paixão terrena e avassaladora. Portanto, quando essas situações impulsivas se apresentam, os filhos de Oroiná devem pedir para que o seu fogo purifique as suas vidas e liberte-os dessas questões.

Os filhos e filhas de Oroiná são pessoas que não gostam de monotonia. Apesar das suas características reservadas, eles precisam estar em constante movimento e gostam de tudo o que a vida tem para oferecer de melhor, seja conversas profundas ou comidas de qualidade. Além disso, também gostam de estar sempre bem vestidos.

Inclusive, o vestuário é outra forma que essas pessoas usam para romper com o tédio da vida. Isso acontece porque eles optam sempre por vestes coloridas e fortes, o que faz com que consigam chamar a atenção em qualquer espaço.

Em geral, as pessoas que têm Oroiná como orixá de frente possuem um gênio muito forte. Apesar do seu jeito calado e que prefere não transitar muito por espaços sociais, eles sabem se impor com facilidade. Isso acontece graças à sua capacidade de percepção, que faz com que os filhos de Oroiná sejam capazes de ler qualquer ambiente com facilidade.

Devido ao seu gênio forte, tendem a preferir ser amigos de pessoas que tenham uma personalidade mais passiva. Assim conseguem evitar desgastes que podem desgastar os seus vínculos.

Ainda que os filhos de Oroiná tenham preferência pro ficar em casa e não ter uma vida social muito badalada, eles são pessoas que têm facilidade de comunicação. Porém, quando escolhem conversar com os demais, detestam assuntos superficiais e também não gostam de estar em espaços públicos, preferindo sempre ambientes mais intimistas para tal.

São pessoas inteligentes e que têm a sua mente voltada para os estudos, o que contribui para que saibam falar de vários assuntos diferentes e sejam cativantes para aqueles que estão ao seu redor.

A teimosia também é uma característica marcante dos filhos de Oroiná. Como são pessoas estudiosas e que gostam de obter conhecimento, podem acabar acreditando que são os donos da verdade e recusando a visão de mundo de outras pessoas. Então, quando isso se alia ao seu gênio forte, gera uma teimosia sem precedentes.

Essa caraterística faz com que alguns conflitos surjam na sua vida, especialmente quando se encontram com pessoas que têm a personalidade tão forte quanto as suas.

Existem várias possibilidades diferentes de oferendas para Oroiná devido à vasta gama de ervas, folhas, frutas e pedras do agrado da orixá. Entretanto, para fazê-las da forma correta e realmente conseguir agrada-la é preciso conhecer mais à fundo sobre isso. Logo, o mais recomendado é que pessoas que estão iniciando na religião procurem buscar conhecimento com os mais experientes.

A seguir, serão comentadas as possibilidades de oferenda para Oroiná.

As oferendas para Oroiná seguem o mesmo padrão que para qualquer outro orixá. Portanto, devem ser feitas no dia da semana dedicado a ele. Nesse caso, a quinta-feira. Entretanto, vale ressaltar que também é possível realizar essas oferendas no dia de Oroiná, visto que ela será celebrada com mais afinco nesta ocasião. A data em questão é o 24 de maio.

Os ingredientes necessários para preparar uma oferendas para Oroiná são:

Também é necessário ter em mãos laranjas, abacaxis e caquis, assim como algumas palmas vermelhas e licor de menta, a bebida da preferência de Oroiná. O licor, porém, pode ser substituído por champagne de cidra.

A entrega da oferenda para Oroiná deve ser feita através de um pano laranja. As velas brancas precisam formar duas linhas verticais e uma linha horizontam dentro de um losango, composto pelas demais velas. Uma vez que o ponto esteja firmado no chão, coloque dentro do losango um copo de licor de menta e outro com água. Acrescente uma pemba branca e uma vermelha. Posteriormente, cerque essa oferenda com as palmas vermelhas e insira as frutas.

Após a preparação do espaço, acenda as velas e ative o local com uma oração para Oroiná, pedindo para que ela atue na vida das pessoas e ajude-as a abandonar os seus hábitos negativos, bem como os seus vícios.

Oroiná é um orixá feminino que pertence ao trono da justiça e da lei. Ela atua ao lado de Iansã, Xangô e Ogum para reger as Divinas Leis do mundo e trazer repostas para as pessoas. Devido às suas características racionais, ela não se comove com apelos para a emoção e somente ajuda pessoas que considera merecedoras da sua proteção.

Em geral, a ação de Oroiná se volta para situações de desequilíbrio de ordem emocional e para vícios. Portanto, o seu fogo atua no sentido consumir esses problemas, eliminando-os da vida das pessoas que são protegidas pela orixá.

Esse comportamento faz com que ela seja diferente de Xangô, cujo fogo não consome, mas dá ímpeto de ação.