Símbolos de proteção: pentagrama, hexagrama, mão de Fátima e mais!

Os símbolos de proteção surgiram no início da história humana, diante da necessidade que tinham os homens primitivos de buscarem defesas - primeiro contra as manifestações violentas da natureza e, em seguida, na luta contra o mundo das trevas.

O homem se sentia impotente para enfrentar essas forças, mas já tinha em sua consciência a ideia da divindade, em que encontraria proteção. Logo, com o desenvolvimento das civilizações, essa crença em um poder superior se transferiu para os objetos, que, por serem materiais, poderiam estabelecer uma ligação entre a origem do homem e a sua essência divina.

A evolução natural do pensamento cuidou de difundir e aprimorar esses objetos, que ganharam o nome de talismãs ou amuletos. Assim, tanto por causa de uma fé pura quanto por uma série de variações dessa fé, muitos símbolos foram criados de acordo com a cultura e os costumes de cada civilização.

Neste artigo, você conhecerá sete dos símbolos de proteção mais antigos e cultuados: o Pentagrama, a Cruz Solar, o Hamsas, o Tríquetra, o Olho de Hórus, o Binbrunes e o Hexagrama. Boa leitura!

O Pentagrama é um símbolo de proteção que se origina da figura geométrica de cinco lados, o pentágono, mas o seu significado vai muito além dessa definição simplista.

De fato, as propriedades matemáticas únicas desta figura, desde a antiguidade, chamaram a atenção de místicos e esotéricos, que lhe atribuíram interpretações diversas, de acordo com a tradição religiosa e filosófica de cada civilização que o estudou. Veja mais a seguir!

Qualquer pessoa com conhecimento básico de geometria conhece o pentágono, mas o pentagrama não faz parte desse ensino geométrico comum.

Isso porque o pentagrama é obtido com um prolongamento de linhas, a partir dos ângulos do pentágono. Ao formar a estrela, aparece a Proporção Divina, onde todos os segmentos de reta da figura seguem o mesmo padrão e podem se reproduzir ao infinito.

Embora o pentagrama apareça em várias civilizações antigas, foram os pitagóricos os responsáveis pela sua maior difusão. Leonardo da Vinci também contribuiu, expondo a relação entre o número cinco do pentagrama com os cinco elementos nas extremidades do corpo humano e os cinco orifícios na cabeça, em sua pintura O Homem Vitruviano.

Os primeiros registros do pentagrama são bem anteriores ao povo hebreu e se deu entre os babilônicos, cerca de seis mil anos atrás. No entanto, isso não impediu que os hebreus se apropriassem da figura, como fizeram outras civilizações e organizações místicas e esotéricas.

É importante ressaltar o contexto da época, em que o conhecimento era um privilégio de poucos homens que decidiam o que era ou não a verdade e o sagrado. Assim, quando Moisés escreveu as suas leis em cinco rolos de pergaminho, o número se associou ao pentagrama, que passou a representar o pentateuco de Moisés, ou o Torá, que é o livro sagrado correspondente à Bíblia cristã.

O cristianismo surgiu de uma ruptura do povo judeu e, portanto, muitos séculos depois do pentagrama, que já era estudado por outras civilizações, incluindo os hebreus. Assim, os cristãos não resistiram ao poder desse símbolo e, logo, deram um jeito de incorporá-lo às suas crenças.

Com efeito, o pentagrama, com seu número cinco, passou a representar as feridas que Cristo suportou na cruz, que ficaram conhecidas como as cinco chagas de Cristo. Mais tarde, depois das cruzadas, o alto clero o associou com o demônio, pois eles estavam sendo usados pelos templários, que a igreja ajudou a perseguir, durante a inquisição.

A história da China é bem mais antiga do que muitas outras civilizações conhecidas e ocorre antes mesmo da formação do Império Romano. Além disso, a cultura chinesa afirma que o homem é um ser que deve ser tratado como corpo e espírito, que se ligam aos cinco elementos primordiais, sendo a base da medicina chinesa.

Como nenhum outro símbolo representa tão bem os cinco elementos quanto o pentagrama, os chineses adotaram o mesmo como a representação da MTC, como é conhecida como a medicina tradicional chinesa, em que a acupuntura se destaca.

Assim, os chineses também se apoderaram do pentagrama e cada uma das pontas passou a representar um dos elementos da MTC.

Em sua forma original, o termo pagão significa homem do campo, ou aquele que vive no campo, e deriva do latim "paganus". Com o passar dos tempos e a formação de outras religiões que passaram a ser dominantes, a palavra paganismo passou a designar todos os que tinham as suas crenças diferentes destas religiões.

