Quem é a Deusa Hécate?
Segundo a mitologia grega, Hécate é a deusa da magia, da bruxaria, da noite, da natureza, da lua, dos fantasmas e da necromancia (espécie de magia capaz de estabelecer uma comunicação com os mortos).
A Deusa Hécate foi a única filha dos Titãs Perses (o Deus da destruição) e Astéria (a Deusa das estrelas cadentes e da astrologia). Existem ainda outras versões sobre a origem da Deusa Hécate que a descrevem como filha de Zeus (o Deus do clima, do destino e das leis) com Deméter (a Deusa da agricultura).
Nas versões mais consagradas da mitologia grega, Hécate era uma deusa virgem, que não deixou filhos. Em algumas escrituras, todavia, Hécate é a mãe do monstro marinho Scylla, uma criatura com doze pés e seis cabeças medonhas com dentes afiados.
Neste artigo você vai conhecer mais sobre a deusa Hécate, suas características, a mitologia em torno dela, seus símbolos, e muito mais. Continue lendo para saber tudo sobre esta deusa.
Características da deusa Hécate
A Deusa Hécate é descrita como uma deusa virgem, semelhante à Ártemis, a deusa da caça. Ficou interessado em conhecer mais características dessa divindade? A seguir você terá acesso às suas principais características, incluindo seu significado, mitologia e representações.
■Significado do nome Hécate
A etimologia, ou seja, a origem da palavra, de Hécate não é conhecida pela história. Contudo, existem três hipóteses conhecidas para o significado do nome Hécate. Vejamos quais são:
1 - Segundo os estudos da obra de Hesíodo, Hécate corresponde à palavra grega que significa “vontade”;
2 - A versão mais conhecida do significado do nome Hécate o associa à palavra masculina “Hekatos”, um epíteto do Deus Apolo (o Deus da música). Nessa concepção, seu nome pode ser traduzido como “aquela que trabalha à distância”, “aquela que remove ou move”, “aquela que possui um longo alcance” ou ainda “aquela que lança dardos à distância”;
3 - O nome Hécate pode ser ainda uma correspondência à Heket, a deusa egípcia do nascimento.
■Mitologia
A Deusa Hécate protagonizou dois importantes episódios da mitologia grega: o Rapto de Perséfone (a rainha do submundo) e a Guerra dos Gigantes.
O Rapto de Perséfone:
O Rapto de Perséfone narra o episódio em que Perséfone, filha de Deméter e Zeus, é raptada pelo Deus Hades para a dimensão do submundo, o qual governava. Seus gritos e pedidos de socorro não foram escutados por nenhuma divindade, nem mesmo pelos seus poderosos pais. As únicas divindades que escutaram o lamento de Perséfone foram Hécate e Hélio (a personificação do Sol).
Desesperada em razão do desaparecimento de sua filha, Deméter vagou durante nove dias e nove noites pela Terra atrás de Perséfone. Sem parar um único instante, a Deusa não comia, não bebia e nem dormia, até que Hécate apareceu diante dela segurando duas tochas e trazendo novidades.
Hécate ouviu os pedidos de ajuda de Perséfone e, junto de Deméter, foram até Hélio, aquele que vigiava todos os homens e todos os deuses, que as informaram sobre a localização de Perséfone. Hécate e Deméter foram em direção ao submundo para resgatar Perséfone das mãos de Hades. Desde o seu retorno, Hécate se tornou a companheira de Perséfone, protegendo-a a todo o momento.
A Guerra dos Gigantes:
Diz a lenda que Gaia (a deusa da Terra) estava tão enfurecida com as atitudes de Zeus que decidiu prender todos os Titãs para garantir o seu poder supremo como Deus. Para se vingar do seu próprio filho, Gaia e Urano (o Deus do Céu) deram origem aos Gigantes. Essas criaturas eram insuperáveis tanto no seu tamanho, como na sua força e poder. Com corpos invencíveis, os Gigantes possuíam uma aparência assustadora, com longos cabelos e escamas de serpente cobrindo suas pernas.
Os Gigantes iniciaram uma guerra contra os deuses, atirando pedras e bolas de fogo em direção ao céu. Segundo o oráculo dos deuses, a derrota de Zeus era certa. A única maneira dos deuses ganharem essa batalha era através de uma aliança com um mortal, Hércules. Graças à Atena (a Deusa da sabedoria), Zeus conseguiu firmar uma aliança com Hércules antes que Gaia pudesse fazer qualquer coisa. Graças à força inigualável do mortal, os Gigantes mais poderosos foram destruídos.
Nesta guerra, a Deusa Hécate foi uma aliada de Zeus e também batalhou contra os Gigantes. Ela foi responsável pela morte do Gigante Klytios, queimado pelas suas tochas de fogo.
