Por que sonhamos? Como funcionam os sonhos? Quais os tipos? Confira!

De acordo com a média de sono recomendada, 8 horas diárias, um terço da vida de uma pessoa é passado dormindo. Assim, os sonhos têm presença recorrente na rotina de todos e um cálculo estipula que seis anos da vida de um indivíduo são passados sonhando.

Entretanto, muitas pessoas ainda não sabem porque os sonhos acontecem. Eles são manifestações inconscientes de desejos e refletem diretamente nas nossas emoções, de forma que o cérebro tenta elucidar complicações que não conseguimos visualizar durante o dia.

Logo, os sonhos são representações da realidade externa e explicitam como ela afeta cada um internamente. A seguir, mais detalhes sobre os sonhos serão explicados. Continue a leitura para saber mais a respeito.

Os sonhos manifestam medos, desejos e segredos de forma lúdica. Portanto, durante o sono o cérebro faz uma espécie de balanço de todas as coisas que aconteceram ao longo do dia e faz algo como uma limpeza nas memórias, selecionando as que têm algum significado na vida prática.

Assim, os sonhos são formas encontradas pelo cérebro de resolver desafios incompletos, quer sejam problemas ou não. Logo, uma boa noite de sono é importante para o desenvolvimento das pessoas como um todo.

A seguir, mais detalhes sobre o que são os sonhos serão explorados. Para saber mais, continue a leitura do artigo.

De acordo com a psicanálise, especialmente Freud, os sonhos estão ligados de forma sutil à percepção racional. Portanto, a resposta para os seus significados está nos próprios elementos fornecidos pelo inconsciente, mas de uma forma aberta para interpretações.

Logo, eles servem para uma observação da vida e podem ser considerados os momentos nos quais a racionalidade não interfere nas ações pensamentos das pessoas. Além disso, os sonhos são formas de satisfação de desejos ocultos, mas sem a presença da culpa.

O sono é iniciado no momento em que uma pessoa fecha os olhos e o cérebro começa a passar por um processo de lentificação das suas atividades, período chamado de latência e que dura até 30 minutos. Em casos nos quais ela ultrapassada isso, o indivíduo pode estar sofrendo de insônia.

Além disso, o sono é um processo ativo, no qual é possível observar atividade cerebral a cada 120 minutos. É desenvolvido em duas partes que se alternam durante a noite: REM (Rapid Eye Movement/Movimento Rápido dos Olhos) e não-REM.

Os sonhos acontecem durante a 5ª fase do sono, a REM. A atividade cerebral se torna mais intensa, de forma que o processo de formação das imagens é desencadeado. Portanto, o cérebro começa a realizar a limpeza da memória, fixando as informações que são importantes e descartando as demais.

Quando uma pessoa é acordada durante no sono REM, ela consegue recuperar fragmentos dos seus sonhos e se lembrar deles posteriormente. Esse estágio dura cerca de 10 minutos e posteriormente o sono se torna calmo.

As explicações científicas para os sonhos ainda estão em andamento. Entretanto, alguns estudiosos acreditam na teoria de que o sono é um momento de organização do cérebro. Portanto, as memórias que emergem são coisas importantes e que precisam ser armazenadas.

Porém, estudos mais aprofundados sobre o funcionamento dos sonhos no cérebro ainda estão em andamento atualmente. Os cientistas que se aprofundam na área ainda precisam detectar como o processo é alterado ao longo das fases do sono e quais fatores estão envolvidos nisso.

Existem 6 tipos de sonhos: lúcidos, semi-realidade, vidência, premonitórios, telepáticos e com morte. Cada um deles conta com particularidades científicas, sendo os premonitórios o único campo explorado mais pelo esoterismo e pelo universo espiritualista do que a ciência. Eles são responsáveis por indicar a capacidade de entrelaçar o inconsciente de mais de um indivíduo.

Vale ressaltar que os sonhos lúcidos se tornaram uma categoria de interesse para a psicologia nos últimos anos, visto que a consciência do sonhador está desperta e ciente do que está acontecendo.

Os pesadelos podem ser considerados normais, apesar da sua associação com sentimentos negativos e com a interrupção do sono. Em geral, eles estão associados à ansiedade e às situações de estresse vividas ao longo do dia. Além disso, também podem revelar traumas.

Entretanto, vale ressaltar que quando eles se tornam muito frequentes e chegam ao ponto de causar angústia e prejudicar a qualidade do sono, podem ser considerados como um distúrbio. Assim, o acompanhamento médico se faz necessário.

A finalidade dos sonhos depende de quem tenta responder à pergunta. Do ponto de vista da Psicologia Analítica, o simbolismo depende de uma associação feita previamente pelo sonhador e não está associado a um único significado, mas sim a múltiplos sentidos que têm conexão com as experiências e as memórias do sonhador.

Logo, é preciso aprofundar cada sentido presente para conseguir uma interpretação aprofundada, associando o sonho aos sentidos da vida do sonhador, sejam eles acontecimentos ou sentimentos.