Embora diferentes dos demais, os pagãos tinham os seus ritos e acreditavam no espírito como uma entidade separada do corpo. Acrescentando a essa crença o contato constante que tinham com a natureza, o pentagrama se encaixou perfeitamente para traduzir os quatros elementos naturais e o espírito.

Assim, formou-se as cinco extremidades do pentagrama, que passou a representar segurança e proteção para os pagãos.

Um pentagrama invertido significa que o lado que conta com uma ponta está para baixo, ao contrário de sua posição tradicional, em que o lado de duas extremidades ocupa essa posição.

Alguns que não conhecem a imagem nem chegam a perceber a diferença ou não dão importância ao fato, mas caem em erro, já que a posição invertida significa ideologias opostas. De fato, a dualidade que abrange todas as coisas deste mundo é a causa da posição invertida do Pentagrama, que significa uma oposição aos dogmas da igreja católica.

Embora não se saiba a data da primeira aparição do pentagrama invertido, a imagem foi adotada por adeptos do satanismo da idade média e, segundo a crença satânica, a ponta que está para baixo indica a direção do inferno.

Considerada como um dos símbolos de proteção mais antigos, a Cruz Solar pode ser encontrada com vários nomes como Cruz de Odin, Roda da Vida, Roda de Sansara entre outros.

A Cruz Solar é uma imagem de uma cruz dentro de um círculo e simboliza o movimento do Sol em relação ao tempo, que, para muitas civilizações, era uma roda sem começo ou fim. Confira a seguir os significados desse símbolo de proteção!

Para os povos da antiguidade, o Sol sempre foi um grande mistério e a luz que ele proporcionava era tida como uma benção dos deuses. Como tudo o que é desconhecido provoca medo, muitas superstições foram surgindo e se modificando, de acordo com a evolução das sociedades e de suas ciências.

Neste contexto, os símbolos apareciam como uma forma de representar o que era visto, mesmo que sendo algo incompreendido. Assim, o Sol foi definido como um círculo em que não é possível identificar o início ou o fim de seu movimento. Com o tempo, outros elementos foram acrescentados, sempre em sintonia com a ideia que os povos queriam transmitir.

Em um mundo onde a natureza selvagem influenciava todas as ações, os homens sentiam verdadeiro terror, diante do desconhecido. Para tentar estabelecer comunicação com os deuses, eles criavam os símbolos, como a Cruz Solar, que podia ter mais de um significado, a depender da versão e do estágio de conhecimento de cada povo.

Assim, para cada mistério, era criado um Deus ou uma entidade que o representasse. Os Guardiões das Quatro Direções simbolizavam o medo do desconhecido, uma vez que a distância para qualquer um dos pontos cardeais parecia infinita.

Assim, criaram-se rituais de proteção para empreender longas viagens. Nestes, eram evocados esses guardiões e, em algumas civilizações, a Cruz Solar desempenhava essa função, pois os braços de uma cruz apontam para as quatro principais direções.

Muitos símbolos surgiram na antiguidade, com a intenção de representar o equilíbrio e o infinito, uma vez que eles eram temas de constantes debates e preocupações na sabedoria antiga, em que os mistérios e as superstições exerciam grande influência.

Na tradição antiga, a cruz foi um dos símbolos do equilíbrio, por conta da simetria que existe na distância entre o centro e as extremidades dos braços. Para traduzir os dois conceitos ao mesmo tempo, a cruz foi inserida dentro de um círculo, que significa tanto a perfeição quanto o infinito, além de outros significados.

Entender o que significa eternidade e renascimento é uma dificuldade para muitas pessoas. Nesse sentido, eternidade pode significar o infinito e renascimento traduz uma nova forma de viver, não sendo necessariamente o "nascer de novo", no sentido literal.

Logo, com tantas ideias para expressar e um vocabulário ainda restrito, era natural que um único símbolo traduzisse muitas coisas em uma só imagem. Por isso, a Cruz Solar absorveu esse sentido no decorrer do tempo, em uma tentativa de exprimir o que ainda era desconhecido.

Mão de Fátima ou Hamsas é outro símbolo que possui vários significados que se relacionam com um símbolo de proteção para a cultura. Assim, seu nome e formato também sofreram variações, conforme o tempo. O termo Hamsá e Mão de Fátima são os mais comuns, mas este é conhecido também como Mão de Miriam, Mão de Deus, entre outros.

A seguir, veja mais informações sobre esse curioso símbolo sagrado!

A Mão de Fátima é, na verdade, um conjunto de símbolos e carrega muitos significados diferentes, que foram incorporados durante a sua história. Um desses símbolos é o olho que tudo vê, também conhecido como Olho de Deus e Olho da Providência.

O Olho de Deus passou por variações ao longo do tempo, tanto de nome quanto de formato e significado. Assim, o olho que tudo vê, embora tenha o seu sentido original associado aos cristãos, foi absorvido por outras seitas, sendo utilizado também pela maçonaria.