■Representações
As representações da Deusa Hécate eram comuns tanto na pintura em cerâmicas como também nas esculturas. Nas pinturas, Hécate geralmente era representada como uma mulher segurando duas tochas idênticas, uma em cada mão. Ela veste uma saia até os joelhos e sapatos de caça, tal como a deusa Ártemis.
Nas estátuas, Hécate era frequentemente esculpida na sua forma tripla, com três corpos femininos de costas um para o outro, no qual um dos corpos segurava as tochas, o segundo segurava uma corda e o terceiro segurava um punhal.
■Qualidades
A Deusa Hécate possui um conjunto de qualidades que podem ser agrupadas entre positivas e negativas. As qualidades positivas da Deusa Hécate compreendem a independência, compaixão, justiça, coragem e sabedoria.
Ela é uma das poucas deusas que não depende de homens para guiá-la em sua jornada, tampouco se deixa ser ameaçada pelas autoridades e forças do desconhecido, impulsionando os seres humanos ao conhecimento e à liberdade.
As suas qualidades negativas se encontram no seu humor e na sexualidade. Não há nenhuma menção nos textos antigos sobre o seu temperamento e sobre suas relações amorosas. Muito provavelmente, Hécate era uma divindade apática e virgem que não se deixou influenciar pelas paixões e pelo divertimento.
■Ensinamentos
A maioria dos ensinamentos associados à Deusa Hécate dialogam com a virtude da caridade. Em algumas tradições, a oferta de uma ceia em sua homenagem é, na verdade, um convite à prática do ato da caridade, para que seus fiéis alimentem os mais necessitados.
■Distorção da imagem de Hécate
No decorrer da história muitas distorções foram feitas sobre a imagem e o significado da Deusa Hécate, a maior parte delas em decorrência da expansão do cristianismo e da Idade Média.
A principal confusão afirma que Hécate era uma deusa má, em razão da sua popularidade no mundo antigo. A igreja se viu obrigada a associar seu culto às práticas malignas, visto que as pessoas deveriam cultuar apenas o seu deus Uno, onipotente e onisciente.
Desde que a ideia de submundo se tornou um sinônimo para o inferno, Hécate sofreu as consequências dessa confusão, sendo associada às práticas malignas e obscuras. As associações imaturas entre noite, morte e fantasmas com coisas do mal também contribuíram para a distorção do seu verdadeiro poder e significado.
Legado da Deusa Hécate
A Deusa Hécate nos deixou um importante legado para práticas de bruxaria, feitiçaria e rituais mágicos. Além disso, suas características são uma das bases teológicas para várias mitologias ao redor do mundo. Confira a seguir o legado de Hécate em três importantes perspectivas.
■Hécate, divindade tripla
As divindades triplas, ou Trindades, são deusas de diferentes mitologias ao redor do mundo que partilham uma característica em comum: embora sejam repartidas em três divindades, geralmente são cultuadas como uma só. Na mitologia grega, a Deusa Hécate é a representante desse fenômeno de tripartição das deusas.
Alguns estudos apontam que as divindades triplas são uma das bases para todas as religiões que existem. Sendo assim, todas as variações das trindades teriam uma origem em comum que se ramifica em vários cultos ao longo do tempo.
Na tradição clássica, Hécate representa a deusa da caça, a deusa da lua e a deusa do mundo inferior. Sua correspondente romana é a Deusa Diana, que era cultuada como a união entre Luna (Céu), Diana (Terra) e Prosérpina (Inferno).
Também são exemplos de divindades triplas:
■Hécate, deusa das encruzilhadas
A Deusa Hécate é a senhora de todas as magias e feitiços. Ela testemunhou o sequestro da filha de Deméter, Perséfone, para o submundo e, munida de duas tochas na mão, ajudou Deméter na busca por sua filha. Em razão disso, pilares em sua homenagem eram construídos nas encruzilhadas e nas portas, para afastar os espíritos malignos.
Para que a Deusa Hécate pudesse olhar para todas as direções de uma encruzilhada, tornou-se comum a sua representação como uma divindade tripla, em que cada um dos seus corpos davam as costas um para o outro, segurando tochas acesas. Ainda segundo a mitologia, Hécate era sempre acompanhada por uma matilha de cães.
■Hécate, magia e feitiçaria
Hécate é a deusa da magia e da feitiçaria. Em vista disso, existem muitas formas de você estabelecer um vínculo com essa divindade, uma delas é a partir dos próprios rituais de magia e encantamentos.
Os rituais que você pode fazer para homenagear Hécate devem sempre acontecer durante a noite, nas fases da lua nova, cheia e minguante. Ritos envolvendo adivinhação, cura, banimento e limpeza espiritual são os mais efetivos no domínio da Deusa Hécate.