A próxima seção do artigo vai se dedicar a comentar um pouco mais a respeito dos tipos de sonhos como forma de falar sobre a sua função. Continue a leitura para saber mais.

É possível afirmar que todas as lembranças de uma pessoa se manifestam nos sonhos. Portanto, os pensamentos e desejos mais primitivos, ainda que inconscientes, podem aparecer nessas ocasiões. Como a mente, enquanto está consciente, não consegue ter contato com esses aspectos, isso acontece durante o sono.

Portanto, os sonhos seriam uma forma de realização pessoal. Cada um conhece os seus desejos individuais de forma profunda e toma medidas concretas para realizá-los durante o sono, algo que não é tão comum durante o dia a dia.

De acordo com um estudo realizado em 2010, as chances de sucesso na resolução de um mistério são maiores quando alguém dorme e sonha com ele. Portanto, as pessoas que tentam encontrar a solução após o sonho têm uma taxa de sucesso superior.

Portanto, alguns processos de memória acontecem durante o sono e, portanto, os sonhos também são formas de resgatar memórias, apontando para a possibilidade de que alguns processos dessa natureza somente acontecem enquanto o indivíduo está dormindo.

O esquecimento também é algo que faz parte dos propósitos do cérebro durante o sonho. Devido às mais de 10 trilhões de ligações neuronais, criadas sempre que precisamos desempenhar uma nova atividade, é preciso eliminar algumas coisas ocasionalmente.

Portanto, um estudo de 1983 a respeito do cérebro destacou que durante a fase REM do sono, o neocortex revê todas essas ligações. Então, ele seleciona as que não são necessárias para descartá-las e como resultado os sonhos acontecem.

Sonhar favorece o funcionamento do cérebro. O órgão está sempre procurando consolidar as memórias de uma determinada pessoa e, portanto, não existe qualquer tipo de atividade mais estimulante do que o sono para ele.

Assim, durante esse momento o cérebro entra em um processo automático de avaliação das memórias, resultando nas imagens dos sonhos. Em geral, ele faz isso para se manter funcionando e ocupado. Portanto, as manifestações do inconsciente também funcionam como maneiras de fazer com que o cérebro não fique ocioso.

Existe uma teoria de que a existência dos sonhos é uma forma de treinar os instintos humanos. Ela está associada principalmente aos pesadelos, que revelam situações perigosas e, portanto, funcionam como coisas das quais não queremos nos lembrar.

Entretanto, de acordo com a teoria em questão, além de trazer imagens perturbadoras, os pesadelos teriam uma função positiva e benéfica. Assim, eles funcionam como uma forma de treinar os instintos humanos mais básicos, como a capacidade de lutar e de fugir quando a necessidade se apresenta.

De acordo com os cientistas, os neurotransmissores que geram o estresse ficam muito menos ativos durante o sono. Isso pode ser afirmado mesmo a respeito das ocasiões nas quais memórias traumáticas vêm à tona através do inconsciente.

Dessa forma, alguns pesquisadores acreditam que os sonhos têm como objetivo remover a carga negativa de experiências dolorosas e permitir que a cura psicológica seja concretizada na vida de um indivíduo. Portanto, as memórias negativas são revisitadas sem os efeitos do estresse e isso pode ser benéfico para a superação de problemas.

A onirologia é um campo da ciência que se dedica ao estudo do que é visto durante o sono. Atualmente, alguns psicólogos acreditam que os sonhos refletem diretamente na vida das pessoas e que são capazes de enviar mensagens importantes.

Assim, é possível afirmar que a onirologia encontra os seus fundamentos na neurociência e também na psicologia. Entretanto, trata-se de um campo que encontra dificuldades, visto que ao acordar cerca de 95% dos sonhos são perdidos.

Apesar disso, sonhar continua sendo benéfico para o cérebro e para os aspectos psicológicos. A seguir, mais detalhes a respeito da onirologia serão explorados. Continue a leitura para saber mais a respeito.

A onirologia é o estudo dos sonhos. Com fundamentos na neurociência e na psicologia, ela visa analisar o efeito e a importância dos sonhos para o organismo humano. Assim, as suas pesquisas apontam para a importância deles para o bom funcionamento do cérebro e para a manutenção do equilíbrio.

De acordo com a ciência, durante o sono as pessoas entram em uma espécie de transe e são capazes de acessar o inconsciente, processo que recebeu o nome de REM.

Para a psicanálise, os sonhos são formas de acessar o inconsciente e as partes da mente as quais uma pessoa não consegue alcançar enquanto está acordada. A obra responsável por falar pela primeira vez a respeito do assunto foi "A Interpretação dos Sonhos", de Sigmund Freud.

No livro em questão, o psicanalista afirma que os sonhos representam a materialização de desejos. Portanto, eles estão escondidos no inconsciente e muitas vezes não são concretizados devido às imposições sociais, como a cultura, os costumes e a educação que o indivíduo recebe.