Em seu formato primitivo, a imagem traz um triângulo como a trindade divina, com raios de luz significando o brilho ou a glória de Deus e o olho significando a vigilância constante que Deus exerce sobre a sua criação.

Uma simbologia importante na Mão de Fátima ou Hamsá são os cinco dedos que aparecem esticados e separados, com o dedo médio fazendo uma simetria com os outros quatros que aparecem, com proporções idênticas de comprimento

O número cinco está presente em vários símbolos de proteção, devido à sua presença constante no corpo humano, que inclui os cinco sentidos, os orifícios na cabeça e os dedos de cada membro.

Para o islamismo, os cinco dedos da Hamsá traduzem oração, caridade, peregrinação e fé, que formam o pentagrama da tradição islâmica. Já em outra interpretação, os cinco dedos significam amor, saúde, dinheiro, poder e sabedoria.

A figura da Mão de Fátima, assim como todos os símbolos de proteção sagrados que ganharam sentidos universalistas, também sofreu modificações para se adaptar às diferentes culturas e tradições.

Assim, o seu nome pode homenagear Fátima, filha de Maomé, ou Míriam, irmã do profeta hebreu Moisés. O olho grego também não aparece em todas as versões, assim como as palavras escritas na mão.

Algo que não muda é a quantidade de dedos, mas a posição deles pode ser diferente, dependendo da cultura. As propriedades simétricas foram mantidas, dado o misticismo do número cinco.

Quanto ao significado, o que muda é o idioma, pois o sentido de proteção contra inveja e má sorte e o reconhecimento da autoridade divina são encontrados em todas as facetas, embora com palavras diferentes.

O Olho de Hórus faz parte da mitologia egípcia e também é conhecido como o Olho de Rá, em referência a uma divindade mitológica do antigo Egito. Na quase totalidade dos símbolos sagrados conhecidos, a matemática é a grande inspiradora no desenho do Olho de Hórus.

Além disso, esta é uma figura que pretende representar o poder e a sabedoria da divindade egípcia. Confira seus significados a seguir!

Uma das finalidades mais comuns de qualquer símbolo que tenha um fundamento religioso é entender o poder divino. A maioria deles surgiu, quando esse poder se manifestava, principalmente por meio das forças da natureza, como as tempestades, com os seus raios e trovões.

As pestes que atacavam as civilizações, por exemplo, significavam a ira dos Deuses e os sacerdotes criavam amuletos e rituais que pudessem proteger o povo desses acontecimentos.

Com o Olho de Hórus, eles pretendiam conseguir proteção contra essas forças naturais. Mas, com o tempo, foi acrescentada a proteção contra o mau-olhado e as energias negativas. Além disso, o Olho de Hórus supostamente oferecia clarividência e iluminação sobre os mistérios divinos.

O desenho do Olho de Hórus copia as formas de um olho humano, tendo inclusive as pálpebras e as sobrancelhas, além da íris. As distâncias dentro do olho possuem simetria em relação à íris, bem no centro do símbolo.

Além disso, um detalhe interessante são as lágrimas, que significam a dor do Deus ao perder um olho em uma batalha. As formas do olho têm inspiração em animais sagrados para os egípcios, como a gazela, o gato e o falcão.

A suposta proteção contra as más energias surgiram com a saída do Olho de Hórus do Egito e após a sua popularização. No começo de sua história, o objetivo era apenas adquirir o poder do Deus, que podia oferecer proteção nas batalhas, tanto neste mundo quanto no mundo depois da morte - uma vez que os egípcios acreditavam na reencarnação de seus Deuses.

Nos tempos modernos, o seu significado mudou e foi banalizado, como todos os símbolos que eram considerados sagrados na antiguidade. Assim, o Olho de Hórus pode ser encontrado para a venda com a finalidade comercial de oferecer proteção contra inveja, mau-olhado e energias negativas, mas o seu sentido original era bem mais profundo.

O símbolo de proteção Tríquetra (do latim Triquaetra, que significa três pontas) tem a sua origem na cultura tradicional celta, antes de ser assimilado por muitas outras civilizações. O símbolo se forma com a união de três arcos que se entrelaçam e visava representar as três personalidades da Grande Mãe dos celtas: a Virgem, a Mãe e a Anciã.

Confira seus significados a seguir!

Os celtas acreditavam em tríades e que as divindades se associam sempre com três elementos. Por isso, os cultos pagãos do povo celta ligavam o Tríquetra, que também é conhecido com Escudo Celta, aos três reinos primitivos, que seriam a terra, o fogo e a água.