Certifique-se de deixar suas oferendas na entrada, pois Hécate é a deusa das portas. Ter um altar permanente perto da porta dedicada a Hécate permitirá que ela examine suas visitas. Ela banirá aqueles com más intenções e dará as boas-vindas àqueles que trazem energias boas para você.
Os antigos davam grandes festas em homenagem à Deusa Hécate e ofertavam alimentos associados a ela, como corações de galinha e pães de mel.
Elementos conectados a Deusa Hécate
Muitos elementos naturais, datas e até mesmo outras divindades estão conectados à Deusa Hécate em razão das muitas tradições mitológicas que se ocuparam da sua narrativa. A seguir, você encontrará a relação completa desses elementos.
■Elementos naturais
Existem alguns animais habitualmente vinculados à Deusa Hécate, tais como o touro, o cavalo, a cabra, o cachorro, a ovelha negra, o morcego, a serpente, o lagarto, a coruja, o dragão e o peixe.
Desses animais, os lagartos e as ovelhas eram utilizados para fins sacrificiais. Os restantes faziam parte de algumas representações pagãs de Hécate, que a imaginavam com corpo de mulher e cabeça de animal, principalmente com cabeça de cachorro, sua atribuição mais comum.
■Pedras e cores
As principais pedras e minerais associados à Deusa Hécate são o bronze, o ouro, o ferro, o lápis lazúli e qualquer outra pedra e cristal que possua cor preta (ônix e turmalina, por exemplo). Quanto às cores, a Deusa Hécate se vincula aos tons de preto, vermelho, prata, dourado e branco.
■Dia da semana e mês do ano
Existem alguns dias do ano reservados para cultos e rituais destinados à Deusa Hécate. O primeiro deles ocorre no dia 13 de agosto, quando as bruxas fazem um festival pedindo para que Hécate não envie tempestades desagradáveis para a Terra.
A segunda data de Hécate é o dia 31 de outubro, o dia das bruxas. Embora os festivais de Halloween sejam tradicionais da cultura Celta, existem homenagens para Hécate nesse dia em razão do seu domínio sobre o mundo dos mortos.
A terceira data de Hécate é o dia 30 de novembro. Trata-se de uma comemoração moderna em homenagem à Hécate, em que as pessoas fazem rituais nas encruzilhadas pedindo proteção para essa divindade.
■Lua
Por se tratar de uma divindade ligada à noite, todas as fases da lua aparecem em algum momento nos textos antigos e entre os rituais mágicos oferecidos para a Deusa Hécate. Todavia, as duas fases da lua mais mencionadas são a lua nova e a lua cheia.
■Associações
A Deusa Hécate já foi associada com várias outras divindades. Veja a seguir a relação das principais correspondências que alguns textos antigos já estabeleceram em torno do nome de Hécate:
Símbolos conectados a Deusa Hécate
A mitologia em torno da Deusa Hécate está repleta de conexões entre essa divindade e inúmeros objetos, plantas, imagens e lugares. Confira a seguir todas as associações simbólicas criadas para a Deusa Hécate.
■Chave
A Deusa Hécate é a guardiã das chaves do universo, segundo os escritos antigos. Ela costuma usar as chaves como mensagens para as suas bruxas. As chaves levam as pessoas ao encontro com o inesperado e, em seguida, desvendam o seu significado.
■Tocha
Hécate é a portadora da tocha que ilumina o caminho nos tempos mais sombrios, guiando-nos de volta à sua caverna para nosso renascimento espiritual. Através das suas tochas, Hécate conseguiu derrotar um Gigante e também conseguiu salvar Perséfone do Submundo.
■Punhal
O punhal é um símbolo de poder ligado aos rituais. Seu uso pela Deusa Hécate indica seu papel como parteira, ao cortar o cordão umbilical, bem como no corte da ligação entre o corpo e o espírito no momento da morte. O punhal, na sua forma de faca curvada, é também uma arma capaz de cortar as ilusões do mundo em uma demonstração de poder e julgamento.
■Chicote ou corda
O chicote é um dos instrumentos ligados à Deusa Hécate, relacionado às funções do submundo. Ela recorria ao chicote para lidar com espíritos que possuem consciência do sofrimento e que temem a sua pessoa, por isso podem ser domados e guiados por ela. Tratam-se de espíritos confusos, que experimentaram uma vida sofrida a ponto de transformá-los em seres vingativos e perigosos.
■Roda de Hécate
A Roda de Hécate, ou Strophalos, é um símbolo formado pela imagem de três círculos, um dentro do outro, sendo que o segundo círculo se abre em formas serpentinas. O símbolo contém mais seis linhas centrais, que criam o efeito visual perfeito de um labirinto. Trata-se de uma imagem que representa caminhos entrelaçados que desorientam o indivíduo, causando indecisão e confusão.