O método usado para a interpretação de sonhos foi cunhado por Freud no livro "A Interpretação dos Sonhos". Assim, existem diversos simbolismos e significados nas mensagens enviadas pelo inconsciente, mas eles precisam ser devidamente interpretados considerando os detalhes presentes nessas ocasiões.

Além disso, a interpretação também se faz presente na Bíblia e no Torá, mais especificamente no livro de Gênesis, que possui uma passagem falando sobre o sonho de José, que posteriormente se tornou responsável por interpretar os sonhos de um faraó.

Existem alguns sonhos que podem ser considerados universais, visto que acontecem com todas as pessoas, como ser perseguido por alguém, ver dentes caindo, sonhar que está nu em um local público, não encontrar um banheiro e fazer uma prova sem ter estudado para ela.

Sonhar que está nu, por exemplo, fala a respeito da vulnerabilidade da pessoa, que tem se sentido exposta em uma determinada situação. Por outro lado, fazer uma prova sem ter estudado para ela, aborda questionamentos a respeito da própria capacidade.

Os sonhos são muito intrigantes para os seres humanos devido à sua natureza complexa. Assim, é natural que existam tantas tentativas por parte da ciência de fornecer explicações concretas para o que é retratado pelo inconsciente durante o sono.

Também é natural que existam tantas dúvidas cercando os sonhos mesmo que várias explicações já tenham sido fornecidas para o tema. Portanto, questionamentos como por que sonhamos toda noite e sobre a exclusividade dos sonhos na espécie humana, são bastante comuns.

A próxima seção do artigo vai se dedicar a tentar responder mais a respeito disso e de outros questionamentos correntes sobre a natureza dos sonhos. Continue a leitura para saber mais a respeito.

Os sonhos acontecem várias vezes durante uma mesma noite devido ao fato de que o sono é algo cíclico. De acordo com alguns estudos realizados com eletroencefalograma (EEG), um ser humano conta com cinco ou seis ciclos de sono toda noite e passa pela fase REM três vezes. Nesse momento, sempre acontece pelo menos um sonho.

Isso é importante para questões de memória e, portanto, o sonho é um componente normal de uma noite de sono, além de ser saudável para a manutenção da atividade cerebral.

É possível afirmar que sonhar não é exclusividade dos seres humanos. De acordo com alguns estudos na área da neurociência, os animais são capazes de sonhar. Também foram feitos alguns registros eletroencefalográficos que confirmaram essa capacidade por parte de outras espécies.

Assim como nos humanos, para os animais o sonho acontece durante a fase REM. As principais espécies a demonstrar essa capacidade, segundo os estudos realizados, foram os mamíferos e as aves. Os testes com répteis ainda não foram suficientemente conclusivos.

O inconsciente interpreta alguns sons ambientes e os incorpora aos sonhos. Assim, um estudo descobriu que quando as pessoas adormecem escutando sons, eles são incorporados aos seus sonhos. Esse mesmo estudo também chegou à conclusão que outros sentidos, como o olfato, podem influenciar nessa questão.

Assim, aqueles que dormem em ambientes perfumados, por exemplo, tendem a ter sonhos mais agradáveis do que pessoas que dormem em ambientes com cheiros desagradáveis, que tendem a ter sonhos mais agitados.

Um estudo realizado em 2020 destaca que a manipulação de sonhos é possível, mas precisa acontecer em uma fase específica. O trabalho em questão foi desenvolvido a partir de um dispositivo que registrou os sonhos de 49 voluntários.

Para que a manipulação aconteça, ela precisa ser realizada durante o estágio de consciência chamado de hipnagogia, que vem antes do sono profundo. Durante essa fase o cérebro ainda não está adormecido e é capaz de responder aos estímulos externos e produzir os primeiros sonhos.

Uma dica interessante para se lembrar de um sonho é começar um diário e registrar qualquer fragmento. O hábito em questão serve para ajudar a trabalhar a memória, tornando-a mais aguçada e, portanto, condiciona as pessoas a se lembrarem com mais facilidade.

Portanto, quando alguém acorda de madrugada após ter um sonho, o mais indicado é que anote tudo o que conseguir se lembrar de forma imediata. Em média, uma pessoa tem cerca de 4 sonhos por noite, mas quando acorda se lembra apenas do último.

De acordo com as teorias de Freud para os sonhos, eles são capazes de revelar ideias, esclarecimentos e emoções que estão ocultas através dos seus simbolismos. Assim, nem sempre as histórias contadas são simples ou contam com elementos concretos, de forma que a psicanálise considera os sonhos manifestações do inconsciente muito relevantes para as suas análises.

Também vale ressaltar que devido às naturezas variadas dos sonhos, em geral, eles possuem caráter assustador, mágico, aventureiro e ainda podem ser sexuais. Entretanto, sempre estão fora do controle do sonhador. Portanto, não é incomum que a análise dos sonhos faça parte do processo de terapêutico de uma pessoa.