Em relação com o homem, o sentido muda para o corpo, a mente e o espírito. Além disso, a união dos arcos cria um círculo central, que significa a perfeição. Assim, os celtas usavam o símbolo de proteção em seus povoados para afastar os demônios e as entidades malignas.

O Cristianismo, embora se considerasse a nova religião detentora da verdade, tendo a intenção de converter os pagãos, absorveu muito das culturas que condenava. Assim, o Tríquetra também foi assimilado e passou a representar um símbolo de proteção cristão, significando a santíssima trindade, que, na tradição cristã, traduz-se em Pai, Filho e Espírito Santo.

Além disso, a imagem dos arcos guarda muita semelhança com o peixe da tradição cristã.

A busca pela eternidade era algo constante entre os sábios e os sacerdotes da antiguidade, que, no fim das contas, eram os que criavam os símbolos, os rituais e até as leis das civilizações antigas.

O Tríquetra é conhecido ainda como nó celta, um nó em que não é possível identificar o seu começo ou o seu fim. Por isso, essa impossibilidade gerou a ideia de que esse símbolo de proteção poderia oferecer uma segurança para toda a eternidade.

Bindrune é um símbolo que pode servir tanto para proteção quanto para muitas outras finalidades diferentes, uma vez que você pode criar o seu próprio Bindrune. As Runas (mistério, segredo) que formam o Bindrune, segundo uma tradição do norte europeu, não foram criadas pelo homem, mas ofertadas por Odin à espécie humana.

Para saber mais sobre o Bindrune, confira os tópicos a seguir!

Um Bindrune se forma a partir da união de uma ou mais Runas, que você escolhe, de acordo com a utilidade que deseja dar ao amuleto. Assim, em uma analogia, criar um Bindrune é como criar uma nova palavra, fazendo uma combinação de outras, de modo que a nova palavra tenha um sentido similar ao somatório dos significados de sua formação.

Nesse sentido, uma combinação de Runas terá as propriedades das Runas escolhidas, que formarão uma nova Runa, só que um poder bem maior. Esse poder pode estar direcionado até para feitiços malignos, uma vez que os efeitos do Bindrune são superiores ao de uma Runa isolada.

O Bindrune, para que possa atuar como um símbolo de proteção, que é apenas um de seus múltiplos usos, precisa derivar de Runas que tragam essa função específica, pois estas diferem bastante de sentido.

Portanto, segundo os adeptos dessa prática, um Bindrune feito na combinação errada pode causar um efeito totalmente oposto ao que se deseja.

Um Hexagrama é uma figura geométrica que se cria ao colocar dois triângulos equiláteros sobrepostos ou entrelaçados em direção invertida.

Seu uso como símbolo de proteção depende da tradição, pois também se associa com rituais demoníacos de magia negra. Além disso, sua origem tem registro de mais de quatro mil anos a.C. Confira mais detalhes a seguir!

Conhecido ainda como Estrela de Davi e presente na bandeira de Israel, o símbolo do Hexagrama pode trazer proteção para aqueles que o usam, mas essa proteção se refere principalmente ao ataque de demônios e das forças do mal. De fato, esses eram os grandes e maiores medos das populações antigas - medos esses que permanecem até hoje.

Um Hexagrama pode ser interpretado de muitas maneiras diferentes, sendo que os dois triângulos em posições invertidas representam a união das dualidades, o que significa o próprio poder de Deus.

Assim, como resultado, o Hexagrama pode promover a harmonia nas relações do homem com o divino, do masculino com o feminino, do bem e do mal, por exemplo. Dessa forma, ele pode atuar como um símbolo de proteção.

Um símbolo de proteção, em geral, tem outros usos além de seu intuito original, inclusive na magia negra, como é o caso do Hexagrama. Entretanto, esse símbolo se caracteriza como o que promove a união dos opostos e que se traduz em equilíbrio, que, por sua vez, é um dos principais objetivos de quem deseja manter a paz e a harmonia interior.

Confiar plenamente em qualquer coisa é uma atitude individual, que se relaciona com a fé naquilo em que se confia e que tanto pode ser uma entidade quanto um objeto. Portanto, tem relação com a sua formação e com as tradições que lhe foram passadas por outras gerações.

Assim, o que se pode comprovar é que muitas civilizações e organizações místicas e esotéricas tinham os seus símbolos de proteção, mas isso não impediu que fossem dizimadas, extintas ou absorvidas por outras que as sucederam e transformaram os seus costumes - e também os seus símbolos.

Além disso, há muita diferença entre os símbolos de proteção originais, que se baseavam na fé, e os que se encontram na atualidade, sendo vendidos em toda esquina e que adquiriram uma concepção puramente comercial.

Assim, se você já possui uma fé forte e uma energia positiva, o objeto pode não ter tanta importância quanto o seu interior.