O desenho da Roda de Hécate pode simbolizar algumas virtudes, como proteção, abertura, mudança de ciclos, transformação e mudanças. Essa imagem pode ter várias funções ritualísticas, podendo ser empregadas em rodas de espaço-tempo, oráculos, meditação, projeção astral, necromancia, evocação, atividades de curas e de maldições.
■Corrente
A Deusa Hécate é associada àquela que quebra as correntes, rompendo a ligação que as almas tinham com o mundo material e encaminhando-as para o submundo, onde ela impera e é reverenciada pelos mortos e pelos espíritos.
■Máscara
Muito provavelmente, as representações triplas da Deusa Hécate surgiram em decorrência do uso de três máscaras em volta de um pilar central, nos cruzamentos de três vias, em que cada máscara era posicionada diante de cada uma das direções. Ficava indicado, assim, o lugar espiritual de Hécate, bem como os caminhos que estavam sob a sua proteção.
■Ervas
A Deusa Hécate possui uma profunda ligação com a natureza e com a feitiçaria. Por conta disso, existem muitas ervas associadas com essa divindade. De modo geral, todas as plantas venenosas e todas as plantas medicinais compõem sua simbologia.
Dentre todas elas, o alho é a principal planta simbolicamente vinculada à Hécate. Esse bulbo é responsável pela proteção, anulando energias negativas e protegendo contra pessoas e espíritos sem luz. Você pode utilizar o alho para fazer exorcismos, limpezas espirituais e como amuleto de proteção. A Deusa Hécate adora receber ofertas de alho em troca de bênçãos.
Existem outras ervas e plantas associadas à Hécate, a exemplo do carvalho, teixo, cipreste, acônito, beladona, ditamno e mandrágora.
■Espelho mágico
O espelho mágico corresponde a uma das associações da Deusa Hécate com os seus poderes oceânicos. Hécate assume todos os aspectos aquáticos da mitologia e todos os seres que podem vir com ele. Isso inclui emoções, o lado feminino, a sexualidade, os sonhos, a criação, a vida e a morte.
■Encruzilhada
A encruzilhada é o lar espiritual de Hécate e das suas bruxas, simbolizando o espaço entre o mundo físico e o mundo dos espíritos. As encruzilhadas de três vias são portais especialmente poderosos para se conectar com a Deusa Hécate.
Um pouco mais sobre a Deusa Hécate
A Deusa Hécate teve sua história consolidada nos campos da bruxaria, da espiritualidade e da feminilidade. Confira a seguir algumas informações complementares sobre essa divindade tão importante para a bruxaria moderna.
■Hécate e o sagrado feminino
Hécate é uma deusa independente, nunca se casou e não teve filhos. Ela era um exemplo do que a grande maioria das mulheres do mundo antigo não conseguiam ser. Na sua forma tríplice, Hécate encarna a criança, a mãe e a anciã.
Ela carrega consigo a imagem de uma mulher forte, caçadora, estéril e capaz de fazer todas as coisas que apenas eram atribuídas aos homens fazerem. Quer ela queira, quer não, Hécate desempenhou um papel importante para o sagrado feminino e até hoje é considerada uma das divindades mais importantes para as bruxas modernas.
■Hécate e Hermes
Em alguns cultos gregos, como aqueles realizados nas cidades de Pherae e Elêusis, a Deusa Hécate era considerada esposa ou companheira do Deus Hermes, que entre todas as suas atribuições, também era responsável pela condução dos mortos ao submundo.
Em vista disso, ambos os deuses eram considerados os senhores dos fantasmas e dos mortos e tanto Hécate como Hermes teriam resgatado Perséfone do domínio de Hades, do submundo.
■Oração à Deusa Hécate
Existem muitas versões conhecidas de oração à Deusa Hécate. Segue um exemplo desses cantos, contemplando as principais características e elementos dessa divindade:
Glória a você, Ó Hécate
Deusa que guarda nossas oportunidades
Rainha da magia e das circunstâncias
Porta-chaves, querida mãe das bruxas
Hécate, guie-me através dos portais abençoados
Feche aqueles que possam levar à minha destruição
Hécate, ela que detém as chaves dos reinos do tempo
Hécate, a deusa da sabedoria e do destino
Quem ouve o sussurro da profecia
Deusa dos mistérios
Pegue minha mão, ó Deusa
Coloque todo o seu conhecimento na minha palma da mão
E deixe sua magia fluir através de mim.
Como a deusa Hécate pode estar presente em nossas vidas?
A Deusa Hécate foi uma divindade muito poderosa para a mitologia grega antiga, tornando-se um modelo igualmente poderoso para as mulheres e bruxas modernas. Trata-se de uma deusa essencial para o sagrado feminino e para toda a cultura mística em torno da maternidade e da feminilidade. Ela pode proteger a sua casa e os seus familiares quando devidamente respeitada e cultuada por você.
Antropólogo e professor de filosofia. Apaixonado por culturas tradicionais, mitologias e espiritualidade.